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Palavras: 1895
Acessos: 508   |  Postado em: 21/10/2021

Felicidade é...

Estava no jardim quando Caetano chegou, acendendo seu cigarro e se sentando ao meu lado. Uma tarde quente fazia e ele usava suas camisetas cortadas.

— Como está se sentindo hoje? No ritmo do oceano ou tudo parado? – disse ele aproveitando-se do trocadilho com o meu nome.

— Pior impossível – respondi enquanto pintava um pássaro que descansava sobre um galho.

— Somos dois – ele tragava o cigarro profundamente, assim como Jude fazia, como se necessitasse daquilo para estar ali. Puxou mais um trago do seu cigarro, e me ofereceu. Acabei recusando.

— Continua não querendo falar com sua mãe?

Haviam tocado nesse assunto na reunião de grupo, o que me fez sair no mesmo instante.

— Não.

— Também não falo com meus pais.

O olhar de Caetano era sereno. Sua cabeça raspada deixava suas orelhas e seus brincos notáveis em meio a toda luz de sol que ali fazia. Tragou novamente o cigarro. Ele nunca entrava em um assunto a fundo, e sim superficialmente.

— Como é sua namorada? – ele estendeu as mãos sobre as pernas – digo, o que ela gosta de fazer?

— Estudar, fazer cálculo, andar de bicicleta, ir para a igreja...

Ele levantou as sobrancelhas, e riu consigo mesmo.

— Realmente existe alguém assim?

Não contive o riso, lembrando dos comentários que Jude tinha feito dela inicialmente, e voltei a me concentrar no desenho.

— Ela deve ser legal.

— Ela é – terminei a pintura do pássaro e passei para a da árvore.

— Me apresente ela quando ela vier, gostaria muito de conhece-la.

— Está falando sério? – não virava para vê-lo, mas percebi de canto de olho que ele concordou convicto.

— Não é todo dia que vemos uma garota propaganda ao vivo.

Começamos a rir, não zombando de Amanda e de suas qualidades, e sim de como alguém com tantas boas qualificações estaria com pessoas que foram excluídas do convívio social.

Ele terminou o cigarro e deu um tapinha no meu ombro, indo para o seu bloco.

— Até amanhã, Hǎi yún.

*

Caetano era a única pessoa a qual realmente criei afinidade. Repudiava a todos e tudo que consistia naquele lugar, mas ele se mostrou uma linha de esperança que não via em ninguém ali. Ela transparecia sinceridade em suas palavras e atitudes e principalmente, estava li do meu lado e sabia o limite do meu espaço pessoal sem que eu precisasse dizer nada. Tinha experiencia suficiente com pessoas na condições que a nossa para ter o devido tato.

Nos encontramos depois da hora de dormir para olhar as estrelas no meio do jardim. Havia passado tempo suficiente para saber como burlar a segurança e ter um ponto cego o qual os vigias não iriam nos ver. Encontrei-o pela brasa do seu cigarro e caminhamos. Teve um ponto que ele se deitou no chão e ali ficou, e fiz o mesmo. O céu estrelado e frio fez com que eu me retorcesse com a minha jaqueta, a mesma que levava para as aulas em um período que já parecia tão distante e ele fumegava o seu cigarro para longe. Fazia de tudo para não me incomodar, e nisso ficamos em silêncio, contemplando aquilo que nossos olhos viam e que, naquela escuridão, pareciam tão deslumbrantes.

— Hǎi yún – ele perguntou em um tom descompromissado, o que parecia querer omitir o que realmente queria – você acha que um dia irá ficar realmente bem?

— Sinceramente, acho que não.

Se me encontrava naquela situação com alguém, não via motivos para omitir o que quer que fosse.

— Eu também acho que não – ele suspirou alto – às vezes, acho que essa batalha já teve fim para mim.

— O que te faz continuar aqui então?

Virei para ele e mesmo na escuridão, parecia que seus olhos brilhavam. Não de uma alegria de falar e ver o que se ama, mas sim de um profundo lamento.

— Acho que porque ainda tem pessoas que acreditam em mim – ele segurou o ar para que falasse.

Passamos um tempo em silêncio, antes que eu tivesse coragem de perguntar.

— Como?

Olhei para ele novamente. Não havia entendido o que ele disse e ele, percebendo meu silêncio, continuou.

— Eu já me desiludi com a vida – ele pausava as palavras – sou frustrado com o amor, no trabalho, não tem nada que me segure mais. Na verdade, ter algo a se prender não soa meio egoísta? – e franzia as sobrancelhas – Quando eu digo que continuo por causa da minha sobrinha, ou da minha irmã, até mesmo da minha mãe não é colocar um peso que elas não precisam comportar?

Continuei a ouvi-lo em silêncio, encarando sua feição fechada.

— Pessoas são importantes, mas não deveríamos nos ater somente a elas. Deveríamos estar felizes por nós mesmos...

— Eu acho que você tem toda a razão, Caetano – concordei – e acho que por isso estamos aqui. Porque nos odiamos demais para continuar.

— Mas pelo menos temos pessoas que nos ajuda – ele ria com certa ironia – isso não é engraçado? Por mais que não queira depender de certa forma das pessoas, acabamos dependendo.

Então ele emudeceu, e respirou fundo mais uma vez deixando a fumaça subir.

— Mas às vezes temos a sorte de encontrar alguém que fique ao nosso lado e suporte os piores momentos contigo, como tu tens a Amanda, sua mãe ou qualquer outra pessoa.

— E a sua família, não conta? – franzia as sobrancelhas – Sei que fala com muito amor sobre seus sobrinhos.

— Não quero ser um mal exemplo para eles – ele sorria de forma mórbida – tenho um sobrinho pequeno, ainda está nas fraldas, mas a Cacá vê o que eu passo desde cedo. Me causa angústia ter que ver nos seus olhos a apreensão de me ver assim – Caetano apontava para si – e dizer que está tudo bem mesmo assim para não os preocupar.

Deixei minha cabeça cair para trás, enquanto ouvia a respiração baixa e pausada dele.

— Acho que eu sempre fui assim meio triste – ele passava a mão devagar no joelho, encarando os dedos – e com o tempo foi só piorando. Coisas foram somando, e eu ignorando, e quando vi – Caetano deu com os ombros – já estava sendo amarrado em uma maca.

Ele fechou os olhos por um instante e, enquanto eu fazia o mesmo, podia ouvir a sua voz como em um sussurro cantado.

— Uma vez, quando eu ainda estudava, ouvi de uma amiga que só o amor salvava. Eu fiquei curioso com aquilo né, e ela disse que se você amasse, você teria tudo, e o amor era a si próprio, e para os outros, teria coragem de encarar qualquer coisa por ele. Talvez seja isso que nos leva a não ter acabado com nossa vida ainda, Hǎi yún.

— Não acho que eu me ame – continuei com os olhos fechados – na verdade, eu me odeio muito. Você não?

Ele voltou a ficar em silêncio. Ouvi ele acender outro cigarro, tentando mascarar a ansiedade que havia percorrido seus poros.

— Se eu te perguntasse “Hǎi yún”, tu achas que vou ficar bem?” o que você diria? – ele perguntou a mim – Sendo bem sincera.

Atrevi-me a pegar de sua carteira um cigarro e acendi com o isqueiro que ali estava. Voltei a me deitar e olhar as estrelas que brilhavam no céu.

— Que sim, que você aparenta estar bem melhor que eu.

— Então o que te faz achar que eu não posso achar o mesmo de ti?

— Mas o que isso tem a ver, Caetano? – dizia rindo – Não consigo te entender às vezes.

— Que você não é um caso perdido – ele apontou para mim – que se fosse, não acreditaria que tem salvação pra alguém tão fodido quanto você.

Pensei por alguns segundos o que ele tinha dito, e suspirei alto, deixando a fumaça nos cerca.

— Mas que merd*, Caetano – voltei a rir sem graça - você é realmente doido.

— Eu sei disso – ele apontou ao redor, fazendo uma cara travessa – olha só onde eu parei?

Rimos alto e eu me prestei a ouvi-lo. Disse que era mestre em filosofia e que tinha ido para fora da sua cidade ainda jovem estudar, e que dividiu por algum tempo a casa com seu melhor amigo da época. Amava música clássica, tinha uma irmã mais nova a qual já havia comentado certa vez quando falou de flores e que tinha muito apreço. Ela se chamava Cíntia, era casada com um bom homem que a respeitava e que tinham Catarina, de quem ele tanto falava e que dizia animado que teria um futuro brilhante e o recém-chegado, nas palavras dele, Cristiano. Era uma família feliz, mas Caetano nunca se deu bem com o pai e por isso, não se dava bem com a mãe desde jovem.

Ele dava aula desde a faculdade, mas que as crises depressivas pareciam nunca o deixa em paz, e que ele tinha crises desde a minha idade, mesmo a nossa diferença de idade sendo de torno de dez anos, mas que sabia que era diferente dos outros desde a adolescência, mas todos diziam, principalmente os pais que ele só era estranho e calado, que por muitas vezes ficava triste sem motivo por malcriação. Ainda assim, mesmo com as intervenções psiquiátricas que seguiu sua vida até ali, Caetano dizia para si mesmo que estava tudo bem para que assim a família não se preocupasse com ele quanto se preocupava, e que por isso ele tinha a constante ideia de que era um peso para eles. Por isso, tinha o máximo de cuidado para com os pequenos, como ele chamava, para não chegar na situação em que ele tinha chego.

Complementei falando que eu era filha única, que nunca quis irmãos e que meus pais achavam que eu já era despesa o suficiente, detestava música clássica e falei das bandas que gostava, o qual ele não conhecera nenhuma e se conhecia, ouviu o nome certa vez. Comentei que meus pais queriam que eu fizesse Direito mas que eu detestava a área mais do que a ideia de continuar os negócios do meu pai. Falei de como ele fumava como Jude, e de como a considerava minha melhor amiga e então, me senti à vontade para falar de Amanda, e de como seus pais me acolhiam, e de como ela sorria e me abraçava, e de como ela me encontrou em meio ao meu próprio sangue, com os pulsos cortados, chorando para que eu continuasse ali.

Não tinha percebido que minha voz denotava a tristeza que senti ao lembrar de que ela não estava ali quando ele colocou a mão no meu ombro e em um afago amigo, disse que era melhor irmos. Ao me deixar perto do meu dormitório, deu-me um longo abraço que não esperava, mas que se mostrou bem-vindo.

— Obrigado por ter dividido sua vida comigo, Hǎi yún.

E em silêncio após a frase sussurrada, despediu-se. Quando vi sua ligeira figura sumir de vista, entrei no meu quarto silenciosamente e me debrucei em terminar uma pintura que me lembrava de uma cena anterior no jardim.

Fim do capítulo


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