Capitulo 48
Capítulo 48º
Alice
Depois do café da manhã o pessoal resolveu ir passear de cavalo. Mas Rebeca disse que estava indisposta e preferia ficar em casa. Eu me ofereci para fazer companhia a ela. Mas antes fiz os meninos prometerem que iriam obedecer a Amélia, já que ela estava no comando do passeio.
Agora estou deitada em uma rede escutando os pássaros cantando enquanto a mulher mais linda do mundo dorme tranquilamente em meu peito. Observei todos os traços de sua face, o desenho da boca, as sobrancelhas bem feitas, a pele limpa e macia. Tudo nela era perfeito. Nesse momento senti medo de que ela pudesse ficar com Pedro, afinal pode estar esperando um filho dele.
Ela se mexeu dando indícios de que estava despertando. Abriu os olhos lentamente e me fitou sorrindo.
- Esse não foi bem o final de semana que eu havia planejado. – confessou esfregando os olhos e com a voz rouca.
- Para mim está sendo maravilhoso velar seu sono. – ela corou.
- Desculpa.
- Não precisa se desculpar. Você está melhor?
- Sim. Sem enjoos. Quer dar uma volta?
- Nem pensar, está um sol escaldante. Podemos continuar aqui, nessa rede, na sombra. Para mim está perfeito. – senti ela me apertar em seus braços.
- Sinto falta dessa paz. Minha vida é muito corrida e estressante. Tenho me cobrado muito em relação ao trabalho. Preciso corresponder às expectativas que a sua mãe depositou em mim. Para isso tenho que dar resultados. – confessou com a voz baixa.
- Mas você já deu resultado, mesmo que não esteja com tanto tempo lá. Tem ideia que não vejo as minhas mães discutirem desde que você começou a trabalhar na empresa?
- Isso é bom.
- Sim. E mesmo que você não tivesse dado um bom resultado nos últimos meses, elas continuariam com você na presidência para salvar o casamento delas. – brinquei. – Ou para me agradar.
- Está tentando dizer que minha única função é salvar o casamento delas?
- Quase isso. Você sabe que eu estou brincando. Aquelas duas devem ter um fã clube dedicado a você.
- Não exagera.
- O que estou tentando dizer é que elas gostam de você, e não é só por conta do seu maravilhoso trabalho.
- Tomara. Afinal não posso perder o emprego, já que todas as minhas economias estão com você agora. – afirmou pensativa.
- Se precisar de um empréstimo.
- Vai virar agiota?
- Depende, quantos porcento de juros você acha que eu deveria cobrar?
- Pirralha, você é uma piada. – riu. – E eu adoro isso. – beijou meus lábios.
E eu amei escutar ela dizer que me adora. Meu sorriso não poderia ser maior. Trocamos olhares intensos, mas os olhos dela não tinha o mesmo brilho de antes. Podia ver uma grande nuvem cinza de preocupação pairando naquela imensidão verde.
- Quer conversar?
- Não. Prometemos aproveitar o final de semana.
- Mas conversar não vai mudar isso.
- Eu só...- respirou fundo. – Estou com medo. – Confessou com os olhos prestes a jorrarem lágrimas.
- Não precisa ter medo. Independentemente do que aconteça você não estará sozinha. – Acariciei sua mão. – Tem a Tália, sua irmã, Letícia...
- E você? Meu maior medo é esse, que você não queira essa loucura comigo.
- Você terá a mim também. Não irei a lugar nenhum. Pode ficar tranquila. – Beijei seus lábios. – Que tal a gente ir para a piscina? Já que o biquíni vai ser a menor roupa que poderei te ver vestida esse final de semana.
- Tudo bem.
Fomos para o quarto vestir nossas peças de banho. Claro que trocamos ajudas para amarrar a parte de cima. Alguns minutos depois mergulhei na piscina enquanto Rebeca saboreava água de coco na borda com os pés dançando em baixo d’água.
Nadar, era isso que eu precisava. Bastou que eu sentisse meu corpo flutuar sobre a água para me sentir no controle de tudo na minha vida. Por isso nadar me acalma, me permite ter controle de cada movimento executado. Passei alguns minutos indo de uma ponta a outra até que cansei e nadei até Rebeca.
- É maravilhoso te ver nadar.
- Obrigada. – Sorri me sentando ao seu lado.
- Bomba de canhãoooooo!!! – escutei Arthur gritar enquanto corria para a água e se jogou segurando as pernas.
- Oi meninas. – Letícia falou se sentando ao nosso lado.
- Oi, como foi o passeio?
- Maravilhoso, já quero outra data para voltar. – comentou rindo. – Você está melhor? – indagou sentando-se ao seu lado.
- Sim estou. – Rebeca sorriu. – Cadê Amélia?
- Foi pegar um picolé de frutas para a Elisa. – respondeu e Rebeca olhou para ela e em seguida para mim com um sorriso. - Não começa. Ela gostou da minha filha. Não posso fazer nada.
- É acho que por isso você dormiu com ela. – afirmou rindo e Letícia me fitou sabendo que eu havia contado, mas ela não me pediu segredo. Então dei de ombros sem me importar com seu olhar julgador.
- Nós apenas conversamos.
- Olha só quem chegou. – Amélia apareceu segurando Elisa que tinha um picolé em cada mão.
- Amélia, eu falei um. – Letícia repreendeu. Amélia sorriu com Elisa, a menina levava um picolé por vez até a boca se lambuzando inteira.
- Não tenho culpa se sua filha é gulosa. – Se defendeu rindo. – Não é ruivinha? – perguntou como se fosse ter uma resposta.
- Meliiii. – A menina falou.
- Ela está tentando dizer meu nome? – Amélia ficou surpresa.
- Foi o que pareceu. – Afirmei.
- Vamos, babona. Me chama de A-mé-lia. – falou devagar. Elisa parecia escutar, em seguida balbuciou:
- Meliiii.
- Isso mesmo, muito bem. Vou te dar mais dois picolés. – Letícia cruzou os braços encarando-a. – Mas vai ser escondido da sua mamãe. – Beijou a cabeça da menina que soltou uma gostosa gargalhada.
- Acho que ela já comprou o combo família. – Rebeca comentou para Letícia que observava a interação de Amélia com a filha.
Foi impossível não pensar que daqui a alguns meses eu posso muito bem ser a Amélia que compra um combo família. Mas com uma diferença, Letícia quis ser mãe solo, mas quem me garante que Rebeca não vai desejar ter o pai da criança ao seu lado?
- Nossa que calor. – Anna comentou sentando-se com as pernas dentro d’água. – Quer uma?
Me ofereceu uma cerveja do cooler que estava cheio com gelo e outras tantas cervejas. Aceitei a garrafa e tomei quase de um só gole, não sei se pelo calor ou se pelo desespero de um possível pé na bunda que Rebeca me daria. Letícia foi se juntar a Amélia, que ria do jeito de Elisa com o picolé. Rebeca entrou na água e foi para a outra ponta conversar com Tália.
- E aí, como você está?
- Eu tô surtando. – Confessei.
- Se estivesse no seu lugar também estaria. – Completou. – O que vai fazer se ela estiver mesmo você sabe...- gesticulou com as mãos formando uma barriga maior. – ...grávida.
- Não faço a menor ideia. Eu gosto muito dela. Quase trans*mos ontem. – confessei em um suspiro. – Mas preferi deixar as coisas irem mais devagar. Estou errada? – fitei minha amiga que me olhou.
- Não está, acho que isso também é uma forma de você se proteger. Afinal se ela estiver grávida é uma mudança muito grande.
- Então. Tenho pensado na possibilidade de ela desejar ficar com o Pedro.
- Você acha?
- Bom, ela claramente tem medo de passar por isso sozinha. E a única explicação óbvia que eu tenho é a que ela queira se casar com ele.
- Não seja tonta. Rebeca gosta de você, já pensou na possibilidade de ela desejar passar por isso com você ao lado dela?
- Mas eu seria o quê? Amiga dela? Namorada? Esposa? Mas essa criança não é minha. Fora que o Pedro pode não ser tão mente aberta assim.
- Amiga, não exagera. Nada disso foi planejado por ela, acredito que caso seja o que estamos pensando, ela não ama o Pedro a ponto de querer casar apenas por ter engravidado. – fez silêncio alguns minutos. – Mas você seria?
- O quê?
- Esposa dela. Ajudaria com a possível criança? – foi direta.
- Eu não sei, nunca pensei em ser mãe. Claro que sempre achei que algum dia iria casar, mas tem todo um cronograma, se apaixonar, namorar, noivar, casar e depois filhos. Não posso passar do primeiro beijo para parabéns você agora é mãe.
- Você ama a Rebeca?
- Eu gosto dela.
- Estou falando de amor. Me diz se você consegue olhar para ela e desejar passar o resto da vida ao lado dela? Imagina vocês juntas depois de um dia intenso de trabalho? Consegue pensar em algum defeito nela e se acostumar com ele apenas por a amar tanto que não consegue pensar na possibilidade de perde-la? Perdoar quando ela esquecer uma data importante? Discutir e fazer as pazes da melhor forma possível? Isso é amor. Não é conto de fadas, não é perfeito. É vivido, sentindo. Intenso e cheio de altos e baixos. Gostar não é um sentimento, e sim um estado. Tipo hoje eu gosto de tomar tal cerveja, mas aí depois aparece uma nova marca e eu passo a gostar da outra. O seu gostar da Rebeca é um gostar que pode mudar, ou um que veio para ficar?
- Não lembro de você ser tão filosofa assim. – tentei fazer piada para amenizar o impacto daquela pergunta.
- Culpa do meu gostar de cerveja. – completou rindo. – Vou pedir Tália em namoro hoje. – confessou.
- Está nervosa?
- Um pouco, não é como se eu já tivesse feito isso um dia. – seus olhos seguiam a garota que parecia conversar algo sério com Rebeca.
- Vai ficar tudo bem, ela espera por isso há meses. – afirmei tentando encorajá-la. – Se quiser as velas e as rosas que usei com a Rebeca pode pegar. Nada saiu como eu planejei.
- Por isso não fiz planos. Vou simplesmente pedir e fim. O gesto maior será a aliança e eu espero que ela goste.
- Ela vai gostar.
- Tomara. – levou a cerveja a boca.
Enquanto Anna observava Tália, meus olhos não desgrudavam de Rebeca. Percorrendo seu corpo. Tão lindo e sedutor. Me lembrei que se for mesmo verdade a gravidez, muita coisa vai mudar inclusive no corpo dela. Sorri ao imaginá-la com um barrigão. Certeza que ficaria linda. Talvez essa ideia de ter um neném não fosse tão ruim.
- Pensando em quem posso saber? – ela me perguntou encaixando seu corpo entre minhas as pernas.
- Quer mesmo saber?
- Lógico. – insistiu com um ar curioso.
- Estava pensando o quanto você ficaria linda com um barrigão. – ela arregalou os olhos surpresa, acredito que esperava que eu falasse qualquer outra coisa menos aquilo. – Você quem quis saber. – dei de ombros.
- Eu sei. Mesmo assim me surpreendi por você conseguir me enxergar grávida, e linda ainda por cima. – sorriu.
- Não vejo motivo para não pensar. – acariciei seu rosto.
- Tá namorando, tá namorando. – meu queridos irmãos começaram a cantar enquanto batiam palmas e arrancavam risos das nossas amigas.
Rebeca sorriu com o rosto completamente avermelhado. Toquei seus lábios com os meus e entrei na piscina deixando que ela se agarra-se em mim. Parecia um macaquinho grudado na mãe.
- Eles vão contar para as suas mães. – falou próximo ao meu ouvido.
- Elas vão soltar fogos de artificio. – brinquei acariciando suas pernas. – Relaxa. Eu já disse que elas gostam de você.
- Não posso relaxar, eu sou mais velha que você. Suas mães são minhas chefes. Se eu estragar isso, fico sem você e sem meu emprego.
- Então vamos dar um jeito para não estragar tudo. – ela beijou meu ombro.
- Você é incrível, Alice. Sério mesmo. – afirmou.
- Eu sei que sou. – brinquei. – Sua irmã parece bem interessada na Letícia. Acha que as duas ficaram?
- Conhecendo bem a minha irmã, aposto que passaram a noite conversando. E vão precisar de pelo menos mais dois encontros para rolar ao menos um beijo.
- Gente, vamos tirar uma foto. – Amélia chamou.
Nos posicionamos dentro da piscina tentando fazer com que todo mundo saísse na foto. Os meninos ficaram na nossa frente, Anna segurava Tália nas costas, assim como eu faço com Rebeca. Letícia tentava equilibrar Elisa com apenas um dos braços enquanto o outro apoiava o ombro de Amélia. O temporizador terminou a foto ficou simplesmente perfeita.
- Nos podemos cortar o resto do pessoal e guardar nós duas de recordação. – Rebeca comentou olhando a foto.
- Sim, podemos. – sorri beijando levemente seus lábios.
- Lindas. – Anna comentou quando nos afastamos.
Ela exibia a tela do celular com uma foto nossa enquanto nos beijávamos.
- Essa sem dúvida é melhor do que a outra. – comentei.
- Com certeza. – concordou.
Ficamos na piscina até a hora do almoço. O churrasco que João preparou para nós estava delicioso. Os meninos decidiram dormir, alegando cansaço depois de toda a agitação. Anna e eu continuávamos bebendo. Letícia havia subido com Amélia e Elisa para o quarto. Restando apenas, eu, Anna, Tália e Rebeca. Que já mostrava sinais de cansaço também.
- Quer ir deitar? – questionei acariciando sua perna. Ela acompanhou meu gesto com o olhar.
- Você não tem ideia do que causa em mim, não é? – me fingi de desentendida. – Você vem, acaricia minha pele, me deixa em chamas. E quando deita ao meu lado diz que quer ir devagar. – reclamou.
- Alice, está negando fogo? – Anna questionou.
- Enquanto isso a Rebeca está pegando fogo. – Tália completou e as duas começaram a rir de nós.
- Vocês se merecem, sabia?
- Sim. – falaram simultaneamente.
- Nem acredito que amanhã temos que ir embora. – Tália reclamou.
- Passaria mais uma semana de boas. – Anna comentou. – A comida da Inês é maravilhosa e fora que nem tive tempo de desfilar com todos os meus looks de fazendeira. – completou nos fazendo rir.
Continuamos conversando por quase uma hora. Mas Anna me deu um sinal de que queria ficar a sós com Tália para poder fazer o pedido. Subi para o quarto junto de Rebeca que veio emburrada, pois queria conversar mais.
- Linda, não fica com essa cara de brava. – pedi enlaçando sua cintura.
- Você nem quis ficar lá embaixo e me obrigou a vir com você.
- Só disse para você vir comigo por que Anna quer pedir Tália em namoro. Elas merecem esse tempinho a sós.
- Sério? – desfez a cara emburrada.
- Sério. Por isso te obriguei a vir comigo. – me aproximei mais. – Mas se quiser voltar depois pode ir. Ou, a gente pode tomar um banho e ficar namorando nessa cama. – falei sugestiva e ela sorriu.
Trocamos um beijo rápido e Rebeca foi a primeira a ir para o banho. Enquanto esperava que ela voltasse fui olhar o celular, já que não havia falado com as minhas mães. Havia uma notificação de uma marcação na foto que Amélia tirou. Abri a notificação e comentei com alguns corações. Depois repostei a foto.
Nem parei para pensar no que aquilo poderia gerar especulação. Afinal qualquer pessoa que visse nossa foto saberia que algo está rolando entre Rebeca e eu. Mas como eu não tenho nada a esconder não vou me preocupar com o que podem ou não pensar sobre mim.
Alguns minutos se passaram e Rebeca saiu do banheiro enrolada apenas na toalha. Suas pernas torneadas de fora, o cheiro de banho recém tomado invadiu o quarto. Eu fixei meu olhar naquela beldade que estava diante de mim. Fui tirada do meu transe quando senti o celular vibrar na minha mão.
Encarei a tela sem acreditar que de fato era aquilo que eu via. Virgínia estava me ligando. Possivelmente deve ter visto a foto que Amélia postou, já que desde que terminamos eu acabei bloqueando-a em minhas redes sociais.
- Quem é? Não vai atender? – indagou Rebeca secando os cabelos e sentando na ponta da cama, de costas para mim.
- É a Virgínia. E eu acho que sei do que se trata o assunto. – recusei a chamada.
- O que ela quer?
- Acho que falar sobre a foto que Amélia publicou e o fato de nós estarmos juntas.
- Deveria atender e colocar logo tudo em ordem. Assim ela vai se conformar.
- Não quero dar palco para palhaço. Nada que eu diga vai fazê-la acreditar que não nada aconteceu entre nós enquanto estivemos namorando.
- Pensando bem você tem razão. – concordou comigo.
- Agora eu vou tomar banho. Você me causou um calor. – brinquei e ela sorriu beijando meus lábios.
Tomei um demorado banho tentando acalmar meu corpo que estava em chamas. Estar ao lado de Rebeca e não poder fazer nada requer um alto controle que eu nem sabia que possuía. Sai do banheiro e a mulher estava esparramada na cama. Vestia um top preto e um short curto. Suspirei imaginando que sua intenção era complicar minha vida.
- Quanta demora. – reclamou.
- Estava com muito calor. – comentei procurando uma roupa na minha mala.
- Por acaso você estava se satisfazendo? – indagou com ar de riso. Me virei para olha-la.
Havia sentado sobre as pernas em posição de índio. Me fitava com um sorriso dançando nos lábios. Ela estava adorando me provocar.
- Não. Eu não estava me satisfazendo, apesar de acreditar que você quer me enlouquecer. – me virei. – Agora vou me vestir no banheiro. – caminhei de volta para o banheiro. Fechei a porta e escutei o som de sua gargalhada.
Depois de estar devidamente vestida sai do banheiro voltando para o quarto. Rebeca continuava deitada na cama. Dessa vez olhava entretida algo no celular. Fui até ela e deitei ao seu lado. Não fez nenhuma menção de que me daria atenção, seus olhos estava vidrados no celular.
- Vou jogar esse celular pela janela. – ameacei. Ela deu um sorriso.
- Desculpa, estava olhando umas coisas da empresa.
- Hoje não é dia de trabalhar. – reclamei.
- Eu sei. Desculpa. O que posso fazer para me redimir?
- Pode começar me beijando.
- Beijos? Como você é fácil.
- Sem ofensas. – resmunguei de olhos fechados pois ela já passava o nariz pelo meu pescoço.
- Sem ofensas, apenas beijos. Entendi. – sorriu.
Tomou minha boca em um beijo lento, mas cheio de desejo e sintonia. Suas mãos passeando pela lateral do meu corpo. Os carinhos logo se tornaram urgentes e mais intensos. A forma que a língua dela percorre a minha boca me faz imaginar a desgraça que deve fazer ao tocar em outra parte do meu corpo, que nesse momento anseia por um toque íntimo e intenso. Suspirei quando ela apertou meu seio por cima da blusa. Essa mulher quer testar até aonde eu posso aguentar toda sua provocação. Mas a verdade é que estou a um fio de amá-la sem pudor algum.
- Ahhhhhh! – gemi quando ela passou a ponta língua em meus lábios ao final do beijo. Fitei seus olhos que exibiam um verde tão intenso que tentei pensar em algo para comparar, mas não encontrei. – Você está me enlouquecendo. – falei em um sussurro.
- Então estou no caminho certo. – sorriu vitoriosa.
- Rebeca...
- Alice...
Nossos olhares eram de pura concordância. E o nosso corpo dava todos os sinais de que deveríamos continuar. Me sentei com ela no meu colo, apertei sua cintura. Ela mordeu o lábio dando um sorriso safado em seguida. Puxei levemente seu cabelo, enfiando meus dedos sobre os fios.
- Você tem certeza? – indaguei ainda incerta.
- Como nunca tive antes em toda minha vida. – com rapidez arrancou minha camiseta. Encarando fixamente meus seios que eram cobertos apenas por um sutiã. Vi suas pupilas dilatarem quando contornou minha pele onde termina a costura da peça. – Você é linda. – afirmou fitando meus olhos. – Eu acho que estou completamente apaixonada por você.
Nesse instante em meu peito, parecia bater dez corações. Senti minhas mãos tremerem. O peso daquelas palavras me pegou totalmente de surpresa. Não é que eu não sentisse o mesmo, mas apenas fiquei tão abobada que não consegui formular uma resposta. Rebeca continuava me olhando como se esperasse minha confissão para dizer que sentia o mesmo por ela.
- Eu...
- Shiii! Não precisa dizer nada. – tomou meus lábios em um beijo.
Beijar essa mulher sem dúvidas é a melhor coisa que já fiz na vida. A forma que minha boca encaixa na dela, me levando ao céu em questão de segundos. Poderia fazer isso a minha vida inteira. Espera! Aí está a resposta para a pergunta de Anna sobre me imaginar ao lado de Rebeca para sempre. Isso poderia acontecer. Mesmo com a possibilidade de uma criança no meio de tudo isso. Eu amo Rebeca, e se duvidar eu a amei desde o primeiro contato. Apertei-a ainda mais em meus braços, enquanto acariciava sua pele.
Ela estava entregue, eu estava entregue. Nada mais poderia nos impedir de seguir adiante. Quando nos separamos, a olhei pedindo permissão para retirar seu top. Percebendo o quanto estávamos envolvidas pelo momento retirei a peça preta. E o que eu vi a seguir me fez prender o ar nos pulmões. Seus seios eram a oitava maravilha do mundo, não! Ela era a oitava maravilha do mundo, e estava bem ali, diante de mim, seminua.
Em um impulso levei minhas mãos aos seus seios, observando-a jogar o corpo para trás assim que sentiu meu toque. Que mulher, meus amigos. Que mulher! Acariciei-os com todo cuidado, em um toque preciso, mas delicado. Porém eu quero mais, eu sempre vou querer mais dessa mulher linda e tão gostosa. Ela pareceu intender minha intenção. Me olhou intensamente esperando que eu tomasse seu seio esquerdo levando minha boca até ele.
Quando senti seu mamilo eriçado em contato com a minha língua, pensei em um palavrão, entretanto soltei um gemido abafado. Rebeca acariciava meus cabelos, iniciando um roçar do seu corpo contra o meu, buscando um contato maior. Nós ansiávamos por aquilo. Fui de um seio a outro, e ela continuava a rebol*r em cima de mim. Eu estava deslizando de tão excitada. Meu clit*ris doía de tanto tesão.
Girei nossos corpos, fazendo-a se deitar na cama. Ela me olhou como se reclamasse por eu ainda estar mais vestida que ela. Sorri da cara de indignação por não dar importância a isso. Voltei a beijar seus seios, desci pela barriga, enquanto ela se contorcia, tentando controlar seus gemidos.
Parei no cós de seu short. Passei a ponta dos dedos entre o tecido e sua pele. Ela suspirou mais alto, me fazendo rir satisfeita. Devolvi suas provocações na mesma moeda. Quando fiz menção em retirar a peça de sua roupa ouvimos batidas na porta.
- Não para. – sussurrou em uma súplica.
- Rebeca, eu sei que está aí. Preciso de sua ajuda. – a voz de Amélia saiu desesperada.
- Acho melhor você ir ver o que aconteceu. – afirmei.
- Droga! – reclamou me empurrando para o lado e saiu batendo pé em direção a porta. Procurei minha blusa para vestir, observando-a fazer o mesmo. – Eu espero que alguém esteja morrendo. – falou abrindo a porta.
- Sim, tem duas pessoas morrendo. – Entrou porta a dentro. – Fica com a Elisa alguns instantes. – entregou a menina junto com o seu cachorro de pelúcia. E saiu.
- Ei! O que isso significa? – Rebeca questionou fitando a irmã.
- Precisamos ficar sozinhas. – comentou ficando vermelha.
- Você vai....- antes de dizer tapou os ouvidos de Elisa. - ...trans*r com a Letícia?
- Sim. Mais alguma pergunta?
- Você me deve uma. Uma não, três, só por ter me interrompido. – bateu à porta na cara da irmã antes que ela pudesse responder. – Bom, mudanças de planos. – sorriu para mim.
- Oi, Elisa. Vem aqui com a tia. – peguei a menina que simpática me esticou logo os braços. Beijei Rebeca que sorriu ao ver que não me chateei com a interrupção. – A tia Rebeca vai tomar um banho frio, enquanto isso nós vamos brincar. O que me diz? – a menina gargalhou. – Acho que isso foi um sim. Pode ir, eu cuido dela. – afirmei.
- Obrigada.
Ficamos na cama brincando com o cachorrinho de pelúcia dela. Criança é a coisa mais fácil de entreter. Mas a menina parecia estar com sono. E eu não faço a menor ideia de como fazer uma criança dormir. Mesmo assim me pus de pé e comecei a cantarolar uma canção infantil enquanto a balançava de encontro ao meu corpo.
Estava tão dedicada na minha tarefa de colocar a pequena para dormir que nem percebi que Rebeca já havia saído do banho e estava nos observando. Me sorriu daquele jeito que me deixa de pernas bambas. Deu dois passos na nossa direção.
- Ela dormiu. – sussurrou.
- Coloca alguns travesseiros para que eu possa coloca-la na cama. Os travesseiros vão evitar que ela se vire e caia da cama. – comentei pois lembrava que as minhas mães faziam isso com os meninos.
Rebeca fez o que eu pedi, em seguida coloquei Elisa na cama. A garota dormia tão profundo que deu um suspiro assim que se aconchegou. Fomos para o pequeno sofá de dois lugares.
- Você leva jeito com crianças. – comentou.
- Isso é bom. Significa que posso ficar na sua vida, mesmo que esteja grávida. – afirmei e ela arregalou os olhos.
- Está querendo dizer que ainda quer se envolver comigo mesmo se eu estiver grávida?
- Lógico, Rebeca. – segurei sua mão. – Pensei que o que sinto por você fosse óbvio.
- Mas uma criança é uma responsabilidade enorme, e você é muito nova, tem tanta coisa para viver ainda.
- Quero viver tudo o que eu tiver de viver ao seu lado. – peguei sua mão. – Eu sei que antes quando você falou que está apaixonada por mim, eu não consegui responder nada. Não entenda como se fosse por não sentir o mesmo, foi apenas uma surpresa que você pudesse gostar de mim da mesma forma que eu gosto de você. Tantas vezes me perguntei se eu teria a sorte que você pudesse ao menos ficar com mulher, só para eu ter uma chance de te conquistar. – ela sorriu. – Eu estou perdidamente apaixonada por você. E eu não quero que isso dure apenas esse final de semana. Independentemente do que seja o resultado do seu exame. Quero ficar com você. Ou com vocês. – me referi ao bebê. – Rebeca, você quer isso tanto quanto eu quero. Então me diz, você quer namorar comigo? - Ela arregalou os olhos me fitando surpresa. Vi em seus olhos indícios de lágrimas que estavam por vir. Fiquei na espera de uma resposta que até agora não veio.
Fim do capítulo
Esse capítulo é dedica a petulãncia da dona Pregicella que está adorando um deboche nos comentários. E também a Reny que me implorou por mais um no direct do instagram. kkk
E eu sei o quanto é ruim ficar na espera por novos capítulos, também sou leitora. Esse capítulo também vai terminar com essa super pergunta da Alice. Bora vê o que vai dar.
Sejam boazinhas e comentem bastante. Caso contrário vou sumir um mês. kk Se vocês podem fazer greve, eu também posso.
Beijosss.
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Baiana
Em: 17/10/2021
Quando a Amélia tirou a foto,já pensei logo no inferno que a Virgínia vai tentar criar para elas,tanto a Alice quanto a Amélia já estão em outros relacionamentos e ela sozinha. Falando em Amélia,ela é uma boa empata f...mas com duas crianças na família,a Rebeca e a Alice poderão usar esse recurso muitas e muitas vezes no futuro.
Dois pedidos de namoro na mesma noite! O que a vida no campo não faz kkkk
Resposta do autor:
A interrupção foi foda mesmo. Espero que a transa das duas no quarto vizinho tenha valido a pena. kkk
O ar fresco inspirou o povo. kkk
bejos
FENOVAIS
Em: 17/10/2021
Uma criança, sério Maktube?! Você não vai sair do Serasa do Fernando por tão cedo. Você não me ajuda a te ajudar.
Péssima hora de uma criança aparecer (não sou fã de romantizar a maternidade e tenho "pavor").
Masssssssssss, vamos ver até onde seu sadismo irá (porque você é sádica e não diga que não é. Tenho provas aqui viu??!).
Até a próxima (vulgo, posta logo pufavozin).????????
Resposta do autor:
Uma criança, serio? kkk Me pergunto a mesma coisa. E me manda esse boleto ai para eu poder pagar e limpar meu nome no Serasa do Fernando. Acho que já estão ligando para me cobrar. kkkkk
Nem vou me defender, afinal você deixou claro que tem provas. kkkk
Beijosss
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Mille
Em: 17/10/2021
Amélia aprontou duplamente.
Essa foto dará muito fogo na cabeça doentia da Virgínia, e ainda empatou as duas terem do momento tão esperado por nós.
Mais veio a pequena Elise e a Alice mandando bem com os cuidados, já demonstrando que pode ser uma excelente mãe.
Aguentar nosso coração para a resposta da Rebeca para a linda declaração da Alice.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Amélia sempre levando a culpa. kkkkk
Elisa é linda demais. Alice de fato mandou bem em não ficar com raiva pela interrupção.
A resposta vemmmm.
Beijosss
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Dolly Loca
Em: 17/10/2021
Que capítulo foi esse!!!!!
Amélia empata foda master. E como aguentar a ansiedade junto com a Alice para saber a resposta da Becky???
Mais um capítulo por favor!!!!!!
Bjos
Resposta do autor:
Esse capítulo me fez perceber o quanto sou malvada com vcs. kkkk
Amélia errou o time, mas aposto que estava quase subindo pelas paredes para pegar Letícia.
Beijoss.
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SPINDOLA
Em: 16/10/2021
Caríssimaaaaaaaaaaa.
Que capítulo fosdástico foi esse, ameiiiiiiiiiii, apesar de querer torcer o pescoço da Amélia, kkkkk.
Agora por que parou, parou por que, kkkk, que Cruellisse terminar o capítulo sem resposta, kkkkkkk, mas é lógico que a delícia vai dizer sim, só se for besta pra dizer não pra essa perfeição de declaração da loirinha.
Autora tu não lacrou neste capítulo pelo final guenta coração, kkkkkkk, que maldade, kkkkkkk, e nem pense em sumir que nosso pobre coração não aguenta, somos leitoras apaixonadas por suas histórias apaixonantes, e ainda nem começamos a rebelião pra que essa maravilha não acabe nunca, já pensou que sensacional, infinitos capítulos desta história.
Bjs, minha Cruella favorita
Resposta do autor:
Eu sei, peguei pesado com ele. Né? Meninaaa quer mesmo uma história sem fim???? kkkk
E só para constar amei o novo apelido. kkk
Beijos
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Acarolinnerj
Em: 16/10/2021
Que capítulo foi esse ?
Não demora a voltar eu sofro de ansiedade...
Resposta do autor:
Oiê. Hoje sai mais um.
Prometo
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preguicella
Em: 16/10/2021
Eitaaaaaa, não sabe brincar, não desce pro play! Não entendi tanto rancor no coração pra fazer ameaç tão cruel! Minha intenção com as provocações era só pra dar uma incentivada na liberação do capítulo. Afinal, cada um trabalha com as armas que tem, viu! E o pior é que a culpa é toda sua, fica só deixando a gente com água na boca, agora mesmo, termina o capítulo e deixa a gente e Alice na maior ansiedade sem a resposta oficial de Rebeca! Tudo bem que a gente sabe qual é a resposta! haha
Se quiser voltar com mais a gente nem liga tá! Hoje ou amanhã. #ficaadica
Bjuuuuuu e brigada por gostar de minha petulância! ????????????
Resposta do autor:
Sei brincar sim. Inclusive estou pensando em aderir uma das brincadeiras do Round 6. Batatinha frita 1,2,3 e ai eu vou sumir por um mês. kkkk
Bem que tuas provocações funcionaram e a tola aqui postou outro capítulo. rsrs
E vc está sabendo bem usar suas armas. E vou postar hoje viu. Pensando em fazer um por dia. kkk
Beijosss. Minha petulante preferida. rsrs
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paulaOliveira
Em: 16/10/2021
Que capítulo meus amigos, que capítulo!!
Não faça greve pfv, eu pago em dólar se vc quiser, encho seu tanque de gasolina, mas não faça greve kkkkk
Resposta do autor:
Eitaaaa. Com o preço que tá vou até repensar essa greve. kkkkk
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