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Palavras: 1246
Acessos: 3338   |  Postado em: 21/10/2021

Lar partido, coração partido.

— Vi que você tem um novo amigo, Hǎi yún.

A psicóloga falava animada, mas continuei de braços cruzados, esperando o tempo passar. Não tinha dito nada desde quando ela havia tocado no nome da Amanda, o que não aconteceu mais desde então. Ela, respirando fundo como se lutasse uma batalha árdua travada contra mim, mexeu em seu pequeno caderno de anotações, fechando-o.

— O Caetano é um dos nossos pacientes mais queridos, mas nunca tinha visto ele se dar bem com alguém assim – ela continuava a falar, mas seu rosto foi tomado por certo desânimo – é bom ver que vocês estão se recuperando aos poucos.

Ela tentou manter o sorriso mesmo com o teor do assunto, e me prestei a encarar a paisagem que fazia lá fora. Esforçou-se para continuar a falar comigo.

— Sua mãe falou que você não tem falado com ela desde então.... imagino que ainda se sinta traída, mas...

Encarei-a furiosa, esperando que ela parasse de falar sobre o assunto, porém sem sucesso. Aquelas sessões estavam cada vez mais insuportáveis de aturar.

— Acredito que temos que começar a tratar da sua condição depressiva, Hǎi yún. O psiquiatra já conversou sobre isso com você, certo? É importante essa relação de...

Não dei mais importância pro que ela falava, porém quando ela citou o nome de alguém, minha atenção foi toda voltada para ela.

— E se a Amanda viesse aqui? Você se sentiria...

Levantei de sobressalto, e apontei em direção a ela, que recuou.

— Não fale mais da Amanda.

E sai, batendo a porta novamente. Bufava a plenos pulmões e quando cheguei no hall de entrada, olhei para o redor. As janelas de vidro estava ali, resplandecentes e as pessoas pareciam estar em paz. Claro, estavam todas medicadas e eu não tomava nada desde que chegara. Eles queriam me deixar dopada para vagar por aqui, sem poder sentir nada, apenas apatia ao redor como se estivesse bem. Tinha aprendido nos filmes a esconder os medicamentos debaixo da língua e fingir que estava tudo bem depois.

Mas se eu era tão louca a ponto de estar aqui, iria fazer jus à fama. Cansada de tudo e todos, já sabia o que fazer como minha resposta imediata para o que achava de tudo aquilo. Fui até a frente de uma das janelas e a esmurrei com toda a força que tinha, estilhaçando-a em pedacinhos, chamando a atenção de todos, que não demorou muito para os seguranças e enfermeiras chegarem, mas já era tarde.

Estava com um estilhaço na mão, contra o meu pulso já todo marcado, e ria. Ria a pleno pulmões, em resposta direta ao descontentamento de estar ali, mesmo depois de tantas semanas.

As pessoas me olhavam em choque, sussurrando entre si. Não era incomum que isso acontecesse, mas a da vez era eu. Pude ver Caetano correr pelo salão e não demorou para que, antes que eu deixasse de terminar o corte no meu braço, meu corpo relaxar e meus olhos, aos poucos, pesarem a ponto de apagar.

*

Quando acordei, ainda sentia minha cabeça girar, provavelmente por conta de que tinham me dopado. Abri meus olhos com dificuldade, como um déjà vu que insistia em se repetir no decorrer dos dias. Respirei fundo e pisquei algumas vezes, percebendo que estava sem óculos. Alguém segurava minha mão e, quando notou que eu tinha acordado, colocou os óculos em meu rosto.

Vi que era Caetano, que estava sentado ao meu lado, murmurando consigo alguma música, segurando minha mão novamente. Era meu braço atacado, que estava atado com faixas brancas como de costume. Pela luz acesa, deduzi que era de noite e tentei me levantar, mas tudo ainda girava.

— Melhor ficar um pouco deitada – Caetano segurou meu ombro com delicadeza – esse remédio te derruba mesmo.

— Mas que merd*...

Sequer lembrava o que tinha acontecido. Tudo eram flashs na minha mente e ele percebendo minha confusão, tratou de explicar o que aconteceu.

— Você surtou, tentou se cortar e te sedaram. Então as enfermeiras foram te lavar, suturar seus cortes e eu vim ajudar.

— Por que você insiste em continuar aqui? – perguntava olhando para a frente, sem forças para me mexer para outro lugar.

Ele segurou minha mão com firmeza, e pude sentir que ele mesmo estava triste.

— Porque não quero que você passe pelo que passei.

A sinceridade de sua voz embargada machucou mais a mim do que qualquer corte que tenha feito em mim, e quando virei para olha-lo, o mesmo jeito esperançoso que ele olhava para mim, ali sentado, segurando minha mão com tanto afeto, lembrou alguém que era a última pessoa que queria que viesse à minha mente naquela hora.

— Eu odeio esse lugar, Caetano – voltava a rir completa de ironia – mas não mais do que eu me odeio e, caralh*, eu não consigo terminar com isso...

Ele segurou minha mão e se aproximou de mim, tanto que pude notar bem seus olhos fixos nos meus.

— Vai ficar tudo bem, Hǎi yún. Acredite em mim.

Senti meus olhos ficarem marejados. Lembrei da minha mãe dizendo que tudo ficaria bem, com as mãos trêmulas segurando as minhas. Lembrei de Jude, que ria e depois chorava falando que eu tinha que desistir das merd*s das minhas ideias erradas, segundo ela e lembrei de Amanda, que chorava ao meu lado, segurando minha mão como ele fazia, falando que tudo ia ficar bem.

Sentia mais falta delas do que eu queria admitir, tanto que doeu a ponto de me fazer chorar na frente dele, que mal conhecia e que, entendendo o que estava acontecendo, sentou na minha cama e me abraçou.

— Está tudo bem, Hǎi yún... – ele afagava minha costa – está tudo bem em chorar.

— Eu me odeio, Caetano – chorava copiosamente em seu ombro – eu quero morrer.

— Eu sei que você quer isso, mas isso vai passar – ele dizia com uma voz calma – eu prometo que vai passar, ouviu? Você sabe que cumpro o que prometo.

Caetano entendia das coisas melhor do que eu. Havia perdido amigos no trajeto da vida, pessoas que amava, pessoas que dividiam histórias parecidas com as nossas e que acabaram findado a própria vida assim como nós. Ele mesmo havia tentado se matar das mais variadas formas e quase conseguiu por mais de uma vez, mas ainda assim estava lá. Ele tentava continuar por ele. Queria ver a sobrinha pequena crescer e, como ela dizia, ser doutora da cabeça pra melhorá-lo. Queria se desculpar com o pai. Queria ler livros, reclamar deles. Não amaria novamente como antes pelas desilusões que tinha passado, mas queria aprender a amar as pequenas coisas da vida. Ele queria mostrar que após tantas percas, tanto de alguém amado quando de si, tinha algo além disso. Sempre teria algo após tudo isso.

Ele continuou abraçado comigo, como um irmão mais velho faz com seu irmão que acorda em um pesadelo. Acalentou-me até eu pegar no sono, contando de suas pequenas desventuras pessoais, compartilhando seus medos e anseios. Que se ele conseguia, mesmo depois de tanto esforço, eu também conseguiria. Ele acreditava nisso, e usava como justificativa que tinha experiência com a tristeza há mais tempo do que se podia imaginar.

Antes que eu dormisse, ele beijou minha cabeça e me desejou boa noite, desligou a luz e foi para o seu quarto, deixando-me sozinha, mas não mais desacompanhada.

Fim do capítulo


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