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Striptease por Patty Shepard

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 5152
Acessos: 4525   |  Postado em: 26/09/2021

Notas iniciais:

 

Oi gente! Primeiramente desculpem a demora, eu tive uns probleminhas que me impediram de cumprir certo o cronograma de postagem e quem me acompanha no twitter sabe disso. Eu espero que gostem do capítulo! 
Agora uma notícia ruim... Eu vou precisar dar uma pausa na escrita, como a maioria de vocês já sabe, eu to terminando a faculdade e acabei investindo meu tempo livre em escrever striptease, ao invés de dar atenção ao meu TCC. Tenho dois meses pra finalizar ele e não to nem perto disso e por isso preciso focar. Eu vou tentar, ainda assim, escrever Striptease sempre que eu conseguir dar uma boa adiantada no TCC, mas não prometo nada. Então, daqui para o fim do meu TCC, as postagens não terão datas definidas, então por favor leiam isso com atenção pra não ficarem me cobrando, ein? Eu vou estar sempre atualizando vocês sobre no twitter: @Patty5hepard , então me sigam lá.

Capitulo 33

 

Os olhos estavam completamente atentos na cebola que segurava com firmeza enquanto a cortava com uma velocidade absurda, era muito rápido e praticamente automático a velocidade com a qual a chefe de cozinha e também Designer de interiores, fazia aquilo. Era fato que aquela não era a sua função, haviam várias pessoas naquela grande cozinha do restaurantes, algumas com funções exclusivas de fazer o mise en place, mas quando Mia queria se distrair, aquela era a função perfeita. Bateu a faca com força contra a tábua de madeira quando terminou de cortar mais uma cebola:

— Ela está me ignorando! — reclamou em tom um pouco exasperado e se afastou da bancada, deu alguns passos no meio da cozinha antes de ir até uma das pia para lavar as mãos.

— E isso não me surpreende nem um pouco. — Hernando falou de forma um pouco distraída, concentrado no que fazia no notebook, estava sentado em um canto mais calmo da cozinha, perto de Mia e usava o balcão livre como sua mesa de trabalho e apesar de um pouco inusitado, aquela cena era algo extremamente comum quando Mia estava trabalhando no restaurante e ele particularmente adorava por que sempre acabava como cobaia de Mia para os pratos que ela fazia, saia de lá a beira de explodir de tanto comer.

Silêncio, ao menos da parte de Mia já que silêncio dentro de uma cozinha de restaurante era impossível, sempre se ouvia o tilintar das panelas, das facas e tudo o que se podia imaginar. Porém, quando Hernando não ouviu uma resposta da amiga e também por que sentiu que estava sendo encarado, ergueu o olhar e encarou o olhar sério de Mia e conseguiu até ler os pensamentos dela diante aquele olhar e mesmo sem ela nem mexer os lábios ele quase pode ouvir a pergunta: “Você ta me zoando, Hernando?”. O arquiteto deu de ombros enquanto encarava a amiga e apenas segurou a taça de vinho ao lado do notebook e deu um bom gole antes de poder falar:

— Não me olhe dessa forma, avisei a você que a Helena seria inconstante e você tem total ciência disso. Se ela está te ignorando com certeza é por que ela está em mais um dos momentos dela e ou você respeita o momento e espera ela voltar aos eixos ou você vai atrás dela e a confronta até saber o motivo. — Hernando falou com calma, exatamente daquele jeito bem explicativo que ele sempre falava.

— Vamos lá, família! — o som de duas palmas altas soaram pela cozinha chamando rapidamente a atenção de todo mundo, Mia não reagiu muito a isso já que sabia o que significava, era só Fred dando início aos serviços. — Vamos começar nosso dia, lembrando mais uma vez: a calma leva a perfeição. Eu não aceito nenhum prato voltando hoje, todos entendidos?

— Sim, Chef! — foi uníssono de todos na cozinha, menos de Mia, afinal, a morena estava extremamente pensativa. Fred pegava algumas comandas que já havia recebido com pedidos e ditava em tom alto os pratos que deveriam ser feitos.

Mia só foi puxada de seu próprio mundo quando sentiu o toque de seu irmão: um bom puxão na orelha que a fez reclamar de dor. Ela olhou para o irmão mais novo com um olhar um tanto indignado por ele ter feito aquilo.

— Está realmente bem pra ficar aqui hoje? — ele questionou, o cenho franzido demonstrava uma certa preocupação.

— Bem sim, só pensativa. — respondeu em tom um pouco baixo e olhou em volta em seguida vendo todos trabalhando de forma bem ágil. — Bom, vamos, não vamos deixar clientes esperando. — Mia se afastou do irmão para poder começar o seu trabalho. Conhecendo a irmã que tinha, Fred sabia que tinha algo de errado, por isso a reação que teve com a esquiva de Mia fora olhar para Hernando como se silenciosamente perguntasse se tudo estava realmente bem, o arquiteto apenas acenou positivamente com a cabeça dando o aval para que o irmão Palermo mais novo não se preocupasse.

Era um fato, apesar de Mia estar de cabeça cheia, ela levava tão a sério aquele restaurante que não deixaria que algo desse errado naquela noite apenas por que não estava bem. Já fazia alguns dias que se desdobrava entre sua vida como Designer de interiores e chefe de cozinha, afinal, ela jamais conseguiria deixar aquele restaurante na mão, independente se isso fosse a esgotar completamente como vinha fazendo. Porém, segundo a sua mãe, trabalharia ali apenas até aquele fim de semana já que na segunda alguém viria para preencher a vaga que faltava e que Mia ocupava temporariamente.

E com muita excelência a jovem conseguiu emergir de cabeça em seu serviço, apesar de não falar palavra se quer a não ser quando realmente precisava, de resto estava calada em seu mundo pensando no que estava acontecendo. No dia anterior quando acordou e já foi mandando mensagem para a namorada, não obtiveram a resposta esperada além de mensagens secas e vazias, não foi nada difícil notar que estava sendo ignorada e assim se passou todo o seu sábado e agora, em pleno domingo, mais uma vez não trocara uma palavra sequer com Helena e isso não foi por falta de tentativas de sua parte, já que nem as suas ligações foram atendidas. Ela sabia que alguma coisa havia acontecido e sabia que fora algo diretamente relacionada a terapia da sexta feira, ela deveria ter insistido naquela ligação de sexta a noite? Deveria ter perguntado até saber o que estava incomodando Helena? Ela não sabia responder aquelas perguntas e isso lhe trazia uma péssima sensação por que odiava não saber das coisas. Ainda mais quando isso estava diretamente ligado a Helena.

Seus suspiros eram constantes, culpa das conclusões que tirava sozinha, os próprios pensamentos que a faziam suspirar. Concluia que não, ela não deveria insistir tanto em perguntar sobre algo que Helena não queria falar, deveria dar o espaço dela e não a sufocar de alguma forma e naquele momento onde estava sendo descaradamente ignorada o que deveria fazer? Continuar dando o espaço de Helena? Esperar que ela superasse o que estivesse passando para conversarem? Ou deveria bater na porta dela quando saísse do restaurante e confronta-la de uma vez até saber o que diabos estava acontecendo? Negou com um aceno de cabeça, aquela parecia uma ideia horrível que sufocaria Helena com muita facilidade. Percebeu que estava um tanto magoada, Helena estava indo contra ao que haviam acordado no dia em que começaram a namorar. O que diabos havia acontecido para ela fazer isso? Um novo pesadelo? Talvez ela tivesse se arrependido do namoro?

Eram tantas questões, mas tantas, que depois de horas cozinhando sem parar, quando o movimento se acalmou e ela pode respirar um pouco, olhou para o balcão prateado e brilhando de tão limpo a sua frente, ela mesma havia limpado por mais tempo do que deveria, no fim depois de pensar tanto, tudo o que conseguia sentir era tristeza e um esgotamento mental que parecia que iria a consumir a qualquer momento. Olhou em volta até focar os olhos azuis em Hernando ainda ocupado atrás da tela do notebook, Mia sabia bem que ele estava ali apenas por que ela estava daquele jeito, caso contrário estaria fazendo aquele trabalho em um local bem mais confortável. Sorriu fraco, não podia pedir um amigo melhor. Enfim se afastou do balcão e fora atrás de dois pratos os quais foram preenchidos por uma Pannacotta cada, em seguida Mia a acompanhou com calda de framboesa que havia sido feita mais cedo e colocou mais complementos como frutas e chantily, apenas por que era para Hernando e para ela. Assim aproximou-se do amigo e colocou os dois pratos prontos lado a lado.

— Pausa. — falou enquanto se apoiava no balcão e encarava o amigo. — Você não pode ficar tanto tempo assim no mesmo lugar, lembre do que o Drew falou.

— Eu sei, mas estou atrasado com esse projeto. — o homem suspirou e ainda demorou alguns segundos para desviar o olhar da tela do notebook, quando o fez já foi fechando-o para dar total atenção a Mia e claro, a sobremesa. — Essa é a melhor parte de vir te acompanhar aqui.

Os dois trocaram sorrisos cúmplices antes de começarem a se deliciar com a sobremesa caprichada, mas o silêncio durou pouco.

— Então... O que faremos?

Mia deu de ombros.

— Eu não sei, sinceramente achei que eu estava pronta para enfrentar qualquer coisa que acontecesse com a instabilidade da Helena, mas não estou, eu não sei o que fazer, qualquer ideia que me aparece na mente parece errada. — deu de ombros com as próprias palavras e abocanhou a colher cheia, enquanto saboreava a sobremesa respirou fundo. — Sinto vontade de correr até a casa dela para saber o que diabos está acontecendo, mas se ela está me ignorando significa que ela não quer me ver então tenho medo que isso piore as coisas. Esperar parece tão errado quanto, por que parece que estou dando o aval para que ela se afaste mais e mais. E se ela se arrependeu?

— É claro que ela não se arrependeu, como alguém iria se arrepender de namorar você? — Hernando questionou enquanto tinha o venho franzido como se demonstrasse que aquela ideia parecia extremamente absurda para ela. E era. Mia parecia não ter levado a sério as palavras dele, o olhar triste e ao mesmo preocupado fez o arquiteto se sentir mal por ela. Ele respirou fundo por alguns segundos antes de falar. — Mande uma mensagem para ela... Avise que irá aguardar até que ela esteja a fim de conversar, que dará o espaço dela. Assim você vai estar dando espaço, mas ao mesmo tempo deixar claro que estará esperando, deve ser o suficiente por enquanto, se demorar demais você terá total liberdade pra ir atrás dela.

Mia acenou de positivamente com a cabeça, aquela ideia de Hernando foi tão bem vinda que pareceu tirar uma boa parte do peso que sentia nas costas. Suspirou e deitou parte do tronco sobre a bancada, estava absurdamente exausta e não via a hora de ir para casa dormir.

— Pelo amor de Deus, eu estou tão cansada. — sussurrou para o amigo.

— Eu sei. Você tá sendo uma guerreira, aguentando dois empregos desse jeito. — Hernando falou em tom orgulhoso enquanto erguia a mão direita para tocar a cabeça de Mia e afagar os cabelos amarrados. — Fico orgulhoso de você. Não farrapou um serviço sequer da nossa empresa e não errou nenhum prato aqui. Incrível.

Mia sorriu fraco, mas de forma bem satisfeita ao ouvir aquilo.

— Perfeição, meu caro. Esse é o significado da perfeição.

— Você acabou de estragar o momento.

 

®

— Eu me sinto... Sufocada. — Helena falou em tom baixo enquanto andava sem parar, mas devagar, por dentro do consultório de Samantha. Já era segunda feira, três dia depois da noite que fora para o bar e consequentemente começara a ignorar Mia. — E completamente inquieta, é como se...

— Você estivesse incomodada com sí mesma. — Samantha comentou. Não olhava para Helena e sim para o caderno onde escrevia alguns pensamentos sobre aquele caso, porém, quando não obteve reposta a seu comentário, ergueu o olhar e encarou Helena parada no meio de sua sala com o olhar fixo no chão. Parecia perdida. A psicóloga sentiu uma certa dose de dó de sua paciente e fechou o caderno que tinha em mãos, a inquietude de Helena foi notada desde o primeiro momento quando a mexicana chegou em sua casa para a consulta. — Acertei?

Helena concordou com um aceno de cabeça, apenas isso, como se nem ao menos fosse capaz de falar.

— Bom... — Samantha respirou um pouco fundo, deixou o caderno na mesinha ao lado de sua poltrona e ergueu-se devagar. — Venha, vamos caminhar um pouco.

Helena não teve muito o que fazer a respeito disso, pois quando Samantha falara, ela já estava abrindo a porta da sala e saindo a passos lentos deixando Helena para trás e por isso mesmo a Mexicana apressou um pouco os passos para acompanhar a senhora.

— Pra onde vamos? — Helena questionou enquanto acompanhava a mulher, tinha o cenho franzido, ainda um tanto confusa com a atitude de sua psicóloga. Samantha já estava no hall da casa e próximo à porta pegava uma echarpe de lã vermelha e cobria seus ombros.

— Uma sala fechada não é o melhor lugar para você hoje, querida. Então, para qualquer lugar para que você e sinta ao menos um pouco confortável. — ela respondeu com aquela mesma calma de sempre e imediatamente o que Helena sentiu com aquelas palavras fora um alívio tão grande que ela suspirou. Aquela mulher realmente era incrível.

As duas saíram em silêncio segundos após e enfim, lado a lado na calçada começaram a andar sem rumo e a passos lentos, o vento frio era extremamente agradável no momento e fazia realmente Helena sentir-se menos sufocada e assim, as duas, psicóloga e paciente, andaram lado a lado por mais um tempo antes que Helena quebrasse o silêncio:

— Ela me enviou uma mensagem ontem, dizendo que respeitava o meu espaço e que aguardaria até que eu quisesse falar e a procurasse. — falou baixo.

— E você se sente culpada por ela ser tão compreensiva?

— Completamente. — respondeu quase imediatamente e olhou brevemente para Samantha.

— Você está se analisando, se enxergando, pelos olhos da Amélia. Não percebe? — questionou a psicóloga enquanto ajeitava um pouco a echarpe em seus ombros, estava com frio. — Mas não de forma correta, você está analisando o fato de ter ido ao bar novamente e com a certeza de que a reação da Amélia seria totalmente negativa em relação a isso, por isso a inquietude e talvez a humilhação.

Silêncio.

Enquanto andava, Helena encarava o chão, pensativa com aquela situação, era verdade tudo o que Samantha havia dito, percebia isso agora, mas isso não a deixava mais confortável com a situação e nem menos assustada.

— Isso também mostra que você realmente gosta dela, um sentimento tão forte que tem um medo profundo do que ela pensa sobre você, medo de magoá-la. — Samantha sorriu fraco com as próprias palavras. — A notícia do seu namoro foi a melhor notícia que você me deu, Helena, por que demonstrou uma evolução a qual eu sequer consigo descrever o tamanho. Você está evoluindo tanto...

— Eu não consigo ver tanta evolução assim... — Helena rebateu, mas não de forma afrontosa, fora um comentário um tanto triste.

Samantha deu uma breve risada enquanto parava em frente à faixa de pedestre e aguardava que o sinal liberasse sua passagem, assim, pode olhar para Helena.

— O que você acha da ideia de ir para o bar novamente? — questionou.

Helena cruzou os braços devagar e encarou a senhora ao seu lado e só aí se deu conta, o alvoroço que sentiu no estômago, o desconforto que a ideia de ir ao bar novamente lhe causou e Amélia, apenas Amélia surgindo em sua mente, ela entendeu.

— Algo absurdo e que me deixaria muito mais sufocada do que eu estou me sentindo agora. — falou com sinceridade e só então se deu conta do que estava acontecendo. — Oh meu Deus! — levou as mãos ao rosto e em seguida aos cabelos enquanto sentia o coração disparando com força dentro do peito.

— Sim, chegou a hora de dar adeus à dançarina, Helena. E ninguém te forçou a isso, você e apenas você se deu conta que isso não é o suficiente e não foi apenas por que você sabe que a Amélia não gosta, é por que agora você tem válvulas de escape que te trazem muito mais conforto.

O sinal ficou verde para pedestres e Samantha logo voltou a andar enquanto uma Helena chorona a acompanhava.

— Eu vou ganhar desconto por você me fazer chorar no meio da rua na frente de todo mundo? — questionou a mexicana enquanto passava as mãos pelos olhos para conter as lágrimas de um choro que finalmente em tanto tempo, não era de medo, desespero, dor ou angústia, era enfim, de alívio. Ela estava progredindo.

— Na verdade também irá me pagar um café, está frio. — Samantha rebateu enquanto tinha um sorriso orgulhoso nos lábios, estava sentindo orgulho de sua paciente. — Mas antes precisa me responder uma coisa... — parou de andar assim que atravessou a rua e encarou Helena com certa seriedade. — Como você reagiria se de repente a Amélia começasse a te ignorar?

©

Assim, lá estava Helena, tão ansiosa que estava a ponto de começar a tremer. Engoliu um pouco em seco quando a porta do elevador abriu e ela pode ver a sala de espera dos escritórios de Mia e Hernando, entrou com certa calma enquanto deslizava a mão pela alça da bolsa que carregava, olhou em volta, Rose não estava ali, porém, imediatamente Helena viu que a sala de reuniões estava ocupada e através do vidro que a rodeava pode ver três pessoas sentadas e em pé, Mia estava totalmente concentrada explicando algo que aparecia na tela da TV, Helena não conseguia ver o que era.

Sorriu fraco ao perceber o tamanho da saudade que estava sentindo e o quão linda aquela mulher estava. Deu alguns passos a frente até chegar a um dos sofás onde sentou-se de forma confortável, seu nervosismo pareceu sumir e deu lugar apenas a euforia que as batidas aceleradas de seu coração lhe causava. Era um sinal mais do que claro que estava realmente loucamente apaixonada por Amélia, como fora tola em ter a ignorado, mas o fez por puro medo, por vergonha do que havia feito. Teve medo da reação de Mia e se sentiu tão humilhada com o próprio julgamento que não teve um pingo de coragem de falar com a mulher que fazia seu coração acelerar tanto.

Porém, agora, ela estava feliz. Tão feliz que seria capaz de gritar de felicidade e gritar um pedido de desculpa até ter aquela mulher em seus braços novamente, feliz por que havia dado um grande passo em direção a sua melhora, perceber que a dependência que tinha da dançarina, de exibir-se e sentir-se superior aqueles homens, já não existia mais, foi algo extremamente libertador e a primeira coisa que viera em sua mente foi que ela precisava compartilhar isso com Mia, precisava compartilhar a sua felicidade com ela, por que ela também era responsável por isso.

A pergunta de Samantha fora crucial, o que faria se Mia de repente começasse a ignorá-la? Tinha uma resposta obvia para isso: Ficaria completamente perdida. E por isso culpava-se por ter feito com Mia, algo que não gostaria que fizessem com ela, mas resolveria isso e esperaria ali pelo tempo que fosse preciso.

Os olho atentos estavam fixos em cada movimento de Mia, a Designer usava um macacão preto bem decotado e com calças pantalonas, na cintura havia um detalhe como se o macacão estivesse amarrado ali, as costas ficavam parcialmente nuas.

Era a coisa mais linda que Helena já havia visto.

A forma como Mia se movimentava, o jeito como ela gesticulava com as mãos ao falar, os momentos em que ela colocava aos mãos nos bolsos e falava ou apenas ouvia e acenava com a cabeça, a paixão que ela tinha por aquele trabalho ficara completamente clara naquele momento.

Helena precisava desenhar aquilo.

E foi segundos após abrir o caderno e o apoiar sobre a perna cruzada, que ergueu o olhar para encarar Mia novamente para começar seu desenho, foi nesse momento que seus olhos se fixaram naqueles olhos azuis extremamente expressivos de sua namorada e o olhar de Mia era sério, tão sério que deixou Helena intimidada. Porém, a atenção da Designer foi chamada de volta pelos clientes com quem estava em reunião e Helena suspirou:

— Céus, por que ela tem que ser tão durona? — reclamou para sí mesma enquanto balançava a cabeça de forma negativa com a própria pergunta e logo em seguida se ocupava em desenhar aquela mulher que apesar de tão durona, era perfeita.

E foram vários desenhos, da boca, dos olhos, de toda a silhueta, das mãos enfiadas nos bolsos, de perfil, de frente, em apenas uma folha eram vários desenhos pequenos e já estava na terceira folha quando percebeu que havia entrado demais no próprio mundo a ponto de nem perceber que a reunião de Mia havia acabado, ela já havia se despedido de seus cliente e caminhava em direção a Helena com as mãos nos bolsos do macacão até parar a pelo menos 1 metro da namorada.

Helena ergueu o olhar um pouco alarmado e encarou Mia um pouco surpresa por não ter percebido antes e agora, de perto, ela parecia ainda mais linda do que antes. Puta merd*, era gado demais daquela mulher e isso a fazia ter vontade de rir. Os olhos automaticamente desceram, mas mal chegaram onde queria e ouvira a bronca:

— Não olhe para os meus peitos, Helena. — Mia falou em tom mais firme e logo em seguida deu meia volta e saiu andando. — Você não está em posse desse direito no momento.

Helena sorriu fraco enquanto fechava o caderno e acompanhava a namorada com o olhar, ela estava indo diretamente para a própria sala. Ergueu-se do sofá rapidamente e enquanto andava guardava o caderno dentro da bolsa, ela sabia e sentia o quão irritada a namorada estava e só conseguia pensar no quão maravilhosa ela estava, era com certeza culpa da felicidade que estava sentindo.

— Você não imagina o quão chateada eu estou com você. — Mia exclamou mal dando tempo para Helena entrar na sua sala e fechar a porta.

— É claro que eu imagino. — Helena falou, mas é claro que sentiu-se absurdamente mal ao ouvir aquelas palavras, tão mal que era como se seu coração estivesse sendo esmagado por uma mão. — É claro que eu imagino. — repetiu as palavras após deixar suas coisas em uma das poltronas em frente à mesa de Mia e em seguida foi andando em direção à namorada com certa urgência e puxou a Designer, não deu nem margem para que ela escapasse de sua investida, apenas a puxou de uma vez e envolveu a cintura da namorada com força, em um abraço tão apertado que, qualquer “marra” que Mia estivesse demonstrando, fora totalmente derrubada por aquele gesto e a Designer se derreteu enquanto retribuía o abraço com igual força e com um misto de saudade e de alívio por ver que Helena estava aparentemente bem.

— Por que você fez isso? Você me deixou tão preocupada, Helena, você me prometeu que iria me contar quando algo te incomodasse. — cedeu de uma vez por todas, a voz completamente tremula pelo choro contido e até um pouco desesperada.

Helena se sentiu um verdadeiro monstro naquele momento, como foi capaz de deixar Mia daquele jeito?

Ergueu as mãos que envolviam o corpo da namorada para poder segurar o rosto dela, as mãos de Mia tocaram os pulso de Helena em resposta e os olhos azuis, agora já um pouco avermelhados, focaram em Helena de forma bem atenta.

— Você se arrependeu de namorar comigo? — Mia questionou antes mesmo que Helena falasse alguma coisa.

— Deus do céu, não! — Helena exclamou de forma exasperada e em seguida deu uma pequena risada. — Eu sou tão idiota por fazer você pensar algo desse tipo e também sou louca, mas não o suficiente para me arrepender de namorar uma pessoa maravilhosa como você. Isso jamais acontecerá, Amélia, na verdade tudo o que consegui nesses dias tão longos, foi só entender mais o quão louca eu sou por você, você acredita em mim? — questionou e sorriu por que era algo que Mia sempre lhe perguntava.

A designer acenou de forma positiva com a cabeça com certa rapidez.

— Eu fui totalmente egoísta esse fim de semana. — falou baixo enquanto os polegares deslizavam devagar pelo rosto de Mia enxugando uma lágrima insistente que a morena não conseguiu segurar. — Pensei unicamente em mim, por medo apenas. Não pensei em você, não pensei no que minha decisão poderia te causar e em como você estaria se sentindo. E eu sinto muito, muito, muito mesmo, eu juro que se for preciso eu saio gritando aos quatro cantos pedidos de desculpa até que você me perdoe, eu faço o que for preciso além de prometer que isso nunca mais vai acontecer novamente.

— Você não precisa fazer extravagâncias para conseguir o meu perdão, você sabe disso. — falou baixinho enquanto cedia ainda mais e voltava a abraçar Helena, céus, como havia sentido falta daquele corpo colado no seu, daquele cheiro gostoso.

— Eu sei. — falou baixinho e deu um beijo extremamente carinhoso nos cabelos de Mia. — Senti tanta saudade.

— Eu também. — Mia falou no mesmo tom de voz e suspirou, era como se tivesse tirando o maior peso de suas costas, o alívio era imenso. — Eu queria ir atrás de você, mas tive medo que isso te sufocasse.

— Não precisa se justificar em nada, Mia. — outro beijo e em seguida afastou-se um pouco da namorada para poder encará-la.

— O que aconteceu?

— Eu fui ao bar novamente. — Helena foi direto ao ponto, com medo que se enrolasse demais não teria coragem de contar de uma vez por todas, se afastou mais, mas dessa vez segurou a mão de Mia e foi a puxando devagar em direção ao sofá.

— Isso não é motivo pra você me ignorar, eu te disse que não brigaria se você fosse novamente. — Mia reclamou, o cenho franzido com as palavras da namorada.

Helena sentou-se e se ajeitou até se encostar no braço do sofá, Mia sentou logo em seguida, ficando no meio do sofá e assim as duas ficaram uma de frente para a outra.

— Eu sei que você disse isso, mas na hora, quando eu acordei no dia seguinte, que eu me dei conta. Eu me senti uma fracassada. Me senti tão humilhada e com tanto medo que isso te incomodasse que eu tive medo de falar com você, tive medo, tive vergonha, foi tão angustiante, tão sufocante que de alguma forma eu tive certeza que você me odiaria. — gesticulava com as mãos devagar para tentar explicar bem o que havia sentido, para que Mia entendesse com clareza. Respirou fundo para conter a vontade de chorar e suspirou ao desviar o olhar. — De repente, o que era uma válvula de escape se tornou sufocante e realmente me sufocou durante todo o fim de semana. Eu tive crises horríveis por que me culpava sem parar, aquela sua mensagem foi... Incrível. Realmente incrível, mas fez eu me sentir pior, eu ficava pensando sem parar: “Como eu sou capaz de fazer algo assim com ela?”. E eu sei que você entende, eu sei, de verdade, eu sinto. Mas eu sei mais ainda o quanto você odeia aquele lugar e era só isso que prevalecia na minha mente.

— Então por que não me ligou quando quis ir para o bar?

Helena deu de ombros.

— Por que eu queria que você descansasse. Você estava exausta sexta de noite, está trabalhando tanto... Eu não queria ser mais um fardo.

— Helena... — Mia falou baixinho enquanto encarava a mexicana, o olhar um pouco triste. — Você jamais seria um fardo e se eu estivesse cansada pra ficar ao telefone com você, isso não me impediria de atravessar a cidade pra dormir com você.

— Unir o útil ao agradável. — Helena falou baixinho e sorriu fraco, totalmente encantada com a mulher a sua frente. — Às vezes é difícil entender coisa simples como essa, por que não me sinto merecedora e se não me sinto merecedora, penso o pior. Obrigada por ter me dado espaço, Amélia, apesar de torturante, foi necessário e por isso hoje a Samantha abriu meus olhos para outras coisas e eu fiquei tão feliz que só pensei em correr diretamente para seus braços pra compartilhar minha felicidade com você, você e só você foi a primeira pessoa que eu pensei em compartilhar a minha felicidade, minha pequena vitória.

Mia sorriu de forma extremamente larga com as palavra da mulher, uma certa ansiedade fazendo eu coração bater um pouco mais forte, a curiosidade de saber o que aconteceu.

— Qual foi a nossa pequena vitória? — questionou.

Helena sorriu com a colocação de Mia, sorriu de forma totalmente derretida.

— A dançarina já não é mais uma válvula de escape, eu consegui superá-la, chegou a hora de dizer adeus, agora eu tenho alguém que me trás muito mais conforto.

O sorriso de Mia, que já era grande, pareceu crescer mais ainda, tão iluminado e cheio de alegria que fez o coração de Helena acelerar dentro do peito e no segundo seguinte Mia praticamente pulara nos braços de Helena, que gargalhou em resposta e Mia gargalhou junto.

— Isso é incrível, Helena! Incrível! — exclamou enquanto apertava a namorada, era definitivamente uma vitória imensa. — Eu estou tão feliz por você, tão orgulhosa! Agora quem quer gritar sou eu!

Helena riu novamente enquanto segurava uma Mia totalmente eufórica em seus braços, logo segurou o roto dela para ao menos tentar contê-la um pouco, sorria, não conseguia deixar de fazê-lo. Aquela euforia dentro de sí, de ter tanto apoio por tão pouco, quando foi à última vez que sentira algo daquele tipo?

— Estou tão orgulhosa de você. — sussurrou dessa vez de forma mais contida enquanto encarava a mexicana de pertinho. — Isso me deixou tão feliz, tão aliviada. — colou a testa a de Helena e fechou os olhos enquanto sorria.

As mãos de Helena subiram devagar pelo pescoço de Mia até se encaixarem na lateral com os polegares tocando o maxilar da morena parcialmente sobre si e entre suas pernas. Colou seus lábios nos dela em um selinho bem demorado antes de sussurrar:

— Obrigada, Amélia. Por tudo. Obrigada.

— Sua felicidade agora também é minha. — sussurrou de volta, mas logo continuou. — E eu avisei, terapia é o caminho certo.

— Vai se foder, Amélia. — sussurrou em tom risonho e as duas riram de forma cúmplice, uma contra a boca da outra antes de se beijarem.

Qualquer mágoa foi esquecida, a felicidade era muito grande para que remoessem coisas que já estavam no passado e que Mia entendia completamente. Aquele fim de semana separadas serviu apenas para que se apaixonassem ainda mais uma pela outra e a paixão parecia não ter limites e nem queriam que tivesse.

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 33 - Capitulo 33:
Dressa007
Dressa007

Em: 28/09/2021

e finalmente elas se encontram ... parabéns altora

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