Capitulo 57
Capítulo 57º
Rebeca
Muitas vezes nada na nossa vida acontece de acordo com o que planejamos. Mesmo que a pessoa seja meticulosa com tudo o que almeja, e tenha o tempo certo para que cada coisa aconteça. Nada segue um plano, no fim acredito que seja exatamente isso que torne a vida tão boa de se viver. Os imprevistos acontecem, os dias ruins existem, mas a única certeza que temos é que tudo passa. Como diz Anna: “Nem que passe por cima, mas passa”.
A prova do que falo é a minha gravidez. Nunca pensei ou até planejei ter filhos. Hoje entendo que todas as vezes que Diego fala no assunto e eu desconversa era apenas por no fundo saber que talvez nosso relacionamento não iria para frente. Hoje chego a me questionar se algum dia ele me fez sentir metade das coisas que sinto quando estou com Alice. Logo concluo que não. Tudo com ela é diferente. As conversas, e até as discussões sobre qual filme vamos assistir. Esses dias discutimos sobre espaço no closet.
Isso mesmo. Se você está pensando que estamos morando juntas, a resposta é um gigantesco sim. Há um mês decidimos isso, e apesar de imaginar que as minhas amadas chefes e sogras iriam discordar da nossa decisão o resultado foi exatamente o contrário. Ainda lembro a brincadeira que Isabella fez comigo, fingindo que estava brava. Só para em seguida se desmanchar em lágrimas de felicidade por mim e Alice.
- Amor, nós precisamos contratar alguém para cá. – falou observando toda a roupa suja.
- Nunca pensei que você pudesse sujar tanta roupa. – dei de ombros.
- Mas não é apenas a roupa, a casa em si. Podemos contratar alguém. Por mais que eu tenha aprendido a cozinhar, não acho uma boa fazer isso sempre. – sorriu para mim. Eu escovava meus dentes antes de sair para o trabalho.
- Nem adianta vir com essa ideia de que preciso aprender também. Adoro sua comida, mas passo longe de fogão. Por mim podemos comer sempre fora.
- Vou pedir ajuda de Maria. Aposto que ela deve conhecer alguém de confiança. Sem falar que quando nos mudarmos o trabalho vai aumentar.
- Não vamos mudar. – já havia cansado de discutir a mesma coisa.
- Amor, você sabe que as minhas mães são bem persistentes, não é? – enlaçou minha cintura.
- Sei sim. Mas por enquanto minha resposta sobre a casa continua sendo não. – beijei seus lábios. – Agora vamos que não quero me atrasar.
Saímos de mãos dadas e na garagem nos despedimos seguindo caminhos separados. Apesar de saber que iria vê-la em algumas horas não tinha como controlar minha saudade. Parei meu carro próximo ao de Tália. Sim, além de ter mudado para morar com Anna comprou também um carro. E eu não poderia estar mais feliz por ela. Consegui se desprender do que viveu em Ouro Preto, e reconstruiu a vida.
- Bom dia. – falou bocejando.
- Bom dia, não dormiu? – sorri estendendo meu braço para que ela segurasse.
- Não. Anna ficou trabalhando até tarde e eu acabei esperando por ela. Ficamos conversando e perdemos a hora.
- Conversando? Sei!
- Sim, conversando. Apenas isso. Acha que minha vida é só sex*? – nem ela acreditou na própria mentira. Começou a rir. – Tudo bem, conversamos durante o sex*. Que durou quase toda madrugada.
- Vocês são fogo. – dei de ombros. Entramos no elevador. E como não estávamos sozinhas ficamos em silêncio.
As portas se abriram e iniciamos nossos trabalhos do dia. Na parte da tarde, com de costume Alice se juntou a nós. O restante do dia foi apenas de muito trabalho. Lá para as cinco da tarde meu celular tocou. Suspirei vendo que era Pedro. Recusei a chamada já prevendo o assunto da conversa.
- Não vai atender? – Alice indagou de sua mesa.
- Não. O Pedro tem passado dos limites. – suspirei.
- Ele não se conforma que vocês terem um filho juntos não significa que devam casar. – falou cansada.
- Pedro é um bom homem, mas está louco de ciúmes. Inconformado de ter perdido a gata da minha amiga. Ainda mais para uma mulher. – Tália comentou rindo.
- Homens e seus pequenos egos. – Alice completou.
- É para combinar com os pequenos p*nis. – as duas começaram a rir.
- Vocês são impossíveis. – meneei a cabeça.
- Vai dizer que ele não tem o pinto pequeno? – minha amiga queria me colocar em maus lençóis.
- É satisfatório. Mas prefiro outros métodos de prazer. – completei encarando Alice que apenas mantinha um meio sorriso.
- Só quer fazer a média com a namorada.
- Você é minha amiga? – atirei uma borracha na direção dela.
Como já estava no final do expediente começamos a guardar nossas coisas para sair. Combinei de jantar com Amélia. E Alice iria para a casa das mães. Os meninos estavam reclamando da saudade da irmã. Até imagino como deve ter sido para eles essa separação repentina. Já que viviam grudados sempre.
- Nos vemos mais tarde? – falei quando chegamos ao estacionamento.
- Sim. Manda um beijo para a minha cunhada preferida. – tocou levemente meus lábios.
- Ela é sua única cunhada. – respondi rindo.
- Exatamente. – piscou e entrou no carro.
Antes de ir para a casa de Amélia resolvi tomar banho e trocar de roupa. Por volta das seis estava de saída quando Isabella me liga.
- Alô.
- Oi, Rebeca. Pode me dizer aonde está a irresponsável da minha filha que até agora não apareceu para o jantar?
- Como assim? Ela saiu da empresa dizendo que ia direto até aí.
- Se perdeu no caminho. Só pode ter sido. Mas não se preocupe, ela deve estar com a Anna.
- Vou ver com ela e te aviso.
- Obrigada. Vou ficar no aguardo.
- Pode deixar. – encerrei a ligação e mandei mensagem para Alice, mas a internet dela estava desligada. Em seguida falei com Anna, mas como já estava atrasada para o jantar segui caminho até a casa da minha irmã.
- Boa noite. – Amélia me recebeu na porta.
- Oi, desculpa a demora.
- Chegou na hora certa. – me deu espaço para que eu entrasse. – Você está bem?
- Sim. Quer dizer, Alice saiu da empresa dizendo que ia para casa das mães, mas Isabella me ligou agora a pouco dizendo que ela ainda não havia aparecido.
- Ih! Relaxa, se fosse algo ruim todos já estavam sabendo. – afirmou. – Quer beber alguma coisa?
- Sim. Limonada.
- Imaginei. – riu. – Podemos sentar um pouco?
- Claro.
- Então, conversei com a Virgínia. – disse cruzando as pernas e se servindo de vinho.
- Sobre a proposta da Isabella?
- Exatamente.
- E aí?
- Ela ficou balançada, mas acho que ainda tem esperança de ficar com a Alice. – concluiu.
- Você acha que as duas estão...- me doeu só de imaginar que elas poderiam estar juntas.
- Não. Não pense nisso. Alice é louca por você. Estão morando juntas, isso é um passo enorme na relação de vocês. Ela não brincaria com seus sentimentos dessa forma. Até por que seria uma menina morta. Eu mesma cuidaria disso. – completou com ar de riso.
- É, você tem razão. O que eu preciso mesmo é que ela aceite a proposta. E siga com a vida dela.
- Eu sei. Torço para a felicidade dela. Aquele dia na boate, quando tentou se aproximar da Alice no banheiro percebi que se continuar do jeito que vai, isso tudo vai se tornar uma tragédia. – contou como se não fosse algo sério.
Esse fato aconteceu alguns dias depois do aniversário de Alice. Saímos para uma boate e acabamos esbarrando em Virgínia, que estava acompanhada de Cadu, Rick e Miguel. Por falar nele, Alice tem evitado contato com ele. Segundo ela, o rapaz claramente tem se aproximando mais de Virgínia e isso tem incomodado Alice. Aquela noite quase discutimos. Fiquei com raiva por ela ter me dito o que aconteceu apenas quando já estávamos em casa. Entendo que só quis evitar uma possível discussão, mesmo assim não pode deixar de pensar no momento da raiva que ela poderia estar protegendo Virgínia.
- Detestei Alice não ter me contado. – confessei.
- Ela quis te poupar. Normal. Eu no lugar dela teria feito mesmo.
- Eu sei. Mas não consigo deixar de sentir essa sensação de que estou consumindo a vida de Alice. Com essa gravidez. E que a qualquer momento ela vai perceber que talvez deva ficar com Virgínia. – suspirei derrotada.
- Por que pediu que morasse com você?
- Isso é lógico, porque eu a amo.
- E ela aceitou pelo mesmo motivo. Então não precisa ficar se consumindo com essa culpa. Alice é nova, mas é mais madura do que muita gente com a mesma idade. Tem a cabeça feita, é responsável. E te ama. Fora que já deixou claro quais as intenções com você. O que mais você quer?
- Acho que nunca fui acostumada a me sentir tão feliz, tão amada. Posso estar tentando me sabotar. – confessei e Amélia riu.
- Nisso somos parecidas. Sinto que estou me contendo o tempo inteiro com a Letícia. Para evitar que eu possa sofrer. Mas no fim sofro por saudade dela. Quando resolvo me fazer de difícil.
- Mas ela também sente a mesma coisa que você. A gente precisa aprender a ser feliz.
- Concordo. Tipo a Tia Nina.
- Exatamente.
- Então vamos fazer um pacto para não nos sabotarmos mais. Vamos deixar as coisas fluírem. – levantou a taça de vinho.
- Certo. – concordei e brindamos. – Isso significa que vou ter que me mudar para uma casa?
- Por que mudaria? Sua cobertura é linda.
- Alice detesta viver presa. E Isabella e Larissa tem falado bastante sobre irmos morar mais perto delas.
- Suas sogras querem o casamento ou é impressão minha?
- Acho que sim. – confessei rindo. – Nem a gravidez foi empecilho para elas. Achei que quando contasse sobre morarmos juntas Isa não iria aceitar, mas vejo que me enganei.
- Você não percebe o quanto isso é bom? Elas te adoram, querem você com a filha delas. Só não pode pisar na bola, por que fica sem emprego e sem namorada.
- Você deveria ser psicóloga, sabe como acalmar a gente. – ela gargalhou. – Não acredito que o nosso relacionamento interfira no meu trabalho na empresa. Lá eu sou apenas mais uma funcionária.
- Espera, você não é qualquer funcionária. Você é porr* da CEO. Daquela empresa foda. Não se diminui. Seu trabalho tem sido muito visto.
- Eu sei. Já recebi propostas de outras empresas. – isso era verdade. Uma delas era até fora do país, mas nem me passou pela cabeça aceitar.
- Mas eu sei que você não vai largar aquelas duas.
- Não mesmo. – confirmei.
Continuamos conversando por quase uma hora. Só percebia o quanto nos vemos pouco quando conseguimos um tempinho para conversar. Surge assunto de todos os lados e as horas voam. Jantamos em um clima animado, combinamos de marcar algo para o final de semana seguinte. Juntar a galera e jogar conversa fora.
- E o Pedro? – questionou ao final do jantar.
- Está inconformado. Se acha no direito de opinar sobre quem eu devo colocar dentro da minha própria casa.
- Se ele está assim agora, imagina quando essa criança nascer. Vai tentar te atingir usando-a.
- Impossível que ele possa jogar tão baixo.
- Se eu fosse você não duvidaria. Ele está furioso com seu namoro. Sonhou em te ter por tantos anos. E quando teve a chance você resolveu ficar com mulher.
- Você sabe que Alice não é minha primeira. – confessei. – De cama sim, mas já tinha beijado garotas.
- Quem diria, Dona Rebeca. – ela sorriu. – Nunca pensei isso de você. Só entendi depois que ficou com Letícia.
- Mas eu não sei se sou lésbica ou bi. Também não me importa. Essa coisa de rótulos não funciona comigo, não sou nem pacote de miojo para ter rótulo.
- Mas bem que adora ser preparada em três minutos. – completou com segunda intenções.
- Idiota. – atirei a almofada em sua direção.
- O que importa é que você está bem, feliz e amada.
- Amada nem tanto, minha namorada sumiu. – comentei lembrando que ainda não sabia do paradeiro dela.
- Falou com Anna?
- Sim. Inclusive vou ver se ela me respondeu. – peguei o celular. – Bom, Anna disse que não conseguiu falar com ela.
- Devia ligar para Isabella. – aconselhou.
- Vou fazer isso. – disquei o número da mulher. – Isa, oi. Só queria saber se Alice apareceu.
- Nada ainda. Estamos tentando localizar o carro. Ela saiu sem segurança hoje.
- Mas você acha que pode ter acontecido algo?
- Estamos torcendo para que não. – falou com um tom preocupado. – Se quiser vem para cá.
- Acho que vou sim. Estou na Amélia, mas daqui a pouco chegou aí. – encerrei a ligação.
- Nada? – me indagou.
- Nada. E se algo aconteceu com ela?
- Já saberíamos se fosse acidente. A não ser que...- ela parou.
- Que?
- Seja sequestro.
- Deus me livre! Ela deve ter ficado sem bateria. Bom eu vou indo para a casa da Isa.
- Vai. Qualquer coisa me avisa. – beijou meu rosto e me deu um longo abraço. – Cuida bem da mamãe. – acariciou minha barriga.
Durante o percurso até a casa de Isabella e Larissa, eu me indagava o que havia acontecido para que Alice sumisse assim. Tentando pensar de forma racional, afinal minha emoção já traçava os piores dos cenários. Até que decidi passar próximo ao apartamento de Virgínia. Nem sei por que me veio a ideia, mas algo me dizia que elas poderiam estar juntas. Esperei alguns minutos dentro do carro, parada e uma vaga que ficava em frente ao portão da garagem.
Longos minutos se passaram e nada delas. Dei partida indo para casa. Antes avisei Isabella que preferi ir para casa, só para conferir se ela não havia ido para lá. Abri a porta chamando por ela, mas minha voz foi a única a percorrer os cômodos. Deixei minha chave na mesinha que fica próximo à porta. Mandei mensagem para Amélia dizendo que já estava em casa. E outra para Isabella dizendo que ela não estava em casa.
- Aonde você se meteu? – indaguei para mim mesma.
Fui para a espreguiçadeira na varanda. A lua estava linda, se exibindo no céu sem nenhum pudor. No relógio já marcava mais de nove horas, quando escutei a porta ser aberta. Saltei da cadeira, aflita. Querendo abraçar Alice, essas horas de tortura sem saber notícias dela me fizeram ver o quanto me importo com ela.
- Amor, aonde estava? – parei analisando suas roupas sujas de terra.
- Longa história. Posso tomar banho antes?
- Claro. – afirmei.
- Eu já volto. – beijou minha testa e foi para o quarto.
Ela havia largado o celular junto com a chave do carro. O aparelho vibrou em cima da mesinha. Curiosa fui até ele. Mas ao ver a notificação na tela, meu mundo estremeceu.
“Obrigada por ter se preocupado comigo hoje, e ter lembrado de me procurar no meu cantinho especial que compartilhei com você. Se um dia decidir se apaixonar por alguém de novo, por favor, se apaixone por mim. Eu continuo te amando, e te amarei sempre.” V
Terminei de ler com lágrimas nos olhos. Sem querer acreditar que enquanto eu estava preocupada com seu sumiço, ela estivesse com Virgínia.
- Agora sim. Posso te beijar de verdade. – comentou na outra ponta da sala, ela secava os cabelos. Vestia apenas um top branco e um short cinza. – Que foi amor, que cara é essa?
- Eu só preciso saber de uma coisa, e não minta para mim. – falei entre dentes. Me sentindo enganada de novo, mais uma vez. Depois de confiar e me entregar por completo a ela.
- Jamais mentiria para você. – deu um passo na minha direção.
- Não! Fique aonde está. – ordenei.
- Amor, está me assustando. O que houve?
- O que houve? Me diz você. Sumiu por horas. Quero saber o que aconteceu.
- Quando sai da empresa o Cadu me ligou. Estava nervoso por que não conseguia encontrar Virgínia.
- Você sumiu por horas para procurar sua ex, Alice?
- Amor, só quis ajudar o Cadu.
- Custava ter me avisado? Ou a Anna. Custava ter avidado a alguém? Todas estávamos preocupadas com você. Enquanto isso você estava sabe lá deus aonde, fazendo sabe-se lá o que com a porr* da sua ex.
- Não é nada disso. – se aproximou novamente.
- Não me toca. – cruzei os braços. – Inclusive deveria responder à mensagem dela. – falei saindo da sala e indo para o quarto.
- Rebeca, espera. Não é nada disso que você está pensando. – tomou minha frente, me impedindo de passar.
- Então você vai me dizer que não estava com ela?
- Estava. Mas não da forma que você pensa. Jamais faria isso com você. – fez carinho no meu rosto.
- Você ao menos se importou em me deixar preocupada com esse sumiço?
- Eu só...- tentou falar.
- Foi o que eu pensei. Eu vou deitar.
- Vamos conversar, por favor. – implorou.
- Não é o melhor momento. – dei as costas e fui para o quarto.
Me tranquei dentro do banheiro. Minhas mãos tremiam de raiva. Nunca pensei que ela pudesse agir de tal forma. Sumir sem avisar a ninguém. Ainda mais com Virgínia. Essa garota extrapola a minha paciência. Fechei os olhos a meu pensamento fantasiou as duas se beijando. Apertei a borda da pia, começando a chorar novamente. Apesar de não acreditar que algo tenha acontecido entre as duas, não posso controlar meu ciúme.
- Amor, abre a porta. Me deixa te explicar. – bateu à porta do banheiro.
- Alice, agora não. – respondi chorosa. – Só me deixa sozinha.
- Não. Me recuso a te deixar ficar pensando coisas que não aconteceram. Por favor, me deixa te explicar. Rebeca, eu te amo. Jamais te trairia. Ainda mais com a Virgínia. – suspirou derrotada.
Abri a porta e ela se assustou dando um passo para trás. Me fitou apreensiva. Mas eu não queria conversar, queria apenas deitar na minha cama e dormir. Apaguei a luz, e em seguida deitei. Não demorou e Alice veio se juntar a mim. Alguns minutos se passaram e ela colou o corpo no meu. Diminuindo o espaço que nos separava.
- Me desculpa. – sussurrou. – O Cadu me contou que Virgínia já havia tentado se matar uma vez, e como não estava conseguindo falar com ela. Me ligou desesperado. Procuramos por ela em quase toda a cidade. Até que eu lembrei que ela vai para um morro fora da cidade. Fui até lá sozinha e ele ficou no apartamento dela, para caso ela voltasse. – respirou fundo. – Virgínia recebeu uma proposta de ir para África fazer o que ela sempre sonhou. Sua irmã deve ter contado, é ela que quer financiar. – nesse momento me senti mal pela mentira. – Isso mexeu com a Virgínia. Ela foi lá para pensar sobre o assunto. Conversamos por horas, ela disse que se eu quisesse ficar com ela, desistiria de tudo. Mas eu falei que ela não deveria se prender a mim, que estamos juntas. Que estamos morando juntas. E que não pretendo deixar nada atrapalhar minha vida com você. – beijou meu ombro e eu sentia lágrimas molharem minha face. – Me desculpa ter sumido. Só me preocupei que Virgínia pudesse fazer algo. Ela é sozinha. Não tem ninguém além do meu primo. Sei que agi errado por não ter avisado a você principalmente.
- Não faz mais isso. – pedi com a voz chorosa. – Imaginei que algo havia acontecido com você. – ela me apertou ainda mais em seus braços.
- Eu prometo que não vai se repetir. Eu te amo, Rebeca. – beijou minha nuca. – Eu te amo tanto e me doí ver que de alguma forma eu te magoei. Não quero que sofra por algo que eu possa fazer. Só quero te dar o meu melhor sempre.
- Acredito em você. – acariciei sua mão. Era verdade. Alice não tinha motivos para mentir. Afinal eu poderia muito bem descobrir a verdade com Carlos Eduardo. E até o presente momento nunca me deu motivos para desconfiar dela. – Mas e a Virgínia, se decidiu? – questionei curiosa.
- Sim. Ela vai aceitar.
- Bom para ela. – falei me sentindo mal por esconder que na verdade todo esse plano era de Isabella. – Eu te amo. – me virei ficando de frente para ela.
- Eu também te amo. E eu sinto muito por ter sumido. – tocou meu rosto e nos beijamos selando a paz.
Na manhã seguinte acordei com dor de cabeça. Acho que a noite mal dormida e o choro colaboraram para isso. Sai da cama e não encontrei Alice. Fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha. O cheiro de café invadiu minhas narinas. Sorri ao vê-la dançando de calcinha e camiseta enquanto fazia ovos mexidos.
- Oi amor, que bom que acordou. – falou caminhando até mim. Diminuiu o volume do celular que tocava a música. - Aqui está o seu café. Agora vou tomar banho, pode ir comendo enquanto eu volto. – beijou meus lábios e saiu quase correndo.
Enquanto esperava que ela voltasse comecei a comer e aproveitei para responder alguns e-mails.
- Você acordou que horas? – indaguei quando ela se sentou ao meu lado.
- Acho que era seis horas.
- Caiu da cama? – brinquei.
- Não. Só queria preparar nosso café. – segurou minha mão. – Afinal aprendi a cozinhar para isso.
- Eu sei. Podemos ir almoçar no Santé hoje, o que me diz?
- Claro. Quando eu sair da faculdade vou direto para a empresa te buscar e podemos ir.
- Combinado. Agora eu preciso ir ou vou me atrasar. – beijei levemente seus lábios. – Até mais tarde.
- Até.
Me despedi dela e fui para a garagem. Dirigi até a empresa, no caminho ignorei algumas ligações de Pedro. Isso já estava me irritando em um grau que eu nem sabia que poderia me irritar dessa forma. Parei o carro na minha vaga e notei Isabella fazer o mesmo ao meu lado.
- Bom dia. – sorri para ela.
- Bom dia. – respondeu me abraçando. – Espero que tenha arrancado as orelhas da irresponsável da minha filha. – disse enquanto caminhávamos para dentro.
- Não. Só de saber que ela estava bem já me deu alivio.
- Você é muito boazinha. No seu lugar Larissa iria dormir no sofá alguns dias.
- Do que adiantaria colocar ela para dormir no sofá se eu iria no meio da noite me juntar a ela? – a mulher gargalhou.
- Mas afinal aonde ela estava?
- Com Virgínia.
- E você diz isso com toda essa tranquilidade?
- Amélia falou sobre a proposta para Virgínia. Ela sumiu e o Carlos se preocupou com ela. Então acabou ligando para a Alice. Os dois procuraram por ela. Por isso Alice sumiu.
- Ela aceitou?
- Alice disse que deixou claro que ela não deveria deixar de ir por conta dela. Que as duas não tinham mais uma chance. Então acredito que sim. Virgínia vai aceitar.
- Ótimo. Precisamos comemorar.
- Isabella, não gosto dessa ideia de mentir para Alice. Deveríamos contar que a ideia foi sua.
- Não. Não tem necessidade disso. A garota já vai embora. Nos deixando em paz.
- Bom, se você acha. – dei de ombros mesmo discordando do que ela disse.
- Vamos marcar um jantar. O que me diz?
- Claro. – concordei.
Depois dessa conversa nos despedimos pois o elevador chegou no andar da sala dela. Adentrei minha sala sendo seguida por Tália que começou a passar minha agenda do dia.
- Você está bem? – indagou me fitando.
- Senta aí, mas antes fecha a porta. – precisava contar o que estava fazendo ou iria enlouquecer.
- O que aconteceu?
- Alice esteve com Virgínia ontem. – falei me sentando.
- Esteve como?
Comecei a explicar o que ela havia me contado. Tália escutava atenta, ao final comentou:
- Para mim o que pareceu foi apenas ela tentar ajudar o Cadu. Não vi maldade na intenção dela.
- O problema não é esse. É que essa proposta que Amélia fez foi Isabella quem deu a ideia. O financiamento vai ser feito por Isabella.
- Uau! Então você está sabendo de todo esse plano. Mas Alice não faz ideia de que seja a mãe dela que esteja por trás de tudo isso.
- Exatamente. Agora eu não sei o que fazer. Acha que devo contar a Alice?
- Sim. Lógico. Se ela descobrir de outra forma vai ser pior, e quando souber que você sabia de tudo isso, pode até entender errado e isso causar uma discussão entre vocês.
- Eu sei. É sobre isso que tenho pensado. Sei que Isabella só quer fazer o melhor, e de uma forma ou outra está também ajudando Virgínia.
- Exatamente. Então conta a Alice. – insistiu.
- Vou fazer isso. – suspirei.
Apesar de já saber o que eu deveria saber, conversar com Tália e escutar sua opinião me ajudou a decidir sobre o que vou fazer. E assim que tiver uma oportunidade contarei a Alice o que aconteceu. Torço apenas para que ela entenda qual foi nossa intenção ao fazer isso.
Fim do capítulo
Eiiii, babys. Voltei. Com uma proposta. Tenho um capítulo extra sobre Amélia e Letícia, como as coisas aconteceram durante a viagem para a fazenda. Então estou postando esse e querendo saber se vocês querem ler esse extra hoje ainda. kkkk
Me digam aí o que acham, certo?
Outra coisa, minha amiga, maravilhosa, Preguicela tem uma história vocês sabiam? O link é este https://projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=648. Eu li e adorei, massss quero muito uma continuação e apenas a minha pessoa pedindo não vai adiantar. Ela arrebentou na história e quem leu sabe. Inclusive vi comentarios da Baiana, que também me acompanha aqui. Entao vamos fazer um mutirão pedindo para ela escrever a continuação. Já me prontifiquei a ajudar. kkkk. Desculpa, amiga. Cada um joga com as armas que tem e eu quero ver Nanda e Mari juntinhas. kkk
Me respondam sobre o extra. Assim posto ainda hoje, caso contrário apenas amanhã.
Beijos e boa leitura.
Comentar este capítulo:
lay colombo
Em: 27/10/2021
Vish, vamo ver como a Alice vai reagir a isso, pq se tem uma coisa q ela já deixou claro é q ela odeia q tentem controlar a vida dela.
Resposta do autor:
Isso mesmo.
Beijos
SPINDOLA
Em: 23/10/2021
Boa tarde, caríssima.
Eita que este aumentou o nível de tensão, kkk, já estava pensando que a loirinha tinha sido sequestrada, kkk, não foi, mas tinha que tem a Virgínia no meio, kkk, aí aí cheguei a pensar que a maionese ia azedar e ia pintar uma separação, mas espero que elas tenham puxado as mães da Alice, ou seja, briga, faz cara feia,, dormi separadas ou só ameaça, kkk, mas não separa por que o amor é imensurável.
Entendeu né minha Cruella favorita, kkk, nem pensar em separar momentâneamente as duas viu, senão vou aderir a ameça de sem comentários, kkk, seja boazinha e não maltrate meu coração apaixonado, kkk, até aceito as tensões, mas sem separação, o bom é juntas e misturadas nas alegrias e nas brigas, kkkk.
Espero que a Beca conte logo pra loirinha sobre o lance da Virgínia, esconder não é legal.
Bjs
Resposta do autor:
Boa tarde.
Alice é muito gente boa. Se preocupa mesmo quando não deveria. A Cruella aqui tá sem nada de cruel. kkk
Até agora só love. E muito. kk
Beijosss.
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Baiana
Em: 23/10/2021
Oxente! E ainda pergunta se a gente quer o extra? Mas rapaz!!
Vou adorar o ponto de vista da Amélia com a Letícia. Poderia ter um da Iara também né? Como ela se descobriu tendo interesse na Anna,o que a levou a continuar em uma casamento falido com um marido abusivo,e desprezando o que tinha com a Anna.
Espero que a Alice não saiba desse plano antes da Rebeca contar,ou vai ser um Deus nos acuda,não que ela vá atrás da Virgínia ou contar o plano para ela,mas o relacionamento dela com a Rebeca vai ser estremecido.
Resposta do autor:
Juro que vou postar os extras. Já tenho 2 prontinhos. Um sendo POV da Amélia e outro da Letícia. Vou pensar nesse da Iara.
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Reny
Em: 23/10/2021
Posta maktube o extra, aposto que será show....kkkkkk vou me juntar também só mutirão de Recomeçar...kkkkkk. Acho que esse plano de Isabella vai acabar sobrando para Rebeca......não separe o casal magia....por favor...beijos
Resposta do autor:
Obrigada por comentar, Reny.
E ainda mais por ajudar para a continuação de Recomeçar.
vamos torcer para que tudo acabe bem.
beijosss
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Mille
Em: 23/10/2021
Olha lá, senhora autora nada de fazer as duas se separarem.
Alice vai entender o que a mãe fez, mesmo que fique chateada ela não quer que Virgínia faça a mesma besteira que a Alana fez. E se a Rebeca conversar será melhor e não por terceiro tipo o Pedro panaca.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Adoro as ameaças sútis de vcs. Beijosss
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Acarolinnerj
Em: 22/10/2021
Posta o extra !!!!
Nunca te pedi nada :)
Resposta do autor:
Vou postar sim. Já tem 2 prontos.
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paulaOliveira
Em: 22/10/2021
Pedro vai dar trabalho....
Mulher, poste o extra, cuida.
Resposta do autor:
kkkk. Desespero. VOu postar.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 22/10/2021
Virgínia dia pega a pista vai.
Resposta do autor:
Todo mundo querendo a Virgínia longe. rs
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Dolly Loca
Em: 22/10/2021
Mas não precisa nem perguntar se a vontade é de um extra hoje né????
Sinto que essa plano da Isa ainda vai causar dor de cabeça Rebeca. Espero que ela consiga falar com a Alice antes que ela descubra de um jeito ruim.
vou adorar ler o capítulo sobre a Amélia e a Letícia.
Estou me juntando no mutirão pela continuação de Recomeçar!!
Bjos
Resposta do autor:
O extra não rolou. Mas vai sair. kkk
Adorei o apoio para a continuação de Recomeçar. kk
beijos
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preguicella
Em: 22/10/2021
Eu vou te bloquear criatura! E vou fazer greve de comentários!
Resposta do autor:
Vai nadaaaa
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