Capitulo 29
Capítulo 29º
Rebeca
Depois de deixar Alice em casa, voltei para a empresa. Tive que abotoar o blazer evitando que a imensa mancha pudesse ser vista por alguém que me olhasse com um pouco mais de atenção. Apertei o andar no elevador e esperei até que as portas se abrissem.
- Doutora Isabella já te ligou cinco vezes. – Tália falou assim que me viu.
- Avisa a ela que eu cheguei e que ela pode vir falar comigo se assim desejar. – respondi deixando minha bolsa em cima da mesa e ocupando meu lugar na cadeira atrás dela.
- Certo. Mas me diz uma coisa. Aonde a senhorita estava?
- Sai para almoçar.
- Com quem?
- Isso é um interrogatório? – indaguei fitando-a.
- Não. Mas primeiro você some por horas. Depois a Isabella liga para saber se você apareceu. É no mínimo estranho. – deu de ombros.
- Ela só quer saber se eu consegui tirar a Alice de casa. – respondi sem tirar os olhos do computador.
- Você? Fazer a Alice sair de casa? Desde quando viraram amigas? – seu tom saiu curioso. Ela sentou-se à minha frente.
Girei na cadeira. Não havia contado a ela sobre ter saído com Alice e acabarmos dividindo um quarto de hotel. Odiaria que ela criasse alguma fanfic maluca sobre nós duas. E antes que vocês digam que ela não faria isso, eu sei de toda a criatividade que existe na cabecinha de vento da minha amiga. Não conto as vezes que ela sonhou que eu me envolveria com uma mulher. Se eu contasse sobre ter dormido com Alice, Tália no mínimo já estaria nos casando na manhã seguinte.
- O que você não está me contando? – inclinou o corpo para frente como se tentasse ler meus pensamentos mais íntimos.
- Nada. Você está ficando paranoica. – desviei de seu olhar. – Hoje fui apenas ver a tia Nina.
- Só isso?
- Fui com a Alice, satisfeita?
- Por enquanto sim. – comentou me olhando ainda desconfiada. – Vou avisá-la que você chegou.
- Obrigada. – sorri e ela saiu.
Respirei aliviada assim que fiquei sozinha. Me sentia mal por esconder algo da minha melhor amiga, mas não quero que ela surte com a possibilidade de Alice e eu nos envolvermos. Coisa que jamais aconteceria. Meus pensamentos foram para a imagem dela rindo quando acabou derramando sem querer o sorvete em suas roupas. Depois lembrei de algumas vezes que nossos olhares se encontraram de forma intensa, me deixando desconcertada momentaneamente.
- Posso entrar? – escutei a voz de Isabella.
Me virei para ela. Apontei a cadeira em minha frente. Ela entrou sentando-se em seguida.
- Alice almoçou comigo. Acredito que ela agora saia da bolha de tristeza que se colocou nos últimos dias.
- Que bom. Obrigada. – a mulher me sorriu. – Já não sabíamos mais o que fazer.
- Ela teve de fato a primeira desilusão amorosa, está com o coração em pedaços. Alice ama a Virgínia.
- Não. Isso não pode acontecer. – notei desespero em seu tom de voz.
- O que tem de tão errado nela?
- Virgínia é irmã da minha ex-esposa.
- E?
- E que ela tentou matar a Larissa.
- Claro. Eu me lembro disso. Não fazia ideia.
- Jamais aceitaria esse relacionamento. Aquela menina é a cópia da Alana.
- Olha, me desculpa o que vou dizer, mas ela não pode pagar pelos erros da irmã. Elas não são a mesma pessoa.
- Não conseguiria conviver com ela.
- Mas essa infelizmente não é uma decisão sua. Se a Alice decidir que quer ficar com ela, será uma decisão dela.
- Farei de tudo para que isso não aconteça. Espero que você possa me ajudar nisso. Já que Alice parece gostar muito de você. – me fitou esperando uma resposta.
Precisava fazer com que ela me aceitasse nessa empresa já que mudei minha vida inteira apenas pela proposta de emprego que Larissa me ofereceu. Se para isso terei que me aliar a Isabella para tentar ao máximo fazer com que Alice não fique com Virgínia farei isso.
- Claro. Ajudarei no que puder.
- Obrigada. Agora vou voltar ao trabalho e deixar você trabalhar também.
Passei o resto da tarde trabalhando. Tentei compensar as horas de atraso ficando até mais tarde. O relógio já marcava seis horas quando Tália adentrou a sala.
- Pretende ficar aqui até amanhã? Eu tenho um encontro.
- Estou indo agora. E com quem você tem um encontro?
- Uma garota que conheci no Tinder.
- Sei.
Seguimos para casa em silêncio. Deixei que Tália dirigisse o carro, estava completamente exausta pelo dia cansativo. Ao entrar fui direto para o meu quarto tomar um longo e demorado banho. Acabei perdendo a noção do tempo, terminei o banho de banheira e desci para comer algo já que minha última refeição havia sido o almoço ao lado de Alice.
As únicas luzes acesas eram as dos degraus da escada. Na sala a luz que iluminava era a que vinha da parte externa da casa. Fui para a cozinha, fiz uma tábua de frios. Peguei uma garrafa de vinho e duas taças. Voltei para a sala e me sentei no tapete, colocando as coisas em cima da mesinha de centro.
Abri a garrafa e servi minha taça. Escutei passos na escada. Como sabia que Tália já havia saído, deduzi que só poderia ser a minha querida irmã.
- Pensei que ainda estava na empresa. – comentei sem me virar para ela.
- Cheguei agora a pouco. Achei que nem estava em casa. Não vi seu carro. – respondeu sentando ao meu lado.
- Tália tinha um encontro. – estendi a taça para ela.
- Obrigada. Ao menos alguém está se dando bem nessa casa. – tomou um longo gole encarando o nada.
- Vai me dizer que nada aconteceu entre você e a fotografa?
- Nada. – falou. – Além daquele beijo que você viu no dia do meu aniversário.
- Você um dia já foi mais conquistadora. – provoquei e ela deu um riso abafado.
- Perdi o charme.
- Impossível. Por falar em charme. Fui ver a tia Nina hoje.
- Sério? Como ela está?
- Me pareceu bem e feliz. Como sempre.
- Eu quero o que aquelas duas têm. Um amor que dure, que seja completo.
- Você tem a chance de tentar mais uma vez. Virgínia me parece apaixonada por você.
- Mas também está por Alice.
- Mas Alice deixou claro que não a quer mais.
- Como você sabe? – me fitou questionadora.
- Digamos que me tornei amiga dela.
- Você e a Alice? A garota que fez você perder sua blusa favorita?
- Sim. No dia que ela foi até a empresa eu fiquei com dó dela. Parecia devastada. Nós saímos juntas. Ela bebeu, ficou com a dona do bar. Depois dormimos em um hotel no centro.
- Espera! Aquele dia que você dormiu fora estava com ela?
- Sim.
- Você ficou com ela?
- Não foi isso que eu falei. Disse apenas que dormimos juntas. Não que trans*mos. E você sabe que sou hetero. – revirei os olhos.
- Então vocês são amigas?
- Sim. Somos. E só para você saber, eu não acredito que ela queira ficar novamente com a Virgínia. Então gaste todo o seu charme conquistando-a.
- É a única coisa que tenho tentado fazer.
- Então, cara irmã. Você deveria incorporar a sapatão master Ana Carolina e: “...Eu vou contar para todo mundo, eu vou pichar sua rua. Vou bater na sua porta de noite completamente nua, quem sabe então assim. Você repara em mim.” – comecei a cantarolar e ela apenas gargalhou.
- Você é péssima cantora.
- Mas sou ótima com conselhos. Tá esperando o quê? – indaguei esperando que ela tomasse uma atitude e fosse procurar a fotografa.
- Você tem razão. Obrigada. – deixou a taça sobre a mesinha, me deu um beijo na testa e saiu.
Sorri vitoriosa, se prometi a Isabella que tentaria ajuda-la, a única forma de fazer isso era juntar minha irmã com Virgínia. Fora que ainda posso ajudar Amélia a conquistar a mulher que ama. São dois bônus. Estava terminando minha última taça de vinho quando o meu celular tocou.
- Olá. – sorri para a garota de cabelos dourados.
- Espero não está atrapalhando.
- Imagina. Estava apenas tomando um vinho. – mostrei a taça.
- Não vai beber demais e acabar furando comigo amanhã.
- Não irei. Prometo.
- Está sozinha?
- Sim. Tália saiu para um encontro. – ponderei se deveria falar que Amélia havia ido atrás de Virgínia.
- Pela sua cara, a sua irmã também está em um encontro. – concluiu.
- Não sei se um encontro. Mas ela foi para casa da Virgínia agora. Sinto muito.
- Nem começa. Só para você saber, desencanei dela. E tive uma deliciosa e quente tarde de sex*. – arregalei os olhos surpresa.
- Você está bem assanhadinha. Com quem? Posso saber?
- Heloísa. Aquela mulher me tira o fôlego. – sorriu se atirando nas almofadas.
- Sei. Só cuidado para não se apaixonar de novo. – impliquei tentando mudar de assunto.
- Não isso não vai acontecer. Deixamos claro que é apenas sex*. – me falou sorridente.
- Se está tudo esclarecido, espero que funcione.
- Vai funcionar. Ah! Já ia esquecendo. Acabei contando hoje à noite no jantar que você arrombou minha porta.
- Pirralha! O que suas mães vão pensar de mim agora?
- Não se preocupada. Como eu disse, elas te têm como uma heroína. Já estão até vendo o lugar no jardim para sua estátua. E os meninos estão doidos para você ensinar como abrir a porta com o canivete.
- Mesmo assim não era para ter contado sobre minhas habilidades fora da empresa.
- Sabe, fico até me questionando o que mais a senhorita tem de habilidade.
- Uma coisa por vez. – ponderei e ela apenas sorriu. – Está pronta para acordar as cinco horas?
- Nem um pouco. Mas tenho medo da mulher do canivete me ameaçar.
- Pirralha, você é bem idiota.
Continuamos conversando por quase trinta minutos. Alice se despediu alegando que se não dormisse cedo nunca conseguiria acordar no horário marcado. Ao final da chamada continuei encarando a tela do celular.
- O que deu em você? – escutei a voz de Tália.
- Nada. – respondi saindo do meu transe.
- Tá aí encarando a tela do celular. Esperando alguém ligar?
- Não. Era...- precisava de uma mentira, caso contrário ela iria me encher por ter sido Alice na ligação. - ... a tia Nina. Ela quer fazer um almoço para nós.
- Isso me inclui? Adoro a comida dela. – questionou deitando no sofá.
- Sim. Mas e você, em casa cedo. O encontro não foi bom?
- Nem um pouco. Acho que perdi a paciência para sair com pessoas de aplicativo.
- Poderia conhecer alguém na empresa. Aquele lugar é imenso.
- Isso é verdade. Fora que tem muita mulher gata.
- Exatamente. – concordei.
- Andou reparando?
- Não sou cega, Tatá. – respondi sem interesse.
- Sei. Você anda muito misteriosa.
- E você está ficando paranoica. Isso pode ser falta de sex*.
- Nem me fale. Estou a ver navios.
- Estamos.
- Acho que a gente deveria sair para beijar na boca.
- Não começa. – respondi me pondo de pé.
- Rebeca! A gente sai, se diverte. Conhece gente nova. Beija na boca. E quem sabe até um sex* no final da noite. Sem compromisso. Eu estou precisando. Ou vou surtar. Você quer me ver surtar?
- Não.
- Por favorzinho. – implorou.
- Tudo bem. – concordei me dando por vencida. Pensando também que talvez não fosse uma má ideia conhecer alguém.
- Eu te amo, sabia?
- Tem que me amar mesmo. Só eu que te aguento.
- Beijos, gostosa. Agora eu vou dormir.
- Beijos. Boa noite.
Depois dessa conversa me arrumei para dormir. Na manhã seguinte meu despertador tocou quatro e meia. Tive dificuldade em sair da cama, mas lembrei que Alice iria comigo hoje. Foi a dose de ânimo que eu precisava para levantar. Tomei um banho frio apenas para despertar de vez e depois me vesti. Sai de casa faltava poucos minutos para as cinco.
Enviei mensagem para Alice avisando que estava saindo de casa. Ela logo respondeu dizendo que já estava me esperando. Na noite anterior dei o endereço de onde eu corro todos os dias. Parei o carro e logo avistei a loira se alongando.
- Pirralha! Bom dia.
- Que susto. – respondeu com a mão no peito. Foi notório o quanto ficou assustada. – Pensei que era um bandido.
- Que bandido mais educado, antes de te assaltar ele dá bom dia? – provoquei rindo.
- Beca, me erra. Minha alma nem voltou para o corpo ainda. Tive que tomar uma garrafa de café até chegar aqui.
- Se quiser voltar para casa, e deitar na sua cama mega confortável fique à vontade.
- Nem fodendo.
- Você beija suas mães com essa boca? – ela me mostrou a língua. – Crianças. – rolei os olhos. – Espero que esteja preparada para comer poeira.
- Não vou deixar uma idosa ganhar de mim em uma corrida.
- Idosa? Quanto atrevimento.
- Você me chamou de pirralha. – deu de ombros.
- E se a gente fizer uma aposta?
- Eu topo. – respondeu rapidamente.
- Mas eu nem disse o que vamos apostar. – sorri.
- Não importa. Eu vou ganhar.
- Quanta petulância sua, pirralha. Mas se você acha que vai ganhar de mim. Podemos fazer assim. Quem perder vai ter que fazer algo que a outra peça. Sem questionar nem reclamar.
- Fechado. – esticou a mão para que eu a apertasse.
- Fechado. – balançamos nossas mãos selando o acordo. – Vamos correr até aquela árvore. – apontei na direção.
- Okay. E só para avisar, eu já estou pensando no que vou pedir.
- Continua sonhando. Você não vai ganhar.
Ficamos nas posições, contamos até três juntas. Mas Alice queimou a largada saindo antes do 3. Ela gargalhava como se tivesse feito a coisa mais impressionante do mundo. Corri logo atrás dela. Não foi difícil alcança-la, nem me esforcei tanto. Antes que pudesse notar eu já consegui certa vantagem sobre ela e cheguei em primeiro lugar.
- Nem trapaceando consegue me vencer. – provoquei.
- Você é muito rápida. – falou ofegante.
- Fiz corrida na escola. – comentei risonha.
- E eu que trapaceei? – me olhou sem acreditar. – Quero uma revanche.
- Não sabe perder?
- Sei. Mas você trapaceou. Eu escolho a próxima prova.
- Tudo bem. Se isso vai fazer você tirar essa cara de birra. – provoquei e ela sorriu. – Agora vamos continuar nossa manhã de corrida?
- Vamos.
Mesmo com Alice reclamando o tempo inteiro ainda conseguimos correr dois quilômetros. Paramos em uma barraquinha depois que comentou que precisava de água ou iria morrer desidratada. Mesmo sabendo que era apenas drama seguimos para comprar a água.
- Aonde eu estava com a cabeça quando aceitei essa sua ideia maluca? – me questionou.
- Eu acredito que ela estivesse no mesmo lugar que está nesse momento. Em cima do seu pescoço. – ela gargalhou.
- Idiota. – respondeu tomando quase toda a água da garrafa de uma única vez.
- Então, qual vai ser a próxima prova?
- Natação.
- Natação?
- Isso mesmo. Lá em casa no sábado de manhã.
- Tudo bem. – ela sorriu vitoriosa. – Mas agora eu preciso ir, tenho que trabalhar e você tem aula, não é?
- Sim tenho.
Caminhamos até nossos carros. Nos despedimos e seguimos caminhos separados. Cheguei em casa e fui direto para a cozinha. Estava rindo ao lembrar todo o drama de Alice sobre a falta de água.
- Sorrindo sozinha?
- Droga, Amélia. Que susto. – reclamei. – Caiu da cama?
- Na verdade cheguei agora a pouco. – comentou sorridente.
- Então a noite foi boa. – afirmei e ela apenas sorriu ainda mais.
- Sim. Mas e você, me diz o que te deu para está de bom humor essa hora da manhã? Ainda mais depois de correr?
- Nada. Ué. – dei de ombros. Fiquei de costas para ela.
- Você anda estranha.
- Não é? – Tália disse se juntando a nós.
- Pronto. Agora virou um complô. – revirei os olhos.
- Nada disso. Primeiro você dorme fora de casa. Depois vai na casa da Isabella e da Larissa para ajudar a filha delas.
- Como? – Amélia olhou para Tália depois para mim. – Você foi até a casa da Alice?
- Sim, e ainda saiu para almoçar com ela. – minha amiga confirmou. Antes que eu pudesse falar algo.
- A tia Nina conheceu a Alice? – me questionou.
- Se você quer saber se eu a levei até lá, a resposta é sim.
- Rebeca, o que está acontecendo com você? Dormiu com ela em um quarto de hotel, foi até a casa dela.
- Dormiu o quê?
- Nossa, vocês são péssimas em guardar segredos. – revirei os olhos.
- Nem vem, em nenhum momento você disse que era segredo. Eu achei que sua melhor amiga sabia da sua aventura de uma noite com a loira milionária.
- Você dormiu com a Alice? – o tom que Tália usou pareceu mais uma afirmação do que uma pergunta. Parecia que ela tentava deixar a ficha cair.
- Sim. Mas não dessa forma que você pensa. A garota estava mal depois que descobriu que a fotografa arrasta um bonde por essa daqui. – apontei para Amélia. – Não poderia deixar que ela dirigisse no estado que estava. Então acabamos em um pub, ela bebeu, eu também. Ela ficou com a dona do bar. Se recusou a ir para casa. Eu não poderia trazê-la para cá. Então dormimos em um hotel. Apenas isso.
- Nunca te vi tão próxima de alguém que nem conhece direito. – Amélia me fitou, como se desejasse descobrir o que tudo aquilo significava para mim. Mas nem eu tinha uma resposta. Apenas gostava dela.
- Concordo. – Tália insistiu.
- Você me disse para consertar as coisas com ela. Para evitar que fossemos demitidas. Agora reclama? – fitei Tália.
- Disse para consertar, não se envolver com ela. – ficou em silêncio.
- Mas eu não me envolvi com ela. Somos amigas, apenas isso. A garota está com o coração aos pedaços. Fora que eu não gosto de mulher. E se me dão licença cansei desse papo. – deixei a garrafa sobre a mesa e sai.
Tomei um longo banho tentando diminuir a minha irritação. Odeio que tirem conclusões sobre mim. Ainda mais com algo tão delicado. Não é que eu tenha dúvidas a respeito da minha sexualidade. Só não acho certo as duas duvidarem do que eu digo. Alice é uma menina divertida, alegre. Que passou a primeira desilusão amorosa. Mesmo que eu gostasse de mulher, ela não seria uma opção. Não enquanto não curar todas as dores do coração.
Suspirei tirando a toalha dos meus cabelos e secando-os. Escutei batidas na porta.
- Pode entrar. – mandei sem virar para saber qual das duas fofoqueiras era.
- Só vim me desculpar. – Amélia me fitou. – Sei que detesta ser colocada contra a parede e ainda mais com acusações sem fundamento.
- Tudo bem, deixa isso para lá.
- Eu só não entendo o que te fez gostar dela assim. É apenas o interesse em manter mesmo o emprego? – fiquei quieta refletindo o peso daquela pergunta.
- Não. Eu gosto da Alice, ela é divertida, inteligente. E não merece ser enganada pela Virgínia. Eu sei o quanto dói ser enganada. Acredito que você também saiba. – meneou a cabeça confirmando. – Acho que por ter passado por algo semelhante eu me identifiquei com ela. Só isso.
- Eu te entendo. E sinto muito por ter duvidado das suas intenções com ela.
- Sem problemas. – Amélia ia sair do quarto. – Mellie, espera. – se virou me olhando. – A Isabella me contou o motivo pelo qual não as quer juntas. Você já sabia?
- Sim. Não acho justo, mas se isso me ajuda a tê-la ao meu lado, não me importo.
- Imaginei que soubesse. No que depender da Isabella elas nunca ficarão juntas.
- Assim espero. Agora eu preciso ir.
Saiu me deixando sozinha. Terminei de me vestir e segui para a empresa junto de Tália. Já estávamos na metade do percurso quando ela cortou o silêncio.
- Não devíamos ter duvidado de você.
- Não mesmo. – confirmei.
- Só é estranho. Você detestou a Alice, e de repente viram melhores amigas. Não dá para entender.
- Ela não é minha melhor amiga, você é.
- Sei.
- Isso tudo é ciúmes? – comecei a rir e ela me acompanhou.
- Se me trocar eu te mato. – me deu um leve tapa no braço.
- Se eu te trocar, eu que tenho que te matar. Você sabe demais sobre mim. – brinquei e ela sorriu.
O clima que antes havia se instalado se dissipou depois dessa conversa. Chegamos no estacionamento no mesmo instante que Isabella. A mulher sorriu ao nos ver.
- Bom dia meninas. Obrigada por tê-la levado para correr hoje. – me agradeceu sorrindo ainda mais. Observei Tália me olhando.
-Bom dia. E não precisa me agradecer.
- Mesmo assim obrigada. Tenho ir. – caminhou a passos largos.
- Você foi correr com a Alice?
- Sim.
- Rebeca, você detesta correr com alguém, sempre diz que não quer distração e pessoas são uma distração. O que aquela garota fez com você?
Senti minhas pernas pesarem. Nem eu tinha parado para pensar sobre isso. Correr para mim sempre foi algo meu, apenas meu. E do nada acabei convidando Alice, que além de ter ido, foi de fato uma distração. Mas não me incomodou em nenhum momento, pelo contrário. Foi muito divertido. Fiquei extremamente incomodada com aquele questionamento, mais ainda pelo fato de não conseguir uma resposta para ele.
- Vamos trabalhar. Depois pensamos nisso. – dei de ombros e por me conhecer bem, Tália entendeu que eu não queria mais falar sobre o assunto.
Na verdade, nem queria mais pensar em nada daquilo. Me entreguei aos compromissos do dia tentando ocupar minha mente. Deixaria para pensar sobre o assunto em outro momento. Desde que eu estivesse preparada para tal.
Fim do capítulo
Oiiii. Voltei.
Boa leitura. E aguardo as opiniõessssss nos comentários. Beijosss
Até quinta.
Comentar este capítulo:
Baiana
Em: 11/10/2021
Amélia, Virgínia,Rebeca e Isabella. Quatro egoístas que estão manipulando a Alice em benefício próprio,e depois a Rebeca ainda fala que dói ser enganada? E ela está fazendo o que com a menina? Quero vê-la arrastar corrente pelo perdão da Alice,quando tudo vier a tona.
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izamoretti30
Em: 07/10/2021
EU NÃO ACREDITO QUE TO IGUAL DOIDA AQUI ATUALIZANDO A PÁGINA PTA NÃO TER CAP NOVO
Resposta do autor:
kkk. FOi mal por isso.
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Mille
Em: 06/10/2021
Oi autora
Essas duas apostando isso vai dar treta kkk
Beca escondendo da Talia seus momentos com a loirinha. No fundo acho que ela tem medo de admitir que a Alice conquistou o coração dela, mais no momento Alice quer extraviar a perda da Virgínia.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Oiê. Quem não teria medo né?
Beijão e até já.
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barbara7
Em: 06/10/2021
ALGO ME DIZ QUE ESSA APOSTA VAI RENDER MUUUUUIITOOOO, ANSIOSA JA! ALICE VAI GANHAR E VAI SE APROVEITAR PRA TENTAR ALGO COM A REBECA, E ASSIM SEGUEM TODAS A MULHERES DOIDAS POR A PIRRALHA HAHAHAHAHA
Resposta do autor:
kkkkk. Alice a conquistadora.
Obrigada por comentar. Beijão e até já.
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izamoretti30
Em: 06/10/2021
cara só eu to percebendo o quanto essa amalia é mau carater? achando bom a alice longe, achando bom a isabela querer afatar elas, copactuando com tudo. que nojo! e mesmo assim virgina doida por a alice kkkkkkk. amo.
ja quero ela contando sobre elas pra virginia, e o tiro saindo pela culatra ne, virgina vai morrer de ciumes
Resposta do autor:
kkkk. Amélia está se agarrando a qualquer possibilidade de se aproximar de Vírginia.
Obrigada por comentar.
Beijão e até ja.
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laisrezende
Em: 06/10/2021
Alice arrasando os corações...
Amalia tenta mais a Virginia gosta mesmo é da Alice!
Tem alguma possibiladade de Virginia saber logo sobre essa aproximação de Alice e Rebeca?
Resposta do autor:
kkkk. oiê. Vamos esperar os próximos capítulos.
Beijos. Até já.
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CatarinaAlvesP
Em: 06/10/2021
AGORA QUANTO AO CAP POSTADO...
MARAVILHOSO VER A REBECA SENTINDO ALGO POR ALICE...
Resposta do autor:
Rsrs. Num é.
Obrigada por comentar.
Beijão e até já.
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CatarinaAlvesP
Em: 06/10/2021
Bom....
Respondendo a sua resposta do meu comentário ao cap anterior...
Em nem um momento eu falei que você tinha que escrever só o que agradaria a gente, segundo que ninguém comentou isso também. Mais cabe a mim e as outras, comentar o que a gente gosta! E sim, é percepitivél uma personagem favorita(ALICE), as outras duas que a maioria não gosta, e tudo bem... Ningueém é onrigado a gostar ne?
E continuo a falar que sempre que for cap delas, não só eu como você verá que diminuirá os comentários e visulaização. E TUDO BEM...
Resposta do autor:
Oiê. Eu não quis dizer que preciso agradar vc e muito menos falei com grosseria. Mas cada parte da história é essência para entender o rumo das coisas. Porém, respeito que vocês tenham personagens favoritos, entretando eu preciso escrever sobre todos, mesmo que alguns sejam odiados. kk
Escrever para mim é uma terapia, escrever é uma paixão.Agradeço por expressar sua opinião.
Beijão e até já.
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SPINDOLA
Em: 05/10/2021
Boa noite, caríssima.
Rebeca ja está caidinha pela loirinha, e quando a ficha dela cair vai ser hilário, kkk, a mulher vai surtar, kkk. No fundo ela está aproveitando a desculpa de ajudar a irmã e a patroa pra ficar perto da sapinha sem perceber, kkk, mas aposto que vai dar ruim quando a Alice descobrir, e aposto mais ainda que vai ser quando estiverem juntas. Acho bom a Beca comprar uma armadura pra quando a bomba estourar, kkk. Afinal, Alice é filha da Bella, e depois de tanto aprontarem com a coitada, o lado onça pintada da mãe pode aflorar, kkkk
Diz aí autora, tu vai soltar um capítulo especial com a primeira vez da Vimélia, kkkk, pois se for, aproveita e compra uma armadura pra ti também que você vai ser metralhada, kkkkkkkkkk. Apesar de achar a Virginia uma sonsa traíra, kkk, confesso que estou curiosa pra saber como foi o lesco lesco entre a s duas, kkk, mas continuo firme torcendo pra ver ela sofrer, vendo a lorinha ser feliz com a Beca.
#alicerebecaforever
Bjs
Resposta do autor:
kkkk. Já estou usando essa armadura há dias. kkkk
Obrigada por comentar.
Beijão.
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preguicella
Em: 05/10/2021
Sou fã de Rebeca, acho que ela e Alice juntas é tudo de bom, mas esse "pacto" com Isabella vai ser um problema quando chegar até Alice, ou não, vai saber o que a autora tá planejando, né!
Bjão
Resposta do autor:
kkk. Eu não planejo nada as coisas vão fluindo kkkk .
Mas muita surpresa ainda vai acontecer. Isso garanto.
Beijão e até já.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 05/10/2021
Hum e agora Alice arrasando kkkkk
Resposta do autor:
Obrigada por comentar.
Beijoss
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