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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 39

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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 11

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Palavras: 4239
Acessos: 2923   |  Postado em: 10/10/2021

Capitulo 39

 

Capítulo 39°

Alice

            Fazer Virgínia entender que eu precisava ir para casa foi quase causar uma terceira guerra mundial. Ela não aceitava o fato de que eu preciso contar para as minhas mães antes que elas descubram amanhã, por todos os tabloides de fofoca.

            Cheguei em casa alguns minutos depois que deixei minha namorada, completamente irritada. Durante o percurso até tentei ensaiar alguns argumentos que eu poderia usar para falar com elas. Enquanto caminhava para a porta de entrada, vi a luz do quarto delas acessa. Olhei no relógio e ainda era pouco mais de dez horas da noite.

- É agora ou nunca. – falei comigo mesma.

            Subi as escadas e fui direto para o quarto delas. Bati, e esperei que alguma delas me respondesse. Não demorou a mamma apareceu abrindo a porta envolvida em um roupão.

- Oi, filha. Pensei que ia dormir fora. – me observou de cima a baixo. E pelo seu olhar eu sabia que ela havia notado que algo havia acontecido.

- Atrapalho? – questionei.

- Não. Quer conversar? Está tudo bem? Entra, sua mãe está saindo do banho. – me deu passagem, eu me deitei na cama bagunçada.

-  Eu estou bem. Mas preciso conversar com vocês. – minha voz saiu baixa.

- Se for o que eu estou pensando, acho que você escolheu o time certo. – se deitou ao meu lado. – Sua mãe está de bom humor. – completou baixo.

- Não sei o que esperar de uma reação dela. Mesmo que esteja de bom humor. Aposto que nem vai parar para me ouvir. – suspirei derrotada.

- Só saberemos tentando. Não é? – afirmei balançando a cabeça. – Estarei ao seu lado. Vai ficar tudo bem.

- Amor, se import...- a mammy apareceu. – Oi, filha. Pensei que não estava em casa. – parou ao lado da porta do closet. – Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada.

- Eu preciso contar uma coisa para vocês. – comecei a falar já me sentando.

- Tudo bem. Quer conversar aqui ou na sala? – questionou.

- Pode ser aqui. Bom, eu só queria dizer a vocês que eu estou oficialmente namorando. – a mamma deu um sorriso de lado. Enquanto a mammy permaneceu apenas me olhando curiosa.

Houve um breve momento de silêncio, a mammy saiu da cadeira e foi em direção a janela. A mamma e eu trocamos um olhar, aflitas esperando o que ela iria dizer. Mas o silêncio demorou mais do que esperávamos. Até que ela deu um longo suspiro e se virou para nos encarar.

- Nem me darei ao trabalho de perguntar quem é. Pois sei que a trouxe para cá enquanto estávamos viajando. – falou baixo.

            Então ela já sabia desde que voltou. Resta apenas saber quem havia contado. Se algum dos funcionários com a vó Helena.

- E antes de acusar a sua avó, essa casa tem câmeras de segurança por todos os lugares. – comentou fria. – Nós temos acesso a elas.

- Mammy, eu...

- Só queria entender o que essa garota fez para te enfeitiçar desse jeito. – completou sacudindo a cabeça como se fosse algo difícil de ouvir. – Para mim, ela não é a mulher certa para você.

- Você acha que ela é igual a Alana. Mas ela não é. Deveria se dar a chance de conhecê-la.

- Agora eu preciso. Afinal ela namora você. Nada mais certo do que conhecer quem está ao lado da minha filha. – completou trocando olhares com a mamma. – Eu não aprovo, mas não posso dominar suas decisões. Espero que esteja certa ao ficar com ela, e que seja feliz com ou sem ela.

            Meu celular começou a tocar. Mas eu ignorei a ligação de Rebeca. Voltando minha atenção para a mammy.

- Alice, você é minha filha. E nós só queremos o melhor para você, mesmo que não seja o melhor para nós. – completou com um sorriso singelo. – Agora atende esse telefone.

- Desculpa. – sorri para elas. – Obrigada por serem as melhores mães do mundo. – abracei as duas e sai do quarto com o celular na mão.

- Alice, aonde diabos você está? – a voz de Rebeca parecia aflita.

- Eu acabei de chegar em casa? Por quê? O que aconteceu?

- A Anna, ela caiu e bateu a cabeça. E ninguém aqui tá em condições de dirigir. Você precisa vir aqui.

- Claro. Tudo bem. Chego em alguns minutos.

            Nem sei quantos minutos eu levei para chegar ao apartamento de Rebeca. As três já me esperavam na garagem do prédio. Anna estava com um short jeans quase aberto. E a parte de cima apenas de biquini. Já que sua blusa estava sobre sua testa, na tentativa de fazer o corte parar de sangrar.

- Gente o que houve? – questionei saindo do carro para ajudar Anna a sentar-se.

- Alice, depois a gente conta. Agora vai logo para o hospital. – Rebeca ocupou o banco ao meu lado.

- Aí gente, nós vamos para cadeia. Todo mundo vai saber que usamos maconha. – Tália disse desesperada.

- Ninguém vai para cadeia. Só vamos nos preocupar em ajudar a Anna. – Rebeca completou.

- Minha mãe sempre me disse que droga não leva ninguém a nada. – Tália continuava seu devaneio.

- Garota, não põe culpa na droga. Isso é coisa de vocês duas fazendo estripulia na hora do sex*. – era notório o quanto Rebeca estava irritada.

- Não foi estripulia.

- Imagina se fosse. – revirou os olhos.

- Gente, eu não quero assustar vocês, mas eu acho que vou desmaiar. – a voz de Anna saiu fraca.

- Não. Tenta ficar acordada. Já estamos chegando. – Falei acelerando ainda mais o carro.

- Você não precisa causar outro acidente. – senti a mão de Rebeca na minha perna.

            Bater por estar em alta velocidade talvez eu não fosse. Mas sentir o calor da mão dela na minha pele com certeza me faria bater o carro. Ela manteve a mão por alguns segundos até que eu diminuísse a velocidade.

            Parei o carro na entrada do pronto socorro. Rebeca e Tália saíram auxiliando Anna, que de fato já estava branca de tanto sangue que havia perdido. Um senhor veio ao encontro delas e trouxe uma cadeira de rodas para facilitar a locomoção de Anna.

- Vou estacionar o carro. Já volto. – comentei. Rebeca se virou em minha direção. Olhou para Tália.

- Vai com ela. A gente se encontra lá dentro.

- Não precisa. – falei, mas Rebeca não deu ouvidos e sentou ao meu lado. – Você não precisa ir comigo.

- Claro que preciso, já é quase meia noite. O estacionamento é super vazio jamais te deixaria ir sozinha. – deu de ombros e eu não sou louca de argumentar com ela.

            Não demorei para encontrar uma vaga. Logo voltamos para a emergência e fomos informadas que Anna já havia sido levada para a sala aonde seria examinada.

- Qual o médico está de plantão hoje? – indaguei a moça da recepção.

- O Dr. George...

- Qual sala levaram a minha amiga? – nem esperei que ela completasse o nome.

- Não posso informar, ela já está com uma acompanhante.

- Moça, é melhor você me falar para qual sala levaram minha amiga. – nem eu sabia que eu poderia ser tão assustadora. A moça apenas apontou a direção.

            Caminhei a passos largos na direção que ela havia me mandado. Rebeca tentava me acompanhar. Mas eu estava cega, não permitiria que aquele homem colocasse um dedo em cima da minha amiga. Abri a porta e para minha alegria Anna estava sozinha com uma enfermeira e Tália.

- O que aconteceu? – Tália questionou.

- Ninguém toca nela, até o vô Antônio chegar aqui. – comentei já discando o número dele.

- Alice. Filha, o que aconteceu?

- Vô, estamos no hospital. Tem como o senhor vir até aqui?

- O que aconteceu? Você está bem? Está ferida? – notei sua voz aflita, então me toquei que deveria ter tido uma abordagem melhor.

- Eu estou bem. Foi a Anna. Ela machucou a cabeça.

- Ah! O George está de plantão hoje, ele pode cui...

- Ele não vai tocar em um fio de cabelo dela. – falei entre dentes.

- Certo. Eu estou indo.

- Obrigada. – agradeci encerrando a ligação. – O Vovô está vindo.

- Por que preciso esperar pelo seu avô? – Anna questionou confusa.

- O que temos aqui? – escutamos uma voz vinda da porta.

            Não precisei explicar nada para ela, bastou escutar a voz de George para ela ficar tensa. Segurei sua mão, apenas tranquilizando-a.

- Nós já resolvemos. – falei com a voz firme e só então o homem olhou para nós.

- Não sabia que você era médica. – comentou em tom de piada. Minha raiva só aumentava.

- Eu não sou médica, mas já liguei para o vô Antônio. Ele está a caminho.

- Pena que ele não está de plantão hoje. – deu um passo para frente.

            Nesse momento Rebeca e Tália se puseram entre nós. Impedindo que ele se aproximasse.

- Não faço ideia de quem são vocês, mas posso muito bem chamar a segurança já que estão impedindo que eu faça o meu trabalho. – comentou irritado. As meninas permaneceram no mesmo lugar. - Eu estou aqui para ajudar. Aqui dentro eu sou médico.

- E lá fora o que você é? – indaguei irritada.

- Alice. Você está sendo irracional. Eu vim para ajudar a garota.

            Foi então que avistei o meu avô chegando. Por mais que Anna tivesse me pedido para não envolver mais ninguém, aquele era o momento perfeito para fazer o meu avô saber do que havia acontecido.

- E você foi racional quando a ameaçou com uma arma, mais cedo?

- O que você disse? – a voz do vovô cortou o silêncio da sala.

            A cara que o George fez ao perceber que não estávamos mais sozinhos foi impagável. O vovô olhou para mim como se esperasse que eu terminasse de contar o que comecei.

- Senhor Antônio, não é nada disso...- tentou argumentar.

- Foi isso mesmo que o senhor ouviu. O George ameaçou a Anna hoje cedo, com uma arma. Por isso não quero que ele encoste um dedo nela. – completei irritada.

- O que ela está dizendo é verdade? – questionou olhando para o crápula do projeto de médico.

- Ele não vai ser louco de negar, porque aí quem vai matar ele serei eu. – falei raivosa.

            Rebeca virou-se com os olhos arregalados. Me fitava em um misto de preocupação e medo.

- George, peço que saia da sala. Depois conversamos. Eu preciso me higienizar para atender a Anna. – meu avô deu as costas. Mas antes de sair completou. – Apenas uma acompanhante. – ordenou.

- Eu fico com ela. – Tália se ofereceu.

- Tudo bem. – concordei. – Nós estaremos lá fora. – acariciei sua mão.

- Alice. – antes que eu a soltasse me chamou. – Obrigada por me defender.

- Sempre. – acenei e ela sorriu.

            Sai da sala seguida por Rebeca. Procuramos um lugar para sentar. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Mas notava o olhar de Rebeca sobre mim vez ou outra.

- Aquilo foi bem corajoso. – comentou com a voz baixa.

- Ela faria a mesma coisa por mim. Ela fez diversas vezes. Sempre esteve pronta para me defender na escola. Todos tinham medo dela. – comentei rindo.

- Eu senti medo de você. Nunca te vi tão irritada.

- Desculpa. Eu só não soube me controlar. Nem sei se queria na verdade. – suspirei.

- Não precisa se desculpar por defender sua melhor amiga. – tocou minha mão.

            Sorrimos com o gesto. Eu preciso entender o que são essas reações que Rebeca me causa. Apenas um toque e o meu corpo inteiro reage a ela.

- Por falar em se desculpar. Me desculpa pelo show da Virgínia.

- Não foi sua culpa. – ficou em silêncio. – Vocês brigaram? Pergunto isso porque você estava em casa.

- Sim, discutimos. Mas nos acertamos. – suspirei cansada.

- E por que essa cara de preocupação?

- Tiraram fotos nossas dentro do carro.

- Alice. Que vacilo.

- Não entendo como a pessoa sabia que estaríamos ali, aquele horário. Enfim, eu tive que contar as minhas mães.

- Sobre o fotografo?

- Não, sobre o namoro. Afinal dentro de algumas horas meu nome estará em todas as capas de revistas de fofoca.

- Com certeza.

- Quanto apoio. – revirei os olhos.

- Vai ficar tudo bem. – me sorriu. – Como sua mãe reagiu?

- Com uma atitude bem parecida com a sua. – me virei para olhá-la. – “Vou respeitar, mas não concordo”. – fiz graça tentando imitá-la.

- Eu não falo assim. – comentou zangada.

- Claro, sua voz é mais bonita que isso. – comentei e ela fitou o corredor.

            Ela não respondeu. Apenas sorriu e recostou a cabeça no meu ombro. Ficamos esperando alguns minutos. Até que o vô Antônio apareceu.

- Então, como ela está? – indaguei.

- Ela vai ficar bem. Levou alguns pontos na testa, mas vai ficar apenas uma pequena cicatriz. Prefiro que fique essa noite na observação, apenas por precaução.

- Obrigada. – abracei o homem.

- Quanto ao que me disse quero saber direito o que aconteceu. – falou ao se afastar. – Mas isso pode esperar. Agora podem ir para casa dormir. Anna está em boa companhia.

- Obrigada. – Rebeca agradeceu a ele.

- Você, eu ainda não conheço.

- Vovô, essa é a Rebeca, minha amiga. E CEO da empresa.

- Tão nova, um cargo tão importante. Deve ter estudado bastante. – sorriu pegando na mão dela.

- Agradeço pelo nova. – sorriu simpática.

- Bom, eu vou indo. Por que se bem conheço minha esposa ela deve estar me esperando acordada. Tenham uma boa noite meninas. – se afastou.

- Vamos? – Rebeca estendeu a mão.

- Sim. Eu preciso dormir. – bocejei.

- Quer que eu dirija? – indagou e eu fiquei confusa. – Alice, depois de tudo que aconteceu eu estou mais sóbria do que o seu avô. – brincou.

            Não revidei, afinal eu estava mesmo cansada. Deixei que ela dirigisse e aproveitei para tirar um cochilo. Não demorou e ela me chamou. Abri os olhos com dificuldade.

- Pensei que ia me levar para casa. – comentei ao perceber que estamos em seu prédio.

- Zero condições de você ir hoje. Dorme aí. – saiu do carro. – Vamos, Alice.

            Seguimos para o elevador e eu mal conseguia manter meus olhos abertos. O cansaço me espancou sem pena alguma. Rebeca abriu a porta do apartamento e me deu passagem. Não trocamos uma única palavra. Ela abriu a porta do quarto, eu a segui e tudo o que fizemos foi cair na cama exaustas.

            Na manhã seguinte me estiquei na cama e não encontrei Rebeca ao meu lado. Sorri ao ver um bilhete no travesseiro.

“Sai para correr, não quis te acordar. Tália me ligou, Anna já teve alta. Combinei de almoçarmos juntas, espero que não tenha compromisso. Mas se tiver, desmarca. Beijos até já.”

            Sorri e resolvi tomar um banho. Estava precisando. Mas antes me lembrei de olhar as fofocas do dia. Ao abrir as matérias principais me surpreendi por não haver nenhuma notícia me envolvendo. O que me fez acreditar que eu me precipitei ao contar as minhas mães. Mas agora não tinha mais jeito. Larguei o celular e fui para o banho.

            Demorei longos minutos sentindo a água quente banhar meu corpo dolorido. Escutei a porta do quarto abrir, deduzi que deveria ser Rebeca que havia voltado da corrida.

- Acordou dorminhoca. – comentou do closet. Já que a porta do banheiro estava entreaberta.

- Sim. E achei um desaforo a senhora não está aqui. Sou uma visita. Desse jeito não volto mais. – reclamei e escutei ela rindo.

- Pirralha, você é tudo, menos uma visita. E não demora no banho ou eu vou entrar aí. – apesar de achar uma proposta um tanto quanto tentadora, resolvi não responder a sua provocação, já que ela aparentemente estava disposta a me provocar. – Seu celular está tocando. – gritou.

- Atende.

- É a Virgínia. – respondeu com uma voz enfadada. – Acho melhor você atender.

- Rebeca, eu estou no banho. Ou você atende ou deixa cair. Depois retorno.

            Alguns minutos depois sai do banheiro. Ao entrar no quarto vi Rebeca sentada na cadeira perto da janela.

- Pensei que ia gastar toda a água do planeta. – virou só para me provocar.

- Preciso me manter limpinha.

- Agora é a minha vez de ir. Sua namorada já ligou umas três vezes. – passou por mim. – Boa sorte.

            Ouvi a porta do banheiro batendo e suspirei pegando o celular. Virgínia já havia ligado tantas vezes que nem me arrisquei a contar. Inclusive algumas em chamada de vídeo.

- Bom dia, amor. Por que não me atendeu?

- Bom dia, linda. Estava no banho.

- Posso ligar em vídeo chamada, queria te ver. – suspirei imaginando o que ela iria pensar por me ver apenas de toalha no quarto de Rebeca essa hora da manhã.

- Pode sim, mas antes preciso te contar uma coisa.

- Nossa linda, falando assim parece até algo grave.

- Eu dormi na Rebeca.

- ALICE! VOCÊ SAIU DAQUI DIZENDO QUE IA PARA CASA, QUE PRECISAVA CONVERSAR COM AS sUAS MÃES. COMO FOI PARA NA CASA DA REBECA? – afastei o aparelho do ouvido, pois acredito que até o porteiro escutou os gritos dela.

- Primeiro, você precisa de acalmar e parar de gritar assim.

- PARAR DE GRITAR É O CARAMBA. ENTÃO FOI POR ISSO QUE NÃO QUIS DORMIR AQUI? A CAMA DELA É MAIS CONFORTÁVEL? – respirei fundo mais uma vez.

- Virgínia, você nem ao menos me deixa contar o que aconteceu. Está fazendo a mesma coisa de ontem. Brigando sem ter motivo.

- LÓGICO, ALICE! O QUE VOCÊ QUER QUE EU PENSE?

- Quer saber. Essa conversa não vai dar em nada. A gente se fala quando você estiver mais calma.

- Se é assim que você quer. – desligou antes de mim.

            Deitei na cama sentindo meu corpo inteiro pesar. Esse tipo de situação é completamente nova para mim. Nunca discuti com Matheus. Nós quase nunca brigávamos, ainda mais por conta de ciúme. Suspirei e nem notei quando comecei a chorar. Eu sou completamente apaixonada por ela, mas se continuarmos desse jeito eu não vou aguentar muito tempo.

            Ouvi os passos de Rebeca, mas não virei para olhá-la. Senti seu corpo próximo ao meu, me abraçando com cuidado. Beijou o topo da minha cabeça e sussurrou:

- Vai ficar tudo bem, estou aqui com você.

            Por mais que eu tenha ensaiado falar algo minha voz falhou. Ela apertou ainda mais seus braços em volta de mim. Fechei os olhos sentindo o cuidado dela comigo. Me permiti ficar assim até não me sentir mal com toda aquela cobrança de Virgínia.

            Acordei ouvindo risadas vindas da cozinha. Passei a mão nos olhos tentando me acostumar com a claridade. Meu corpo ainda estava envolto na toalha. Sorri lembrando do cuidado de Rebeca comigo.

            Ao meu lado na cama havia um short e uma camiseta que possivelmente ela havia separado para que eu vestisse. Peguei as peças me troquei e fui me juntar a elas.

- Olha quem acordou. – Anna disse rindo, ficando de pé para me abraçar.

            Rebeca lavava algo na pia e permaneceu de costas. O que eu estranhei, porém nada comentei.

-  Como você está? – questionei quando ela me soltou.

- Bem. Ganhei uma cicatriz. Ouvi dizer que mulheres adoram cicatrizes. – disse caindo na risada.

- Garota, você é impossível. Da próxima vez te deixo sangrar até a morte. – Tália brincou apontando uma faca para ela.

- Estou apenas brincando. – piscou de volta.

- Então, agora que você está bem, vai me contar o que aconteceu? – as três começaram a rir. E eu fiquei sem entender nada.

- Vamos garanhona. Conta aí como feriu sua cabeça. – Rebeca provocou fitando-a.

- Podemos esquecer isso?

- Claro que não. – Tália falou divertida.

- Aí gente. Que saco. Estávamos no quarto, fazendo coisinhas e eu cai. Bati a cabeça. Fim.

- Nada disso, conta direito. – Tália insistiu.

- Tudo bem, essa louca queria me comer com um pinto gigante, eu fui correr, escorreguei e acabei caindo. Satisfeita?

- Anna a corredora de pintos. – Rebeca falou brincando e eu não aguentei mais segurar o riso.

- Ah, ah, ah! Super engraçado. – ficou brava.

- Desculpa, amiga. – a abracei. – Nunca imaginei que você fugiria de um pinto de borracha.

- Pinto? Aquilo era uma anaconda albina. – completou e nós caímos na risada.

            Tália fez o almoço e continuamos pegando no pé de Anna pelo que aconteceu. Mas no final ela nem se importava mais, o que fez a brincadeira perder a graça. Comemos em um clima descontraído e eu consegui esquecer toda a minha situação com a Virgínia. Quando terminaram de comer, Tália e Anna alegaram cansaço e foram para o quarto. Deixando a louça sob nossa responsabilidade. Enquanto eu ia lavando, Rebeca secava e guardava.

- Isso foi divertido. – comentei.

- Sim. – respondeu monossilábica.

- Você está bem?

- Sim.

- Okay! O que está acontecendo? – deixei a louça me virando para ela.

- Nada. – tentou desconversar.

- Rebeca, me diz o que houve. – me pus em sua frente, com um braço de cada lado de seu corpo. – Enquanto não falar, vamos continuar aqui.

- Alice, eu disse que não iria me meter. – justificou. Fitei-a encorajando para que ela continuasse. – Você não consegue ver o quanto essa coisa com a Virgínia já está te fazendo mal. Te vi chorando depois que vocês discutiram. Ela é completamente doente de ciúmes. Não consegue te ouvir.

- Eu sei. Me sinto mal com isso.

- É notório. – resmungou. – Eu já disse. Ela não serve para você. – afirmou me fitando. – Você é diferente dela. Ela não confia em você. Daqui a pouco vai exigir que deixe de falar comigo. E o que vai fazer?

- Não faria isso. Nunca. – afirmei, pois era aquilo que eu sentia. – Odiei quando discutimos e ficamos longe. Eu gosto muito de você. – ela sorriu. – Da sua amizade. – aos poucos seu sorriso foi morrendo.

- Mas e se não for só isso? – indagou.

- Como assim, se não for só isso?

- Alice, eu acho que estou gostando de você. – afirmou sem desviar seus olhos dos meus.

            Senti um verdadeiro soco no estomago. Por um segundo me faltou forças nas pernas. Ela me fitou, esperando que eu falasse algo. Mas meu raciocínio foi todo comprometido com aquela afirmação.

- Percebi isso hoje, quando te vi chorar por alguém que não te merece. – acariciou meu rosto.

            Eu desfaleci ainda mais. Ela segurou minha cintura, apenas para não me deixar cair. O que significa esse batimento acelerado? Minha boca seca? Essa vontade de sentir o sabor do beijo dela? Talvez no fundo, Virgínia tivesse razão em desconfiar de Rebeca. Afinal ela estava diante de mim, me causando todas essas sensações apenas por dizer que sente.

- Eu não estou te prometendo nada. Nem sei o que eu quero. Isso é muito confuso. E você não precisa de mais confusão na sua vida. Espero que possamos continuar sendo amigas, mesmo depois de tudo isso que eu acabei de falar. Pois eu me importo com você. – sorriu. – Eu gosto muito de você. – sussurrou. – Eu te admiro o tempo inteiro quando estamos perto uma da outra. Eu não quero que você traia a Virgínia. Mas eu estou prestes a te beijar. Por que morro de vontade sempre que te vejo chegar. – acariciou meu rosto e aproximou seu nariz do meu. – Eu adoro o cheiro que fica no meu travesseiro sempre que você dorme aqui. Quando você está perto, até uma sala de pronto socorro fica mais bonita. – roçou seu nariz no meu, meus olhos estavam fechados. Afinal eu não ousaria abri-los e dar de cara com os dela me fitando. – Eu gosto de você. – segurou minha nuca, prendendo seus dedos nos meus cabelos. Aquilo era um início de um beijo. Mas tudo o que eu disse foi:

- Eu não posso. – sussurrei.

            Aos poucos ela foi se afastando de mim. Sem deixar de me olhar. Não soube decifrar ele significava. Me senti mal, não pelo que ela sentia, mas sim por possivelmente está sentindo a mesma coisa e não poder dar vazão aquilo.

- Eu entendo. – falou. – Acho que vou deitar um pouco. – beijou o topo da minha testa e saiu da cozinha me deixando completamente em choque.

            Uma única coisa passava pela minha cabeça, o que eu faria agora?

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Rebeca tomou a frente e decidiu abrir o coração. Mas e agora. O que Alice bai fazer????

Alguma ideia?

Postei bastante esses dias né? kkkk

Vou até sumir por um mês, quem sabe. kkk

Brinks. Não precisa me atacar.

Beijos. Terça eu volto a postar. Ou quem sabe amanhã. A verdade é que estou doida para terminar logo a história. kkk E vocês loucas para lerem inteira.


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Comentários para 39 - Capitulo 39:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 11/10/2021

Alice sai fora de Virgínia ela é uma mala.

Responder

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SPINDOLA
SPINDOLA

Em: 11/10/2021

 

Boa tarde, caríssima.

 

E não é que começou a chover capítulos, kkkk, e resumindo todos, andar de montanha russa teria sido menos traumático do quê tê-los lidos, kkkkkkk, estou abalada emocionante no momento.

Queria que tivesse sido um sonho a Alice com Virgínia, e terminar em namoro ficou pior. Vou ser sincera, odiei, kkkkk. Aposto que o lance com o fotógrafo foi coisa da ciumenta louca, por isso não tinha nada nas mídias.

Chega a ser assustadora a vidência de uma mãe, a Mammy estava certa, kkkk, vem aí " Alana 2, a boneca assassina", kkkk, pois a louca da Vi não vai aceitar o fim do namoro, se a Alice decidir terminar, e aí e só esperar que ela vai querer meter bala na Rebeca.

A ficha da Rebeca demorou demais a cair, nem pra ter tentado beijar a loirinha antes, agora quem se ferrou fomos nós leitoras que teremos que aturar a louca da Virgínia, kkkkkkk.

Agora o sentimento que fica é " nada é tão ruim que não possa piorar", kkkk, por que se a loirinha chegar a ter algo com a Beca, o que no momento está aparecendo algo difícil de acontecer, vai ter que usar armadura, pois a louca da Virgínia vai estar na moita pronta pra atacar, kkkk.

 

Bjs


Responder

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Baiana
Baiana

Em: 11/10/2021

Hum...a Alice está agora na mesma posição da Virgínia,quando também estava interessada na Amélia. A única diferença é que agora não tem duas pessoas tramando nos bastidores para juntar as duas.


Resposta do autor:

Exatamente isso.

Beijosss

Responder

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edilima
edilima

Em: 11/10/2021

Pensa comigo....será que não foi a Virgínia que pediu pra fotografar elas?

Assim ela força Alice a assumir o namoro para as mães

NÃO consigo confiar nela..


Resposta do autor:

kkk, ninguém que lê confia nela. kkk

Todo mundo detestando o casal Amélia e Virgínia, e me colando na mesma caravana.

beijos e obrigada por sair da moíta. VOlte sempre

Responder

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Mille
Mille

Em: 11/10/2021

Oi autora 

A maior besteira que a Alice fez foi reatar o namoro, Virgínia mostrando ser um ser doentio e não vai acabar bem essa história, só espero não ter o momento trágico.

George pensa que pode ameaçar a Anna, não sabe que a Anna deve mais atitude que a esposa em se afastar. 

Ah essa declaração foi muito bom, pena que a Alice esteja enrolada até o pescoço com a ciumenta Virgínia.

Está na hora da loirinha abrir os olhos e dar um chutaco na bunda da Virgínia e correr para a Beca.

Tenho que admitir fiquei com mó calor com essas duas na cama com a Rebecca relaxada na brisa. 

Bjus e até o próximo capítulo 

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izamoretti30
izamoretti30

Em: 11/10/2021

A gente queria a Virgínia sofrendo, pagando pelo o que fez, morrendo de ciúmes da Alice? Sim, e foi o que aconteceu! mas não pra elas voltarem e ainda por cima Alice aceitar com maior facilidade do mundo depois de tudo. Logo agora que Rebeca assumiu que sente algo por ela! Poxa! Alice assim não dar pra te defender, vai morrer agora vendo a Rebeca com o cara pra aprender.  Autora, volte aqui e continue antes que a gente comece a te xingar 

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laisrezende
laisrezende

Em: 11/10/2021

EU odeio a Virgínia......

como a pessoa tem o dom de estragar tudo assim?

e você autora, tá indo no mesmo caminho... 

posta logo amanhã porque não vai dar certo viu !!!!

Que odiooooooooooooooooo

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barbara7
barbara7

Em: 11/10/2021

Ah, para né? Só pode estar de sacanagem, que merda foi isso. Cara eu só não fico mais puta porque foi postado logo tudo, porque do se imaginar que seria cap por cap pra ter nada, passar raiva, e quando tem o mais esperado é com essa merda toda? Afffff

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CatarinaAlvesP
CatarinaAlvesP

Em: 11/10/2021

Autora...

tem certeza que quer que a gente goste da sua história e se você ainda? 

Porque parece que não hein 

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preguicella
preguicella

Em: 11/10/2021

Pqp! E vc termina a série de extras com essa cena final! Cara só te perdoo pq gosto de vc e de sua esposa! Tenho certeza que tem dedo dela nesse monte de extra solto assim! hahaha

Volta amanhã vai, nunca te pedi nada!

Ah, já quero uma medida protetiva contra a doida da Virgínia! Isa providencia uma rapidinho! hahs

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FENOVAIS
FENOVAIS

Em: 11/10/2021

Agora são 3 remedinhos calmantes aurora. Anotados.

Como fica meu sono as 00h41?!?! Absurdo. 

Rebeca minha linda, só vai. O vale te espera.

E novamente (caso eu ainda não tenha me expressado o suficiente) VÁ TOMAR NO CU ALICE. LARGA A PORRA DA VIRGÍNIA!! Olha o mulherão da porra aí do seu lado.

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