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Beautiful and Dangeours por contosdamel

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Palavras: 4036
Acessos: 667   |  Postado em: 20/10/2021

EPISÓDIO 16 – Dando um passo a frente

Fernanda encontrou Carol no corredor, a expressão leve da policial despertou imediatamente um sorriso cheio de malícia da escrivã.

 

-- Gente, eu preciso melhorar minha vida sexual com urgência! Que pele é essa heim? – Carol cochichou.

 

            A policial sorriu, e fez um gesto com a cabeça convidando a amiga a entrar em uma das salas.

 

-- Cacá vou precisar de sua ajuda pra uma coisa...

 

-- Pra sequestrar a doutora Letícia e vocês casarem numa ilha deserta? – Carol fez piada.

 

-- Será que dá certo? – Fernanda respondeu no mesmo tom jocoso.

 

-- Ai que agora você está me assustando! Finalmente minha amiga está se apaixonando de verdade?

 

-- Que exagerada você Carol! Eu tive várias namoradas, me envolvi com muitas mulheres, para de criar romantismo vai...

 

-- Nanda você teve dezenas de namoradas, se envolveu com outras dezenas, mas apaixonar-se, pelo menos desde que somos amigas, eu nunca vi! E agora isso está estampado na sua cara!

 

-- Menos tá? A Letícia é diferente sim... – Fernanda suspirou – Mas, para com essa história de apaixonada, deixa de exagero.

 

-- Nanda você suspirou falando o nome dela...

 

            As duas gargalharam, de repente, Fernanda ficou tímida, e emendou outro assunto imediatamente.

 

-- Carol, preciso de suas habilidades para descobrir um endereço.

 

            Fernanda resumiu a sua nova linha de investigação, e Carol escutava atentamente.

 

-- Vou buscar nos bancos de dados, nos sistemas de informação da prefeitura, mas preciso de no mínimo o nome completo dos pais dessa moça, algum documento seria o ideal, o CPF...

 

-- Eu acho que a Dulce deve saber o nome da empresa de ônibus que o pai da Mariana trabalhava, pode ajudar não é?

 

-- Sim, com certeza, lá deve ter o último endereço ou, pelo menos o arquivo com os documentos dele, pelo CPF podemos buscar sim o endereço atual dele.

 

-- Vou pedir que a Dulce venha aqui no final da tarde, você pode guardar 30 minutos de paciência pra usar com ela depois do expediente normal? Se eu te tirar das suas funções o Wellington pode criar caso...

 

-- Nanda, só você não sabe lidar com o Wellington, manda sua amiga aqui a tarde, tem outro escrivão a partir das duas horas, não vou ficar depois do expediente não, tenho um compromisso hoje a noite meu bem, ou pensa que só você tem direito a ser feliz?

 

-- Ah tem? Por favor, não me diz que é com o Beto...

 

-- Nanda...

 

-- Carol pelo amor! O Beto é meu amigo, e por isso eu tenho propriedade pra dizer: ele não vale nada! Desencana dele Cacá! Poxa, você é uma preciosidade no meio de tanta piriguete, é linda, inteligente, o Beto não valoriza mulher assim, já falamos sobre isso, ele gosta de te manter como estepe e te manipula direitinho.

 

-- Ai, Nanda não é bem assim... Você não entende o Beto, ele tem trauma com o casamento dele, tem medo de assumir que gosta de mim pra fugir de compromisso...

 

-- Incrível como mulher inteligente é burra quando se trata de coração... Minha amiga acorda! O Beto chifrou a mulher dele, aliás, várias vezes, quem deve ter trauma do casamento é a ex-mulher dele... Mas em uma coisa você tá certa, ele foge de compromisso, e acho que você merece mais que ser a ficante não acha?

 

            Carol baixou os olhos, Fernanda se aproximou e deu um beijo na testa da amiga.

 

-- Eu vou marcar com a Dulce pra ela vir a tarde então. E sobre o Beto, vá por mim, ele não te merece, e enquanto você não desencanar dele e conhecer outros caras, ele vai continuar não te dando o valor que você merece...

 

-- Seria mais fácil eu gostar de mulher né?

 

-- Não minha amiga, não mesmo... Tem mulher igual ou até pior que o Beto!

 

            Fernanda saiu da sala com Carol, envolvendo um dos braços no ombro da amiga. Beto encontrou as duas no corredor, a reação de Fernanda foi instantânea, puxou o colega pela jaqueta e o arrastou para um canto.

 

-- Olha aqui Beto – apontou o dedo para a cara do policial – A Carol é uma das mulheres mais incríveis que existe nessa cidade, se você sacanear ela de novo, eu mesma vou me encarregar de plantar um pacotinho de pó nas suas coisas pra fazer você passar umas três noites em uma cela com um monte de marmanjo na seca, tá me entendendo? Você não vai conseguir sentar por uma semana no mínimo! Você é meu amigo, mas, não vou tolerar que você faça a Carol de estepe, vai sair com ela hoje a noite? Beleza, faça isso, trate-a como uma rainha, mas só faça isso se você quiser namorar com ela, se você não quiser isso, cancele essa saída agora mesmo, fui clara?

 

            Beto apertou os olhos e respondeu irritado:

 

-- Ow Garcia, eu me meto nos seus casos com as “mulé” que tu pega? Não né! Você pensa que eu não sei que você tá traçando a doutora gostosona?

 

            Nesse momento Fernanda encheu-se de fúria. Empurrou Beto prendendo o pescoço do amigo com o antebraço, pressionando-o contra a parede.

 

-- Não ouse falar da Letícia ou qualquer outra mulher que está na minha vida nesses termos cafajestes Beto! Nossa amizade acaba na mesma hora!

 

            Beto arregalou os olhos e com dificuldade pediu:

 

-- Calma aí Nanda...

 

            Fernanda olhou em volta e viu que a cena virou alvo das atenções das pessoas do ambiente. Afastou-se de Beto, ajeitou os cabelos e disse baixinho:

 

-- Foi mal Beto.

 

-- Pega leve Nanda, eu não estou obrigando a Carol sair comigo, convidei e ela aceitou. E eu fui grosso, mas, a verdade é nunca me meti nos seus rolos, então, você deveria não se meter nos meus. A Carol é de maior, independente, ela faz o que quiser.

 

-- Tá certo Beto, também fui grosseira, mas não retiro uma palavra. Eu cumpro minha ameaça, pense bem antes de ser o sacana que você é com as outras com uma amiga minha...

 

            Fernanda saiu pisando firme, ligou para Dulce, marcando o compromisso com Carol para as 14h na delegacia.  Antes da hora marcada, a jornalista já estava na mesa de Fernanda, ansiosa.

 

-- Ai que demora Nanda, onde você tava?

 

-- Almoçando né Dulce! Acha que eu vivo só de beleza? Tenho que me alimentar!

 

-- Sei... Você por acaso não estava no sétimo andar não?

 

-- Ah não começa com essa veia de fofoca não viu... Espera um pouco aí, a Carol está terminando uns depoimentos, daqui a pouco ela nos encontra.

 

-- Nanda por que você tem que achar que eu estou só querendo fazer fofoca? Não posso estar curiosa sobre a vida amorosa da minha amiga?

 

-- Dulce não começa...

 

-- Poxa Nanda, você e a Gi tiveram uma história de amor na adolescência, quando nós éramos inseparáveis, o primeiro amor da vida uma da outra e eu só soube disso, quase 15 anos depois, por que não mereço a confiança de vocês?

 

            Dulce falava e Fernanda ouvia incomodada, não perceberam que Letícia estava atrás delas, com uma pasta, para ser percebida pigarreou:

 

-- Ran ran... Desculpe-me interromper. Agente Garcia esse é o relatório da autópsia da Ana Paula Martins, o delegado pediu que lhe entregasse diretamente quando estivesse concluído. Olá Dulce como vai?

 

            Dulce a cumprimentou com um gesto e um sorriso amarelo.

 

-- Obrigada doutora, eu a procuro depois que ler, para tirar alguma dúvida, tudo bem?

 

-- Claro. Fique à vontade agente Garcia.

 

            Letícia se afastou depois de cumprimentar formalmente Dulce e Fernanda e seguiu para o elevador.

 

-- Ai Dulce, eu pedi pra você não começar... Tá vendo por que?

 

-- Nanda o que foi que eu fiz?

 

-- Nada Dulce, esquece, vou apressar a Carol...

 

            Fernanda disse visivelmente perturbada. Sabia que aquela nova informação que Letícia colhera de Dulce renderia no mínimo uma DR, tudo que ela não precisava no nascimento de uma relação com a ruiva, era uma amiga que foi seu primeiro amor circundando seu presente.

 

            Poucos minutos depois, Fernanda levou Dulce ao encontro de Carol, em uma das salas da inteligência. Apresentou-as, e pediu:

 

-- Meninas, eu sei que vocês duas vão se entender, encontrem esse endereço o mais rápido possível, precisamos descobrir se estamos na pista certa agora...

 

-- Pode deixar Nanda, vá sossegada, eu sei que você tem uma pilha de relatórios da perícia pra examinar, vá fazer seu trabalho, assim que conseguirmos, eu te aviso.

 

-- Valeu Cacá.

 

            Fernanda mesmo inquieta supondo o que Letícia poderia pensar com o que ouviu de Dulce, preferiu conter sua ansiedade. Os relatórios da perícia eram extensos, mereciam atenção nos detalhes, recolheu-se a um dos escritórios disponíveis do prédio e pôs-se a ler todos, fazendo grifos, e no quadro branco á frente, fazia um diagrama conectando os três casos.

 

            A tarde passou e a policial mal percebeu. Compenetrada nas suas hipóteses de investigação, Fernanda foi interrompida pelo celular.

 

-- Nanda, onde você está? – Era Carol.

 

-- Sala 11, sala de reuniões.

 

-- Estamos indo então.

 

            Dulce e Carol entraram animadas na sala, pareciam as melhores amigas de infância.

 

-- Meu Deus, o que eu fui fazer?! – Fernanda pensou alto.

 

-- Ai o que foi eu fiz dessa vez? – Dulce bateu as palmas das mãos nas coxas.

 

-- Você já fez o suficiente por hoje, estava me referindo a besteira que eu fiz, unindo vocês duas...

 

-- Ah eu fiz mesmo o suficiente por hoje, aliás, eu a Cacá fizemos: achamos o endereço atual dos pais da Mari!

 

            As duas bateram as palmas das mãos comemorando. Fernanda riu, pegando o papel que Carol trazia.

 

-- Vamos lá Dulce? – Fernanda convidou.

 

-- Ai Nanda, hoje? Isso é em Cabo Frio Nanda! Vamos chegar lá nesse trânsito que horas da noite? Vamos assombrar os coitados, chegando quase meia noite falando da filha morta deles!

 

-- A Dulce tem razão Nanda. – Carol disse.

 

-- Eu não acredito que vou ter que concordar com a sensatez da Dulce. – Fernanda reclamou – Mas amanhã cedo, a gente segue para lá ok?

 

-- Fechado! Vamos Cacá?

 

-- Vamos? Vocês vão pra onde? Posso saber? Carol você não tinha um encontro hoje a noite?

 

-- Você tem razão Nanda, o Beto não vale nada, desmarcou o encontro, vou com a Dulce num barzinho novo que inaugurou na Lapa, quer ir?

 

-- Não né, hoje é quinta-feira, amanhã tem trabalho!

 

-- Eu estou de folga amanhã... – Carol esnobou.

 

-- Dulce, você não me apronte, eu passe cedo pra te pegar, não enfie o pé na jaca!

 

-- Sossega Nanda, balada é quase uma rotina pra mim, dou conta!

 

            As duas novas amigas saíram juntas e Fernanda já antevia o que as aquelas podiam aprontar na companhia uma da outra, mas pelo menos, livrou Carol do encontro com o Beto.

 

            Saindo da delegacia no começo da noite, Fernanda não resistiu à vontade, à saudade e a necessidade de reencontrar Letícia e conversarem sobre a situação delas, acalma-la sobre a importância de Gisele em sua vida. Enquanto sacava o celular para ligar pra a ruiva, recebeu uma chamada de Gisele.

 

-- Oi Gi – Fernanda atendeu pouco receptiva.

 

-- Oi Nanda. Estive pensando nos fatos do nosso passado, comparando com o meu livro, Nanda, se tem a ver com nosso passado, ele vai chegar até nós. Essas mulheres, foram apenas mensagens dele para nos aterrorizar.

 

-- Gisele, não temos certeza de nada ainda, vamos nos acalmar, amanhã eu e Dulce vamos encontrar os pais da Mari, os localizamos, depois disso, quem sabe tenhamos algumas certezas...

 

-- É uma boa notícia então não é?

 

-- Sim, é. Ainda não tenho as informações sobre o incêndio, mas espero que meus parceiros tragam algum dado amanhã também.

 

-- De qualquer forma, a investigação está caminhando não é mesmo?

 

-- Sim Gisele, bem menos rápido do que é de costume em casos que comando, mas, esse é um caso especial.

 

-- Nanda, eu estou notando por sua voz, que está cansada, vamos nos encontrar papear um pouco... Acho que precisamos conversar...

 

-- Gisele, obrigada, mas, eu te disse, não temos o que conversar, não quero falar sobre o que você insiste em falar...

 

            Quando Fernanda disse isso, notou Letícia se aproximando do seu carro no estacionamento do prédio, tão perto da policial a ponto de escutar o diálogo. Mudou de expressão imediatamente.

 

-- Nanda nós precisamos conversar sim, não posso deixar você me odiar assim! É injusto com nosso amor!

 

-- Gisele, boa noite, tenho que desligar.

 

            Fernanda guardou o celular no casaco, e caminhou na direção de Letícia.

 

-- Oi. – Fernanda disse com as mãos no bolso da frente da calça.

 

-- Oi.

 

            Letícia respondeu guardando no carro sua pasta, bolsa e alguns livros abrindo a porta traseira.

 

-- Muito trabalho? Precisa levar pra casa essa papelada?

 

-- Alguma bibliografia para traçar o perfil do assassino... Não é minha especialidade, mas, eu acho que posso ajudar revendo algumas definições.

 

-- Ótimo Letícia, eu ia mesmo te pedir isso...

 

-- Mas, a escritora do livro que criou esse personagem que está inspirando esse serial killer, pode te ajudar mais...

 

            Letícia disse abrindo a porta do carro fazendo menção de ir embora. Fernanda empurrou a porta do carro e disse a ruiva.

 

-- É impressão minha, ou você não simpatiza com a Gisele?

 

-- Impressão errada sua, não tenho nada contra ela.

 

-- Você sempre faz essa cara azeda quando fala da escritora Catherine Morgan, no começo você era uma fã, agora sempre que a Gisele aparece, ou se fala nela, você solta um comentário envenenado com sarcasmo.

 

-- De onde você tirou essa conclusão Fernanda? – Letícia perguntou desconcertada.

 

-- Você esqueceu que sou investigadora? Acha que não sei perceber as coisas em minha volta?

 

-- Você está vendo chifre em cabeça de elefante...

 

-- É cabeça de cavalo que se diz... – Fernanda respondeu rindo.

 

-- Por quê? Elefante também não tem chifre! O ditado se aplica da mesma forma!

 

-- Tá, mas eu não estou colocando chifre em elefante, cavalo, pinguim... Estou afirmando que você tem uma rusga com a Gisele, é ciúme?

 

-- Eu deveria ter?

 

            Agora a postura da médica era desafiadora. Fernanda levantou uma das sobrancelhas, buscando uma resposta mais adequada.

 

-- Pelo seu silêncio eu devo deduzir que a resposta é sim.

 

            Leticia abriu a porta do carro novamente entrou no veículo, enquanto Fernanda abria e fechava a boca sem conseguir formular uma resposta ao questionamento da médica.

 

-- Letícia espera! –Fernanda fez sinal para a ruiva baixar o vidro do carro.

 

-- A gente não ia conversar? Vamos conversar então...

 

            Visivelmente irritada, Letícia suspirou e disse mal humorada:

 

-- Acho que você deveria terminar a conversa com a Gisele primeiro, era com ela que você estava ao telefone não é?

 

-- Letícia não tenho nada a falar com ela...

 

-- Não é o que parece. Vá lá rever seu grande amor, estou cansada, boa noite Fernanda.

 

-- Se você me deixar falando sozinha aqui e não parar com essa birra sem sentido, eu vou mesmo heim!

 

-- Faça o que achar melhor.

 

            Letícia arrancou com o carro, desconhecendo aquela face ciumenta da sua personalidade. Não entendia aquele turbilhão de novas reações, portanto, não sabia dominar racionalmente aquele mundo de emoções que afloravam sem preparativos, sem justificativas. Fernanda não só enlouquecia seus desejos, seu corpo, seus pensamentos libidinosos, mas também revirava a estrutura do seu auto-controle, instigava a busca pelo desconhecido, motivava a descoberta de novos sentimentos numa intensidade avassaladora.

 

            Fernanda colocou as mãos na cintura profundamente irritada ao ver o carro de Letícia sair pelo prédio. Não podia acreditar que Letícia protagonizara uma cena de ciúmes própria de uma namorada, e que ela não foi capaz de reverter a situação. Não sabia se ficava feliz com aquela manifestação, ou enraivada por ter sido ignorada no pedido de uma conversa.

 

**********

            Vestida em apenas uma camiseta e uma calcinha box, Fernanda foi despertada pela campainha insistente do interfone.

 

-- Quem é? – perguntou secamente.

 

-- Letícia, pode me receber?

            Fernanda pensou por alguns segundos, tentando se situar, se estava sonhando ou se aquilo era real.

 

-- Fernanda?

 

-- Pode subir.

 

            Apertou o botão abrindo a porta do prédio, olhou para as roupas que trajava e correu para o quarto procurando ao menos um short para atender a porta. Não deu tempo, a campainha já tocava, não queria fazer Letícia esperar, correu para o banheiro, envolveu-se em um roupão, ajeitou os cabelos, conferiu o hálito, e outro toque na campainha denunciava a demora da morena em abrir a porta.

 

            Do outro lado da porta, Letícia batia os pés alternadamente, ansiosa, impaciente, cada segundo parecia uma eternidade. Até enfim Fernanda abrir a porta.

 

-- Desculpe-me a hora, mas precisava falar com você pessoalmente.

 

            Letícia disse sem conseguir encarar Fernanda.

 

-- Entre, por favor.

 

            Letícia adentrou, e olhou em volta e perguntou tímida:

 

-- Estou interrompendo algo?

 

-- Sim...

 

-- Eu te sugeri que você procurasse a Gisele, mas não sabia que você aceitasse tão prontamente...

 

-- Eu te avisei que se você não conversasse comigo e me deixasse falando só eu iria atrás da Gisele, não avisei?

 

-- Então, não vou interromper mais, desculpe-me.

 

            Leticia voltou-se em direção à porta quando Fernanda disse segurando o riso:

 

-- Você interrompeu meu sono Letícia, apenas isso. Não fui atrás de ninguém, por que quem eu quero está bem aqui na minha frente... Só não te segui quando você saiu cantando pneu da delegacia, pra te fazer vir aqui, exatamente como você fez.

 

            Atordoada, sem saber o que responder, foi a vez de Letícia abrir e fechar a boca para concatenar um pensamento condizente com seu estado, só conseguiu dizer:

 

-- Eu só vim aqui por que eu fui mal educada com você e não queria que você pensasse que sou uma grossa...

 

-- Letícia...

 

-- Sim?

 

-- Cala a boca!

 

            Fernanda puxou a ruiva num movimento firme e a beijou tirando o fôlego da legista.

 

-- Eu... – Letícia tentava recuperar a respiração.

 

-- Você fala muito... por que simplesmente não assume que tem ciúmes da Gisele? Pra que ficar inventando motivo pra ficar longe de mim?

 

-- Fer... Eu não sei o que está acontecendo comigo, não sou assim, não sou essa mulher insegura e ridícula, mas, o que estou sentindo por você é tão forte, tão intenso, que me sinto perdida, sem saber como agir... Nem ao menos sei se tenho direito de sentir ciúmes de você.

 

-- Você não tem esse direito mesmo...

 

            Letícia se afastou nesse momento. O comentário de Fernanda despertou sua insegurança e sua vontade era de fugir.

 

-- Não tem esse direito, por que eu não desejo, não quero outra mulher que não seja você! Será que você com todo currículo lattes que tem, pós doutorado, e tudo mais, não enxerga que estou de quatro por você?

 

            Fernanda disse com as mãos na cintura. Letícia encarou o chão, sorriu, e caminhou para perto da morena confessando:

 

-- Talvez eu não tenha enxergado isso, por que não estou só de quatro por você, estou caidinha...

 

            Letícia puxou Fernanda pelo pescoço e lhe beijou com voracidade. Abrindo o roupão da policial. Encarou as vestes da morena e riu.

 

-- Você está bem mais fácil hoje, nem vai me dar muito trabalho... Botas e calças jeans justas dão muito trabalho pra tirar...

 

-- Então vem, tira...

 

            Letícia obedeceu, depois de jogar Fernanda nua no sofá, ela mesma se desfez do vestido que usava e caiu sobre o corpo moreno da policial, e ali se entregaram a paixão, confirmando o que as palavras escondiam com termos menos comprometedores.

 

            Na manhã seguinte, Fernanda se esforçou para preparar um café da manhã decente para a ruiva. Mas, toda habilidade da policial estava mesmo nos seus dotes de sedução, era um desastre na cozinha. Sem fazer barulho, Letícia chegou a cozinha, enquanto Fernanda se digladiava com a frigideira, tentando concluir o que seria uma omelete. A ruiva riu em silêncio ouvindo Fernanda pronunciar meia dúzia de palavrões.

            Apesar do baixo volume do riso, Fernanda notou a presença de Letícia e ficou tímida.

 

-- Você treinou isso no CSI?

 

-- Treinei o que? – Leticia perguntou curiosa.

 

-- Essa habilidade de chegar em um lugar sem tocar o chão, não faz barulho nem com a sola dos pés no piso...

 

-- Deve ser porque estou flutuando... Bom dia Fê...

 

            Letícia desarmou Fernanda, que finalmente desistiu da luta com a frigideira, e se aproximou da ruiva beijando-a suavemente.

 

-- Bom dia Lê. Estava tentando preparar algo para você, mas nunca tomo café em casa, já deve ter notado que minhas habilidades só envolver montar uma 9mm em 10 segundos né? Nesse território aqui, sou uma ameaça em potencial...

 

-- Relaxe, minha fome é outra nesse momento...

 

            Escorada no balcão, apoiando-se nos cotovelos, Letícia dava selinhos demorados na boca e pescoço de Fernanda.

 

-- Acho que nisso posso ser mais útil...

 

-- Mas... Antes que eu cometa esse pecado da gula, por que afinal, nos esbaldamos a noite toda... Precisamos conversar Fer.

 

-- Eu sei. – Fernanda respondeu segurando a mão da ruiva.

 

-- Não preciso te dizer que nunca me relacionei com mulheres, ao contrário de você... Então, eu não sei como esse tipo de relacionamento funciona, não sei como agir Nanda, e trabalhamos juntas... Aliás, nem sei se temos um relacionamento...

 

-- Primeiro de tudo, relacionamentos são relacionamentos, seja com homem, seja com mulher... Acredite tem todas as complicações que podem existir entre duas pessoas diferentes. Não sei quanto a você, mas quanto a mim, o que tenho vivido com você nas últimas semanas... Eu não quero que acabe...

 

-- Não? – Leticia não escondeu o sorriso.

 

-- Não. Lê eu fiz uma promessa a mim mesma que nunca mais seria a primeira mulher na vida de outra, tive algumas experiências bem chatas nesse sentido... Mas... Não posso fugir do que sinto quando estou com você, quando estou longe de você... Então, minha proposta é: vamos tentar?

 

-- Tentar o que?

 

-- Construir um relacionamento.

 

-- É assim que uma mulher pergunta a outra se ela quer namorar?

 

-- Ai minha santa... – Fernanda revirou os olhos – Não fica fazendo essa diferenciação... Mas, tudo bem, vou ser mais clara, você quer namorar comigo?

 

            Letícia deu um sorriso largo, mordeu o lábio inferior em seguida, fazendo suspense.

-- Fala criatura, antes que eu coloque um ovo! Se bem que quebrei todos da geladeira, seria bem útil...

 

-- Namorada... Será mesmo que a gente dá certo como namoradas? Não sei viu...

 

-- Leticiaaaaaaaaaaaaa

 

-- Claro que quero sua boba!

 

            Letícia pulou no pescoço da morena, cobrindo-a de beijos.

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 16 - EPISÓDIO 16 – Dando um passo a frente:
patty-321
patty-321

Em: 03/11/2021

Qye maravilhosa surpresa, o seu retorno. Essa estória é essas personagens são incríveis. Bjs

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Donaria
Donaria

Em: 24/10/2021

Olá autora...que bom que vai continuar com a historia, estava aguardando ansiosamente novos capitulos.

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