• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 46

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Fora do tempo
    Fora do tempo
    Por shoegazer
  • A Italiana
    A Italiana
    Por Sam King

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 7

Ver lista de capítulos

Palavras: 4351
Acessos: 3072   |  Postado em: 16/10/2021

Capitulo 46

 

Capítulo 46º

Rebeca

            Passei a semana inteira me sentindo mal, sem falar em toda minha irritação. Em alguns momentos cheguei a ficar com pena de Tália e Alice pela forma como as tratei na empresa. Meus seios estão inchados, e eu acho que tudo isso é apenas a minha menstruação que vai dar o ar da graça. Adoraria que não fosse esse final de semana. Mas quem sou eu para exigir algo, não é mesmo?

            Alice me convenceu a pegar a estrada mais cedo. Eu sei que na verdade, é apenas preocupação de Larissa por conta do acidente dos pais e tudo mais. Não iria incomodá-la com isso, se ficaria mais tranquila por sairmos mais cedo assim seria.

- Você dirige, eu preciso ligar para Amélia e Letícia. – joguei a chave para Tália quando chegamos no estacionemento.

- Certo. – comentou entrando no carro e dando partida.

            Disquei o número dela e no segundo toque ela atendeu.

- Oi, Beck.

- Oi. Só estou avisando que estamos indo mais cedo.

- Como assim?

- Larissa pediu que fossemos agora depois do almoço.

- Mas eu não posso.

- Eu sei. A Letícia também não pode. Então vocês vão juntas.

- Nem conheço a mulher. – comentou irritada.

- Vou te mandar o número dela e vocês podem se conhecer. Inclusive ela está solteira. – escutei ela resmungar algo.

- Tudo bem. Me manda o número. E passa o meu para ela. Agora eu preciso trabalhar. Beijos.

- Beijos.

            Encerrei a ligação e em seguida liguei para Letícia.

- Oi, amiga. Estava pensando em você.

- Assim eu até acredito que você gosta de mim. – brinquei.

- Não se iluda tanto. Mas me diz, em que posso ajudar.

- Então. Estou saindo daqui a pouco para Ouro Preto. Mas não se preocupe, você vai com a minha irmã, Amélia.

- Certo. Me manda o número dela. Para gente combinar direitinho nossa ida.

- Já mandei. E outra, ela é linda e está solteira. – provoquei.

- Rebeca a santa casamenteira. – riu. – Nem vou me animar vai que a beleza ficou apenas com você.

- Ela é linda também, pode confiar. – conclui rindo. – Vou te deixar trabalhar, até mais tarde.

- Até.

            Almoçamos no Santé como de costume, depois fomos para casa. Enquanto eu tomei um longo banho Tália levou as malas para o carro, já que ele iria ficar na casa de Alice, pois precisamos de um carro que caiba todo mundo.

- Anna já está lá embaixo. Podemos ir?

- Sim.

            Deixei que ela dirigisse e alguns minutos depois já estávamos na mansão dos Rodrigues. Os primeiros a nos recepcionar foram Arthur e Bernardo que estavam animados pela viagem. Alice se prontificou a dirigir e eu não recusei, estava com sono e iria aproveitar para descansar um pouco. Na verdade, eu apaguei completamente despertei quando já estávamos em Ouro Preto. Me ofereci para dirigir até a fazenda. Mas quando paramos no posto de gasolina a moça da lojinha ficou claramente interessada em Alice e aquilo me incomodou. Claro que não a ponto de brigar com Alice por conta disso como Virgínia fazia.

            Só de respirar o ar do campo já me deixa mais relaxada. Alguns minutos percorridos em uma estrada de terra e logo chegamos à fazenda. Inês e João nos recepcionaram animados pela nossa chegada. Dividimos os quartos e avisei que iriamos para os estábulos em dez minutos. Mas não contava que iria vomitar antes disso.

            Alice pareceu preocupada comigo ao perceber que eu estava passando mal. Mas tratei de tranquilizá-la, tentaria ao máximo aproveitar esses dias para descansar e aproveitar para matar a saudade desse lugar que eu tanto amo.

- Ele é manso. Não precisa se preocupar. – eu falei tentando acalmar Arthur segurando as rédeas do cavalo que ele estava montando. – Tá vendo só, ele obedece aos seus comandos.

- Sim. Acho que consigo ir sozinho agora. – comentou corajoso vendo que os outros já montavam sozinhos também.

- Tem certeza que aprendeu tudo?

- Sim. Tenho.

- Pois vou deixar que vá sozinho. Não corre, tá? – ele concordou e saiu devagar para andar em círculos como os outros.

            Virei para olhar Alice que estava sentada na cerca apenas observando distraída. Montei meu cavalo e fui até ela.

- Vamos agora é sua vez? – indaguei esticando a mão para que ela viesse até mim.

- Nem a pau. – se recusou.

- Ele é manso, eu vou estar com você. Bem aqui. – fui para a garupa e deixei a cela livre para ela sentar.

- Rebeca, eu não posso morrer antes de te beijar. – comentou aflita e eu ri.

- Mais um motivo para você confiar em mim. Quero a mesma coisa, ou seja, não vou te deixar morrer. Afinal você me deve um encontro. – ela sorriu. - Vem. – incentivei.

            Seu pavor era notório.  Mesmo assim ela segurou minha mão, senti sua pele suada pelo medo. Sentou-se na cela do cavalo, sem conseguir respirar de direito. Parecia temer que qualquer movimento seu pudesse espantar o cavalo.

- Aí, aí! Esse bicho vai correr e nos derrubar. – comentou com a voz baixa e os olhos fechados.

- Abre os olhos, já estamos nos movimentando. Segura as rédeas. – encorajei-a.

- Não. – se recusou.

- Alice, eu estou aqui. – comentei apertando sua cintura. – Não vou deixar que nada aconteça, confia em mim.

            Ela me olhou por cima do ombro. Com cuidado segurou as rédeas, notei que seus dedos tremiam levemente. E eu fui dando as instruções dos comandos necessários para o cavalo, andar ou parar. Aos poucos ela foi relaxando e aproveitando o passeio.

- Devíamos ir para o lago. – Tália comentou.

- Eu topo. – Anna se aproximou.

- E vocês meninos, conseguem andar fora do cercado?

- Vamos. – concordaram juntos.

            João abriu a porteira e deixou que passássemos por ela. Fomos devagar aproveitando a paisagem. Alice até esqueceu seu medo do cavalo. Apontava para os bichos que íamos vendo pelo caminho.

- Essa foi a aposta mais fácil que você já pagou. – comentei.

- Nada disso. Mas tenho que confessar que não é tão assustador quanto eu pensava. – comentou rindo.

- Quem chegar por último vai dar banho em todos os cavalos quando voltarmos. – Anna gritou e os outros saíram em disparada.

- Meninos, cuidado. Preciso devolver vocês inteiros. – Alice gritou.

- Relaxa, eles estão bem. O que achou da fazenda?

- Já tinha visto por foto.

- Como?

- Sua irmã veio fazer uma campanha aqui com a Virgínia.

- Verdade, esqueci esse detalhe. Por falar nela, tem te procurado? – comentei curiosa. Aquele momento era perfeito para conversar sem precisar olha-la nos olhos.

- Não. E mesmo que procure a minha decisão continuará a mesma.

- Assim espero. Afinal ainda preciso pagar a minha aposta. – comentei e ela sorriu baixinho.

- Você vai.

            Quando chegamos ao lago os meninos haviam entrado com roupa e tudo. Anna e Tália estavam debaixo de uma árvore recostadas ao grande tronco do velho carvalho. Desci do cavalo e em seguida ajudei Alice a sair. Segurando sua cintura para que ela descesse com maior segurança.

- Obrigada. – agradeceu próxima a mim.

- Disponha. Afinal ainda temos a volta. – brinquei.

- Como você deixou isso acontecer? – Alice falou com Anna apontando para os meninos que riam dentro do lago.

- Não sabia que estava de babá. – debochou.

- Idiota. – revidou.

            Nos recostamos na árvore observando os meninos que se divertiam muito apenas por jogar água um no outro. Criança precisa de pouca coisa para ser feliz. Sorri com meu pensamento. As meninas iniciaram uma conversa sobre o que deveríamos fazer a noite.

- Uma fogueira e chocolate quente. – Tália falou. – Rebeca, bem que você devia tocar.

- Não, faz tempo já. – neguei.

- Por isso mesmo. Aposto que você não perdeu o jeito. – comentou rindo.

- Não sabia que você tocava. – Alice comentou surpresa. – Aliás tem muita coisa sobre você que eu não sei. – prendeu seu olhar ao meu.

- Mas pode descobrir. – respondi e vi Tália e Anna trocarem um olhar.

- Nós vamos ali, no lago. – apontou na direção da água e saiu puxando Anna pelo braço.

- Vai me deixar descobrir tudo?

- Tudo que você quiser. – ela estava brincando com fogo e eu adorando aquilo.

            Não sei como faria para aguentar dormir ao lado dela hoje à noite e continuar me controlando como havíamos combinado. Já estava sendo martírio suficiente trabalhar com ela todos os dias. Ao ouvir minha resposta abriu um largo sorriso. Seus dedos buscaram os meus e ela entrelaçou nossas mãos. Não consegui não olhar o quanto aquele contato era bom.

- Aqui é lindo. Dá uma paz, agora entendo por que sente falta.

- É sim. Sempre me imaginei morando em um lugar assim depois que me aposentasse.

- Você tem planos de se aposentar?

- Claro.

- Não parece, vive para o trabalho. – comentou olhando os quatro que corriam na borda do lago, brincando de pega pega.

- Alice, hoje uma sexta, quatro horas da tarde. Olha onde estou.

- Eu sei. Isso é minha culpa. Mas fico feliz de ser uma boa influência. – completou acariciando minha mão.

- Boa influência?

- Isso. Ótima influência– afirmou sorrindo e deitando sua cabeça em meu ombro, mas sem soltar nossas mãos. – Vai ser estranho ver a sua irmã. – disse com a voz baixa.

- Não vejo motivo para tal. Amélia não está com Virgínia, e nem você. Então isso é passado. Aposto que vão gostar uma da outra. Para serem amigas, eu espero. – comentei insegura, imagina só se as duas se apaixonam. Não quero nem pensar nessa possibilidade.

- Eu só tenho olhos para uma das filhas Cardoso. – disse com ar de riso.

- Pirralha, você adora brincar comigo.

- Não estou fazendo nada. Ainda. – sussurrou se pondo de pé e indo se juntar aos outros.

            Os observei brincando com a água. Todos sujos pela mistura de água com terra. Alice disse algo a Anna que a agarrou e atirando a dentro do lago enquanto a loira reclamava os meninos riam. Nem sei diferenciar quem era o mais velho ali, todos pareciam crianças.

            Fomos para casa quando começou a escurecer. Alice não quis guiar o cavalo novamente então eu aceitei essa tarefa, o que não foi esforço já que ela agarrou seus braços em volta da minha cintura durante todo o percurso. Deixamos os cavalos nos estábulos e seguimos a pé até a casa principal. Assim que começamos a subir as escadas, escutamos o barulho do carro vindo da estrada.

- Meninos, direto para o banho. – ordenou Alice.

- Certo. – responderam obedientes.

- É a sua irmã?

- Sim. Deveria ir trocar de roupa, sabia? Sua blusa está transparente. – comentei ao perceber.

- Isso é ciúmes?

- Não, é cuidado. Coloca pelo menos essa blusa por cima. – tirei a camiseta que estava na minha cintura. Ela vestiu a contra gosto.

            O carro não demorou a parar. Amélia foi a primeira a sair, mas para minha surpresa foi direto para a porta de trás tirar Elisa da cadeirinha. A garota sorria para ela enquanto batia palmas.

- Olha só quem já está me trocando. – me aproximei e ela sorriu para mim. Balbuciando palavras que ninguém conseguia entender ainda. – Oi, Valente. – era assim que eu a chamava por conta dos seus lindos cabelos ruivos e cacheados.

- A babona é toda sua. – Amélia me deu a garotinha que apenas sorria sem entender nada.

- Você ganhou mais um apelido? Não acredito. – brinquei com ela.

- Essa mocinha dormiu até aqui. – Letícia falou enquanto tirava as malas.

- Não foi muito diferente da Rebeca. – Alice comentou observando minha interação com Elisa.

- Você deve ser a Alice. Muito prazer, escutei muitas coisas sobre você. – Letícia me olhou.

- Prazer, Letícia. E eu espero que tenha sido coisas boas. – brincou.

- Isso deixo a critério da sua imaginação. – completou sorrindo.  E Alice virou me fitando.

- Como vai Amélia? – a garota se aproximou dela, ajudando com a mala.

- Bem, e você?

- Bem.

            O silêncio se instalou deixando um clima um tanto embaraçoso. Mas logo Elisa começou a soluçar.

- Essa mocinha precisa se aquecer, não é mesmo? – brinquei levando-a escada a cima.

            As outras vieram atrás. Amélia mostrava as coisas animada para Letícia que estava atenta a tudo que a minha irmã falava. Ao menos eu acertei e as duas se deram bem. Quando chegamos no topo, entreguei Elisa para a mãe e ajudei com a bagagem indicando o quarto que ela iria dormir. Alice disse que precisava de um banho e tratou de nos deixar a sós.

- Então como foi a viagem? – questionei enquanto Amélia desfazia as malas.

- Se quer saber o que achei da Letícia basta perguntar. – resmungou.

- Certo. O que você achou da Letícia?

- Achei que ela é uma mãe solteira.

- E fora isso?

- Não sei, ela é bonita. E parece uma pessoa bacana. Fora a Elisa que é linda. – comentou sorrindo.

- É sim. – confirmei.

- Vi que você está dividindo o quarto com a Alice. – comentou me olhando. – Tem algo rolando entre vocês?

- Não. – respondi rapidamente.

- Ela parece ter superado bem o término com a Virgínia.

- Sim. A garota era pirada de ciúme.

- Acredita que ela teve coragem de tentar trans*r comigo? – indagou me fitando.

- Acredito. Ela é sem noção.

- Só não a demiti por que sei que ela está passando por um momento complicado.

- Que bom que teve essa paciência, no seu lugar não teria feito o mesmo. – comentei ficando de pé. – Vou ver se Letícia precisa de ajuda com alguma coisa.

            Sai para o quarto ao lado. Bati esperando que ela me mandasse entrar.

- Oi. Vim ver se precisa de algo.

- Estou bem, vou tomar banho com a Elisa. – comentou separando a roupa da menina que estava em cima da cama brincando com seu cachorrinho de pelúcia.

- Certo. Como foi a viagem?

- Veio saber se eu gostei da sua irmã. – afirmou sem me olhar.

- É tão óbvio assim? – brinquei.

- Você é bem previsível. – concluiu. -  Mas alimentando a sua curiosidade, ela é ótima. A Elisa gostou dela.

- E você?

- Ela é ótima. – insistiu. – Tudo bem, vou tentar te explicar. – sentou-se na minha frente. – Se eu não fosse uma mãe, poderia ser que algo acontecesse, mas a sua irmã não me parece o tipo de mulher que gosta de um combo família, compre uma mulher ganhe uma criança. – brincou sorrindo.

- Ela gostou da Elisa.

- Claro, todo mundo gosta de criança. Mas quando é dos outros.

- Devia dar uma chance para conhece-la melhor. – insisti. – Vocês seriam perfeitas uma para a outra.

- Vou deixar rolar. Tá bem?

- Ótimo. – fiquei um pouco tonta.

- Você está bem?

- Não! Passei mal o dia inteiro. Tô enjoada, fora o mal humor. Claro, dois meses sem menstruar dá nisso.

- Dois meses? Isso é normal para você? – questionou deixando de lado o que fazia.

- Sim. Às vezes acontece quando fico muito estressada. – argumentei.

- Tem sentido enjoos mais pela parte da manhã ou a noite.

- Quase o tempo inteiro.

- Sonolência?

- Sim. O que isso quer dizer, estou doente?

- Rebeca, você fez sex* nos últimos meses?

- Fiz. Com o Pedro, mas usei camisinha se é isso que pensa, e tomo anticoncepcional.

- Tira a blusa.

- O quê?

- Vamos, me deixa te examinar.

            Fiz o que ela me pediu mesmo achando que aquilo era loucura. Letícia tocou meus seios que estavam além de doloridos bem inchados. Observou minha barriga e deu um sorriso.

- Parece que a Elisa vai ganhar um amiguinho ou amiguinha. Você está grávida. Parabéns.

- Tá louca? Não posso estar grávida. – me sentei sobre a cama. Com o meu peso Elisa acabou subindo junto com o colchão e gargalhou.

- Vai por mim, você está grávida. Esse seu mal humor são os hormônios. Se quiser podemos fazer o teste quando voltarmos.

- Eu grávida? – repeti para mim mesma, isso explicaria tudo.

- Sim. Você grávida. Agora se me dá licença eu preciso tomar banho.

            Eu sai do quarto ainda sem acreditar nessa possibilidade, busquei algo para me sentar. Como eu poderia estar grávida se tenho certeza que todas as vezes que transei com Pedro usamos camisinha? E outra eu tomo remédio.

- Amiga, tá tudo bem? Você está pálida. – Tália me viu sentada no banco do lado de fora do quarto.

- Não. A....a...- não conseguia formular a frase.

- A?

- Letícia, ela acabou de dizer que eu posso estar grávida.

- PUTA QUE PARIU! – ela gritou.

- SHII! Fala baixo.

- Isso explicaria tudo. Amiga, você enjoou até o seu perfume favorito.

- Eu sei. Mas o que eu vou fazer? Estou prestes a ficar com a Alice. E simplesmente vou dizer: “Então mudanças de planos eu estou grávida”. – comentei apontando para a barriga.

- Merda. A Alice. – Tália caiu em si. – Precisamos descobrir se é verdade.

- Só quando eu voltar de viagem. – comentei.

- Então até lá, é melhor não surtar. – afirmou segurando minha mão. – Caramba o pai é o gato do Pedro. Puta que pariu essa criança vai ser linda. – comentou animada.

- Não tem criança nenhuma, eu não estou grávida. A Letícia está errada. E quando eu voltar vou fazer esse exame só para ter certeza disso.

- Espero que sim. – me consolou. – Mas seria algo tão ruim assim? Nunca conversamos sobre isso.

- Não é que seria algo ruim, só acho que não é o momento ideal. Comecei a pouco tempo na empresa, um filho requer muita dedicação. E tem a Alice. Não seria certo colocar uma responsabilidade tão grande em cima dela. Imagina ela além de namorar uma mulher mais velha, ainda ser uma mãe?

- Isso é bom. – encarei-a em entender. – Você pensa em namorar com ela.

- Claro que penso. Não é à toa que estou esperando que ela supere essa coisa toda com a Virgínia. Eu gosto da Alice.

- Eu sei que gosta. Vi como quase pulou aquele balcão para bater na atendente. – comentou rindo. – Tudo mundo reparou. – completou.

- Logo eu que nunca senti ciúme nem de Diego.

- Com a Alice é diferente.

- É sim. – concordei.

- Você precisa para de se preocupar com as possibilidades do que possa acontecer. Foca primeiro em vocês se conectarem. Aproveita esses dois dias, vocês estão dormindo juntas. Joga seu charme que ela vai ceder. Está louca por você.

- Não posso. Vou esperar que ela esteja pronta. Prometi ir com calma, e é isso que vou fazer.

- E se demorar?

- Eu espero.

- E se de fato você estiver grávida?

- Eu surto. – falei afundando no banco, estava cansada e começando a ficar enjoada de novo. – Não posso estar grávida, isso muda tudo. Não planejei nada disso.

- Eu sei. – segurou minha mão. -  Mas se for o caso você não está sozinha. – apertou levemente meus dedos. – Agora acho melhor tomarmos um banho. Daqui a pouco é hora do jantar.

- Vai lá. Eu também preciso de um banho.

            Entrei no quarto e Alice estava apenas de toalha enquanto passava hidratante no corpo. Eu congelei próxima a porta, aquela sem dúvidas era uma imagem linda e que viveria na minha mente por muito tempo.

- Que foi? – indagou sorrindo.

- Nada. – respondi indo até minha mala.

            Alice sorriu divertida ao ver meu desespero por ter me pego observando-a. Separei minha roupa e fui para o banho. Quando terminei de me vestir, Alice não estava mais no quarto. Dei uma última olhada no espelho e sai sendo guiada pelo barulho das vozes que vinha da parte externa da casa.

- Oi. – Amélia me cumprimentou.

- Oi, pensei que estava junto com o pessoal.

- Vim buscar uma manta para a Elisa. – mostrou o objeto na mão. E eu sorri com o cuidado excessivo dela com a menina. – Não começa. – falou passando por mim.

- Eu não falei nada. – me defendi.

- Nem precisa. – disse de costas.

            Ela foi sentar-se ao lado de Letícia entregando a manta para a mulher. A médica agradeceu com um sorriso e eu senti que poderia nascer de fato algo entre elas. As cadeiras estavam em círculo havendo no meio uma fogueira. Os meninos animados assavam marshmallow ou tentavam. Ri vendo Anna tentar ajudar, mas claramente ela também não sabia. A solução foi Tália tomar a frente.

            Ao lado da minha amiga, Alice abriu um sorrindo indicando a cadeira vazia ao seu lado para que eu pudesse sentar. O violão estava apoiado ao braço da cadeira. Isso significava que terei que cantar.

- Demorou. – reclamou me estendendo a mantar que cobria suas pernas.

- Desculpa. Não tive intenção de te deixar sozinha.

- Mas eu não estava sozinha. – falou divertida. – Mesmo assim senti sua falta. – afirmou enlaçando nossas mãos cobertas pela manta.

            O calor que vinha da fogueira era simplesmente delicioso. Todos conversavam animados e eu observei cada um atentamente. Vi Amélia pegar Elisa quando ela começou a chorar, tentando acalentar a menina que bastou um beijo na testa e parou de chorar. Letícia sorriu ao ver a cena e eu também.

            Enquanto observava a interação da minha irmã com a pequena, começo a cogitar a possibilidade de Letícia estar certa e eu de fato posso estar grávida. Como vou fazer isso sozinha? Afinal não tenho nenhuma intenção de ficar com Pedro outra vez. Mas tem essa coisa com a Alice. Olhei para ela enquanto ria de Arthur que exibia orgulhoso um marshmallow completamente tostado. Alice é apenas uma menina, tem muita coisa para viver e eu não posso simplesmente esperar que ela queria ficar comigo e com meu filho ou filha.

- Vocês deveriam cantar. – Tália comentou olhando para mim e minha irmã.

- Não. – Amélia falou rapidamente.

- Você canta? – Letícia indagou a ela.

- E toca também. – respondi rapidamente. Já que teria que fazer aquilo que fosse ao menos com ela.

- Pois cantem algo. – Letícia insistiu.

- Eu canto se você cantar. – Amélia sorriu.

            Peguei o violão, dedilhei para ver a afinação. Enquanto isso pensava em uma música que pudesse representar tudo o que tenho sentido nos últimos meses. Comecei as primeiras notas da música Partilhar do Rubel com participação de AnaVitória. Amélia sorriu sabendo qual era a canção.

- Se for preciso, eu pego um barco e remo. Por seis meses, como peixe pra te ver. Tão pra inventar um mar grande o bastante. Que me assuste, e que eu desista de você. – comecei a cantar lembrando o quanto foi difícil aceitar que Alice namorasse com Virgínia, mas mesmo assim não desisti do que sinto por ela. - Se for preciso, eu crio alguma máquina. Mais rápida que a dúvida, mais súbita que a lágrima. Viajo a toda força, e num instante de saudade e dor. Eu chego pra dizer que eu vim te ver. – recordei de quando ficamos afastadas e de toda a saudade que fiquei, de como senti vontade diversas vezes de ligar, mas desistia. - Eu quero partilhar A vida boa com você. – todos cantaram juntos me fazendo sorrir. - Que amor tão grande tem que ser vivido a todo instante. E a cada hora que eu tô longe é um desperdício. Eu só tenho 80 anos pela frente. Por favor, me dá uma chance de viver. – continuei cantando de olhos fechados. Concordando que um amor tem mesmo que ser vivido a cada instante, e o fato de estarmos longe é um desperdício do nosso tempo. - Eu quero partilhar A vida boa com você. – cantaram juntos novamente. - Se for preciso, eu giro a Terra inteira. Até que o tempo se esqueça de ir pra frente e volte atrás Milhões de anos, quando todos continentes se encontravam. Pra que eu possa caminhar até você. – nesse momento eu queria mesmo ter uma máquina do tempo e ir até a noite que transei com Pedro, assim evitaria que algo acontecesse entre nós e não estaria remoendo as consequências dessa possível gravidez. - Eu sei, mulher, não se vive só de peixe, nem se volta no passado. As minhas palavras valem pouco e as juras não te dizem nada. Mas se existe alguém que pode resgatar sua fé no mundo, existe nós. Também perdi meu rumo, até meu canto ficou mudo. E eu desconfio que esse mundo já não seja tudo aquilo. Mas não importa, a gente inventa a nossa vida. E a vida é boa, mas é muito melhor com você. – cantei essa parte olhando para Alice, que pareceu entender meu recado. Pois eu sei que Virgínia deixou uma marca grande nela, mas isso não significa que não podemos nos dar uma chance. -  Eu quero partilhar A vida boa com você.  Não tem, pra trás, nada. Tudo que ficou tá aqui. – terminei a canção ouvindo gritos e palmas. Era isso, não poderia mais existir um passado, não importava o que Virgínia fez. Pois o que importa de verdade está exatamente aqui, nessa nossa intensa troca de olhar.

Fim do capítulo

Notas finais:

Ei, amorecas. Voltei. Alguma aposta sobre o que vai rolar desse exame?????? E o que Alice vai achar se souber dessa novidade?

E tô até pensando em postar mais um hoje, o que acham?

Beijos e boa leitura.

 

 

Ps: se eu sumir me procurem no instagram @andriellyteixeira92, ou caso queiram conhecer meu lindo rostinho tbm. kkk

Beijos

 


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 46 - Capitulo 46:
Baiana
Baiana

Em: 17/10/2021

Sabia  que era gravidez,os sintomas não mentem kkk

Amélia prestes a ter uma família pronta,vai saber ajudar a irmã,já que o instinto materno foi aflorado com a pequena Elisa,agora resta saber se as mães de Alice ainda vão continuar aprovando esse futuro namoro, agora a Rebeca tem uma bagagem um pouco pesada para uma garota de 18 cerregar logo de cara. E o Pedro? Será uma pedra no sapato delas,ao saber do filho?


Resposta do autor:

Bastante gente acertou. kk

Acho bem fofo as interações da Amélia com a pequena Elisa. De fato a gravidez em um inicio de namoro ainda mais para Alice é bem pesado. Mas vamos esperar né.

Beijoss

Responder

[Faça o login para poder comentar]

paulaOliveira
paulaOliveira

Em: 16/10/2021

AliBecca é real Brasiiiiiiiil.

Volta hj por favor..
Resposta do autor:

Para felicidade de vocês é sim. kkkk

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

SPINDOLA
SPINDOLA

Em: 16/10/2021

Boa noite, caríssima.

E vamos de gravidez mesmo, pois a autora adoraaaa emoções fortes, kkkk.

Acredito que a lorinha vai encarar numa boa, e espero que as mamis também, kkk, já a Rebeca tem que desencanar quanto a idade e estar grávida  ser um peso pra Alice, eu adoraria ser premiada com um combo delicioso deste, mesmo a Letícia com a valente eu encarava sem pensar, amo crianças.

Tomara que Amélia fique com o combo Letícia, kkk. O duro é que a boneca assassina vai botar terror com os dois casais, kkkkkkk.

Manda o próximo logo e para de enrolar. E nem pense em manter meu casal forever cuti cuti separado por causa da gravidez hein, olha que faço greve geral nos comentários, kkk.

Bjs


Resposta do autor:

Me acabo de rir com os teus comentários. Um mais hilário que o outro. E o próximo já foi. kkk

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Reny
Reny

Em: 16/10/2021

Solta mais um capítulo hoje autora.....por favor beijos

 

 

 


Resposta do autor:

Até pensei em nem responder já que me pediu n direct para postar. kkk

Mas agradeço pelo comentário aqui.

beijos.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

preguicella
preguicella

Em: 16/10/2021

Vc só promete, na hora h cai no sono e gente fica ferrada esperando capítulo que não vem. Tô pistola hoje, hein! haha

Gravidez, que azar! Não que criança seja um problema, Alice é madura e tals, mas é muita coisa para um início de relacionamento.
O pior que não consigo esquecer que tem a louca da Virgínia a solta por aí.
Resposta do autor:

Voltei viu, linguaruda. kkkkk

Vou até postar outro só para deixar você menos pistola.

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 16/10/2021

Aia aí

Beca não tome decisão pela Alice, essa garota vai sim cuidar de ti e da pequena, acho que será uma mini Rebeca. 

Amélia e Letícia e a pequena, gostei muito. 

Virgínia ainda vai fazer muito merda até o final da história.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Bora esperar que as coisas sejam assim tão fáceis e menos complicadas. rs

Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Helenna
Helenna

Em: 16/10/2021

Ótimo outro capítulo hoje!

Abraços


Resposta do autor:

Ja posteiiiii. Beijos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web