Capitulo 67
Capítulo 67º
Narrador
Airton saiu da cobertura sem conseguir ficar de pé. Segurava-se nas paredes até chegar a portão de saída. O carro ainda estava no mesmo lugar, parado o esperando. Com dificuldade ele atravessou a rua xingando alguns veículos que reclamavam por ele estar no meio da rua. Entrou e sentou-se no banco do carona.
- O que aconteceu com o seu rosto? – o motorista do veículo indagou vendo o sangue escorrer. – Rebeca te bateu?
- Não. Eu tentei dar um soco na pirralha e desequilibrei. Acabei caindo e bati a cabeça. – reclamou estancando o sangue com a gravata.
- Eu disse que era melhor ter entrado com o senhor.
- Pedro, não fale besteira. Use sua cabeça para algo útil. Se minha filha soubesse que você me trouxe aqui depois de tudo o que ela descobriu, jamais iria querer falar com você de novo.
- Mas você é o pai dela. E eu só quis te trazer em segurança até aqui.
- Essa pirralha é bem prepotente. – ignorou o que o homem disse. – Eu deveria complicar a vida dela. E dizer que isso foi ela quem fez. – apontou para o próprio rosto.
- Airton, isso é loucura.
- Não seja covarde. Acha que assim vai conseguir minha filha? Seja homem. Você conhece alguém que possa chamar aqui para tirar fotos do que aconteceu? – o homem assentiu. – Ótimo. Amanhã o nome dessa garota vai estar em todos os jornais. Quero ver o que ela vai fazer. – sorriu maléfico. – Agora eu preciso que você me dê um soco.
- Não vou fazer isso! – disse afastando-se.
- Vai querer que seu filho seja criado por aquela sapatão? – irritado com o que o homem disse desferiu um soco em seu olho.
- Ótimo. Agora ligue para o seu amigo.
Mesmo sem concordar com a atitude de Airton. Pedro ligou para um amigo que trabalhava em um site de fofocas. O mesmo para o qual ele contou sobre a gravidez de Rebeca. Não demorou para que a encenação fosse feita. Airton sorriu satisfeito com o resultado e mais ainda o repórter que com certeza iria ganhar uma grana com aquilo.
Na manhã seguinte assim que acordou. Larissa fez sua higiene matinal, em seguida desceu para o café, pois hoje era seu dia de levar os filhos para a escola. Isabella ainda dormia tranquila esperando a hora de ir para a empresa.
- Bom dia, amores. – sentou-se a mesa antes beijou os meninos.
- Bom dia, mamma. – responderam juntos.
- Acordaram cedo, o que houve? – disse isso abrindo o e-mail no celular.
- Temos prova e eu não consegui dormir direito. – respondeu Bernardo.
- Vai dá tudo certo, filho. Vocês são os melhores. – incentivou. – Puta merd*! – indagou vendo a matéria sobre o que houve na noite anterior.
- Mamma, isso não é um nome de se dizer na nossa frente. – repreendeu Arthur.
- Desculpa, filho. Mas eu preciso ir acordar sua mãe. E hoje vocês vão com o motorista. – falou subindo as escadas com pressa.
- Amor, acorda. – puxou o lençol dela.
- Me recuso. Ainda está cedo. – resmungou.
- Estão falando que Alice bateu no pai de Rebeca, ontem à noite. – bastou escutar o nome da filha para ela despertar.
- Como assim? – questionou sentando-se.
Larissa entregou o celular. Isabella leu a matéria e viu as fotos do homem com nojo, pois elas também já sabiam o que ele fez com a cunhada. O rosto cortado as roupas amassadas e ele afirmando que aquilo foi Alice que fez.
- Isso é péssimo para a imagem da Alice. Ainda mais agora que ela está prestes a inaugurar a boate.
- Eu sei. Mas o que me preocupa mais é o que aconteceu. Se isso for mesmo verdade...
- Alice não faria isso. – cortou Isabella já se pondo de pé.
- Aonde vai?
- Para a casa delas. Precisamos saber o que aconteceu e o que fazer em seguida. – respondeu enquanto escovava os dentes.
Quando desceram os filhos já haviam saído para a escola. Larissa dirigiu com pressa até a cobertura das duas. Parou o carro e se admirou por ainda não ter uma multidão de jornalistas as esperando. Chamaram o elevador e enquanto esperavam cada uma estava presa em seus pensamentos. Tocaram a campainha. E logo Alice apareceu com a cara de sono.
- Mamma, mammy o que fazem aqui tão cedo? – questionou aflita.
- Você ainda não viu as notícias de hoje? – Isabella questionou já entrando no apartamento.
- Não. Eu acabei de acordar. – respondeu Alice, mas só o fato das duas estarem na sua frente e falando sobre notícias do dia, sabia bem que não era boa coisa.
- Onde está Rebeca?
- Dormindo. Tivemos uma noite difícil.
- Tem algo a ver com a visita do pai dela? – Larissa indagou.
- Sim. Como vocês...Espera. É por isso que estão aqui?
- Melhor ler isso. – estendeu o celular.
A matéria afirmava que Alice agrediu fisicamente o pai de Rebeca por não gostar do homem. Que os dois discutiram e a garota simplesmente partiu para cima dele que indefeso não teve como reagir.
- Indefeso? Sério? – se irritou a jovem.
- O que aconteceu? – Isabella indagou preocupada.
- Ele invadiu aqui. Completamente bêbado, procurando por Carmem.
- A esposa?
- Sim. Rebeca estava no banho, mas como demorei ela veio ver o que estava acontecendo. Os dois começaram a discutir. E ele disse coisas horríveis a ela. Eu me irritei acabei gritando e mandando que ele fosse embora. – passou as mãos nos cabelos.
- Esqueceu a parte que ele se insinuou para você. – Rebeca falou adentrando.
Larissa e Isabella se viraram na direção de sua voz.
- Bom dia. – cumprimentou as duas. – O que aquele homem fez? – Alice não respondeu, apenas passou o celular para ela. Rebeca leu cada palavra sentindo um ódio fora do comum. Não conseguia imaginar como Airton não tinha nenhum caráter. – Não foi isso que aconteceu. – afirmou devolvendo o celular.
- Mas é o que todos estão lendo no momento. – Isabella indagou.
- Ele tentou dar um soco na Alice, ela desviou. Ele por estar muito bêbado desequilibrou e caiu. Batendo a cabeça ali. – apontou a mesinha ao lado do sofá.
- Isso é o que vocês sabem. Mas como vamos fazer isso sumir? – Larissa questionou.
- Ele não pode simplesmente sair por aí dizendo algo que não é verdade. – Alice se levantou irritada.
- Infelizmente é a palavra dele contra a de vocês.
- Eu vou tomar banho. – saiu da sala sentindo seu sangue ferver. Talvez tivesse sido melhor ter mesmo dado o que ele merecia estaria ao menos satisfeita por levar uma punição.
- Ela está irritada desde ontem. – Rebeca falou calma. Ouviu o celular tocar. O nome de Carmem aparecia na tela.
- Não vai atender?
- Não, é a minha mãe. – revirou os olhos, não queria lidar com aquilo agora.
- Talvez fosse melhor falar com ela, quem sabe possa nos ajudar de alguma forma. – aconselhou Larissa.
- Ela tem razão. – incentivou Isabella.
Antes que Rebeca pudesse retornar à ligação, as três escutaram a campainha tocar. Larissa levantou-se indo até lá. Carmem já havia lido a notícia sobre o ocorrido na noite anterior. Ligou para Rebeca algumas vezes, mas não obteve resposta então decidiu ir até ela mesmo correndo o risco de não ser recebida.
- Larissa, como vai? – a mulher sorriu estendendo a mão.
- Estou bem. Entre, Carmem. – deu passagem para ela.
O olhar de Rebeca repousou no da mulher. Que parecia não ver nada mais além dela. Sentiu vontade abraçar a filha, mas se conteve. A presença de Carmem incomodava Rebeca, sentia raiva por todas as mentiras.
- Li sobre o que aconteceu ontem aqui.
- Nada daquilo é verdade. Seu marido é um mentiroso. – Rebeca cuspiu as palavras ficando de costas para ela.
- Eu sei. Por isso vim, para tentar ajudar.
- Você, ajudar? Sério?
- Rebeca! Calma. É melhor você ir tomar um banho. Enquanto conversamos. – Isabella ponderou. – Alice, está precisando de você.
- Tudo bem. – não queria ficar no mesmo ambiente que Carmem.
As mulheres esperaram que ela saísse da sala. Carmem sentou-se ao lado de Isabella. Larissa ocupou a cadeira a sua frente. As três em completo silêncio unindo seu amor pelas filhas para tentar contornar aquela situação.
- Obrigada, por me ajudar. – sorriu simpática.
- Rebeca não merece mais uma irritação hoje. O que tem a nos dizer sobre o seu marido?
- Se bem o conheço vai usar isso para arrancar dinheiro de vocês.
- Dinheiro? – Larissa indagou confusa. – Como ele pode querer dinheiro se ele é rico?
- Não mais. Airton faliu.
- Uau! – a loira falou deixando seu corpo cair sobre a poltrona branca. Nem conseguia imaginar como alguém conseguiria gastar tanto dinheiro assim.
- Mas se esse é o problema é fácil de resolver. Podemos pagar e fim. – Isa indagou.
- Ele não vai ficar com um real nosso. – afirmou Alice. – Como vai, Carmem?
- Bem. E você?
- Tirando esse estresse, estou bem. O que vamos fazer?
- Ligar para ele e saber o que quer para acabar com essa palhaçada. – Larissa insistiu.
- Mamma, eu não concordo. Não fiz nada com ele, e pagar pelo silêncio não vai impedir que depois venha a fazer novamente. Isso vai apenas virar uma bola de neve.
- Alice tem razão. – Carmem concordou com ela, a menina arregalou os olhos surpresa. – Precisamos de uma forma para provar o que aconteceu.
- Só estávamos Rebeca e eu. Antes eu tivesse de fato batido nele. – resmungou irritada. – Ele merecia.
- Não fale isso. Ele é o pai da sua namorada.
- Ele é um crápula. Ficou se insinuando na minha frente abrindo o zíper da calça e dizendo que entendia por que Rebeca estava me comendo. – lembrou sentindo sua raiva aumentar.
Larissa ficou em silêncio apertou suas mãos com força. Não havia o que dizer e imaginar a cena que a filha narrou fez com que seu pior lado aflorasse. Queria a cabeça de Airton em uma bandeja caso ele tivesse feito algo com ela.
- Oi, Mile. – a loira atendeu ao telefone.
- Liga a sua tv.
- O que aconteceu?
- Só faz o que estou mandando.
- Liga a tv. – falou para Alice.
Assim que a tv acendeu, a imagem de Airton apareceu. O homem estava cercado por repórteres, enquanto caminhava ao lado de mais duas pessoas. Os óculos escuros não conseguiam esconder o machucado em sua testa.
- São os advogados dele. – Carmem informou.
- Airton, poderia dizer o que levou Alice Rodrigues a agredi-lo fisicamente? – um homem perguntou.
- Ela se irritou com a minha presença no apartamento da minha filha. Não gostou quando eu insisti que Rebeca não deveria estar com ela. Aparentemente um pai não pode desejar que a filha fique com um homem integro, e que será pai do meu neto. Isso foi ela que fez. – tirou o óculos e mostrou o olhos roxo e o corte no supercílio. – Já que ela adora marketing, então espero que ela esteja vendo isso. E só para constar esse namoro delas é apenas uma jogada para ganhar fama.
- QUE DESGRAÇADO. BASTARDO, FILHO DE UMA PUTA. – gritou Alice.
- Calma, filha. – Isabella tentou ponderar.
- Calma? Como vocês me pedem calma com ele falando assim do meu relacionamento? Como se a filha dele fosse uma mercadoria nas minhas mãos? Fora que esse ferimento no olho eu não fiz.
- Nós sabemos que não é isso. E o principal, a Rebeca sabe.
- O que pretende fazer agora? – outra mulher indagou a Airton.
- Bom, eu vou tomar as providências, mediante a justiça. Assim como o Pedro também vai exigir que essa garota violenta não fique perto do meu neto.
Escutar aquilo foi demais para Alice. No fundo ela sabia que mais cedo ou mais tarde Pedro iria aparecer na história. Algo em seu íntimo gritava que eles estavam juntos nessa.
- Isso não é bom. – Carmem disse preocupada.
- Vou ligar para o Isaac e a Bia. – saiu indo em direção a varanda.
- Eu preciso sair. – falou se pondo de pé.
- Não, filha. É melhor ficar aqui.
- Estou cansada de viver presa. Estou cansada dessas pessoas que usam a minha imagem me fazendo ser tão visada.
- Vem aqui. – Larissa esticou os braços recebendo-a no meu deles.
Apertou Alice como se pudesse retirar a raiva, a dor, o medo de tudo o que estava acontecendo. Mais que isso. Ela queria se vingar daqueles que estão fazendo mal a sua família. Mesmo que esse homem seja o pai de Rebeca. Alice se permitiu chorar alguns minutos sentindo-se protegida nos braços de sua mãe.
O celular de Carmem começou a tocar. A mulher buscou o aparelho dentro da bolsa, na esperança de que fosse Amélia. Mas viu o número de Airton.
- O que você quer, expondo tantas mentiras na imprensa? – falou calma.
- Resolveu me atender. Aposto que já está matando as saudades de Maria. – disse com tom sarcástico.
- O que pensa que está fazendo com a Alice? Acha mesmo que essa é uma forma de conseguir o perdão de Rebeca?
- Quem disse que eu quero o perdão dessa menina ingrata? A única coisa que poderia me interessar vindo da parte dela é essa namoradinha ninfeta que ela tem. – Carmem ficou sem palavras.
O celular estava no viva-voz e todas escutaram o que ele falou. Larissa apertava o encosto do sofá com força, agradecia por aquele homem não estar em sua frente pois tinha certeza que seria capaz de mata-lo.
- Ficou muda?
- O que você quer, Airton? O que quer para tudo isso parar?
- Quero cinco milhões. E antes que pense, não quero em reais. Quero em dólares.
- Você terá. – Isabella falou do outro lado da sala. Alice a repreendeu com olhar.
- Hora que surpresa, quem está falando?
- Isabella.
- Claro, a mãe sapatão da ninfetinha.
- Cala sua boca! – a mulher falou entre dentes. – Pare de falar com a imprensa. E nos dê ao menos 24 horas para conseguir o dinheiro.
- 24 horas? Vocês não precisam disso tudo. Dou apenas 12 horas. Me liguem quando estiverem com o dinheiro. Ou eu acredito que as coisas vão piorar para sua filhinha. – encerrou a ligação.
- Mammy, não vamos pagar nada a ele.
- Eu sei. Só queria ganhar tempo.
- Ótimo, temos doze horas. E agora?
Trocaram um olhar quase desesperado. Ninguém tinha a menor ideia do que fazer. Passaram horas conversando e tentando encontrar uma maneira de parar com tudo aquilo.
- Pedro. Eu posso falar com ele. – Rebeca disse se pondo de pé.
- Não. Tenho quase certeza de que o Pedro está envolvido com o seu pai.
- Como? Acho que a fonte da notícia foi a mesma.
- Só tem um jeito de descobrir.
- Amélia. – falaram juntas.
Rebeca pegou o celular e ligou para a irmã. Conversaram e ela ficou de tentar descobrir se havia mesmo se tratado da mesma pessoa que vazou a informação sobre sua gravidez. Alguns minutos depois Amélia retornou à ligação.
- Então? – atendeu aflita.
- Foi a mesma pessoa. Pedro deve estar envolvido e quer apenas usar isso como uma forma de prejudicar vocês. Mais uma vez.
- Filho da mãe. – reclamou Rebeca irritada.
- Beck, você precisa fazer alguma coisa.
- Eu sei. Preciso ir.
- Qualquer coisa me liga.
- Pode deixar.
Encerrou a ligação e voltou para a sala. Larissa já estava pronta par fazer a transferência caso fosse a única solução. A campainha tocou novamente. Alice foi atender a porta.
- Oi, amiga. Desculpa só poder vir agora. Você está bem? – a abraçou.
- Estou mais ou menos. – nesse momento enquanto a abraçava. Alice notou a câmera de segurança em cima da porta do elevador que fica bem de frente a sala do apartamento. – Espera um momento. Eu tenho a solução.
- Como assim?
- Amor, você lembra se a porta ficou aberta?
- Não sei amor, foi tudo tão rápido. Não consigo lembrar.
- Por qual motivo é tão importante que a porta esteja aberta? – Isabella questionou Alice.
- A câmera. – apontou para fora. – Aposto que ela filmou tudo que aconteceu aqui.
- Como conseguimos a filmagem? – questionou Rebeca.
- Com tudo que aconteceu eu esqueci de passar as senhas para você.
Alice saiu em busca do celular. Voltou do quarto correndo. Lá fora a noite já dava sinais e o prazo que Airton deu estava acabando. A loira colocou a senha e foi direto ver as filmagens. Agradeceu pela porta estar de fato aberta. Não foi preciso ninguém dizer nada, pois as imagens falavam por si.
- Vamos a polícia. – Isabella falou.
- Não. Vou devolver na mesma moeda.
- Como assim, filha?
- Quero esse vídeo em todas as emissoras de tv. Liga para Amélia. Preciso que ela cuide disso. – insistiu Alice.
- Pode deixar. – Anna saiu da sala com o celular já no ouvido.
- Ele usou as piores armas, eu usarei as mesmas. E ainda temos como provar que ele queria dinheiro. Já que a ligação foi gravada.
- Você é genial. – Rebeca sorriu orgulhosa. Beijou seus lábios levemente.
- Mais ainda tem o Pedro.
- Eu cuido dele. – Carmem afirmou. – Ele não será um problema. E eu acredito que seja melhor irmos embora. As meninas precisam descansar.
- Verdade. – concordaram.
Se despediram na sala de estar. Larissa, Isabella e Anna foram as primeiras a saírem. Alice percebeu que a namorada queria ficar a sós com Carmem.
- Boa noite, Carmem. Obrigada.
- Boa noite, Alice. E não precisa agradecer. Você é família. – beijou o rosto da garota. Alice tocou o ombro de Rebeca e saiu deixando-as sozinhas.
- Então...- falaram simultaneamente.
- Você primeiro. – incentivou Carmem.
- Por que nos ajudou? E como sabia que ele iria pedir dinheiro?
- Seu pai está falido.
- Como assim?
- Gastou todo o dinheiro dele. Não tem mais nada.
- E a senhora?
- Vou me separar dele. Vim morar aqui, vou passar uns dias com a Amélia e a namorada.
- Conheceu Letícia?
- Sim. Uma mulher adorável, assim como Elisa. – houve um momento de silêncio. – Sinto muito não ter te contado a verdade quando tive chance. Mas as coisas eram tão complicadas.
- Eu entendo. Não seria fácil para você, muito menos para mim. Não prometo que vou aceitar isso na boa, vai levar um tempo. Mas hoje consigo pensar com mais clareza tudo o que aconteceu.
- Eu sei filha. – buscou sua mão. – Posso te abraçar?
Rebeca nada falou, apenas se aproximou sentindo o calor do corpo da mãe acalentar o seu. O contato demorou alguns minutos. Até que a mulher se afastou.
- Obrigada pela ajuda hoje.
- Estarei sempre aqui por vocês. Vou indo. Eu te amo, filha. – beijou sua testa e deu as costas indo em direção a porta.
- Mamãe. – Carmem se virou para ela. – Eu também te amo.
Carmem sorriu sentindo o coração acelerar. Acenou para ela e partiu com a sensação e que embora a relação das duas não pudesse ser a mesma de antes, mas ao menos ainda existiria algum tipo de relação.
Rebeca apagou as luzes e foi para o quarto. Alice estava deitada segurando o celular na mão. A mulher buscou espaço para se deitar em seu peito.
- O que está vendo?
- O que estão falando sobre o seu pai. – respondeu acariciando seus cabelos.
- Que tal a gente daqui para frente chama-lo apenas de Airton?
- Como você quiser, meu amor. – beijou sua testa.
- Vamos deixar esse assunto de lado? Preciso relaxar um pouco depois desse dia tão tenso. – disse isso sentando em cima dela, com uma perna de cada lado.
- Quer relaxar? E como eu posso providenciar isso? – questionou beijando seu pescoço.
- Me fazendo goz*r muitas e muitas vezes. – tomou seus lábios ferozmente.
Alice sorriu apertando as nádegas dela, fazendo-a rebol*r de encontro ao seu corpo. Roupas foram tiradas uma por uma, e não tardou para que os corpos nus se tocassem, pele na pele, beijos, gemidos, carinhos. E muitos orgasmos regaram o final da noite do casal que exausto adormeceu já na madrugada.
- Bom dia, dorminhoca. – Rebeca falou beijando os ombros de Alice. Que manhosa fez um barulho preguiçoso.
- Bom dia nada, vem deitar aqui comigo. – abriu espaço para que ela deitasse ao seu lado.
- Não posso. Te trouxe café na cama. E preciso ir trabalhar.
- Você me trouxe café? Isso é seguro? – brincou provocando.
- Eu não fiz. Esqueceu que a Tereza começava a trabalhar hoje?
- Por um segundo pensei que você podia ter aprendido a cozinhar.
- Adoro que você cria mesmo expectativas, não é? – respondeu com ar de riso. – Você vem para o banho? – falou sugestiva.
- Está me prometendo o banho ou outras coisas. – ficou de joelhos.
- Acho melhor você vir descobrir. – disse isso soltando a toalha e ficando pelada em sua frente.
- Vou te pegar. – falou saltando da cama e correndo para o banheiro.
Enquanto isso na casa de Amélia. Letícia acordou e foi direto para o quarto da filha. Mas não a encontrou no berço. Escutou a voz de Carmem na cozinha. Desceu as escadas e foi até a mulher. A cena que viu foi Elisa sentada na cadeirinha esperando ansiosa por suas frutas cortadas. Enquanto isso Carmem contava histórias de quando Amélia era criança, Elisa apenas observava a mulher de um lado a outro.
- E assim ela conseguiu me deixar com tantos cabelos brancos. – concluiu arrancando uma risada de Elisa, que parecia mais interessada nas frutas que ela segurava. – Mas fico feliz de saber que você também vai dar cabelos brancos a ela. – beijou a testa da menina. – Come tudo. Ah! Oi, nem te vi aí. Bom dia.
- Bom dia. Eu acabei de acordar e fui buscar a Elisa. Ela nem acordou na madrugada.
- Na verdade, acordou. Mas eu fui até ela. – falou sem importância. – Estava acordada e não me custava nada. – afirmou.
- Não conseguiu dormir por conta de ontem?
- Sim.
- Mas agora está tudo resolvido. Não?
- Quase tudo. Airton pode ir para a cadeia, depois do vídeo muitas denuncias de assedio surgiram contra ele.
- É bom que ele pague tudo que fez. – Amélia disse entrando. – Bom dia, amor. – beijou a namorada. - Bom dia mamãe. – tocou seu ombro. - Bom dia princesa dessa casa. – sorriu para a menina que esticou uma uva para que ela comesse. Prontamente deixou que ela colocasse em sua boca. – Que delicia essa uva. Come tudo tá? Eu preciso ir, estou atrasada para uma reunião. Você vai para a clínica?
- Sim, mas vou esperar a babá chegar primeiro. – Letícia respondeu.
- Não precisa se preocupar. Eu fico com ela. – Carmem tranquilizou-a. Letícia olhou para a mulher, em seguida para Amélia.
- Ela está dizendo que fica. – deu de ombros. – Preciso ir, até o almoço. Amo vocês.
Falou isso e saiu em seguida. Carmem e Letícia se fitaram até que a médica decidiu que era melhor mesmo ir para a clínica. Passou algumas instruções para a sogra e depois saiu. Pela primeira vez Carmem voltava a se sentir útil, e mais que isso, se sentiu como uma parte importante das filhas. E isso não teria preço nunca. Sorriu satisfeita e tirou Elisa da cadeirinha. Sua vida estava tomando novos rumos e isso era maravilhoso demais.
Fim do capítulo
Voltei só para animar. rs
Juro que vou responder os comentários. Só que não hoje. rsrs
Mas isso não quer dizer que vocês não possam deixar novos. Espero que estejam bem e com saúde. Um beijo no coração.
Comentar este capítulo:
Rosy Santos
Em: 28/03/2022
Amado esse casal Leticia e Amélia... Consegui recuperar minha conta por isso vi comentar. Até agora mulher vc é show, vc está de parabéns cada capítulo melhor que o outro uns tenso outros romance e outros quentes adoro kkkkk...
lay colombo
Em: 22/11/2021
Q bom q deu tudo certo..... Por enquanto
Resposta do autor:
Já está esperando as desgraças? kkk
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Baiana
Em: 10/11/2021
Rapaz,o Pedro é muito burro,foi na onda do Airton e caiu ainda mais no conceito da Rebeca,agora que ele não vai mesmo fazer parte da vida delas,bem feito. Ele bem que poderia desistir do direito de pai,e se escafeder,não fará falta nenhuma.
Amélia conseguiu a família comercial de margarina.
Ah,ainda continuo com ranço da Carmen.
Resposta do autor:
Meteu os pés pelas mãos e tropeçou bonito.
Amélia conseguiu mesmo a sonhada família. rsrs
Beijos e obrigada por comentar.
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paulaOliveira
Em: 09/11/2021
Airton se fud3u, só falta o Pedro aí sim teremos paz.
Cadê os extras mulher?
Resposta do autor:
kkkk.
Me pergunto a mesma coisa. Quem prometeu esses extras?Nem me lembro. kkk
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Mille
Em: 09/11/2021
Ailton quis dar uma de sabido se lascou. E ainda apareceu mais podre se um homem podre, baixo e sem cárater. E com a ajuda do Pedro ainda mais. Eles vão fazer de tudo para tirar a criança da Rebeca, mais torço que até lá eles não estejam na história.
Momento emocionante entre Carmem e Beca, aos poucos elas voltam a se entender.
Vovó Carmem já está aprendendo com a ruivinha.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Alice é mais esperta. Pedro vacilou em ajudar Airton.
Carmem conquistando a nora e a neta torta. kk
beijooss
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preguicella
Em: 08/11/2021
Airton se ferrou, por tabela Pedro tb!
Carmem foi vacilona, mas tá tentando melhorar a situação com família. O medo paralisa, não dá pra dizer se não faríamos diferente, como no caso delas, fora que o castigo de não ter Maria e saber que Nina estava com ela deve ter doído bastante! Tá, nada justifica, mas não dá mais para chorar sobre o leite derramado, ou superam e vivem com isso, ou jogam ela de canto!
Cadê meus extras?! haha
Bjuuuuuuu
Resposta do autor:
Exatamente isso. Carmem não tinha muitas opções.
PAra de cobrar os extras. kkkk
beijos
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