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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 3

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Palavras: 4180
Acessos: 2781   |  Postado em: 10/10/2021

Notas iniciais:

Não usem drogasss!!

Capitulo 38

 

Capítulo 38 º

Alice

            Esperei aflita até que minha amiga pudesse se acalmar. O que levou alguns minutos, sempre que eu tentava perguntar o que havia acontecido ela começa a chorar ainda mais. Decidi que não adiantaria mais perguntar, a única saída era esperar que ela conseguisse me contar tudo.

- O George. – começou a falar, secando as lágrimas.

- O que tem ele?

- Me disse coisas horríveis, chegou a me ameaçar caso eu chegasse perto da Iara de novo. Falou que por minha culpa os dois estão discutindo sempre. Porque ela não consegue me esquecer.

- Que filho da mãe. Quem ele pensa que é? Vou dizer boas verdades a ele. – me pus de pé.

- Não! – segurou meu braço. – Ele estava armado. Chegou a me mostrar o cabo da pistola. – ela caiu no pranto mais uma vez.

- Não acredito. – me sentei sem acreditar no que ela me contava, em nada aquele homem parecia o mesmo cara que conheci a minha vida toda. – Sinto muito amiga. – a abracei. – Mas vai ficar tudo bem. Eu estou aqui com você. – beijei sua cabeça deixando que ela chorasse.

- Obrigada. – sussurrou. – Desculpa ter te assustado.

- Não precisa se desculpar por nada. – sequei suas lágrimas. – Você tem conversado com a tia Iara? – precisava perguntar.

- Não. Ela tem tentado me ligar, manda mensagem. – suspirou. – Olha isso. – me entregou o telefone.

            Peguei e comecei a ler tudo o que ela mandava. Mas em nenhum momento houve alguma resposta da parte de Anna. Havia inclusive algumas fotos tentando seduzir minha amiga. Mas ao chegar nessa parte bloqueei o telefone e o devolvi a ela.

- Sinto muito. Vou falar com a mammy.

- Não. Melhor não envolver mais ninguém nesse rolo. Já basta envolver você e a Rebeca.

- E a Tália. Com certeza deve estar aflita lá fora sem saber o que aconteceu.

- Droga! Eu estou horrível. – passou a mão nos cabelos. – Nem sei como consegui dirigir até aqui.

- Deveria ter me ligado.

- Não conseguia pensar em nada no momento. Só queria sair de perto daquele embuste.

- Você disse que ela quem tem te procurado?

- Adiantaria? Acha mesmo que ele iria acreditar em algo que eu falasse?

- Possivelmente não. Eu preciso contar isso a alguém. Para tentar te ajudar. Nem que seja a mamma. Vou pedir que um segurança fique 24 horas por dia com você. – segurei sua mão. – Ele não vai encostar em um fio de cabelo seu. Eu prometo.

- Tudo bem. – demos um longo abraço. – Se importa de pedir para Tália entrar? Queria contar tudo a ela.

- Claro.           

            Sai do quarto e escutei as vozes de Rebeca e Tália na sala ao me avistarem olharam em minha direção.

- Ela quer falar com você. – comentei e Tália saiu em disparada para junto dela.

- Ela está mais calma? – indagou Rebeca me dando espaço para que eu me sentasse ao seu lado.

- Agora está. – suspirei sentindo meu corpo inteiro tremer. Não sei se pelo medo que minha amiga passou, ou se pela raiva do que o George fez.

- Você está tremendo. – Rebeca tomou minha mão colocando entre as suas. – Quer água com açúcar?

- Uma cerveja já está de bom tamanho.

- Claro. Já volto.

            Fechei meus olhos na vã tentativa de assimilar tudo o que havia acontecido. Saí de meu transe quando escutei os passos de Rebeca ao meu lado.

- Quer ir lá para fora?

- Se importa?

- De forma alguma.

            Me deu passagem e eu precisava acalmar meu corpo e minha mente ou seria eu a cometer um crime. Decidi que como não havia levado biquini iria ao menos me sentar na beirada da piscina com os meus pés dentro d’água. Rebeca fez o mesmo sentando ao meu lado.

- Quer me dizer o que aconteceu? – acenei que sim.

- O ex-marido da tia Iara ameaçou a Anna.

- Como assim ameaçou?

- Ameaçou do tipo que mostra arma e tudo. – suspirei imaginando que caso ele tivesse feito o pior eu estaria nesse momento chorando a morte da minha melhor amiga. Foi impossível conter as lágrimas.

- Xiiii! Calma. Vem aqui. – Rebeca percebeu que eu chorava. Deitou minha cabeça em seu ombro, enquanto me abraçava.

- Só não sei o que seria de mim sem ela. Imagina se esse louco faz o pior...- comecei a chorar de novo.

- Ela está bem, está aqui conosco. Não foi nada. Agora só precisamos fazer algo para protegê-la.

- Eu sei. Vou falar com a mamma. Pedir um dos seguranças. E esperar que ela possa falar algo com a tia Iara. Pior que eu vi as mensagens que ela manda para a Anna. Ela nem ao menos responde. A tia tem insistido. Mandado até nudes. – suspirei. – Anna está gostando de Tália. Por isso não tem se importado com as investidas da minha tia.

- Já percebi isso. Mas alguém precisa parar a sua tia. Se ela decidiu voltar com o marido que volte. Só que ela precisa deixar a Anna fora disso.

- Eu sei. Vou ver o que posso fazer. – suspirei. – Está melhor? – indaguei ao ver Anna e Tália se aproximarem de nós.

- Sim. Podemos começar a beber e não falar mais sobre isso? – me pediu.

- Claro. Vou buscar cerveja para gente. – Tália pulou indo em direção a cozinha.

            Anna sentou-se ao meu lado segurando meus dedos nos seus. Meu coração ficou apertado imaginando que o pior poderia ter acontecido a ela. E apenas a hipótese de que isso pudesse acontecer me deixa complemente assustada. Ela fez questão de se distrair. Conversamos sobre outras coisas enquanto bebíamos e ouvíamos música.

- Aonde está a sua namorada? – Rebeca me perguntou.

- Com o Cadu. – respondi lembrando que com tudo o que aconteceu acabei nem falando mais com ela desde que cheguei.

- Vocês estão bem? Digo, o namoro.

- Estamos. – suspirei pensando em todo o ciúmes que ela tem.

- Não é o que parece. – comentou deitando na cadeira de sol.

- Pensei que namoro fosse sempre igual, independente se com homem ou com mulher. Com o Matheus apesar da gente namorar, tínhamos nossas amizades separadas, vidas separadas. E isso nunca foi um problema para nenhum de nós dois.

- Namorar não significa perder a liberdade.

- É isso. Você me entende. – ficamos em silêncio. – A Virgínia tem ciúmes.

- Normal.

- Sim. Mas não ao ponto de esquecer que eu tenho uma vida sem precisar que ela fique comigo sempre. Tenho amigos, minha família.

- Talvez seja por ser muito recente. Ela não sente segurança ainda.  

- Quer segurança maior do que eu me envolver com ela? Se a minha mãe sonha, é capaz de me deserdar. – Rebeca riu. – Que foi?

- Alice, sua mãe não faria isso. E outra com o dinheiro que eu paguei por essa cobertura, você tem como viver muito bem.

- Mas essa não é a questão. Eu quem pedi para que ela namorasse comigo. Qual o intuito de fazer isso se não tivesse intenção de ficar com ela? Para mim não faz sentido.

- Por isso fujo de relacionamentos. – deu de ombros.

- Você foge por ser traumatizada. – revidei e ela deu uma risada baixinha. – Mas como anda o seu lance com o tal Pedro? – ela suspirou.

- O sex* é maravilhoso. E eu estava com saudades da sensação de um orgasmo.

- Estão apenas no sex*, sem envolvimento emocional?

- Exatamente. – eu ri. – Que foi, pirralha?

- Nada. É que você há alguns dias brigou por eu estar fazendo a mesma coisa que hoje você faz.

- São situações diferentes. – comentou divertida.

- Ei. Consegui uma coisinha para gente relaxar. – Tália apareceu na varanda.

            Havia ido colocar um biquíni para entrar na piscina. Mas exibia na mão um cigarro.

- Não acredito! Preciso. – Anna disse ansiosa.

- Isso é maconha? – Rebeca indagou.

- Sim. Que tal a gente se divertir um pouco mais?

- Eu estou fora. – comentei rindo da empolgação das três.

- Vamos lá, só uma tragada. – Anna insistiu.

- Fiquem à vontade. Eu vou buscar mais cerveja.

            Fui até a cozinha, peguei as cervejas e quando voltei as três já fumavam o tal cigarro. Iniciamos uma conversa qualquer, mas acredito que a erva não demorou a fazer efeito em Anna e Tália que logo estavam dentro da piscina no maior amasso.

- Não inaugurem a piscina antes de mim. – Rebeca gritou e as duas nem ao menos se separaram para olhar. – Safadas. – caiu no riso.

            Ela parou o que falava se virando para mim. Ficou estática apenas me observando. Até que se aproximou um pouco e segurou meu rosto em suas mãos.

- Caramba! Você é quase uma obra de arte. – comentou virando meu rosto de um lado para o outro, me observando atentamente. – Puta que pariu! É linda demais. – soltou meu rosto e voltou a sua posição de origem.

- Obrigada. – tentei segurar minha vontade de rir. – É engraçado te ver falando palavrão.

- Eu sempre falo. Segundo a puta da minha amiga, eu fico sexy quando falo.

            Eu estava adorando a Rebeca maconheira. Gargalhei quando escutei ela chamar Tália de puta. Nem em meus melhores sonhos imaginei que aquela mulher sempre elegante e em suas roupas caras e impecáveis pudesse fazer uso desse tipo de linguajar.

            Em dado momento ela fechou os olhos. Respirando pesadamente. Cheguei a pensar que havia dormido. Enquanto isso tentava não olhar na direção do casal que estava de fato, quase trans*ndo na piscina. Me assustei quando Rebeca deu um salto da cadeira indo em direção a casa.

- Beca, aonde está indo? – questionei indo atrás dela.

- Só não quero ver aquelas vagabundas trans*ndo. – reclamou com cara de brava.

- Mas elas não estavam trans*ndo.

- Daqui a pouco vão. – comentou abrindo a geladeira e pegando mais uma cerveja. – O fogo delas é incontrolável. Basta uma encostar na outra que... buummm. – fez o gesto com as mãos simulando uma explosão.

- Tudo bem. Podemos ficar aqui. – ela me olhou com os olhos semicerrados.

- Não. Vamos para o meu quarto. – sem esperar uma resposta segurou minha mão e saiu me arrastando pelo corredor. – Deita. – mandou apontando para a cama.

            Fiz o que ela disse e logo depois, deitou-se ao meu lado. Mantendo as mãos sobre a barriga e fitando o teto como se tivesse vendo algo muito interessante. Aproveitei para observar os novos móveis. Quando vim conversar com Anna não me atendei as mudanças.

- Gostei da nova decoração.

- Ficou boa. Tenho um bom gosto. – deu de ombros.

- Você está louquinha né? – ela apenas acenou com a cabeça e começou a rir.

- Agora me lembrei por que deixei de usar drogas depois da faculdade.

- Então você já usou? – perguntei interessada.

- Sim. Tem muita coisa sobre mim que você não sabe. – falou com ar misterioso e isso aguçou minha curiosidade.

- É mesmo, o que por exemplo?

- Eu falo inglês, francês e espanhol. Já morei fora do país três anos. E a principal. – fez uma pausa e começou a bater as mãos na cama. – Que rufem os tambores. Já beijei mulher.

            Tudo bem, de tudo que ela disse essa sem dúvidas foi a que mais me chocou. Tenho certeza que minha expressão era de completa surpresa já que Rebeca me fitava com ar de riso.

- Nossa. Muita coisa mesmo que não sei sobre você.

- Pois é. Tenho meus segredos. – piscou.

- Tália sabe disso?

- Deus me free. Se ela sonha jamais vai me deixar em paz.

- Você gostou?

- De quê? Aprender inglês? – brincou sabendo do que eu falava. – Foi bom. É uma sensação diferente.

- E sex*?

- Com mulher? Nunca. Mas não nego que sempre tive curiosidade. Você até me ofereceu mostrar como era, lembra? Aquele dia que estávamos aqui.

- E você quase morreu engasgada, eu me lembro bem. – comecei a rir.

- Gay Panic. – comentou com um ar sério. – Você pediu para que eu não começasse a namorar antes de você me levar em um encontro. Mas no fim você foi mais rápida do que eu.

            Eu não tinha estrutura nenhuma, para a Rebeca drogada e sincerona diante de mim. Notei sua voz em um tom quase que de decepção.

- Eu não planejei, desculpa. – toquei sua mão. – E se a gente fizer de conta que esse é o nosso encontro?

- Nem fodendo. – saltou reclamando. – Mereço mais do que ficar presa no meu quarto. Quero jantar, luz de velas e vinho. E no mínimo uma roupa descente. – apontou para o meu corpo.

- Tudo bem. A gente pode ir em um encontro como amiga. O que me diz?

- Essa era sua intenção inicial quando fez o seu pedido? – droga! Essa mulher que me colocar em maus lençóis.

- Sim. Afinal você é hetero. Fez questão de deixar isso bem claro.

- Mas agora você sabe que não sou 100% heterossexual. Sua intenção continua a mesma? - ela ficou de joelhos próximo a mim.

- Eu estou namorando. Lembra?

- E se não fosse o namoro isso te impediria? – se aproximou ainda mais de mim.

- Eu estou namorando. – falei novamente.

- Ouvindo assim, parece que você está tentando repetir isso só para não desejar me beijar. – sussurrou a alguns centímetros do meu rosto.

            Observei sua expressão divertida. Ela estava adorando me deixar nervosa. Seus olhos estavam ainda mais verdes essa noite. Subiu em meu corpo, colocando uma perna de cada lado. Inclinou o tronco na direção do meu. Se ela queria brincar eu também vou brincar. Deixei minhas mãos irem de encontro ao seu quadril segurando firme. Com o contato ela sorriu aberto.

- Você está brincando com fogo. – comentei divertida. E vi que começava a ficar nervosa.

- Não se preocupa. Eu tenho pomada para queimadura. – estava tão perto que seu nariz tocava o meu.

            Engoli a saliva com dificuldade. Mas não deixei que ela notasse meu desespero. Devolveria a provocação na mesma moeda. Fiz força para girar meu corpo e o dela, invertendo nossas posições. Assustada ela arregalou os olhos. Esperando pelo meu próximo movimento.

- Oh, Alice! Puta que pariu. – ouvimos a voz de Anna. – A Virgínia quer falar com você. – apontou para o telefone que estava em sua mão.

            Rebeca suspirou frustrada quando sai de cima dela. Anna prendeu o riso e correu o mais rápido possível para fora do quarto. Eu fui para a sala.

- Alô?

- Oi, Virgínia. – minha paciência era zero.

- Como assim “oi Virgínia”? Aonde você estava? Você sumiu, fiquei preocupada.

- Você sabe aonde eu estou. – esfreguei os olhos tentando não perder o controle.

- Sei, mas precisava não me responder?

- Virgínia, aconteceram algumas coisas. E eu acabei nem lembrando do meu celular. – expliquei.

- O que aconteceu?

- Você ainda está com o Cadu?

- Sim.

- Então não posso contar agora.

- Como assim não pode contar agora? Que história é essa? Basta ficar meia hora com a Rebeca para você sumir e apareceu cheia de mistério.

- Virgínia, isso não tem nada a ver com a Rebeca. – respirei fundo.

- Lógico que tem. Você vai para casa que horas? Deveria vir dormir aqui.

- Eu não vou para casa hoje. A Anna não tá bem. – comentei sem a menor vontade de explicar que não era um bom momento para ir dormir com ela.

- Ela me pareceu muito bem quando atendeu.

- Isso porque ela está bêbada. Olha, amanhã nos falamos. – desliguei o celular sem esperar uma resposta.

            Odeio essa coisa de controlar meus passos. Ter ligado para Anna só prova o quanto ela deseja me manter sob controle. Bloqueei o telefone e o deixei em cima da mesinha de centro.

- O que foi aquilo no quarto? – Anna de repente me parecia bem mais sóbria.

- Nada demais. Rebeca quis brincar comigo e eu devolvi na mesma moeda. – comentei sem importância me sentando no sofá e passando a mão na testa.

- Pois eu achei que foi alguma coisa. Estavam quase se beijando. E olhe lá o que mais poderia estar fazendo caso eu não chegasse.

- Nada iria acontecer.

- O que a Virgínia queria de tão urgente?

- Me policiar. – bufei com raiva.

- Ihhh! Se ela soubesse o quanto você detesta pessoas ciumentas e controladoras não agiria assim.

- Ela cismou com a Rebeca. Mesmo eu já tendo deixado claro que não temos nada.

- Mas aí, cara amiga. Eu vou ter que dar razão a ela. Rebeca sente algo por você. Precisava ver o quanto ficou triste quando não estavam se falando.

- Até imagino o tamanho da tristeza indo direto trans*r com um cara.

- Você fez a mesma coisa. Correu para cama da Heloísa. Não pode julgar.

- Anna, vai beber mais, vai. – me levantei e voltei para o quarto.

            A luz estava apagada. Mas a porta entreaberta do banheiro iluminava uma parte. Escutei o barulho do chuveiro. Ela deveria estar no banho. De imediato minha mente me traiu e eu a imaginei sem roupa. Tratei de focar em outra coisa. E voltei a pensar no comportamento de Virgínia.

- Pensei que tinha ido embora. – ela comentou com os cabelos enrolados na toalha. Estava usando apenas o roupão.

- Você me convidou para dormir. Lembra? – indaguei e ela sorriu abafado.

- Lembro sim. Mas pensei que seu cão de guarda não deixaria.

- Nem me fale. Será que vou conseguir aguentar isso? – perguntei abraçando o travesseiro.

-  Isso só quem sabe é você. – respondeu começando a passar hidratante nas pernas apoiadas na ponta da cadeira.

            Acompanhei seus gestos meticulosos. Sentindo o cheiro do hidratante invadir minhas narinas.

- Agora sei de onde vem o seu cheiro. – falei alto sem nem ao menos me tocar do que dizia. Ela gargalhou caminhando em minha direção.

- Pode passar nas minhas costas? – me entregou o pote se sentando de costas para mim, entre minhas pernas.

            Deixou as pontas do roupão escorregarem por seus ombros. Segurou o cabelo de lado me dando espaço para passar o hidratante em sua pele. Coloquei um pouco nas mãos e iniciei a massagem com movimentos leves, mas precisos.

- Ahhh! – gem*u quando apertei seu ombro. – Poderia muito bem abrir uma casa de massagem. – falou com a voz baixa.

- Vou anotar como uma das ideias de investimento do meu dinheiro. – brinquei.

- Aposto que as lésbicas vão adorar receber uma massagem sua. – comentou rindo. – Só não sei se sua namorada vai gostar disso.

- Virgínia é complicada. E olha que eu nem cismo com o fato de ela ainda trabalhar com a sua irmã.

- Por que você sabe que se ela fizer algo, quem vai perder é ela. – respondeu. Virou-se em minha direção. – Você é boa demais para ela. Não entende isso?

- Ela não é uma pessoa ruim.

- Não estou dizendo isso. Falo da questão que tudo aconteceu de uma forma errada. Você sofreu com a falta dela. Agora estão juntas e ela tem te sufocado com ciúmes de tudo e todos. Vai ver é apenas o fato de vocês ainda estarem nas escondidas. – concluiu ficando de costas novamente.

- Minha mãe vai pirar. – reclamei.

- Com certeza.

- Obrigada pelo apoio. – falei sarcástica.

- Alice, não é por ser sua amiga que eu tenho que concordar com suas decisões. Você é maior de idade, fez sua escolha. Se eu acho que ela é o grande amor para sua vida? Não. Se acho que ela vai te fazer feliz? Não. Mas não vou pegar no teu braço e sair te mostrando que as atitudes dela já começaram erradas. Isso para virar um relacionamento abusivo é um pulo.

- Não é para tanto. – tentei amenizar.

            Nesse instante a campainha tocou.

- Está esperando alguém? – indaguei acreditando que poderia ser o Pedro.

- Não. Mas vou lá atender. – fechou o roupão.

- Vai assim? -  apontei para suas vestimentas.

- Estou na minha casa. A pessoa chega sem me avisar e ainda exige que eu esteja devidamente arrumada? Nem a pau. – saiu do quarto batendo o pé.

            Aproveitei para ir ao banheiro. Mas escutei as vozes alteradas vindas da sala. Corri para ver o que era e senti meu sangue ferver ao ver Virgínia parada bem em frente à Rebeca. A mulher me olhava com aquele olhar de quem sabe que tem razão no que falou sobre as atitudes da minha namorada.

- O que você está fazendo aqui? – indaguei me aproximando.

- Vim saber o que está acontecendo aqui. Mas pelo visto está bem divertido. Já que vem do quarto de Rebeca e ela aparentemente acabou de sair do banho. – ela estava fora de si. Era notória a sua raiva.

- Garota, acho melhor você começar falando mais baixo. – Rebeca disse em um tom calmo.

- Falar baixo é o caramba.

- Virgínia, chega. Vamos embora. – falei pegando minha bolsa. Essa sem dúvida era a única forma de acabar com aquele show.

- Alice, você não precisa ir. Quem tem que sair é essa garota que nem ao menos foi convidada a vir aqui. – Rebeca segurou meu braço.

- É melhor eu ir. Depois a gente se fala. – completei envergonhada e sai sendo seguida por Virgínia.

            Entrei no elevador sentindo meu corpo inteiro tremer de raiva. Antes das portas se fecharem Rebeca me deu mais um olhar.  Nunca passei por uma situação dessas em toda a minha vida. Virgínia me olhava como quem quisesse dizer algo.

- Amor.

- Não. Amor, nada. Não fala comigo. – respondi irritada.

            Ao chegar na garagem entrei no meu carro e ela sentou-se no lado do passageiro. Dei partida sem dizer uma única palavra. Segui direto para o apartamento dela. Desliguei o automóvel em frente ao prédio.

- Você não vai subir? – questionou em um tom mais calmo.

- Não. Quero ir para minha casa. – respondi sem olhá-la.

- Amor, não faz assim. Sobe, dorme comigo. – tentou segurar minha mão.

- Virgínia, não. Você acha que foi certo isso que fez?

- Eu fiquei preocupada. Imaginando que você estaria com ela. O que eu não errei, afinal o que você fazia no quarto dela? – perguntou em tom passivo agressivo.

- Você se acha mesmo no direto de desconfiar de mim? Eu nunca passei por uma cena tão humilhante. – falei quase gritando. – Você pareceu uma louca. Me acusando, acusando a Rebeca.

- Meu bem, me desculpa. Eu não pensei com clareza. – tentou novamente segurar minhas mãos.

- Não pensou com clareza? Ao que me parece você sequer pensou. Apenas deduziu. Eu não sei se desse jeito eu quero mais. Não vai funcionar para mim. – respirei fundo tentando acalmar meu coração.

- Não diz isso. Eu amo você. E sei que você me ama.

- Ah! Agora você sabe? – ri irônica.

- Eu sei. Só fiquei cega de ciúmes, mas prometo que vou me controlar. Olha para mim. – sorriu se aproximando. Bastava olhá-la para que minha raiva aos poucos diminuísse. – Desculpa. Não vai se repetir. Eu prometo. – segurou meu rosto entre suas mãos e colou nossos lábios em um beijo.

            A cada segundo que nossas línguas se tocavam minha raiva ia aos poucos se esvaindo. Mas o que chamou minha atenção foi uma luz que se acendeu do lado de fora do carro. O vidro da frente não tem um fumê muito escuro. Me afastei quando percebi que não estávamos sozinhas. Mas já era tarde. O fotografo já estava entrando no carro que estava parado a nossa frente.

- Isso era um fotografo de fofoca?

- Sim.

- Droga. E agora?

- E agora todos vão saber que estamos juntas. Inclusive sua mãe. – comentou com certa preocupação.

            É como diz o ditado: “nada é tão ruim que não possa piorar”. Minha mãe descobrir por alguma revista de fofoca que eu estou namorando com Virgínia vai ser um grande problema. Problema esse que nem sei se estou preparada para lidar no momento. Resta saber o que me reserva o dia de amanhã.

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 38 - Capitulo 38:
patty-321
patty-321

Em: 18/10/2021

Fudeu. Gosto  da Virgínia mas pelo jeito ela é  problema. 


Resposta do autor:

Muitoooo. kkk

Responder

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Baiana
Baiana

Em: 11/10/2021

Será que Isabela estava certa esse tempo todo,e a Virgínia é louca igual a Alana? Esse controle,esse ciúme descontrolado,isso não é normal. Ela e Ana estão feitas com dois neuróticos atormentando a vida delas. Só espero que não venha nenhuma tragédia 


Resposta do autor:

Me pergunto isso sempre que vejo as atitudes dela. E torcer mesmo para que nada aconteça.

Beijoss

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 11/10/2021

Pqp! Virgínia é um embuste!
Resta saber se esse ciúme todo é pq provavelmente ela está aprontando com Alice!

E agora Isa vai entrar no circuito, não podia ficar pior!

Responder

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