Capitulo 35
Capítulo 35º
Alice
Passei o dia inteiro pensando em Virgínia ao lado de Amélia. A imagem das duas sorrindo saindo de dentro da casa da mais velha, não abandonou meus pensamentos. Hoje eu entendi o real significado do ditado: “O que os olhos não veem, o coração não sente”. Porém meus olhos viram, e o pobre do meu coração está sentindo. Sentindo o peso do mundo inteiro sobre ele tentando esmaga-lo a todo custo.
Tem horas que parece que nem consigo respirar. É algo que me sufoca, me prende em um sentimento que não posso colocar para fora. Mas a vida não pode parar por um coração partido, então fui para aula mesmo sabendo que não conseguiria me concentrar. Agradeci quando a tortura terminou.
- Soube que dormiu com a Rebeca. – indagou Anna, apoiando o braço sobre meus ombros, enquanto caminhávamos para o estacionamento.
- Nossa as notícias voam. – brinquei. – Não sabia que você e a Tália formavam uma dupla de fofoca.
- Querida, a fofoca me edifica. – piscou os olhos rapidamente me arrancando um sorriso.
- Nem adianta imaginar algo além. Nós apenas dormimos juntas, a chuva não deixou que saíssemos de lá.
- A chuva? Sei. Ela ficou com o apartamento?
- Sim. Já está com as chaves.
Nesse momento chegamos ao carro e eu me sentei no banco do carona. Como eu estava com a cabeça no mundo da lua, ou melhor, no relacionamento de Virgínia achei melhor deixar que Anna dirigisse. O que nos deixa em segurança.
- Quem contou que dormi com a Rebeca, também te disse sobre eu ter dado de cara com a Virgínia e a Amélia?
- Ah! Isso explica esse seu jeito o dia todo.
- O que eu faço? Não consigo evitar me sentir assim. Queria poder olhar para ela e sentir apenas decepção. Mas não consigo. Me doeu horrores ter a certeza de que elas estão juntas, Virgínia dormiu lá. Isso é uma intimidade que eu tive com ela, quando dormi na casa dela e nós... – suspirei passando a mão no rosto.
- Vocês trans*ram e foi especial. – concluiu. – Alice, você só se sente assim por ela ter sido sua primeira. É normal, ela vai ser a paixão que mais mexeu com a sua vida. Ela te tirou da zona de conforto. Apresentou um mundo de possibilidades.
- Do que adianta se não posso viver isso com ela? Acredita que eu estava pensando em pedi-la em namoro?
- Nossa! Não fazia ideia.
- Pois é. Mas aí aconteceu tudo aquilo e eu simplesmente achei melhor me tirar da vida dela, antes que ela fizesse isso quando escolhesse a Amélia. Não sei se aguentaria a rejeição.
- Você não tem como saber se ela escolheria Amélia.
- Amélia é linda, independente. Fora que não tem a complicação da mãe pegando no pé de Virgínia igual a mammy fez. Acho que estamos destinadas a não ficarmos juntas.
- Dizem que há dois tipos de amor. O amor da vida, que é aquele que marca, porém não foi feito para ser vivido. E o amor para vida, que é o que nos faz ir além, e de fato pensar em dividir uma vida toda.
- Sabe o que eu acho? Que não deveria existir amor nenhum.
- E o que seria de nós?
- Viveríamos na eterna putaria. – comentei e Anna quase bateu o carro.
- Só foi fazer um ménage que você ficou toda assanhadinha, né?
- Isso é inveja. Por que eu fiz e você não. – afirmei já segurando o riso.
- Sua idiota. – falou com raiva.
Por alguns segundos ficamos naquela provocação. Sei que o fato de eu ter uma experiência a três antes dela causava certa raiva de sua parte. Afinal vivia se vangloriando de suas aventuras amorosas.
Passamos a tarde toda em casa. Tomamos sol na piscina e até que me distrai. Sabia que Anna não me deixaria sozinha sabendo que eu estou triste. Desde que éramos pequenas ela tem essa super proteção comigo, na escolinha chegou até a ficar de castigo por morder um menino que me empurrou. Quando a professora perguntou por que ela tinha mordido o garoto ela só disse que morderia de novo caso ele mexesse comigo. Coisa que o garoto não fez mais por medo dela.
- E a tia Iara, alguma notícia? – indaguei curiosa.
- Não. E eu nem quero saber. Mas o Miguel me disse que Cadu comentou que ela anda triste e ele não sabe o porquê e está preocupado.
- Imagino como deve ser difícil para o Miguel não contar a ele o que sabe.
- Ele sabe que seria uma bicha morta, caso contasse. E não acredito que ele queira morrer e deixar aqueles dois gatos sozinhos.
- Certeza. Quem diria que ele iria namorar. Sempre fugiu de relacionamentos. Do grupo sempre achei que ele seria o único que ficaria solteiro eternamente.
- Muita sorte. – Anna fez uma pausa. – Olha, eu estava pensando. Se você gostasse da Amélia poderiam tentar um trisal. – falou com ar sério.
- Você só pode está louca. – sacudi a cabeça.
- Como assim? Você deu a maior força para o Miguel aceitar namorar com os meninos. Não estou te entendendo.
- Sim, para ele namorar os dois. Para mim Deus ensinou a dividir o pão e não as pessoas. Não conseguiria isso.
- Egoísta. – revidou gargalhando.
- Não é egoísmo. Apenas não daria certo para mim. O que não quer dizer que para eles não funcione. Só preciso tirar meu foco da Virgínia.
- Investe na Rebeca.
- Rebeca é...
- Caidinha por você. Só não percebeu ainda. – completou.
- Você está viajando. – insisti. Mas lembrei da forma que ela me observa quando estamos juntas. – Rebeca é apenas atenciosa.
- Até demais. Principalmente quando se trata de você.
Tratei de mudar o assunto. Para enlouquecer minhas ideias só bastava Virgínia. Não iria ficar supondo nada sobre Rebeca. Afinal até agora a única coisa que sei é que estamos construindo uma amizade boa.
Quando a noite caiu, resolvemos entrar e assistir um filme qualquer e comermos pipoca. A única luz era a da Tv. Até que Anna saltou ao receber uma mensagem.
- Vamos nos arrumar.
- Não quero. A cama está ótima. – respondi me embolando nos lençóis.
- Vamos. – puxou os panos. – As meninas estão indo comer um japa.
- Rebeca e Tália?
- Sim. Vai tomar banho.
- Tudo bem. – me dei por vencida.
Antes de entrar para o banho vi o celular acender e uma mensagem de Rebeca aparecer na tela. Respondi rapidamente e fui para o banheiro. Não demorou para que saíssemos de casa. Anna não parou de falar o caminho inteiro. Era sempre bom estar em boas companhias, e as meninas eram muito divertidas. O que de certa forma rendia muitas risadas.
O pico da noite foi saber que Rebeca havia almoçado com um amigo. Aparentemente o cara é afim dela, e pelo que notei ela está pensando em sair com ele de novo. Espero que ele seja alguém tão bacana quanto ela. Nada pior do que cair na mão de outro babaca que não a trata como ela merece ser tratada.
De uma forma estranha a possibilidade de que ela poderia se envolver seriamente com esse tal de Pedro me incomodou. Talvez fosse apenas meu lado defensora falando mais alto. Quando íamos nos despedir na saída do restaurante senti vontade de abraçar Rebeca, e assim o fiz. Mas quando me afastei dela, e fitei seus lindos olhos eu falei sem nem ao menos pensar no que aquilo poderia significar.
- Não vai começar a namorar antes de ir a um encontro comigo. – não foi um pedido, apenas senti que de alguma forma deveria falar.
- Pode deixar. Seu lugar está reservado. – sorriu para mim e apertou levemente minha mão na sua.
- Ótimo. – movida por um impulso, beijei seu rosto, entrando no carro em seguida.
Como havia prometido que dormiria com os meninos aquela noite. Deixei Anna em casa e segui para a casa dos meus avôs. A noite estava quente, o céu exibia lindos pontos brilhantes ao longe. O trânsito era tranquilo, o que me fez chegar ao meu destino em poucos minutos. Antes de entrar na garagem parei para avisar que eu estava ali fora. Esperando que alguém abrisse o portão. Procurei o celular na bolsa, mas antes que eu pudesse mandar alguma coisa, duas batidas no vidro do meu carro me fizeram assustar. Imaginei que era um assalto e essa possibilidade fez meu coração acelerar.
Levantei a cabeça em direção ao barulho já imaginando que o ladrão estava com a arma apontada para mim, pronto para atirar caso eu resolvesse revidar. Mas a imagem que eu vi não me acalmou em nada. Virgínia estava parada me olhando, ela estava com as mãos no bolso. Meu coração que antes batia acelerado havia naquele momento duplicado a velocidade que bombeava sangue para o meu corpo. O que ela estaria fazendo aqui a essa hora? Fez sinal para que eu destravasse a porta. Ponderei se deveria, seria um risco tê-la ao meu lado.
Respirei fundo duas vezes seguidas, minhas mãos suadas escorregavam ao segurar a direção. Ela bateu novamente.
- Abre aí. – escutei sua voz meio distante.
Fiz o que ela me pediu sentindo minhas mãos trêmulas, não sei se pelo susto ou por estar diante dela. Assim que ela entrou sentando-se ao meu lado seu cheiro invadiu o carro inteiro me fazendo respirar profundamente. Eu senti aquele frio na barriga, que me deixa ainda mais nervosa.
- O que está fazendo aqui essa hora? – indaguei.
- Cadu me pediu para busca-lo. Veio jantar com seus avôs.
- Hum. – falei olhando para o portão.
- Pensei que estaria no jantar também.
- Não. Eu sai para jantar com as meninas.
- Meninas? Você quer dizer a Anna?
- Sim, e a Rebeca e a Tália.
- Você está bem próxima da Rebeca. – afirmou me fitando. Odeio aqueles olhos que me fazem esquecer a raiva que sinto dela por ter escolhido a Amélia.
- Sim, estamos. Ela me ajudou quando nós decidimos não ficar mais. – afirmei.
- Eu não decidi nada. Você quem decidiu. – se defendeu.
- O que você esperava que eu fizesse? – lhe encarei com raiva. – E me pareceu que você adorou se sentir livre para ir direto para cama da Amélia. – comentei entre dentes.
- Não foi bem assim.
- O que você quer Virgínia?
- Você. – afirmou e eu senti meu corpo inteiro reagir ao escutá-la.
- Não. Se isso fosse verdade estaria comigo. Não é?
- Fiquei com raiva de você. Eu nunca pensei que você fosse do tipo que agarrasse qualquer uma. E do nada você diz que dormiu com a tal da Heloísa. O que esperava que eu fizesse?
- E você é tão madura que quis devolver na mesma moeda e correu para os braços de Amélia. – comentei amargurada e desejando que aquele assunto apenas acabasse logo.
- Não estamos namorando se é isso que você pensa. Amélia tem sido uma ótima companhia.
- Vai dizer que não tem nada acontecendo entre vocês?
- Sim. Tem, ficamos umas duas vezes. Mas somos amigas. Eu estava carente, com raiva de você e uma coisa levou a outra.
- Você resolveu se vingar fazendo sex* com uma mulher que claramente gosta de você? Pelo visto não brincou só com os meus sentimentos está fazendo o mesmo com os dela.
- Claro que não. Eu não brinquei com os seus sentimentos. Pelo contrário. Você me magoou imensamente quando assumiu ter ficado com Heloísa. Eu não esperava uma atitude assim vinda de você. Você tem ideia do quanto escutar aquilo me doeu? – sua voz saiu falha. – Claro que não faz ideia. Só se importa com você mesma. Eu gostei de você, eu gosto de você. Mas não sei se posso confiar e me entregar de novo. Pensei que você era diferente das outras pessoas, mas no final você foi igual. Mas eu não consigo não te desejar, sentir sua falta. Acho que eu sou idiota. – suspirou e eu vi uma lágrima escorrer de seus olhos.
- Eu sinto muito. Não fazia ideia. Não soube o que fazer quando imaginei a possibilidade de você me deixar para ficar com ela. Acho que me alto sabotei, evitando que você me quebrasse ainda mais.
- Claro que não fazia. Nem me deu espaço para contar minha versão dos fatos, saiu apenas supondo o pior de mim. Acreditou no que sua mãe falou. Esqueceu apenas que ela tem todos os motivos do mundo para não deixar que você ficasse comigo. Parou para pensar nisso?
- Não. Me desculpa. Eu só não sabia o que pensar.
- Alice. – segurou meu rosto em suas mãos, me fazendo olha-la. – Você deveria ter conversado comigo, me dado ao menos o direito de me defender das suas acusações. Eu me apaixonei por você. Amélia sabe disso, bastou ver a minha reação ao imaginar a possibilidade de você está namorando com a Rebeca. Ela me mandou de procurar e resolver as coisas. Eu disse que não tinha o que resolver. Mas aí você aparece aqui. Justamente quando vim buscar o seu primo.
- Rebeca é hetero. Nós não temos nada.
- Eu sei. Mesmo assim. Eu não quero que fique com ninguém. Apenas comigo. – sussurrou aproximando-se e roçando seu nariz no meu, enquanto seus dedos tocavam minha nuca por baixo dos cabelos. – Só comigo e mais ninguém.
Olhar para ela tão próxima a mim era como sentir um feitiço sendo lançado em minha direção, me prendendo nela de uma forma que não posso fugir. Não conseguia me desprender de suas mãos, não conseguia me afastar. Até a raiva que eu sentia desaparecia, e apenas a vontade desesperada de beijá-la toma conta de cada pedaço do meu ser.
Nossas bocas se colaram em um beijo cheio de saudade e carinho. O contato era delicioso e tão conhecido. Beijá-la é como tocar o céu e cair em queda livre com aquele frio na barriga me consumindo. Eu perco totalmente o controle do meu corpo, do pensamento, do desejo. Ela me torna irracional. Me deixa completamente a mercê de seus carinhos. O beijo durou tempo suficiente para nos deixar sem ar. Nos afastamos mantendo nossas testas juntas. Mesmo sabendo de todas as consequências eu não conseguia me afastar.
- Eu senti sua falta todos os dias. – comentou com os olhos fechados e a voz em um sussurro.
- Eu também senti a sua. – demos um selinho e ela continuava me fitando, como se matasse toda a saudade que sentiu de mim. – O que isso quer dizer?
- Quer dizer que eu escolho ficar com você. Então trate de largar seus esquemas. – comentou com ar sério.
- Eu não tenho esquema. Já faz alguns dias que não fico com a Heloísa.
- E a Rebeca, não tem nada acontecendo entre vocês?
- Não. Somos apenas amigas. Eu já disse isso.
- Ótimo. – enlaçou seus dedos nos meus.
- E a minha mãe?
- Podemos manter tudo em segredo. – afirmou. - Ninguém precisa saber, ao menos por enquanto.
- Ninguém? – questionei.
- Sim. Ninguém. Isso significa que não podemos ficar com outras pessoas, não é?
- Não. – afirmei. – Agora o que me diz de deixar seu carro com o Cadu e a gente ir para a minha casa? – perguntei e ela me olhou assustada. – Relaxa! Minhas mães estão viajando e os meninos estão aqui na minha vó. Temos a casa apenas para nós duas. – beijei seu pescoço sentindo de perto aquele cheiro que por tantas vezes se fez presente em meus pensamentos. – O que me diz?
- Aonde posso deixar a chave do carro para que ele pegue?
- Basta mandar mensagem para ele dizendo que a chave está no esconderijo. Agora me dá aqui que vou deixar lá.
O esconderijo era utilizado por nós desde pequenos. Eu costumava esconder meus pirulitos, saia pedindo aos meus avós, depois para os meus tios, depois para as minhas mães. E escondia embaixo de uma pequena árvore, lugar aonde ninguém podia procurar.
Deixei a chave e voltei para o carro. Entrei e Virgínia tentava inventar uma desculpa para meu primo enquanto digitava e apagava tentando não deixar suspeitas do que de fato havia acontecido. Ao chegarmos em casa levei-a direto para o quarto. Eu não queria perder tempo, eu não podia perder tempo. Passei dias ansiando pelo toque, o beijo, os carinhos e queria muito aproveitar cada momento.
- Tem certeza que nenhum funcionário vai dizer que você trouxe alguém? – indagou preocupada.
- Sim. Agora relaxa e me beija. Por favor.
Ela prontamente atendeu meu pedido, enlaçando minha cintura e devorando minha boca em um beijo quente e enlouquecedor. Sua língua procurando espaço, provocando e me deixando completamente molhada.
- Que tal um banho de banheira? – sussurrei em seu ouvido.
- Com você eu topo tudo. – afirmou me fitando.
- Certeza? – questionei.
- Sim. Até injeção na testa. – afirmou beijando minha boca novamente.
- Então namora comigo?! – falei de uma única vez fazendo-a parar o que fazia.
- Você está falando sério?
- Lógico que sim. Eu quero namorar, quis desde o início. E se você diz que gosta de mim, nada mais certo do que a gente oficializar isso, mesmo que por enquanto seja em segredo.
- É claro que eu quero namorar você. – sorriu aberto e seus olhos brilhavam mais que as estrelas no céu.
- Ótimo, então é oficial.
- Nada disso, para oficializar falta uma coisa. – sussurrou passando a ponta dos dedos nas minhas costas, por baixo da blusa.
- O quê?
- Você goz*r lindamente para mim. – completou a frase com um sorriso nada descente. Se fosse possível me apaixonaria de novo, ali naquele exato momento.
Sai puxando-a em direção ao banheiro. Enquanto esperávamos que a banheira ficasse cheia nos beijávamos enquanto íamos uma tirando a roupa da outra. Em meio a provocações e suspiros. Completamente nuas, eu fui a primeira a entrar na banheira, sendo seguida por ela que sentou de costas para mim, entre minhas pernas. Deixando seu corpo repousar junto ao meu.
- Ahh! Que delícia. – comentou com a voz mais relaxada.
- A água ou está comigo nela? – indaguei beijando seu ombro.
- As duas coisas. – deu um meio sorriso.
- Então acostume-se. Pois não vou te largar nunca mais. – sussurrei em seu ouvido e sorri observando sua pele arrepiar inteira, apertando-a em meus braços.
- Quem disse que eu quero que você me largue? – indagou prendendo meus dedos nos dela.
- Ótimo. – beijei seu pescoço, ela inclinou para o lado me dando espaço para continuar. – Pois não tenho intenção nenhuma de te deixar beijar outra boca que não seja a minha.
Passei minhas mãos pelos seios dela. Que soltou um leve gemido. Deslizei minha língua por seu pescoço e orelha. Enquanto ela se contorcia de excitação.
- Posso te fazer uma massagem se quiser. – apertei seu seio direito e deixei minha outra mão tocar a parte interna de suas pernas, próximo a virilha.
- Você pode fazer o que quiser comigo. Nesse momento sou toda sua. – comentou com a voz entrecortada de desejo.
Deixei que meus dedos deslizassem para sua intimidade e gemi quando senti o quanto ela estava molhada. Iniciei uma massagem em seu clit*ris, sem parar de tocar seus seios e beijar sua nuca.
- Ahh! Você adora me deixar assim. Não é?
- Adoro te ver completamente molhada para mim. – respondi próximo a seu ouvido. – Você não tem ideia do quanto é gostosa. – sussurrei a última parte.
Meu dedo entrou em sua cavidade úmida e quente com facilidade por conta de sua excitação. Ao sentir meu toque mais profundo ela gem*u alto e começou a rebol*r na tentativa de intensificar o contato. Escutá-la gem*r era a melhor coisa do mundo. A minha canção preferida. Mas ela queria mais, então parou de rebol*r, se pôs de pé. Virou-se em minha direção e se sentou no meu colo, com uma perna de cada lado do meu corpo. Seus olhos estavam intensos, sua boca era tentadora demais. Cada detalhe dela era maravilhoso e me deixa ainda mais encantada.
- Eu quero te beijar. – aproximou sua boca da minha. – Enquanto você me fode bem gostoso. Então trata de me tocar. – ordenou com seus olhos em chamas pelo desejo.
Encontrei o caminho para o seu prazer novamente. Nossos beijos foram se intensificando a cada segundo. Os gemidos que ela dava abafados pelo beijo era algo tão excitante que eu poderia chegar ao orgasmo com facilidade. Meu dedo deslisava com precisão dentro dela, em movimentos lentos enquanto ela rebol* em cima de mim de uma forma tão sexy que eu enlouqueço apenas de ver.
- Ahhh! Eu vou goz*r. – anunciou inclinando a cabeça para trás e gritando meu nome em seguida.
Senti seu corpo vibrar sobre o meu ao terminar essa frase. Aos poucos foi se acalmando novamente. Ela me sorriu, como se tivesse envergonhada.
- O que houve? Não foi bom? – indaguei afastando seu cabelo dos olhos. Para me dar uma visão completa de toda sua beleza.
- Sim. Perfeito. Mas muito rápido. Nunca g*zei tão rápido assim. – seu rosto enrubesceu e ela me abraçou se escondendo de mim.
- Isso é ótimo. Para mim só significa que estava com saudades. – beijei seu ombro. – E que eu sou muito boa no que faço.
- Você tem o dom de deixar as coisas fofas e de se achar, não é? – se afastou para me olhar.
- Sim. Mas eu não me acho. Sei das minhas habilidades. – arqueei uma sobrancelha.
- Até ontem você era virgem. – provocou.
- Não sou mais. E só para constar nesse período que estávamos afastadas muita coisa aconteceu.
- Quer dizer que transou muito com a Heloísa?
- Sim. Mas não só com ela. Só que esse é um assunto para outra hora. Não acha? Que tal gastarmos nosso tempo de outra forma?
- Tudo bem, mas depois quero saber direitinho dessa história.
- Depois. Agora vem me beijar que já passamos tempo demais longe uma da outra.
Nossos amassos foram levados para a cama. E nela nos amamos por horas, apenas matando a saudade que aparentemente quase nos matou. Já era madrugada quando o corpo dela caiu ao lado do meu. O cheiro de sex* misturado aos nossos perfumes era inebriante.
- Você acabou comigo. – resmungou bocejando.
- Digo o mesmo. – beijei seu ombro. – Eu amo você. – falei sem pensar.
Quando percebi as palavras já haviam apenas saído da minha boca. Ela me fitou séria, com um sorriso bailando em seus lábios. Acariciou meu rosto e me beijou.
- Não estou falando por que quero que diga de volta. – tentei me explicar.
- Mas eu vou falar, não por você está esperando, e sim pelo que sinto. E eu me sinto feliz quando estou com você e sua ausência na minha vida é enlouquecedora. Não me importo que a sua mãe tente tudo para nos separar. Vou lutar com todas as minhas forças para estar ao seu lado sempre. Porque eu também amo muito você, Alice.
Meu sorriso não poderia ser mais verdadeiro. Nos beijamos novamente entre sussurros de promessas para o futuro. Assim adormecemos agarradinhas. Acordei na manhã seguinte com dores por todo meu corpo. Olhei para o meu lado e lá estava Virgínia completamente nua e adormecida. O lençol cobrindo parte de suas pernas, mas deixando sua bunda desnuda. As dores foram até esquecidas momentaneamente apenas por avistar aquela linda paisagem logo cedo. Acariciei seu rosto e ela fez uma careta. Abriu os olhos lentamente e sorriu ao me ver observando-a.
- Bom dia. – falou com a típica voz de quem acaba de acordar.
- Bom dia, meu amor. – beijei seu ombro.
- Diz de novo? – pediu com a voz dengosa.
- Meu amor. – depositei mais um beijo. – Meu amor. – mais outro e ela sorria com o carinho.
- Se isso for um sonho me deixa dormir. Tá?
- Não é sonho. Estou bem aqui, em cima de você e completamente nua.
- Safada. – comentou entre risos.
- Alice, eu espero que você tenha....- fomos interrompidas pela voz da minha querida e amada vó Helena.
Saltei de cima de Virgínia que tratou de se cobrir o mais rápido que pode. Dona Helena ao perceber o que interrompeu ficou de costas para nós. Aquele momento não poderia ser mais constrangedor.
- Achou a Alice? – a voz de Bernardo.
- Sim. Ela está se vestindo. Vamos descendo. – saiu os puxando pela porta.
Virgínia estava vermelha de vergonha. Apesar do susto eu desatei a rir assim que vi sua expressão.
- Eu sabia que não era uma boa ideia. – resmungou.
- Amor, relaxa. A vovó nem vai lembrar quem é você. – beijei seus lábios. – Agora eu vou trancar essa porta e te levar para o banho e depois vamos descer. Aposto que ela já deve ter ido deixar os meninos na escola.
- O que ela queria?
- Brigar por eu não ter avisado que não iria dormir lá. Mas eu estava muito ocupada para me lembrar de avisar. E nesse momento. – deixei o lençol escorregar até o chão. – Vou me ocupar de novo no banho. – dei as costas e caminhei parando na porta. – Você vem ou vai continuar aí com essa cara?
Alguns minutos depois descemos. Minha ideia inicial de que dona Helena havia ido embora foi por água a baixo quando escutamos sua voz ao descermos as escadas. Ela conversava sentada na mesa de café da manhã que já estava posta.
- Bom dia meninas. Mandei servir o café para vocês. – comentou e Virgínia me olhou assustada.
- Obrigada. Mas não precisa, eu tenho que ir trabalhar.
- Aposto que pode se atrasar alguns minutinhos, não é Alice? – me olhou com aquele olhar de quem me diz para fazê-la ficar.
- Só alguns minutos. – supliquei.
A contra gosto ela sentou-se ao meu lado. A vovó começou a se servir. Sem deixar de nos fitar. Sabia que ela procurava a melhor forma para começar a falar sobre o que viu.
- Esperei que fosse dormir lá em casa ontem. Mas vi que estava ocupada demais para avisar.
- Desculpa, vovó.
- Não se desculpe. Acha que nunca peguei suas mães em momentos embaraçosos? – eu quase engasguei com a informação. – Uma vez fui até o apartamento da Isa e quase vi as duas trans*ndo no sofá. Larissa ficou tão vermelha quanto você, Virgínia.
- A senhora lembra de mim?
- Senhora não. Me chame de você. Sim?
- Claro. Você lembra de mim? – continuou curiosa.
- Lógico. Como vou esquecer a pessoa que a minha neta claramente é apaixonada. – afirmou como se não fosse nada. Virgínia e eu trocamos um olhar.
- Vovó, as minhas mães não sabem de nada ainda.
- Não se preocupe. Assim como eu escondia seus doces, esse também será nosso segredo. – piscou para mim. – Eu sei que Isabella não vai gostar de você namorando a irmã da Alana.
- Como você sabe?
- Alice, eu sei de tudo que se passa na nossa família. Inclusive que a sua tia estava com a Anna, mas isso não é da nossa conta. – deu de ombros. – Antes que pergunte como eu sei, jamais contarei. Preciso proteger vocês. Às vezes até de vocês mesmos. – afirmou. – Mas espero que as coisas caminhem por uma estrada calma. Fico feliz que tenha encontrado alguém que goste de você. Ainda mais depois do que aquele rapaz fez. - deu uma pausa tomando um longo gole de café. – Mas não posso guardar esse segredo por muito tempo. Então encontrem um jeito de fazer a cabeça dura da minha filha entender que vocês se amam.
- Pode deixar. No momento certo eu falarei. – afirmei.
- Ótimo. Agora saiam daqui, antes que essa menina desmaie por não conseguir respirar. – gesticulou com as mãos.
Eu toquei o braço de Virgínia que parecia completamente petrificada. Fui até a minha vó e a beijei, agradecendo pela compreensão. Saímos de casa de mãos dadas. Minha namorada continuava sem dizer uma única palavra.
- Você está bem? – questionei quando entramos no carro.
- Sim. Quer dizer não sei. Imagina se fosse a sua mãe.
- Ela me mataria. Mas aí teria que aceitar que eu amo você e que vamos ficar juntas. – afirmei segurando suas mãos.
Ela me sorriu ao escutar minha declaração. Nossos lábios se tocaram e partimos para mais um dia. Só que dessa vez assumimos um compromisso uma com a outra. Ao qual eu pretendo manter. Sei que convencer dona Isabella, não será uma tarefa fácil. Porém o amor que sinto me dá forças para enfrentar o que estiver para vir, sem medo algum.
Fim do capítulo
Gente. Juro que vou responder todos os comentários. As vezes as coisas levam tempo para acontecer e não é diferente com o casal principal..
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Baiana
Em: 11/10/2021
Toda história tem três lados,a minha,a sua,e a verdade. Acho que Alice e Virgínia descobriram a verdade, agora só quero ver as consequências para as culpadas de terem manipulado a verdade em benefício próprio.
Virgínia e Alice não tiveram um término de verdade,não viveram o que tinha de verdade,tudo foi cortado abruptamente pelas três mulheres manipuladoras,então acredito que elas vão viver o que tiverem que viver,o relacionamento irá acabar de forma gradual e depois cada uma vai voltar para seus pares,que estarão sofrendo horrores em consequência dos atos falhos.
A Alice e a Rebeca tinham um encontro pré agendado, será que ainda vai rolar?
Resposta do autor:
Oiê, obrigada por marcar presença em todo capítulo. rsrsrs
Vamos esperar pelo encontro.
Beijos.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 11/10/2021
Será que esse namoro vinga?
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FENOVAIS
Em: 11/10/2021
PUTA QUE ME PARIU, QUE CAPÍTULO ODIOSO!!! Tu vais pagar um calmante para mim aurora. Num sou conta dessa cara deslavada da Virgínia.
Odeio falta de responsabilidade emocional.
E apaixonado é trouxa para um caralho (é só você fazer assim: que eu volto), parabéns Alice.
Vou me recompor, porque dessa vez eu perdi a paciência de leves. ????
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preguicella
Em: 11/10/2021
Passada! haha Confesso que gostando bastante! O circo tá montado e a qualquer instante vão pegar fogo! haha
Bju
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