Olá meninas, tudo bem?
Passando pra deixar mais um capítulo e deixar um recadinho pra vocês.
Espero que gostem desse pq tá grandinho.
Beijos e excelente leitura!!!
PS: Passando pra deixar aqui avisado que neste capítulo terá uma situação de assédio e tentativa de violência sexual. Se forem sensíveis ao tema, podem pular o capítulo sem problemas.
Capítulo 8 – Ciúme e Problemas.
Acordei por volta das duas da tarde com vozes na sala. Levantei, fiz minha higiene, troquei de roupa e fui para lá. Encontrei Doug ao telefone bastante exaltado. Quando ele desligou, perguntei.
-- O que aconteceu?
-- Estava discutindo com minha mãe. Ela morre de ciúme de você. Afinal, saí de férias e já vim pra cá.
-- Dona Norma não aprende, né?
-- Eu falei que precisava de um tempo pra mim nas férias. Mas eu vou embora em dois dias, então...
-- E Lizzy?
-- Disse que chegaria na casa da tia dela em três horas mais ou menos.
-- Ótimo. Você pode buscá- la mais tarde? Vamos fazer algo nós três.
-- Só o seu velho emprestar aquele carrão.
-- Vai no meu fusquinha. - Falei e recebi uma almofada na cara.
-- Aquela lata velha... - Doug disse com cara de enfado.
-- Aretha não achou uma lata velha. - Disse suspirando.
-- Por falar na ruiva... O que rolou ontem?
Fiz aquela carinha de idiota apaixonada e Doug já emendou.
-- Então deu certo? Mas... E aquela negra estonteante? Fala logo!
-- Se você ficar quieto, eu falo.
-- Tá, me conta tudo.
-- Pode ser no carro? Quero ir ao haras ver meu pai.
Fomos para o estacionamento e detalhei o meu final de noite com todos os detalhes possíveis para meu amigo.
- - - - - //- - - - -
Chegamos ao haras e todos nos cumprimentaram. Perguntei sobre meu pai e disseram que ele estaria em uma reunião importante. Então, segui pra casa dele com Doug. Até porque ele tinha algo babadíssimo pra contar.
-- Vamos aproveitar que Bárbara não está e borá lá. Me conta o babado.
-- Que babado? - Fez cara de paisagem.
-- Para, Douglas. Você não me acordou de graça.
-- Tá, eu conto. Mas... Só abra a boca quando eu terminar.
-- Ta. Me conta.
-- Marvin e eu... Nós fizemos coisinhas. - Doug disse e tapou o rosto com as mãos.
-- ...
-- Não vai falar nada?
-- Tô esperando você concluir.
-- Ta. Então... Aretha me ligou perguntando se eu não poderia dormir na casa dela. Ela disse que queria ficar a sós contigo para conversarem. Eu perguntei o teor da conversa e ela disse que queria esclarecer as coisas.
-- Uhum...
-- Então, depois ela fez o mesmo pedido ao Marvin e ele concordou. Já no palacete deles, porque aquilo, meu amor... Não é uma casa. Parece ser maior que essas mansões de novela das 9 da emissora "plim- plim".
-- Douglas, vamos ao que interessa?
-- Tá, então... Lá estava eu naquele palacete, Marvin me levou pro quarto de hóspedes, me instalei de boa. Mas não consegui dormir. Então, perambulando pela casa vazia, o avistei em um salão. Descobri depois que é uma espécie de microcinema. Bom...
-- Aiii Douglas, quanta enrolação. Vocês trans*ram?
-- Calma, mulher! Quero narrar tudo.
-- Aff!
-- Bom, ele estava assistindo um pornô gay.
-- Nossa!
-- Então, eu cheguei, sorrateiramente, e gemi no ouvido dele. Ele se assustou, botou aquela coisa divina pra dentro da bermuda e desligou a TV. Fez cara de espanto e eu... Dominei a situação.
-- Não me diga que você...
-- Sim! Liguei a TV, me abaixei na frente dele, peguei o "menino" e caí de boca.
-- Douglas! - Sim, eu choquei.
-- Gente! O que é que tem?
-- O Marvin é hétero!
-- E daí? Ah! Eu e ele não trans*mos. Bem que eu gostaria, mas ele não permitiu. Disse que não é gay e aquelas coisas.
-- Mas ele não é mesmo.
-- Eu sei. Foi só uma brincadeirinha que fizemos. Aliás, eu fiz. Porque ele não me beijou e muito menos me comeu, né, amiga?
-- E como você se sentiu?
-- Ah! Deu pra me divertir. O pau dele é na medida, delicioso...
-- Douglas, sem os detalhes sórdidos.
-- Tá bom.
-- Eu sabia que você ia acabar fazendo isso, Douglas. - Bárbara surgiu sei lá de onde e soltou essa.
-- Pois é Babizinha, não brinco em serviço. - Meu amigo se gabou.
-- Oi, Bárbara.
-- Ai Didi! Para que as formalidades? Somos irmãs.
-- Melhor as formalidades.
-- Papai está numa reunião e vai demorar horrores. Culpa dos problemas que estamos enfrentando.
-- Que problemas? - Perguntei.
-- Papai não me fala. O que eu sei, por escutar uma coisinha aqui e ali, é que tem um cara que quer comprar o haras de qualquer jeito.
-- Quem é esse cara? - Doug perguntou.
-- Não sei e, quando perguntei ao meu pai, ele desconversou.
-- Bárbara, se você souber de qualquer coisa, você me diz?
-- Sim, eu falo. Como está lá na casa da sua amiga?
-- Muito bem.
-- Amiga, podemos ir ao clube. O que acha?
-- Hoje não abriu. Manutenção das piscinas. - Falou Bárbara. - Podemos ficar aqui mesmo.
-- Então vou voltar para o apartamento.
-- Nada! Vamos visitar a Lizzy na casa da tia dela. - Falou Doug.
-- Quem é essa? - Babi perguntou com uma voz parecia incomodada.
-- Lizandra, outra amiga minha. - Respondi.
-- Ok, podem ir. Aviso o papai que passou aqui.
-- Obrigada.
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Chegamos na casa da tia da Lizzy, também em Rio das Águas e foi aquela farra. Beijos, abraços, aquela rasgação de seda... Depois disso, resolvemos então provar o melhor sorvete da cidade: o da dona Gertrudes, claro!
Saímos da casa da dona Neide caminhando, abracei a Lizzy e dei as mãos para o Doug. Meus amigos de verdade ao meu lado, tem felicidade maior?
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Chegamos à sorveteria e fizemos o nosso pedido. Doug, pra variar... Pistache. Eu resolvi variar e pedi o de napolitano e a Lizzy pegou um de passas ao rum. Contei a ela os últimos acontecimentos, de como conheci a Aretha e o Marvin, da briga com meu pai, dos beijos trocados com Viviane, dos beijos que troquei com Aretha...
E Doug contou das brincadeirinhas que fez com Marvin na madrugada passada. Lizzy ficou de queixo caído ao saber de tudo. Ela aproveitou e agradeceu ao Doug pela ajuda com a mãe dela, disse que ela se recupera as mil maravilhas e que veio pra matar as saudades de nós e que volta com Doug pra São Paulo.
Estávamos entretidos em um papo animado sobre paqueras e afins, quando Doug avistou Ivan passando na porta e acenou para ele. Ele acenou de volta, fez sinal que voltaria depois e saiu. Eu, claro, agradeci por ele não ter entrado e por Aretha não estar com ele, mesmo sabendo que ela gosta de mulheres esse cara não irá desistir.
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Estávamos saindo da sorveteria, quando avistamos do outro lado Marvin. Ele veio nos cumprimentar, mas parecia estar com cara de poucos amigos.
-- Oi Marvin. - O cumprimentei com um beijo no rosto.
-- Oi Diana. Oi Douglas.
-- Oi Marvin. - Meu amigo estava visivelmente sem graça.
-- Não vai apresentar? - Ele perguntou apontando para Lizzy.
-- É nossa amiga de São Paulo, a Lizandra. Esse é o Marvin, amigo nosso.
-- Muito prazer. - Lizzy o cumprimentou com um belo sorriso.
-- Igualmente. - Ele respondeu, simplesmente.
Aproveitei e perguntei da irmã dele.
-- E Aretha?
Ele olhou para trás e respondeu:
-- Deve ter ido para o carro. Bom, eu estou indo. Até mais.
-- Até. - Dissemos juntos.
Achei estranhíssimo o comportamento do Marvin. Pior foi a Aretha, estava por ali e não quis me ver? Ligo pra ela depois.
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Bom, passaram- se dois dias desde o episódio da sorveteria e, não vão acreditar, Aretha não atende as minhas ligações, minhas mensagens absolutamente nada. Pior é que eu não faço ideia do que eu fiz de errado. Na verdade eu sei sim...
Desde aquela maldita tarde, que eu peguei Mônica na minha cama com aquela biscatinha que eu... Ah! Tão difícil de dizer. Certeza que Aretha odiou meus beijos, mesmo ela dizendo que precisava deles... Definitivamente, as mulheres e eu... Nunca dará certo.
E, com este ânimo, fui praticamente arrastada ao clube por Doug e Lizzy. Como sabem, eu não estava com um pingo de vontade de encarar o clube. Ainda mais que, como disse anteriormente, Aretha não atende as minhas ligações, minhas mensagens... Tudo desde o dia da sorveteria. E, claro, como disse anteriormente... Cheguei á uma conclusão:
-- Mônica tem razão... - Acabei pensando alto demais.
-- O que aquele projeto de "Cruella de Vil" tem razão?
-- Que, além de ser péssima na cama, meu beijo deve ser horrível também. - Conclui com pesar.
-- Aff... Pensei que o que aquela biscate disse tivesse entrado e saído da sua mente.
-- Doug, pensa comigo. Se ela...
-- Didi, ela pode estar ocupada ou com problemas pessoais. - Lizzy ponderou.
-- Sem contar naquela negra maravilhosa que você pegou duas vezes. Para de pensar, falar nessa Mônica. Esquece esse demônio em corpo de modelo London/Paris/Milão.
Acabei deixando passar e me concentrei ainda mais ao volante, sem tirar a ruiva de meus pensamentos.
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Chegamos ao clube, retiramos nossas mochilas do carro e fomos diretamente para a área das piscinas. Passamos por ali, indo diretamente aos vestiários. Coloquei um biquíni azul petróleo e shorts jeans por cima. Saí do vestiário e fiquei na porta esperando Lizandra. E ela estava um espetáculo. Com um maiô dourado contrastando com a pele negra. Demos o braço e fomos em direção às piscinas.
Ao chegar lá, tive a primeira surpresa do dia: Marvin estava lá, com Ivan ao lado dele. Papeavam, mas o irmão de Aretha não estava tão à vontade assim. Passamos perto deles e os cumprimentei. Ivan foi muito mais receptivo conosco.
A segunda e mais impactante surpresa, foi quando deixei as coisas numa das espreguiçadeiras. Aretha estava esplêndida. Uma saia florida e uma blusinha branca de alças finas. Meu coração parou de bater naquele momento. E acho que cheguei á uma conclusão: estou apaixonada por aquela ruiva. Ela me olhou, parecia surpresa. Mas o seu olhar estava diferente, parecia... Decepção? Ela não se moveu, eu menos ainda e Lizzy percebeu e perguntou:
-- A ruiva?
-- É a Aretha.
-- Uau! Entendo o porquê de você estar de quatro por ela.
-- Mas o olhar dela...
-- Vai lá falar com ela! - Lizzy me empurrou bruscamente.
Eu juro que tentava buscar as palavras, enquanto nos olhávamos. Mas nada saía. Nunca havia ficado tão nervosa diante de uma mulher, só que eu não faço ideia do que ela faz comigo que me deixa assim. Na verdade, todas nós sabemos o que ela faz comigo, não é? Quando eu enfim consegui falar pelo menos um "oi", meu pesadelo foi transformando- se em realidade.
-- Oi, Aretha.
-- Oi, Diana. Tudo bem com você?
-- Estou bem. E você?
-- Também.
-- Linda, o seu suco. Pedi abacaxi com hortelã. - Falou Ivan.
Logo depois, ele tentou beijá- la nos lábios e o meu sorriso sumiu, mesmo ela tendo desviado o rosto e ter feito uma cara de poucos amigos pra ele. Ele não se tocou,ficou atrás dela, abraçando- a e foi puxar assunto comigo.
Aproveitei e disse que estava calor e fui dar um mergulho. Tirei o short, exibindo o biquíni e me joguei na água. Dei umas três voltas na piscina sem me tocar de que lado estava e só percebi quando levantei a cabeça e parei quase entre as pernas da Aretha.
-- Desculpa. Estava nadando distraída. - Disse meio sem jeito.
-- Não tem problema. Você nada bem.
-- Aprendi com meu pai. E você? Não nada?
-- Até nado. Só não estou muito afim.
-- Nem se eu te convidar? Entra aí que a água está boa. Um pouco fria, mas boa.
-- Tá bem, eu entro.
Ela começou a tirar a saia e a blusinha de alça fina. Estava com um biquíni preto com detalhes em cinza e aí ela sentou na beira da piscina e entrou aos poucos na água, fazendo uma careta porque tava um pouco fria.
Enfim, fui me aproximando aos poucos, mas ela começou a nadar do nada. Não entendi a reação dela e fiquei parada enquanto ela dava algumas braçadas na piscina e a observei dando duas voltas. Ela parou na minha frente e eu não consegui desviar os meus olhos dos dela.
-- Você me chama para nadar e fica aí parada?
-- Desculpe.
-- Por essa eu não esperava. Mas pode se redimir apostando duas voltas comigo.
-- Vai perder, melhor não.
-- Tá se achando, né, Diana?
-- Já disse pra me chamar de Didi. E não me acho, eu sou. Vamos apostar então?
-- Vamos.
Olhei para o Douglas, que estava sentado nas espreguiçadeiras, e para o Marvin, que estava em pé no bar da piscina. E eles nos olhavam com cara de curiosos e então saímos da piscina. Contei até três e ela caiu na piscina, olhei para os meninos de novo e avistei a Lizzy se aproximando da piscina e sorri para ela. Caí na água e comecei a dar as braçadas. Não sei onde e nem como eu a ultrapassei e cheguei primeiro sentando na beira da piscina e todos se juntaram a mim. Aretha chegou na ponta e nos viu sentados e fez uma cara de brava. Eu comecei a rir descontroladamente e falei.
-- Além de ter aprendido a nadar em rio, também fiz sete anos de natação no ginásio da cidade quando era novinha.
-- Poderia ter avisado antes. Evitaria a minha vergonha na frente do pessoal.
-- Mas eu avisei! Disse que ia perder e você afirmou que eu estava me achando.
-- Beleza! Da próxima vez, quero revanche.
-- Como e quando quiser.
O pessoal ficou tirando sarro da Aretha e eu saí da piscina para abraçar minha best friend. Fiquei no abraço com Lizzy tempo suficiente para Marvin me cutucar e dizer.
-- Tava escondendo o jogo de nós então... - Falou de forma sarcástica.
-- Que jogo, Marvin? - Realmente não havia entendido o lance.
-- Essa gata aí, sua mina?
Todos nos olharam instantaneamente e eu procurei o olhar da Aretha no automático. Ela me olhava de um jeito indecifrável.
-- Minha irmã da vida assim como o Douglas e, agora, você e a Aretha.
-- Sei...
Eu cheguei perto de Aretha e ela deu uma afastada. Fiquei sem entender e insisti em ficar perto dela. Não sei explicar, mas eu precisava estar ao lado dela. Principalmente depois do que houve na pizzaria, no pub e depois.
- - - - - //- - - - -
Depois de um tempo, vi quando Aretha foi em direção aos vestiários e um rapaz foi logo atrás dela com um sorriso meio diabólico. Eu não iria fazer nada até que ele olhou para uma roda de meninos e lançou mais uma vez aquele sorriso para eles. Tentei fazer sinal para Douglas, mas ele estava entretido em um papo com um ruivo perto da piscina. Busquei Marvin com o olhar e ele não estava ali. Falei com Lizzy.
-- Vou ao banheiro. Se você vir o Marvin, pede pra ele ir pra lá?
-- Por quê?
-- Só faz isso por mim, amiga. Por favor.
Entrei no corredor que dá acesso aos vestiários já rezando para que eu não estivesse pensando besteira, mas quando eu me aproximei do vestiário feminino, pude ouvir os gritos aflitos de Aretha e uma voz masculina dizendo.
"Se continuar gritando, eu acabo com você".
Saí correndo apavorada e esbarrei justamente em Marvin.
-- A sua amiga disse que você estava me procurando.
-- Tua irmã tá no vestiário e tem um cara lá que a ameaçou de morte! - Gritei enlouquecida.
Marvin saiu correndo e eu fui atrás. Quando chegamos, Aretha estava com a parte de cima do biquíni rasgada e o tal rapaz forçava tirar a parte de baixo dela e ele já estava com a sunga no joelho e aquela coisa ereta balançando. Aquilo me subiu um ódio e nojo total. Marvin pegou o rapaz por trás e começou a dar chutes e socos. Aretha permanecia imóvel e eu a conduzi para fora do vestiário. Quando saímos do corredor, lancei um olhar aos amigos daquele calhorda e eles foram correndo ao vestiário. Aretha gritou.
-- Meu irmão!
Olhamos para trás e vimos Marvin empurrando o rapaz e gritando.
-- Se chegar perto da minha irmã de novo não é comigo que você vai trombar.
Em seguida, sussurrou algo inaudível ao rapaz e veio em nossa direção. Mesmo ferido, o rapaz ainda teve a petulância de gritar.
-- Vai ter volta! Pode esperar que eu volto e termino o que comecei com a gostosa aí e ainda parto você ao meio.
Marvin nem ligou para a ameaça do rapaz e correu em direção à Aretha. Os dois se abraçaram e ele perguntou.
-- Você tá bem? Ele...
-- Não! Vocês chegaram na hora. Foi horrível.
Ele olhou para mim e me abraçou em seguida. Ivan também me deu um abraço rápido e eles saíram e eu fui atrás do Douglas e da Lizzy. Meu amigo estava trocando telefones com o mesmo ruivo e minha amiga no bar do clube alheia a tudo. Ele veio em minha direção e fomos até Lizzy. Todo afetado, já foi falando sobre os últimos acontecimentos.
-- Menina! O que foi aquela confusão toda?
-- Um rapaz invadiu o vestiário feminino e tentou violentar a Aretha.
-- Céus! Não é o caso de denunciar?
Nisso, Marvin apareceu e disse.
-- Sim, seria. Mas eu agredi o cara e eu também iria a julgamento. Acredito que ele não chegará tão cedo perto de nós.
-- Não se preocupa com aquela ameaça? - Perguntei.
-- Quando uma pessoa quer mesmo fazer o mal, ela vai e faz, não ameaça.
-- Nisso você tem razão. - Disse Lizandra.
Aretha surgiu ao lado de Ivan. Fui para o lado dela e perguntei.
-- Você está bem?
-- Estou. - Respondeu, simplesmente.
-- Vou levá- la à enfermaria do clube, depois a deixarei em casa. - Disse Ivan.
-- Se precisarem de alguma coisa, podem me procurar. - Fui solícita.
-- Comigo também. - Disse Doug e Lizzy juntos.
-- Obrigado, mas o melhor a ser feito agora é levá- la para casa. Meu pai está voltando de uma viagem longa e decidiremos o melhor a ser feito. - Falou Marvin, mais maleável pelo acontecido.
Nem tinha mais clima para ficarmos no clube então cada um seguiu seu caminho.
- - - - - //- - - - -
Depois do ocorrido no clube há dois dias, não vejo ou falo com Aretha. Ela deve estar curtindo a família e, quando puder, ela entra em contato comigo. E, com o ocorrido, acabei recusando uma proposta do Henrique. Ele pediu a minha ajuda por seis meses, quer refazer a vida dele no Rio de Janeiro. Meu pai quase teve um surto, queria muito que eu aceitasse e tal, mas eu não me concentraria lá com o meu pensamento voltado para cá.
Ah! Esqueci de falar, mas a nossa relação melhorou muito depois daquela briga. Ainda moro no apê que Aretha me emprestou, para desespero dele, que queria a minha volta para casa.
Douglas foi até Rio das Águas comprar a passagem dele para São Paulo e eu aproveitei para revisar currículo, ver e- mails... Mas a campainha tocou e minha surpresa foi enorme ao olhar pelo olho mágico e ver o Marvin.
-- Marvin, que surpresa. - O cumprimentei com um beijo no rosto.
-- Oi Diana, espero não estar atrapalhando. - Ele me disse um pouco sem graça.
-- Claro que não, entra.
Dei passagem para ele entrar e ele foi até o sofá, onde sentou. Sentei ao lado dele e ele falou.
-- Bom, Aretha me contou o que rolou entre vocês. Ela está bem abalada com o que aconteceu no clube.
-- Entendo. Quero ajudar de alguma forma.
-- Diana, você gosta da minha irmã?
-- Claro que gosto! Por que pergunta?
-- Aquela menina no clube é mesmo só amiga?
-- Lizzy?
-- Sim, ela.
-- Mas é claro! Ela é como uma irmã para mim.
-- Olha, eu nunca me meto na vida da minha irmã e nem ela na minha. Só que eu vejo ela lá em casa sofrendo e me parte o coração. Não é pelo acontecido que ela está mal. É por sua causa.
-- Minha?
-- Ela te adora. Tá sofrendo porque acha que você e a sua amiga tem algo ou se gostam... Sei lá. Deu pra ver a cumplicidade entre vocês.
-- Marvin, obrigada por vir aqui. Será que eu posso visitá- la hoje?
-- Ela vai amar.
-- Irei até sua casa ainda hoje. Quero esclarecer tudo.
-- Bom, eu vou indo.
-- Obrigada, Marvin.
-- Eu faço tudo pela minha irmã.
Eu o acompanhei até a porta, trocamos um abraço carinhoso e ele se foi.
- - - - - //- - - - -
Estava saindo de casa, depois de um belo banho e com mil recomendações de Doug, pra eu só sair do palacete de Aretha depois de fazer as pazes com ela, quando meu celular toca. Era uma mensagem de Bárbara:
"Papai está sozinho no escritório do Haras, estou preocupada. Tem como você dar uma passada aqui?"
Corri pro Haras para saber do meu pai, pois tenho em mente que família em primeiro lugar.
- - - - - //- - - - -
Cheguei ao Haras, estacionei e vi as luzes de casa acesas. Entrei lá e vi Bárbara na sala com um ar preocupado.
-- Papai ainda está no escritório?
-- Sim. Fui chamá- lo, mas ele foi bem ríspido comigo.
-- Tem a ver com esse tal homem que quer comprar o Haras?
-- Quase certeza.
-- Fale mais sobre isso.
-- O que eu sei é que tem um homem poderoso e que quer comprar o Haras. Papai já disse milhões de vezes que não está à venda, mas o homem insiste. Pior, acho que ele pode agir de meios escusos para conseguir. O que está deixando papai nesse estado de nervos.
-- Meu Deus! Tudo isso por quê?
-- Não sei. E o papai não compartilha isso com ninguém. Sei que chega uns engravatados aí toda semana, papai entra no escritório. Depois chegam os advogados dele e saem todos irritados. "Papi" fica horas trancado lá e depois volta pra casa.
-- Vou lá. Ele vai ter que me falar sobre isso.
E eu fui até o escritório de papai. E me surpreendi com uma conversa dele ao telefone.
-- Não tem nem meia hora que seus advogados saíram daqui.
-- ...
-- Minha resposta sempre será a mesma!
-- ...
-- Você não vai conseguir arrancar o haras de mim, Bóris Monte Belo. Nunca!
Vi meu pai bater o telefone com fúria no gancho e eu aproveitei pra entrar e perguntar.
-- Pai, quem é Bóris Monte Belo?
Fim do capítulo
E aí?
Quem é Boris Monte Belo??
E essas crises de ciúme da Aretha?
E o ataque que ela sofreu?
Capítulo cheio de emoções...
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Marta Andrade dos Santos
Em: 04/11/2021
Tá complicado as coisas pra Diana.
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