Observo a água cair na banheira, ponho a mão para verificar a temperatura, está agradável. Organizo os produtos para banho ao lado da banheira. Sabonete, shampoo e uma esponja própria para o corpo. Respiro e inspiro, estou tensa, não imaginei que meu dia iria contar com uma missão tão desafiadora, estava preparada para ajudar Anastásia em coisas básicas, mas banho não, foi algo a que me atentei, porém, não há o que reclamar, sou uma mulher adulta e sei que posso lidar com isso.

Retorno ao quarto, pego Anastásia pela mão e a guio até o banheiro.
— Vou ajudar você a se despir, ok? Posso fechar os olhos se quiser.- Ela não faz nenhum movimento, fica apenas me encarando, entendo isso como "Tudo bem Emma, você pode olhar".

Começo a tirar sua blusa, puxo pela barra até que passe por sua cabeça, ela usa um sutiã preto com rendas brancas delicadas, seus seios são de tamanho médio e parecem bem firmes. Balanço a cabeça levemente tentando mudar o foco dos meus pensamentos. Abaixo-me para tirar sua calça, não consigo evitar olhar para sua barriga lisa, fecho os olhos me repreendendo mentalmente "Que porr* é essa Emma? Você não pode achar ela bonita nesse sentido sua pervertida". 

Volto minha atenção para calça, puxo o zíper para baixo, Anastásia observa todos os meus movimentos, enfim termino de retirar sua roupa, a deixando apenas com os trajes íntimos." Certo Emma, respire e não olhe". 

— Vou tirar seu sutiã agora, por favor vire-se. — Ela se vira e lá está sua bunda firme" Não olhe, não olhe." — Entre na banheira. — Ela obedece, ficando de costas para mim, felizmente não terei de encarar seus seios nus.

A boa quantidade de espuma impede que eu veja seu corpo. Coloco minhas mãos na água e retiro sua calcinha, assim fica mais fácil para nós duas. Uso a esponja para esfregar suas costas, braços e ombros, em seguida sigo para a parte da frente.

 Respiro profundamente uma, duas... três vezes. Minhas mãos começam a tremer, mesmo assim começo a passar a esponja em seu tórax, rapidamente alcanço o vão entre seus seios, meus dedos tocam o contorno dos mesmos, começo a fica visivelmente ofegante "Não vou conseguir, não vou conseguir…" 
— Emma? — Meu coração pulsa dolorosamente em meu peito devido ao susto.

 — Quer me matar do coração, Dominique?
— Você está com uma cara de quem estava aprontado.
— E... Eu… Eu estava dando banho na Anastásia.
— Não consigo imaginar qual das duas está mais molhada.- Dome diz com uma expressão maldosa no rosto.
— O que você quer afinal?- digo ficando de pé.
— A enfermeira que Penélope sugeriu já está aqui.
— Que enfermeira?
— A que ficará no turno da noite. Normas do hospital, lembra?
— Confesso que havia esquecido esse detalhe.
— Suas ideias parecem um tanto confusas mesmo. Sarah? - Dominique chama pela enfermeira e segundos depois uma mulher de cabelos castanhos amarrados em um coque, olhos negros e com um corpo de quem vai a academia com frequência entra no banheiro. — Essa é Sarah. — A mulher sorrir para mim. — Essa aqui e minha irmã, Emma e aquela na banheira é a Anastásia, sua paciente.

— Olá.

— Oi! Obrigada por vir.

— E um prazer. Vejo que está tendo dificuldade com o banho.- ela diz.

— Um pouco. 

— Sarah, você pode cuidar disso? Minha irmã claramente não leva jeito. — Dome diz sem conseguir esconder um sorriso.
— Claro! — Ela se dirige até a banheira e assume as ações que anteriormente eram minhas, não consigo evirar sentir um certo incômodo.
— Ah! Michael está lá em baixo.
— Quem?
— Michael seu noivo. Você anda se esquecendo muito do pobre rapaz.
— Muito engraçado, Dome,  e eu não esqueci meu noivo, estou apenas cansada.

 Abaixo-me para ficar na altura dos olhos de Anastásia, ela então me fita com aquelas maravilhosas esmeraldas.

— Preciso descer, nos vemos depois.- Saio do banheiro, mas não sem antes  observar Sarah passar a esponja pelo corpo dela, meu coração dispara me deixando confusa diante de sensações nunca sentidas.

Avisto Michael na sala, ela está conversando com  Ellen, me aproximo sem muito entusiasmo, assim que me vê ele vem em minha direção, me dá um forte abraço e um beijo rápido nos lábios.
— Aí está você. — Ele diz. — Arrume-se vamos sair para jantar, abriu um novo restaurante francês na cidade.
— Estou cansada Michael. Podemos ir outro dia?
— Tudo bem.- Ele parece decepcionado.- Vamos subir então, estou com saudades de você. — Sussurra para mim.
Antes de irmos para o quarto apresento Michael a Anastásia, ele não esconde a surpresa diante de sua beleza.

 Nesse momento estou no banho, sem a menor vontade de me relacionar com ele, mas ainda somos noivos e ele necessita de mim. Assim que saio do banheiro Michael me abraça, seus lábios dançam sobre os meus e suas mãos desfazem o nó do roupão, em segundos estou nua. Fazemos sex* como sempre, ele é amoroso e cuidadoso, mas dessa vez senti meu corpo ficar tenso diversas vezes ao receber seu toque, felizmente ele não parece ter notado, seu corpo cai para o lado satisfeito, apoio minha cabeça em seu peito, sinto seu coração desacelerar gradualmente até sua respiração ficar ritmada, logo nós dois adormecemos.

Na manhã seguinte acordo cedo, tomo banho, desço até a cozinha e começo a comer minhas torradas. Sarah aparece logo em seguida, a observo mais uma vez, ela é bonita e parece competente e muito dedicada.
— Bom dia, Senhorita Clark.
— Pode me chamar de Emma, Sarah. — Digo voltando meus olhos para o jornal que estava lendo.
— ok, Emma.
— Anastásia dormiu bem?
— Sim, porém acordou bem cedo, irei preparar o café para ela.
— Os alimentos liberados pela nutricionista estão todos na geladeira, tem etiquetas neles.
— Olá, garotas.- Dome entra na cozinha, ela está vestindo um terninho cinza e justo, e o mais chocante é o fato do seu cabelo está penteado logo cedo.
— Quem é você e o que fez com o cabelo da minha irmã?
— Ha, ha, ha... muito engraçado. Tenho um encontro importante hoje.
— Deixe-me adivinhar, Dra. Paige.
— Ela mesma, vamos almoçar juntas, ela quem fez o convite.
— E enquanto a seu plano?
— Continuarei sendo um poço de frieza, baby. — Dome pisca e se vai.

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Meu dia no trabalho foi muito proveitoso, Jennie está mais calma e nossa convivência está voltando ao normal, consegui retomar meu ritmo nas análises, tinha estudos importantes em mãos. Ser botânica é algo que almejei desde criança, conseguir alcançar esse objetivo é dos meus maiores orgulhos, apesar de cansativo, é reconfortante, sei que sempre acabo perdendo a noção do tempo quando venho para o laboratório, felizmente Jennie me mantém nos trilhos, nesse exato momento ela esta acenando para mim através do vidro. Reconheço esse sinal, é hora de ir para casa.

 Olho para o relógio em meu pulso e vejo que são quase 20:00, ainda há tempo para comprar uma torta de maça.

Uma hora depois estou casa, guardo as compras. E sigo para o segundo andar, assim que termino de subir as escadas ouço uma melodia ecoar através do corredor.

 — Rock 'n' roll? — O som vem do quarto de Dome, isso significa que ela está deprimida. Dou algumas batidas na porta, abro assim que percebo que não está trancada. Entro, pego o controle e desligo o aparelho.

— O que houve?
— Ela tem a porr* de um noivo!
— Ela quem?
— Paige, ela me convidou para ser a advogada responsável pelo contrato do casamento.- Dome diz escondendo o rosto no travesseiro.
— Penso que ela está apenas reagindo às provocações que sofreu.
— Está defendendo ela?
— Não, só acho que às duas estão erradas.
— Quero ficar sozinha.
— Dome, vamos conversar.
— Sai, Emma!
— Ok, ok.

Uma das características de Dome é a teimosia, ser contrariada não é nada fácil para ela, mas não existe nada que o tempo não cure, e assim que se acalmar vai se transformar em uma manteiga derretida.
Sigo até o quarto de Anastásia, a encontro de roupão, Penélope tenta secar seus longos cabelos, assim que entro ela me olha, ficamos nos encarando por alguns segundos até que me lembro de cumprimentar Penélope.
— Oi! — Digo sem graça por ignora-la momentos antes.
— Olá, Emma- Sua voz soa cansada.
— Tudo bem?
— Só estou cansada, tive uma noite agitada no hospital e Sarah irá chegar mais tarde.
— Pode ir, eu fico com ela.
— Não vou nem tentar bancar a educada, por isso aceito sua gentileza. 
Rimos e Penélope se vai, vou até à cama e encaro Al, pego a toalha e começo a secar seu cabelo, ele está muito longo já passa bastante da cintura. 
— Que tal cortamos seu cabelo?- Ela balança a cabeça positivamente.

 Seguimos até o banheiro, pego uma cadeira onde ela se senta, envolvo uma toalha em torno dos seus ombros, vou até à gaveta e encontro uma tesoura. Posiciono-me atrás do seu corpo, seguro algumas mechas e começo a cortar, seus cabelos são extremamente lisos, escapam entre os dedos é uma sensação gostosa, pelo espelho sorrio para ela, mas sua expressão continua séria, como sempre, é como se ela não soubesse mais sorrir. Finalizo o corte um pouco abaixo dos ombros, enrolo os fios e faço um coque frouxo, seu pescoço fica exposto, a pele parece tão macia que preciso controlar a vontade de tocar, ela olha para mim através do espelho, depois se levanta sem minha ajuda e vira em minha direção.

Sou surpreendida por um abraço forte, seu corpo contra o meu, lembro que ela está apenas de roupão, sinto minha pele arrepiar, escondo meu rosto em seu pescoço, seu cheiro invade todos os meus sentidos.

 Afasto meu rosto lentamente e me deparo com seus lábios muito próximos de meus e só consigo pensar no quanto eles parecem macios.
— Hora dos remédios.- Sarah surge do nada e meu coração acelera a um ponto alarmante, acho que vou precisar de um transplante em breve.
— Que susto! 
— Desculpe,  Emma. 

— Tudo bem, Sarah.  Eu que ando distraída.

 — Na verdade, você me parece bem cansada.

— Acredito que seja mesmo o cansaço.

— Tente dormir um pouco, cuidarei da Anastásia agora. 

Passo mais uma vez pelo corredor e dessa vez sigo para meu quarto, retiro minhas roupas e entro embaixo do chuveiro, eu estou tão confusa, tão cansada, preciso para de pensar naquele corpo, e naquele cheiro, porém, quando fecho os olhos é a imagem dela que vejo.
— O que você está fazendo comigo Anastásia?

Fim do capítulo