Capitulo 37
Capítulo 37º
Alice
Passei uma semana inteira evitando Rebeca. Não que ela houvesse me procurado desde que descobriu que estou namorando com Virgínia. Mas eu tive que recusar os convites que Anna me fazia para saímos juntas. Assim eu evitava ainda mais perguntas da minha amiga, e não precisava ficar mentindo. Já me bastava as horas que passávamos na faculdade e ela me questionava sobre Heloísa e eu precisava mentir.
Anna me contou que Rebeca continua saindo com o tal Pedro. O que me deixou feliz por imaginar que ela resolveu dar mais uma chance para o amor e parar de pensar tanto em trabalho.
Por falar em trabalho as minhas mães voltaram de viagem no início da semana. O que fez com que as visitas de Virgínia lá em casa não acontecessem mais. Estava quase impossível dormir sem ela todas as noites. Já que eu não conseguia inventar uma desculpa todos os dias para dormir fora de casa.
Hoje é quinta feira. Estou deitada na minha cama enquanto os meninos jogam no meu vídeo game. Estamos esperando o jantar ficar pronto. Aproveito que eles estão distraídos e troco algumas mensagens com Virgínia. Que ainda estava presa na agência até agora. Depois que Amélia soube que estamos juntas tem sido um verdadeiro sacrifício para Virgínia conseguir entregar uma campanha, pois a chefe coloca defeito em tudo.
- Está falando com sua namorada? – Bernardo perguntou sem tirar os olhos da tv.
- O quê? Claro que não. – menti e ele apenas sorriu.
- Acha mesmo que não vimos ela aqui naquele dia que a vovó nos trouxe? - foi a vez de Arthur completar.
- Vocês estão maluquinhos da cabeça. – neguei novamente.
- Por que não quer nos dizer a verdade? Se importa por ser uma garota?
- Não, claro que não.
- Sabe que acabou de assumir que está namorando, não é?
Os dois sorriram vitoriosos. Não acredito que eles estavam apenas brincando para arrancar a verdade de mim. Com certeza o DNA que predomina neles é o da mammy.
- Seus pivetes. Vocês me enganaram.
- Como se fosse algo difícil de fazer. – Bernardo deu de ombros.
- Atrevido. – atirei uma almofada em sua direção que acertou em cheio seu rosto. Ele soltou o controle e ajeitou os óculos. – É a moça que arrombou a sua porta?
- Não. Aquela é apenas minha amiga. – ou era. Pensei.
- Hum. Então, porque não podemos conhecê-la? – Artur indagou.
- Ainda é recente e as nossas mães não sabem. Então peço que guardem o meu segredo. Tudo bem?
- Tá, pode deixar.
Mudaram o foco para o jogo e eu agradeci por ter irmãos tão maravilhosos. Alguns minutos depois Maria veio nos avisar que o jantar estava sendo servido. Mas comemos sozinho, já que as nossas mães estavam trabalhando até tarde para compensar os dias que ficaram fora.
Essas eram as poucas horas que eu tinha para ir ver Virgínia. Voltada antes das minhas mães chegarem para evitar perguntas. Toquei a campainha do apartamento dela e alguns segundos depois ela apareceu.
- Oi amor, estava com saudades. – segurou minha cintura me dando um beijo.
- Saiu agora do banho? – indaguei ao ver seus cabelos presos em uma toalha.
- Sim. Acabei de sair. Você já comeu?
- Com os meninos. Por falar neles, os pestinhas me levaram na conversa. – comentei me sentando no sofá.
- Como assim?
- Os danados jogaram uma verde e eu cai. Acabei confessando que estou namorando. Agora eles querem te conhecer.
- Não acredito que deixou duas crianças te levarem na conversa mole. – ela rachou o bico de tanto rir. – Você é péssima escondendo segredos. – deu de ombros. – Sorvete? – mostrou o pote e eu aceitei já que não tive tempo para comer a sobremesa antes de sair.
Ela veio até o sofá com o pote na mão e duas colheres, me dando uma e segurando a outra. Sentou-se ao meu lado levando minhas pernas para cima das suas coxas. Eu escorei minha cabeça da outra parte do sofá.
- Como foi seu dia?
- Além de fugir das mil perguntas da Anna. Foi ótimo. E o seu?
Deu um longo suspiro. Tirou a colher cheia de sorvete do pote e levou para a boca.
- Um saco. Amélia está insuportável. Me fez refazer as fotos umas cinco vezes, para no final acabar aceitando a primeira proposta. – bufou.
- Ela só está irritada.
- Precisa trans*r.
- Contanto que não seja com você, ela pode fazer o que quiser. – respondi pegando mais sorvete.
- E porque seria comigo, se eu tenho você? – questionou me fitando. – Vai dormir aqui hoje?
- Não posso. Preciso está em casa antes das dez. – comentei com tristeza.
- Dez? Isso significa que só temos uma hora juntas. – respondeu olhando o relógio. – Que tal usarmos essa hora para fazermos algo bem mais divertido? – questionou com malicia.
- O que seria?
- Podemos usar esse sorvete de outra forma. – se pôs entre minhas pernas. – Posso começar por cima. – falou tirando minha blusa.
Com agilidade retirou meu sutiã. Encheu a colher com sorvete, e o simples contato do objeto gelado com a minha pele me fez gem*r alto.
- Ahhh! – ela sorriu adorando, passou o sorvete no meu seio e em seguida percorreu toda a extensão com a ponta da língua, comendo todo o sorvete que já derretia pelo contato com minha pele quente. – Isso é maravilhoso.
- Você ainda não viu nada. – falou desabotoando meu short.
De fato, a nossa hora juntas foi aproveitada da melhor forma possível. Agora estamos tomando banho para que eu possa ir para casa e Virgínia tenha o descanso merecido após seu dia cansativo.
- Nos vemos amanhã? – questionei quando ela me levou até a porta.
- Cadu me chamou para sair com ele.
- Tudo bem. Não tem problema, acho que ele está precisando conversar com alguém.
Eu entendia perfeitamente o que ele estava passando. A tia Iara e o George estavam de fato tentando reatar o casamento, mas no meio de uma discussão dos dois o homem acabou soltando que sabia que a minha tia havia namorado escondido com uma garota mais nova. Isso com certeza tem mexido com a cabeça do meu primo e ele deve precisar falar com alguém. Ainda mais depois da discussão com o Miguel, já que ele sabia quem era a moça, que no caso é a Anna. Mas se recusou a contar quem era. Desde então eles não estavam se falando, o que abalou de certa forma o namoro dos três. Já que Rick fica no meio do fogo cruzado. Coitado.
- Podemos nos ver no sábado. Deveria vir dormir aqui.
- Preciso contar a Anna. – comentei. – Não aguento mais mentir.
- Eu entendo. Se pode confiar nela, já deveria ter contado.
- Confiaria minha vida a ela.
- Então conversa com ela.
- Vou fazer isso. – sorri e nos beijamos.
Dirigi até em casa. Todos os carros já estavam na garagem o que indica que as minhas queridas mães já haviam chegado. Caminhei vagarosamente aproveitando a brisa leve que a noite trouxe.
- Aonde estava? – a mammy questionou desconfiada.
As duas estavam sentadas no sofá, conversavam enquanto tomavam vinho. A garrafa já estava pela metade o que significa que estavam em casa há algum tempo. Caminhei até elas me sentando entre as duas.
- Fui dar uma volta. – falei sem dar muita importância. – Posso? – questionei tomando a taça da mão da mamma.
- A vontade. – houve um breve momento de silêncio. – Como está Rebeca na casa nova?
- Bem. Eu acho. Não temos nos visto muito ultimamente.
- Pensei que eram amigas. O que houve?
- Nada, mammy. Só estou sem tempo pelas coisas da faculdade e ela tem trabalhado muito, graças a vocês.
- Isso não posso negar. – a mamma sorriu. – Já decidiu o que vai fazer com o dinheiro que recebeu pela venda da cobertura?
- Ainda não.
- Já deveria ter pensado. Poderia investir na bolsa. – a mammy falou se servindo de mais vinho.
- É pode ser. Bom, eu vou dormir. Juízo. – beijei a cabeça das duas e subi as escadas.
Assim que entrei no quarto fui direto para cama. Peguei o celular para avisar a Virgínia que eu havia chegado. Mas ao procurar sua conversa esbarrei na de Rebeca. Suspirei olhando sua foto. Sentia falta dela, das conversas, das risadas, até de quando ela me provocava me chamando de pirralha. Durante todo o período que nos aproximamos criei um carinho muito grande por ela, e estou de fato sofrendo com sua ausência.
Digitei um “Oi”, mas logo depois apaguei. Pensei em perguntar como ela está, porém desisti. Avisei a Virgínia que já havia chegado e que iria dormir. Ela não visualizou nem respondeu. O que me fez acreditar que ela já deve ter dormido. Depois de rolar na cama de um lado para o outro consegui dormir.
Na manhã seguinte sai de casa cedo. Fui direto buscar a Anna, queria tomar café da manhã com ela, nem que fosse na lanchonete da faculdade. Avisei que já estava em frente à sua casa e ela saiu com uma cara de quem acordou na força do ódio.
- Bom dia, coisa linda.
- Bom dia para quem? Acordei hoje só pela misericórdia. Como você consegue ser tão e humorada assim tão cedo? – resmungou colocando o cinto.
- Não estou bem humorada, sou apenas educada. Já você né.
- Me erra, Alice. Aposto que só está assim por que tem trans*do igual cachorra no cio.
- Adoro essa sua boca suja. – provoquei e ela me mostrou o dedo do meio.
- É bom que você me leve para comer em algum lugar que a comida seja boa.
- Estava pensando na lanchonete da faculdade.
- Mais nem pensar. Pode gastar seus dólares comigo. Quero aquela padaria do centro.
- Como você é insuportável. – resmunguei e ela apenas riu.
Dirigi até a padaria que ficava perto da casa de Virgínia. Pegamos o que iriamos comer e fomos para uma mesa. Anna estava faminta, a quantidade de comida que ela escolheu me fez pensar que ela havia dormido sem comer nada na noite anterior.
- O quê? – indagou quando percebeu que eu estava observando-a.
- Nada. – dei de ombros esperando que meu dragão estivesse alimentado antes de tocar no assunto Virgínia.
- Sei. – deu de ombros mordendo um pão de queijo. – Por que tem evitado ver a Rebeca?- mais direta impossível.
- Não tenho evitado.
- Tem sim. E não sou a única que reparou, até a Rebeca notou. Claro que ela não comenta para Tália não achar que ela tem interesse em você. Chegamos até a questionar se é por que ela está saindo com o Pedro e você não se sente bem com isso.
- Por que eu não me sentiria feliz por ela está com alguém?
- Você sabe o motivo.
- Não sei não. Me explica.
- Alice, você gosta da Rebeca. Achamos que é ciúmes. – completou tomando café.
- Não. Estão certas na parte que gosto dela. – parou me olhando. – Mas não desse jeito que pensa. Gosto dela da mesma forma que gosto de você, como amiga.
- Então porque não sai mais com a gente? Está namorando com a Heloísa e ela te proibiu de ter uma vida social? Se for isso vou naquele pub só dizer umas verdades a ela. – comentou brava.
- Não tem nada a ver com a Heloísa. – esse talvez fosse o momento de iniciar o assunto.
- Virgínia.
- Sim. É ela. Como você sabe? – questionei confusa imaginando que Rebeca talvez já tivesse contado.
- Não sei de nada. Estou dizendo que Virgínia acabou de entrar. – apontou para a porta.
Me virei para olhá-la. Estava linda com uma calça jogger preta, uma camiseta vermelha, jaqueta jeans por cima e nos pés um tênis. Ela me sorriu ao perceber que eu a olhava. Sua cara era de surpresa. Acenou para Anna e caminhou para fazer os pedidos.
- Espera. Você está com a Virgínia? – indagou confusa.
- Sim.
- Porr* Alice. A Rebeca sabe?
- Sim. Ela nos viu jantando juntas. Nós discutimos no banheiro e ela ficou com raiva de mim. Não sei por que.
- Vai ver foi por saber que se envolver com a Virgínia é uma roubada. Da última vez você ficou na fossa uma semana. E foi justamente a Rebeca que te ajudou. Então não tiro a razão dela em ficar com raiva da situação. Ela se importa com você.
- Eu sei. Mas dessa vez é diferente. Estamos namorando. Por enquanto é segredo. Preciso pensar em uma forma de contar a mammy.
- Namorando?
- Isso. Desculpa não ter dito antes.
- Tudo bem. Agora só encontra um jeito de voltar a falar com a Rebeca. Por que ela odeia ficar de vela para mim e a Tália.
- Essa é sua única exigência? Não vai brigar comigo por eu ter escondido meu namoro?
- Não. Só arruma a sua amizade com a Rebeca. Agora podemos ir? Vamos acabar nos atrasando.
- Vamos sim. Vai indo para o carro que eu vou só pagar a conta. – joguei a chave para ela.
- Não demora.
Caminhei para o caixa. Paguei o que consumimos e fui em direção à mesa de Virgínia. Ela me sorriu de forma apaixonada e eu me derreti toda. Odeio essas sensações que ela me provoca.
- Bom dia. – falou sorrindo.
- Bom dia, amor. Só queria dizer que acabei de contar a Anna sobre nós.
- E?
- Nada. Ela aceitou de boa. Nem se importou por eu ter escondido.
- Nossa. Fico feliz. – fez silêncio. – Adoraria te dar um beijo agora. Pena que não posso.
- Eu sei, também iria adorar. Mas preciso ir ou vou me atrasar.
- Claro. Vai lá. Nos falamos mais tarde?
- Sim.
Anna já estava com o carro ligado apenas me esperando. Dirigiu até a faculdade e chegamos em cima da hora da aula. Passamos toda a manhã por lá. Fui deixa-la em casa e resolvi que iria ver Rebeca. Precisava acertar as coisas entre nós.
Cheguei à empresa e fui direto para a sala da presidência. Tália sorriu ao me ver.
- Garota, você sumiu. – me abraçou.
- Pois é. Vim resolver isso. Rebeca está?
- Sim. Pode entrar. Aproveita e avisa a ela que estou saindo para almoçar.
- Pode deixar. – sorri e ela saiu.
Fui até a porta e bati duas vezes. Escutei sua voz me mandando entrar. Fiz o que ela disse. A sala tinha o cheiro dela. Me admirei por hoje não está em suas saias sociais. Ela usava uma calça preta de alfaiataria. Com uma linda blusa de mangas longas, na cor vinho.
- Eu não tenho tempo para ir almoçar. Tália. – falou sem tirar os olhos dos papéis que segurava.
- Ainda bem que não vim com a intenção de te procurar. – brinquei.
- Alice. – ao ouvir minha voz levantou a cabeça rapidamente. Abriu um sorri de felicidade. – Que surpresa.
- Espero que boa. – me aproximei.
- Sem dúvidas. Sente-se. – apontou a cadeira a sua frente.
Caminhei fazendo o que ela mandou.
- A que devo sua ilustre visita?
- Vim me desculpar.
- Pelo quê?
- Pelo ocorrido no restaurante aquele dia. Sei que você se preocupa comigo.
- Sim. Mas não sou sua mãe para te dar sermão. Então eu que devo desculpas. – falou séria.
- Ótimo. Então fica tudo certo entre a gente?
- Sim. E por favor me diz que vai voltar a sair conosco, não aguento mais segurar vela para aquelas duas. – comentou rindo.
- Vou sim. Pode deixar. Inclusive eu contei a Anna sobre Virgínia e eu.
- Que bom. Espero que ela tenha reagido melhor do que eu. – comentou seria.
- Sim. Na verdade, ela só me fez uma exigência.
- Mesmo? Qual?
- Vir me acertar com você.
- A cada dia essa garota sobe mais no meu conceito. – disse divertida.
- Então. A história de não sair para almoçar é verdade?
- Infelizmente sim. Não posso sair. – mostrou a pilha de papéis.
- E se a gente pedir alguma coisa? Podemos comer aqui mesmo, assim você não perde tempo.
- Sério?
- Sim. Vou ligar para o Santé.
- Obrigada por isso. – sorriu agradecida.
- Enquanto peço e esperamos chegar, vou ficar naquele cantinho fazendo meu trabalho da faculdade.
- Tudo bem.
Fiz a ligação para o restaurante. Enquanto esperava me dediquei a fazer o trabalho da faculdade. Vez ou outra sentia o olhar de Rebeca em minha direção me observando. E quando nossos olhares se cruzavam ela sorria e voltava sua atenção ao que fazia. Alguns minutos se passaram até que a nossa comida chegou.
- Que cheiro delicioso. – comentou a mais velha sentando-se para comermos.
- A comida daquele lugar nunca me decepciona. – sorri ao ver minha deliciosa refeição.
- Hummm! Isso é como comer um pedaço do céu. – falou ao colocar a primeira garfada na boca.
Comemos em meio a risadas e fofocas. Foi então que percebi que ela me fez mais falta do que eu imaginava. Escutar o som de sua gargalhada contida, observar as manias dela. Conversar sobre qualquer bobagem se tornava um pouco mais divertido quando era com ela.
- Devia ir lá para casa hoje.
- Claro. Eu iria adorar.
- Se não tiver nada marcado com sua namorada. Lógico.
- Não tenho nada para hoje. Ela vai sair com o Cadu.
- Pois é eu soube o que aconteceu.
- Que horas posso ir?
- Que tal as seis? E dessa vez sem a desculpa de que não vai beber. Por favor. Só com muito álcool para aguentar os gemidos de Tália e Anna. – me fitou e caímos na risada.
- Pode deixar. Prometo que vou beber hoje.
- Se quiser ir para dormir, fique à vontade.
- Vou pensar. – sorri para ela. Aparentemente tudo estava ao normal mais uma vez.
Assim que terminamos de almoçar ela precisava ir para uma reunião e eu decidi ir para casa. Tinha que terminar meu trabalho para me livrar o quanto antes e poder aproveitar o final de semana. Ao entrar no carro meu celular tocou.
- Oi, amor.
- Oi, linda. Queria saber se já almoçou.
- Sim. Estou indo para casa agora. Passei aqui na empresa para falar com a Rebeca e acabamos almoçando juntas. – por um segundo pensei que a ligação havia caído, pois a linha ficou muda. – Amor, está aí?
- Estou. Só tentando assimilar essa sua amizade com a Rebeca.
- Já disse que não passa disso. Somos apenas amigas – afirmei. Nunca gostei dessa coisa de desconfiança, Matheus e eu sempre fomos muito abertos em relação a isso. E não seria agora que eu iria restringir minhas amizades por conta de uma namorada ciumenta.
- Tudo bem. Só preciso me adaptar.
- É bom mesmo. Ou vai ficar sem sex*. – brinquei e ela bufou do outro lado. – E só para você saber a noite vou para casa dela com a Anna.
- Hum. – fez uma pausa. – Tudo bem. Eu preciso ir agora. Ou vou perder meu horário de almoço. Beijos. Te amo.
- Beijos. Também amo você.
Não entendia de onde vinha todo esse ciúme que Virgínia tem a respeito da minha amizade com Rebeca. Não que eu não pudesse me interessar por Rebeca, afinal ela é uma mulher linda. Mas acredito que até hoje não dei nenhum indicio de que tenho algum tipo de interesse nela. Ainda mais para minha namorada.
Ao chegar em casa os meninos me obrigaram joga bola com eles. Arthur, Bernardo e Gabriel estavam e divertindo horrores na água, mas estavam esperando apenas mais uma pessoa para jogar futebol.
- Ebaaa! Eu vou jogar com a Alice. – Arthur correu na minha direção.
- Opa! Que animação toda é essa?
- Estávamos precisando de mais uma pessoa para jogar dois contra dois. – Gabriel falou rapidamente.
- Mas eu acabei de chegar. Preciso de um banho.
- Tá. Você sobe no seu quarto, põe o biquini cai na piscina e depois a gente joga. – Bernardo resolveu minha vida em dois segundos.
- Nossa garoto, você não para pra respirar?
- Vai logo. – deu de ombros e saiu me empurrando em direção a casa.
Eu não tinha como recusar o convite. Pus meu biquíni e antes de sair do quarto postei uma foto minha. Deixei o celular carregando e desci para me juntar aos pestinhas. Quando cai na água senti meu corpo inteiro relaxar. Mas meu sossego durou pouco já que tive que ir jogar futebol com os meninos.
Acabou que Arthur e eu ganhamos de Bernardo e Gabriel por 5 a 3. Claro que os dois ficaram bravos por perderem. No fim das contas consegui até um joelho ralado quando o Bernardo me deu uma entrada um pouco mais bruta.
- Eu falei que eu deveria marcar a Alice. – Gabriel resmungou.
- Você não consegue acompanhar ela. – Bernardo revidou.
- Vocês são péssimos perdedores. – Arthur provocou.
- Concordo.
- E vocês são chatos. – Bernardo saiu batendo pé sendo seguido por Gabriel.
- O jogo foi ótimo, mas eu preciso de um longo banho. Vou sair daqui a pouco.
- Nós vamos a uma festa de aniversário. Por isso o Biel tá aqui. A mamma vai nos levar.
- Olha só, vocês estão crescendo. – assanhei seus cabelos.
- Para. – reclamou.
- Eu tenho que ir. – fiquei de pé. – E meninos, da próxima vez que quiserem perder estou à disposição. – gritei para meu primo e meu irmão.
- Vê se me erra. – Bernardo respondeu irritado.
Subi as escadas correndo. Lá fora já começava a ficar escuro. Entrei no quarto tirando meu biquíni. Precisava de um banho e me arrumar para sair em seguida. Mas antes olhei meu celular. Virgínia havia respondido a minha foto. Dizendo que eu estava linda e que esperava que aquele não fosse o look para ir na Rebeca. Revirei os olhos irritada com o ciúme. Ela precisa desencanar dessa história com a Rebeca, antes que eu perca a paciência.
Fui para o banho e alguns minutos depois já estava pronta para sair. Desci as escadas e escutei as vozes vinda da parte externa da casa. Tio Isaac e tia Mile estavam jantando com as minhas mães.
- Oi gente. Bom ver vocês aqui. – beijei os 4.
- Bom te ver Alice. Está de saída? – tia Mile me perguntou.
- Sim. Fiquei de ir jantar na Rebeca hoje.
- Olha. Apoio essa amizade. – a mammy comentou rindo.
- Todos apoiamos. – a mamma completou. – Divirta-se filha.
- E juízo. Se for dormir fora nos avise.
- Pode deixar. Beijos.
Segui tranquila até a cobertura de Rebeca. Quando desliguei o carro para descer meu celular tocou. A foto de Virgínia aparecia na tela.
- Oi, amor.
- Oi, linda. Nem me respondeu, fiquei preocupada.
- Preocupada ou com ciúmes?
- Não é ciúmes, é cuidado.
- Tudo bem. Se você diz. Já está com o Cadu?
- Ainda não. E você já está com as meninas?
- Acabei de chegar na garagem do prédio.
- Na garagem? E você tem acesso assim? – revirei os olhos.
- Lógico, esqueceu que era meu apartamento? – imagina se ela soubesse que até alguns dias eu ainda tinha a digital cadastrada na porta.
- Claro. Esqueci. Vai para casa que horas?
- Virgínia, eu acabei de chegar. – tentei ser paciente. – E a Rebeca disse que se eu quisesse poderia ficar para dormir.
- Dormir, Alice? – notei que ela se alterou.
- Sim, dormir. E se for para você ficar com raiva por ciúmes me avisa que desligo o celular.
- Não. Não precisa disso tudo. Aproveita a noite. Beijos.
- Beijos.
Desliguei o aparelho com aquela sensação de que esse ciúme de Virgínia seria o principal motivos dos nossos desentendimentos. Se fosse para ter ciúmes eu estaria no direito, já que ela trabalha com a Amélia, e as duas tiveram um breve lance.
Suspirei, atirando o celular dentro da bolsa. Fui para o elevador e apertei o último andar. Toquei a campainha, até que escutei a voz de Rebeca se aproximando da porta.
- Você deveria vir atender. – escutei ela gritando. – E não põe fogo nessa cozinha. – nesse instante ela abriu a porta. – Oi. Pensei que era a Anna. Porque não abriu a porta?
- Não sabia que estava destrancada. – passei por ela.
- Alice, sua digital continua aí.
- Da próxima vez eu usarei. – afirmei rindo. – Trouxe cerveja. – mostrei a sacola.
- Isso significa que vai beber?
- Talvez.
- Vem para cozinha. A Tália está tentando incendiar minha casa. – falou mais alto.
- Tua bunda! – respondeu com raiva. – Se bem que você nem precisa, anda com um fogo que só por Deus. – caiu na risada. – Acredita, Alice que eu...
- Já vai começar? – Rebeca virou-se para ela.
- Ahhhh! Quando fui eu que transei aos gritos tudo bem. Mas aí chegar em casa e te ver trans*ndo no sofá eu não posso contar?
Nesse instante olhei para Rebeca que apenas fechou a cara, mas notei seu rosto adquirindo um tom avermelhado. Ela claramente não queria falar sobre aquilo, e eu como sou uma ótima amiga, resolvi importunar com isso.
- Agora eu quero saber. Qual era a posição, Tália?
- Alice! Que absurdo.
- Absurdo é você trans*r no sofá da sala e nem para colocar uma meia na porta para avisar. Ou quem sabe manda uma mensagem dizendo a sua amiga que não viesse para casa. – impliquei.
- Está vendo só. Obrigada por me apoiar. Eu estou traumatizada. Nunca vi um homem completamente pelado. – ela fez drama. – Não que eu esteja reclamando, afinal ele é bem gostoso. – brincou. – Mas ainda prefiro a alma sebosa da Rebeca.
- Continua me provocando que você vai acabar ficando sem teto. – ameaçou com ar de riso.
Trocamos um olhar e caímos na risada. Era notório que nem Rebeca havia acreditado naquela ameaça. A noite me parecia ser bem divertida e isso tudo por que Anna nem havia chegado ainda. Implicamos mais alguns minutos com Rebeca, até que a campainha tocou.
- Deve ser a Anna. – comentei.
- Se importa de abrir? Vou tomar um banho, estou com cheiro de tempero. Beck, olha as panelas. – pediu.
- Eu vou abrir.
Caminhei até a porta e ao abrir dei de cara com uma Anna com o rosto vermelho e lágrimas nos olhos. Bastou me ver para se atirar em meus braços caindo em um pranto que eu me assustei de imediato. Ao escutar os barulhos dos soluços Rebeca apareceu na sala.
- O que aconteceu? – indagou observando a cena.
- Eu não sei.
- Leva ela para o meu quarto. – me deu passagem.
- Vem comigo, vamos conversar. – sai segurando sua mão.
Ao entrar no quarto de Rebeca, Anna sentou-se na poltrona que ficava próxima a janela. Me pus de joelhos em sua frente, segurando suas mãos.
- O que está acontecendo?
Ela fez menção em responder, mas caiu no choro novamente. Me deixado ainda mais aflita. Só me restava esperar que ela se acalmasse para conseguir conversar. Enquanto isso ficarei ao seu lado em completo silêncio, deixando que ela colocasse tudo o que sentia para fora. Só ficaria ao seu lado, pois para isso que servem os amigos.
Fim do capítulo
Ai gente, talvez seja até o álcool me fazendo ser impulsiva. kkk Vou postar mais. kkkkk
E sei até qual momento. kkkk
Comentem e sejam boazinhas comigo.
Beijos.
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Baiana
Em: 11/10/2021
Virgínia ciumenta é fim de carreira,ou ela confia ou não confia na Alice,afinal,até que se prove o contrário,a Rebeca é hetero e elas nunca tivarem nada,ao contrário dela com a chefe.
Eita! Será que a Iara restou o casamento?
Resposta do autor:
Acho que o medo que ela tem de perder a Alice faz com que ela não seja racional, ou talvez tenha uma intuição muito forte em relação a essa amizade.
Alice só mostra o quanto é evoluida.
beijosss
preguicella
Em: 11/10/2021
Ah não, não aceito que Virgínia seja um projeto de Alana, ciumenta maluca. Preferia que elas percebessem que gostam de outras pessoas e não tivesse muito drama! haha
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