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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 28

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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 10

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Palavras: 4198
Acessos: 2989   |  Postado em: 02/10/2021

Capitulo 28

 

Capítulo 28°

Alice

            A semana seguinte foi muito difícil para mim. Tentar tirar Virgínia dos meus pensamentos não foi uma tarefa fácil. Eu me sentia o tempo inteiro ligada até ela. Seja escutando uma música, ou alguma frase que alguém falava perto de mim e me fazia lembrar algo que conversamos. A música já não conseguia me deixar feliz como antes, visto que todas me fazem pensar nela.

            Hoje é sexta. A manhã está ensolarada, mas mesmo assim eu continuo na cama. Meu corpo está cansado, mesmo com todas as horas de sono seguidas. O quarto escuro me dá uma sensação ainda maior de conforto e um ar meio deprimido. Sabe aquela coisa de que quando você está triste escolhe uma música que te deixa ainda mais triste? Essa tem sido minha vida nos últimos dias.

            A mamma me obrigou a me desculpar com a mammy, coisa que eu já iria fazer mesmo sem que ela mandasse. Sei que acabei exagerando, no fundo a mammy só queria o melhor para mim. E com certeza o melhor é me manter longe de Virgínia. Nisso nós acabamos concordando.

            Recusei durante a semana os convites de Heloísa. Ignorei as ligações de Anna e Miguel. Eu precisava de tempo. Na verdade, ainda preciso de tempo. As coisas parecem tão mais sem graça, e eu não tenho interesse em sair da cama.

            Os meninos vieram algumas vezes até a porta do quarto. Me chamavam e pude escutá-los sentarem no chão enquanto insistiam que o dia estava lindo e eu deveria sair do quarto para fazer algo com eles. O problema é que eu não tinha forças. Não tenho forças.

            Parece que a ausência de Virgínia é minha criptonita. Me enfraquecendo cada segundo que está longe de mim. Na terça, depois de passar horas vendo suas fotos no Instagram, eu resolvi que era melhor bloqueá-la por enquanto. Mas de nada adiantou, visto que Rebeca postou algumas fotos na festa de aniversário de Amélia. E ao fundo eu avistei as duas conversando. Pareciam ainda mais próximas. Não consegui evitar o questionamento de que elas poderiam estar juntas. Me assustei quando escutei batidas na porta.

- Vai embora, quero ficar sozinha. – respondi sem nem ao menos saber quem era.

- Abre a porta. Estou com a musculação em dia, coloco ela abaixo. – não reconheci a voz.

- Quem é?

- Não acredito que esqueceu a minha voz? Você é abusada, pirralha. – resmungou.

            Só então percebi que se tratava de Rebeca. Mas o que ela queria comigo?

- Não quero ver ninguém. Vai embora.

- Minha mãe sempre me disse que eu sou uma pessoa muito insistente.

- Não me importo.

- Mas eu me importo. E suas mães também, os meninos estão preocupados. Sabia?

- Eu estou bem, só não quero ver ninguém.

- Você não está bem. – fez uma pausa. – Eu sei o que está sentindo. Me deixa te ajudar? - suplicou. – Eu vou começar a cantar caso você não me deixe entrar.  E olha que como cantora eu sou uma ótima cozinheira, só que com um detalhe, não sei cozinhar.

- Beck, vai embora.

- Não. Vou te contar um segredo. – escutei ela mexer na porta. – Nas minhas horas livres adoro assistir séries criminais. No momento não consigo me lembrar em qual delas eu aprendi....- houve um momento de silêncio. - Isso! – escutei um barulho. -  A abrir portas.

            Me virei na direção da luz e ela sorria vitoriosa com algo que brilhava nas mãos.

- Isso é um canivete? – me sentei assustada.

- Sim. Sou uma garota de fazenda. – sorriu para mim, e eu não pude deixar de retribuir o gesto.

            Observei ela tirar o paletó, deixando-o cair na poltrona próxima a janela. Caminhou até a cama, deitando-se em seguida. Fechou os olhos com as mãos cruzadas em cima do abdômen.

- Se eu tivesse uma cama tão macia quanto essa também não iria querer sair desse quarto. – comentou com a voz baixa.

- O que veio fazer aqui?

- Xiii! Não me atrapalha que eu quero dormir. – bocejou tentando deixar os travesseiros mais confortáveis.

- Pensei que tinha vindo me ajudar. – comentei indignada. Primeiro ela arromba minha porta, agora toma conta da minha cama. Que abusada!

- E foi, mas essa cama é muito confortável. Se importa de dividi-la comigo?

- Não. – dei de ombros, se está no inferno abrace o diabo.

            Ficamos em silêncio por longos minutos, apenas o barulho de nossas respirações ecoava dentro do ambiente. A cortina se movia lentamente com a brisa suave que vinha do lado de fora.

-  Eu sei o que você está sentindo. Parece que o mundo inteiro perdeu a graça. E por mais que você tente não consegue não pensar nela. Eu entendo. – ela cortou o silêncio.  – Quando terminei meu noivado, fiquei assim também. Me questionei durante muito tempo o que as outras tinham que eu não tinha. Duvidei até da minha beleza. E que talvez tivesse sido isso que o fez me trair. Mas o problema não somos nós.

- Ela está com a sua irmã? Eu vi a foto das duas no aniversário.

- Eu não sei. Elas têm se visto mais, só que Amélia não comentou nada. E eu não quis saber. Você deixou o caminho livre para que ela escolhesse. E claramente não está bem com essa decisão.

- Não. Não estou. – fitei o teto, deixando as lágrimas caírem.

- Mas eu acho que você já viveu o luto tempo demais. Como vai conhecer outra pessoa se está presa aqui, nesse quarto sem tomar banho? Pelo cheiro eu diria que há mais de cinco dias.

- Eu não sai do quarto, mas tomei banho.

- Mês passado? – me fitou provocativa.

- Idiota. – ri balançando a cabeça. – Como foi com o seu noivo?

- Ele sempre viajava muito a trabalho. E não era como se eu não soubesse que ele dormia com outras. Mas sempre acreditei que eram casos de uma noite e que não mereciam minha atenção. Até que um belo dia uma mulher apareceu no nosso apartamento, dizendo que estava grávida.

- Nossa!

- Eu me senti um lixo. Fiquei com nojo de mim, por permitir que ele me tocasse depois que voltasse de suas viagens. – ela fez uma pausa. – Quando questionei a mulher sobre o tempo que os dois se envolviam, ela me disse que eles namoravam há mais de cinco anos. Mas que nunca soube que ele era noivo, até que viu a nossa foto no jornal.  No dia da festa de noivado.

- Que canalha.

- Depois disso peguei minhas coisas e sai do apartamento. Fiquei mal por alguns dias. Não estou dizendo que vai ficando mais fácil. Mas uma hora deixa de doer. Entendeu?

- Sim. Eu sinto muito. – segurei sua mão e nossos olhares se prenderam. Como se um elo de amizade e entendimento se formasse entre nós.

- Eu também sinto muito. Essa é sua primeira decepção. Então levanta a cabeça princesa, senão a coroa cai. – começamos a rir. – Que tal eu te levar para comer algo fora desse mausoléu? 

- Tudo bem.

- Mas antes vai para o banho. Por que vossa alteza real está uma plebeia.

            Não revidei a brincadeira, apenas fiz o que ela me pediu. Tomei um longo banho. Escolhi uma roupa confortável. Quando voltei para o quarto. Percebi que Rebeca observava tudo atentamente. Seus olhos curiosos iam das fotos nas paredes, aos moveis.

- Vai dizer que meu quarto parece de uma princesa?

- O quarto pode até ser de princesa, mas seu estado atual é de um dragão. – brincou e mesmo que ela estivesse de costas para mim sei que ela segurava o riso.

- Você é idiota. – afirmei. – E se me olhasse perceberia que eu não sou um dragão.

            Ela se virou em minha direção. Seus olhos me fitaram com um ar surpreso. Mas logo ela mudou a direção, e eu notei que havia ficado vermelha. Mas não entendi o porquê da vergonha. Já que ela havia tido coragem suficiente para vir até aqui.

- Podemos ir? Estou varada de fome.

- Claro.

            Insistiu para que fossemos no carro dela. Prometendo que me deixaria em casa depois do passeio. Todo o percurso foi feito em silêncio. E eu estranhei, já que ela sempre tinha alguma piada na ponta da língua. Não é que fosse algo constrangedor, pelo contrário, o silêncio era compartilhado de forma natural. Mas não pude deixar de notar que ela estava nervosa.

- Você tem frescura com comida?

- Não. – notei que ela me olhou de canto. Com um meio sorriso dançando em seus lábios.

            Chegamos ao local depois de quase vinte minutos de carro. Eu nem fazia ideia de onde estávamos. Era uma parte mais afastada da cidade, com uma linda praça e ao redor dela algumas barracas de comida. Antes de sair do carro reparei um lago, e algumas crianças corriam livres, de medos, problemas e preocupações. Saudades de quando minha única preocupação era sobre qual jogo iria jogar depois da escola.

- Você vem? – questionou já tirando o cinto de segurança.

            Sai do meu transe e a segui. Caminhamos até a última barraca, e uma senhora de cabelos brancos sorriu para Rebeca assim que a avistou.

- Bequinha! Minha menina. – sorriu ainda mais aberto, saindo de dentro do quiosque.

- Oi Tia Nina. – as duas se abraçaram e a senhora deu beijo estalado na bochecha de Rebeca.

- Como está magrinha, filha. Não está comendo direito?

- Estou sim. Não se preocupe.

- Não sabia que estava aqui.

- Na verdade, estou morando aqui. Consegui um emprego e me mudei.

- Que maravilha, minha filha. Vou até esquecer que não veio me visitar, ou me ligou para avisar. – Rebeca corou. Mas antes que ela buscasse uma justificativa a senhora me fitou por cima dos ombros da sobrinha. – E quem é essa linda garota?

- Nossa! Que falta de educação a minha. Essa é minha amiga, Alice. Alice essa é a minha tia Nina.

- Muito prazer. – estiquei a mão, mas a senhora a ignorou e rapidamente me enlaçou em seus braços. O conforto daquele contato acalentou meu coração de uma forma que não sei explicar.

- O prazer é todo meu. Não tem comida de onde vocês vêm? Olha como está magrinha. – senti minha face arder. De fato, não me alimentei bem nos últimos dias. – Vamos, escolham uma mesa que vou alimentá-las. – apontou fervorosa para as mesas e Rebeca sorriu para mim.

            Nos sentamos. E Rebeca me encarou falando em seguida.

- Deveria ter te avisado.

- Sobre?

- Aonde estávamos vindo, e como a minha tia é.

- Relaxa. Ela é ótima. E eu não pensei que tivesse família aqui.

- A tia Nina é a irmã mais nova da minha mãe. As duas não se dão bem, nem sei o que houve entre elas. Mesmo contra a vontade da mamãe, nunca deixei de me comunicar com ela. E como desde que cheguei não tive tempo de vir vê-la achei que esse seria um ótimo momento. Já que te tirei de casa e precisava vir vê-la.

- Tudo bem. Não tem problema.

- Que bom. E garanto que a comida dela é maravilhosa. – sorriu.

- Pelo cheiro eu acredito que seja.

- Pode confiar. – fez silêncio.

            Esperamos alguns minutos até que a senhora baixinha de cabelos pretos trouxesse nossa comida. Posso jurar que meus olhos brilharam ao ver os deliciosos pratos em cima da mesa.

- Não é nada requintado. Mas é delicioso, pode confiar.

- Obrigada tia. – Rebeca sorriu.

- Vou deixa-las a vontade. Tenho alguns clientes ainda, e estou sozinha.

- Aonde está a tia Maria? – fitei curiosa as duas.

- Foi ao mercado. Mas já está demorando. Quando ela demora fico preocupada, já não enxerga mais como antes. Que ela não me escute. – sussurrou  a última parte como se a outra estivesse por perto. – Bom, vou deixá-las à vontade.

            Ela se afastou da mesa. E eu nem percebi que enquanto ela falava ia enchendo meu prato de comida. Rebeca sorriu ao ver minha cara de assustada.

- Me diz uma coisa, ela é casada com uma mulher?

- Sim, há mais de 50 anos.

- Nossa!

-  As duas se conheceram muito jovens, namoraram escondidas durante um tempo. Meu avô descobriu e tentou separá-las, mas a tia Nina é muito corajosa e o enfrentou. Como resultado ele a deserdou. As duas fugiram para cá e iniciaram uma nova vida. Tia Nina é professora aposentada, e como sempre teve paixão pela cozinha depois que as duas se aposentaram resolveram colocar esse quiosque. Segundo elas, é uma terapia. – era notória a admiração que ela tinha pela tia.

- Eu até imagino o que seu avô deve ter feito quando a Amélia se assumiu.

- Com ela foi diferente. As coisas já eram mais modernas. Eles eram muito próximos, tanto que quando o vovô faleceu a Mellie ficou mal. Mas ele nunca a tratou diferente por conta da sexualidade.

- Estranho.

- Eu sei. Minha família é bem maluca.

- Concordo. Já que nas suas horas de folga você arromba fechaduras com um canivete. – provoquei e ela gargalhou.

- Vai falar disso sempre?

- Com certeza. Quem vê esse rostinho lindo nem imagina a delinquente que você é. – nossos olhares se cruzaram apenas por alguns segundos, Rebeca rapidamente mudou seu foco.

- E que tal a comida? – trocou de assunto.

- Deliciosa. – afirmei ainda de boca cheia. – Espero que as minhas mães possam viver assim.

- Como?

- As suas tias. – apontei.

- Com o amor que elas têm, com certeza irão. – afirmou.

- As vezes me questiono se vou conseguir ter alguém assim.

- Claro que vai.

- Só tive duas experiências com relacionamentos. E nenhuma delas foi boa. Primeiro o Matheus, que é gay. Não que eu o amasse. Afinal fiquei com Virgínia enquanto ainda namorávamos. – ela arregalou os olhos surpresas. – Se eu soubesse a dor que isso me causaria teria evitado aquele beijo. – suspirei mexendo o canudo no suco.

- Bobagem, as coisas que acontecem em nossa vida sempre servem de lição. Aposto que agora você vai pensar duas vezes antes de trair.

- Com certeza. Não quero outro carma. Acho que preciso de uma fase pega e não se apega.

- Se bem me lembro você já deu inicio a essa fase quando ficou com a Heloísa.

- Verdade. Inclusive preciso me desculpar pelo meu sumiço. Ela me ligou e mandou mensagens várias vezes, mas não estava afim de conversar com ninguém.

- Olha só. Ela já tem interesse em repetir a dose. – comentou em tom de brincadeira, mas sua expressão estava séria.

- Acho que sim. Mas como eu disse. Dessa vez vai ser pega e não se apega. E deixando claro para as partes envolvidas.

- Juízo, garota. – comentou sacudindo a cabeça. Acabou derramando suco em sua blusa. – Droga! – falou tentando limpar a mancha.

- Pelo menos não fui eu dessa vez. – dei de ombros lembrando o dia que nos conhecemos no bar.

- Se tivesse sido esse o caso você estaria afogada naquele lago. – falou entre dentes.

- Nem vou duvidar agora que sei que você anda armada. – ela me fitou com os olhos quase me fuzilando. O que meu deu uma grande crise de riso.

- Já que só sirvo de comediante, estou indo ao banheiro. Quando voltar quero gorjeta pelo show. – saiu pisando firme.

            A segui com o olhar. Era impossível não reparar o quanto a mulher era atraente. Suas curvas quase simétricas, ombros largos e por mais que ela usasse uma blusa de mangas podia-se notar alguns músculos. A bunda empinada e pernas grossas. Mesmo assim não perdia o ar feminino e delicado. Corei levemente quando percebi que Nina havia notado meus olhos admirados em cima de sua sobrinha. De onde estava ela me sorriu e eu retribui, agarrando o celular e fingindo conversar com alguém.

            O que será que ela pensaria de mim ao ver a forma com que olhei Rebeca? Não é que o olhar tenha sido de desejo ou algo do tipo, foi apenas um olhar de admiração. Continuei fingindo que mexia no celular. Até que notei que Rebeca havia voltado e conversava animada com uma senhora que aparentava ter a mesma idade de Nina, logo deduzi se tratar de sua esposa, Maria.

            Rebeca sempre que escuta algo muito engraçado dar uma gargalhada jogando a cabeça para trás e sacode os finos fios negros. Ela me olha e acena para que eu var até a cozinha do quiosque. Caminhei até elas.

- Alice, essa é a minha outra tia, Maria. Tia, essa é Alice, minha amiga. – a senhora me sorriu cordial. E eu já esperava outro abraço caloroso, mas a senhora de fundas lentes apenas esticou sua mão em minha direção.

- É um prazer conhece-la, querida.

- O prazer é meu. – retribui o sorriso que ela me dava.

- Rebeca me disse que estão indo embora. – Nina falou.

- Estamos? – virei para olhá-la.

- Sim. Preciso voltar para a empresa ainda. E preciso ir em casa antes trocar essa blusa. – mostrou a mancha que só piorou depois que ela tentou limpar. – Mas prometo que voltaremos com mais calma.

- E tragam a sua irmã. Aquela menina tem a personalidade do seu avô. Que Deus o tenha. – Maria fez o sinal da cruz.

- Claro. Tentarei arrastá-la até aqui. Ou quem sabe podemos fazer um jantar lá em casa.

- Seria uma ótima ideia. – Rebeca sorriu alegremente.

- Esteja convidada, Alice. – ao escutar meu nome sorri apenas acenando.

            Não sei se estou preparada para ficar em um mesmo ambiente que Amélia. Ao menos pelos próximos meses. Mesmo assim agradeci o convite. Nos despedimos das mulheres e como na chegada, Nina me deu um longo e caloroso abraço.

- Elas são ótimas.

- São sim. Gostou do nosso almoço? – questionou batendo seu ombro no meu, já que caminhávamos lado a lado.

- Muito. Mas para ficar melhor, adoraria tomar um sorvete olhando aquele lago. – comentei com a voz baixa e enlacei meu braço ao dela. Rebeca mantinha suas mãos nos bolsos da calça social. Me olhou de soslaio e abriu um sorriso.

- Você sabe que posso ser demitida, não é?

- Imagina. Aposto que quando as minhas mães souberem que você me tirou do quarto elas irão fazer uma estátua sua em bronze e colocar no meio do jardim só para te homenagear. – ela gargalhou.

- Aposto que seria uma linda estátua.

- Não posso discordar. – externalizei meu pensamento e ela me olhou com um sorriso dançando nos lábios.

- Me deixa só avisar que vou me atrasar. – voltou a sua postura de soberana. Discou rapidamente algo no celular e em seguida o jogou na bolsa. – Vamos? – me esticou o braço, pois havíamos parado em um banco. Enquanto ela digitou a mensagem eu fiquei olhando o vai e vem das pessoas.

- Claro. – sorri aceitando seu braço.

            Tomamos o sorvete em meio a muitas risadas. Depois Rebeca fez questão de me deixar em casa. Nos despedimos na entrada de casa, combinamos que na manhã seguinte iriamos sair para correr logo cedo, antes da minha aula. Não me pergunte porquê aceitei o convite, apenas me pareceu uma boa ideia ficar ao lado dela.

            Entrei em casa, atirando minha bolsa no sofá e em seguida deitando no mesmo. Peguei o celular para mandar mensagem agradecendo mais uma vez pela companhia de Rebeca. Foi então que lembrei que devia desculpas a Heloísa. Abri a conversa com ela.

Oi, só queria me desculpar pelo sumiço. Não estive bem nos últimos dias. Espero que esteja bem.

            Não demorou para que a leitura da mensagem fosse confirmada. Em seguida ela começou a me responder.

“Oi, sumida. Sem problemas. Só fiquei preocupada. Mas que bom que melhorou. Você melhorou, não é?

 Mais ou menos. Mas no tempo certo as coisas voltam ao normal.

“O que está fazendo agora? Adoraria uma companhia.”

            Em seguida apareceu uma foto dela. Heloísa estava deitada de bruços, e usava apenas uma calcinha de renda branca. O quarto estava a meia luz, sem dúvidas um ambiente bem convidativo.

            Sorri com malícia sabendo bem para que ela queria a minha companhia. Me parecia uma boa ideia. Já que sai do quarto porque não aproveitar o que há de melhor na vida?

Bem tentadora. Me manda o endereço. Chegarei rapidinho.

“Aposto que sim. E garanto que farei a viagem valer a pena.”

Fui para o banho, troquei de roupa tão rápido que até eu me assustei. Nunca pensei que eu seria capaz de sex* sem compromisso. Estou me surpreendendo a cada dia com as novas versões de mim.

- Menina Alice, que bom que dona Rebeca conseguiu tirar você do quarto.

- Sim, foi ótimo. E eu estou saindo. Avisa as minhas mães por favor.

- Pode deixar.

            Peguei o carro e segui para o endereço de Heloísa. Minha entrada no prédio já estava liberada. Subi até o seu andar, toquei a campainha e logo ela apareceu na porta. Usava uma camisola branca de renda. Estava sem chinelos, sorriu mordendo os lábios ao me ver.

- Não pensei que fosse chegar tão rápido.

- Eu disse que viria o mais rápido possível. E costumo cumprir minhas promessas.

- Espero que me prometa mais coisas hoje. – comentou com a voz sedutora e eu senti meu corpo inteiro vibrar. – Entra. Juro que não mordo. Mas se você pedir abro uma exceção. – completou me dando passagem.

- Você está impossível hoje. – revidei e ela se aproximou, segurando minha cintura.

- Você não viu nada. – completou tomando minha boca em um quente beijo.

            E nesse instante se iniciou uma longa e intensa tarde regada a muito sex*.

Já era noite quando nossos corpos suados caíram sobre a cama. Heloísa brinca com meus cabelos em seus dedos. Sua cabeça apoiada em meu peito, nossas respirações pesadas devido a todo o esforço feito. Naquele momento percebi que estive o tempo inteiro apenas com ela. Sem pensar em Virgínia. Apenas nos duas. Mas o fantasma de me envolver de novo ainda me atormentava.

- Helô.

- Hum! – respondeu quase com um grunhido.

- Isso que temos, é apenas sex*. Não é? – ela levantou a cabeça para me olhar.

- Por quê? Quer namorar? – indagou receosa.

- Não. Não é isso. Só acho que não estou pronta para namorar. Ou me envolver emocionalmente com alguém, entende?

- Ótimo. – ela sentou-se. – Eu acabei de sair de um relacionamento de cinco anos. Não quero namorar. Ao menos não por enquanto. Preciso só aproveitar a vida de solteira.

- Perfeito. – concordei. – Isso significa dizer que somos uma amizade colorida?

- Exatamente. E que podemos ficar com outras pessoas. – fez carinho em minha barriga. – Não que eu ache que você queira ficar com mais alguém além de mim. Já que eu acabo com você. – mordeu meu pescoço. Eu apertei sua bunda, sentindo o desejo aflorar novamente. – Eu preciso ir trabalhar. – saltou da cama.

- Isso não é justo. – resmunguei escutando-a rir.

            Enquanto ela se vestia eu fui para o banho. Nos despedimos na saída do prédio e seguimos caminhos separados. Ao chegar em casa escutei vozes vinda da sala de jantar.

- Oi filha. Soube que recebeu uma visita inusitada hoje.

- Sim mammy, e sei que foi você que a mandou. – beijei seu rosto. – Obrigada. – sussurrei.

- É bom te ver fora daquele quarto. – Bernardo sorriu.

- É bom ter saído dele. – sorri.

- Vai jantar conosco?

- Sim. Estou morta de fome.

- Percebo. – a mamma me olhou de uma forma estranha. Como se soubesse o que fiz nas ultimas horas.

- Vocês puxaram a ficha da Rebeca?

- Por quê?

- Nada, é que ela arromba portas. Vai que foi uma trombadinha quando nova. – comentei e os quatro riram.

- Como ela abriu sua porta?

- Com um canivete.

- Irado, quero aprender. – Arthur comentou animado.

- Como se não bastasse todas as más influências que já temos. Mais essa agora. – a mammy sorriu.

            O jantar segui animado. Os meninos ficaram interessados nas habilidades extras de Rebeca. Sorri aliviada sentindo a felicidade arder em meu peito. Assim fiz uma promessa para mim mesma. Que não importa o que aconteça na minha vida, jamais me privarei da companhia da minha família novamente, nunca mais vou me esconder de todo amor e cuidado que eles têm comigo. Independentemente do que aconteça.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oiê. Voltei. Quero saber tudo o que acharam da salvadora Rebeca. Essa amizade ta começando né?

Espero que gostem, foi feito com carinho. rs

Beijos e boa leitura.


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Comentários para 28 - Capitulo 28:
Lea
Lea

Em: 13/01/2022

Estou gostando da Rebecca,e seria de bom gosto um relacionamento além da amizade,entre elas. Apesar que a diferença de idade iria causar um reboliço!!


Resposta do autor:

Rebeca é uma ótima opção para curar o coração partido da loirinha

Responder

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izamoretti30
izamoretti30

Em: 04/10/2021

Rum tambem to amando não ter capítulo perdido dessa virgina, e pior ainda da Amália que pra mim é a pior de todas. Quero só ver a cara das duas quando descobrirem da Alice e Rebeca. E inclusive autor, tem que ir logo com a história hein está parada


Resposta do autor:

Mulherrrr parada de onde? Difícil de agradaar eihm. kkkk

Mas prometo muitas emoções.

Beijos e até já.

Responder

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CatarinaAlvesP
CatarinaAlvesP

Em: 04/10/2021

O melhor da história é depois de esperar a semana toda por capítulos novos, a gente ter nosso casal queridinho né . Graças a Deus não é as outras duas nojentas, que vão pra bem lorde minha Alice. Só quero ler quando a Virgínia estiver morrendo de ciúmes ao ver a Alice com todas até firmar com a linda da Rebeca 


Resposta do autor:

Menina e para agradar vou ter que fazer sempre assim? kkk

Tô lascada.

Beijos e até já.

Responder

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laisrezende
laisrezende

Em: 04/10/2021

Que prazer maravilhoso a virgina ter pegado a Alice flertando, descobrindo que ela dormiu fora de casa, pegou um fora da Alice... já quero ela sabendo do lance dela com a Rebeca, certeza que Rebeca vai provocar muitooo hahahahaha 


Resposta do autor:

Eu tambémmmmm. Nada melhor do que o jogo virando. lkkk

Beijoss e até o próximo.

Responder

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barbara7
barbara7

Em: 04/10/2021

Bora agilizar né autora? Quando quando que vai rolar algo entre essas duas hein? 


Resposta do autor:

Meninaaaa que pressa é essa? KKKKKK.

Tenho até medo de postar os próximos.

Beijoss e até já.

Responder

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Baiana
Baiana

Em: 03/10/2021

Só acho que a Rebeca não vai gostar muito quando souber da atividade extra da Alice kkkkk

 


Resposta do autor:

kkkkkk. Será?

beijos até já.

Responder

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Mille
Mille

Em: 03/10/2021

Oi autora 

Beca tirando a Alice do quarto, momento legal das duas juntas. E esse almoço foi ótimo e ainda conheceu as tias da Rebeca. 

Alice de olho da mulherão kkkk flagrada pela tia. A loirinha não brinca 

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

kkkk. Essa amizade começou bem. Alice conseguiu ao menos se divertir.

Beijossss e até já.

Responder

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preguicella
preguicella

Em: 02/10/2021

Tadinha de Rebeca, ainda bem que ela sabe que Alice não está em um bom momento, o que também serve pra ela perder o medo do que está sentindo por Alice, pq ela já foi fisgada. Confesso que eu tb Moreira de medo de me visse com sentimentos por uma pirralha com 18 anos.

Coitada de Rebeca, ter Isabela como sogra não vai ser fácil. hahaha

Bjuuu
Resposta do autor:

E quem não morreria de medo se vivesse a mesma situaçã? Eu começaria tendo medo da sogra. kkkk Se ela fosse Isabella.

Beijos até já.

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SPINDOLA
SPINDOLA

Em: 02/10/2021

Boa noite, caríssima. 

Estou amando a amizade entre as duas e vou amar mais ainda quando virar um " do jeito que você me olha vai dar namoro", pra um " quer? quer? quer? Quer casar comigo? Ser mais que boas amigas, que nem o céu e o mar...

Ainda bem que a Helô falou em ficar com outras além da Alice, kkk, apesar de super legal os momentos delas juntas, sou #alicerebecaforever até o fim.

Bjs

 


Resposta do autor:

kkk. Me acabo de rir com esses teus comentários.

Beijos e até já

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 02/10/2021

Rebeca é uma figura kkkk


Resposta do autor:

Num é. kkk

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