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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
  • Capitulo 24

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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 10

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Palavras: 4367
Acessos: 2987   |  Postado em: 23/09/2021

Capitulo 24

 

Capítulo 24 –

Alice

            Dormir sempre foi a minha coisa preferida. Na minha opinião não há nada melhor do que você deitar no conforto da sua cama, sentindo seu corpo ser acolhido pelo calor das cobertas. No meu tempo livre sempre adorei dormir. E sempre, sempre tive um sono tranquilo. Mas desde que conheci Virgínia tudo isso mudou. Não consigo dormir uma única vez sem sonhar com ela. Parece que sua presença além de povoar meus pensamentos enquanto estou acordada me persegue quando vou descansar. Bocejei batendo a porta do carro. O dia estava ensolarado. O céu límpido, sem nuvens. Um dia perfeito para ficar na piscina e tomar sol.

- Bom dia. – escutei a voz de Anna e logo seus braços estavam em volta do meu pescoço.

- Bom dia. Vamos matar aula? – respondi sem olhá-la.

- Você está bem?

- Sim. Só não quero passar horas olhando para a cara da Cristiane. – revirei os olhos.

            Desde que o lance entre minha amiga e ela havia acabado a mulher andava com um péssimo humor, não que antes ela fosse bem humorada. Para completar hoje teríamos duas aulas seguidas dela. Anna me fitou com ar de riso. Eu bocejei mais uma vez passando os dedos nos olhos.

- Não dormiu ontem? – questionou me fitando.

- Sim. Mas sonhei coisas confusas. Na verdade, tenho sonhado bastante com Virgínia. Ontem foi mais uma das vezes, só que quando acordo não consigo lembrar o que aconteceu no sonho.

- Falou com ela?

- Não. Acho que deve ter chegado cansada. – foi impossível não pensar na possibilidade de Amélia e ela estarem juntas na cama. Sacudi a cabeça tentando afastar aquela imagem da minha mente.

- Desencana. -afirmou Anna como se soubesse o que se passava na minha cabeça. Concordei balançando a cabeça e chegamos à sala de aula.

            Tentei ao máximo manter minha atenção ao que a ex-profamante falava. Mas estava difícil focar em algo que não fosse meu celular, na esperança de receber algum sinal de Virgínia. O silêncio da outra me incomoda ao ponto de me deixar ansiosa. Não sei se isso faz parte da sua arte da conquista. Talvez seja isso. Ela some para que eu não consiga parar de pensar nela o tempo inteiro. Se for mesmo o caso, está funcionando perfeitamente.

- Terra chamando! – Anna falou em minha frente.

- Podemos ir para o pub?

- São 11 horas da manhã.

- Só quero conversar.

- Acho que não é comigo que você precisa conversar.

- Você vem? – indaguei pegando as coisas e ignorando seu comentário. Não demorou e escutei seus passos atrás de mim.

            Parei o carro em frente ao pub. Desci colocando meus óculos escuros, me encostei na porta esperando por Anna que logo parou em uma vaga ao lado de onde eu estava. Ela desceu e caminhamos em direção a entrada do pub. O lugar estava quase vazio àquela hora. Os funcionários limpavam as mesas, tentando organizar para abrirem a noite.

- Vão querer algo? –a moça sorriu para nós.

- Duas águas com gás, por favor.

- Certo. Já volto. – a mulher saiu nos deixando sozinhas.

- Se você parasse de pensar o tempo inteiro na Virgínia poderia notar o quanto as mulheres caem aos seus pés.

- Do que está falando? – questionei confusa.

- A dona do pub. Essa que acabou de vir aqui.

- Ela só foi simpática.

- Não foi só isso. E nem estou falando apenas de hoje, sempre que estamos aqui ela não tira os olhos de você. – afirmou. – Como agora, que mesmo do outro lado esperando a água, ela continua olhando para você.

            Virei na direção e de fato a mulher me fitava. Ao perceber que eu olhava ela sorriu e voltou sua atenção ao rapaz do outro lado do balcão. Seus cabelos em cachos perfeitos, usava uma bandana vermelha. Sua pele negra tinha um brilho quase sem explicação. Deveria ter trinta e poucos anos, as roupas largas e estilosas. Voltei minha atenção a Anna.

- Ela é linda. E claramente tem interesse em você. – afirmou novamente. – Não é? – indagou Anna encarando a mulher que estava ao nosso lado. Arregalei os olhos suplicando para que ela não falasse nada.

- Desculpe, não entendi. – a mulher comentou confusa. Sua voz era rouca e grave.

- Estou dizendo a minha amiga, que esse bar é o melhor da cidade. E você como dona deve concordar com o que eu digo. – respirei aliviada quando notei o rumo do assunto.

- Nossa! Fico feliz que pensem assim. – abriu um largo sorriso. Ela sem dúvidas era uma mulher muito atraente.

            Nossos olhos se cruzaram e eu senti minha pele ruborizar como se ela pudesse ler o que se passava em minha cabeça naquele momento. Anna sorriu de canto percebendo o clima.

- Eu vou ao banheiro, se importa de fazer companhia a Alice por alguns segundos?

- De forma alguma. – a estranha sorriu solicita e sentou-se ao meu lado.

- Eu sei que você está ocupada, não precisa ficar aqui.

- Mas eu quero ficar, se você não se importar. Claro.

- De forma alguma. – houve um silêncio constrangedor. – Você sabe meu nome, afinal a Anna acabou de dizer. Mas eu não sei o seu.

- Heloísa, mas pode me chamar de Helô.

- Bonito nome, faz jus à pessoa. – nem eu acreditei que dei uma cantada tão barata, cheguei a questionar o que tinha na água com gás. A mulher levou na esportiva e sorriu aberto.

- Obrigada. Você assim como o seu nome, também é linda. Notei que deixaram de frequentar aqui, foram mal atendidas?

- Não. A Anna começou a namorar, o que significa menos tempo para os amigos.

- Ah! Entendi. E você também está namorando? – sútil e direta.

- Não.

- Mas está gostando de alguém? – eu dei um meio sorriso. – Sabia.

- É complicado. – falei baixo. – Não temos nada sério.

- Ótimo. – comentou entre risos. – Isso significa que posso ter esperanças. – senti meu rosto corar novamente. Anna tinha razão, a mulher tinha interesse em mim e não fazia questão de esconder isso. – Desculpa, não quis te deixar envergonhada.

- Não. Tudo bem. É bom saber que uma mulher como você pode ter algum tipo de interesse em alguém como eu.

- E como seria alguém como você?

- Sem graça!?

- Alice, você pode ser qualquer coisa, menos sem graça.

- Você falando assim eu vou até acreditar. – sorri tomando um longo gole da minha água.

- Pode acreditar. Hoje vamos ter música ao vivo. Algo leve para iniciar a semana, deveria vir.

- Claro. Eu adoraria.

- Ótimo. Eu te espero. Já que sua amiga voltou, preciso terminar de organizar as coisas. Até mais tarde.

- Até.

- O que tem mais tarde? -Anna questionou sentando-se.

- Vai ter música ao vivo.

- Em plena segunda?

- Desde quando você se preocupa com os dias da semana?

- Desde que comecei a namorar alguém que não quer ser vista em público comigo. – suspirou. – Eu juro, estou muito apaixonada. Por que só isso justifica o sacrifício que estou fazendo para fica ao lada da Iara.

- Não pode ser tão ruim assim.

- É. É além de ruim, é péssimo. Outro dia estávamos no cinema e ela cismou que uma amiga da sua avó nos viu. Eu tive que ir embora de uber. – revirou os olhos.

- Pelo menos vocês namoram. Pior sou eu que não tenho nada além de sex* e depois sumiço.

- Conheço alguém louca para te dar...- comentou olhando para Helô. -...sex*, claro.

- Ela é linda. Não posso negar. – sorri em direção a mulher que acenou levantando a mão para mim.

- Você vem hoje?

- Acho que sim, estou pensando em convidar a Virgínia.

- Alice! Você se escuta? A garota sumiu, nem sinal de vida. A Heloísa te dando todos os sinais que quer te beijar e você pensando em trazer a Virgínia? Me poupe.

- É, você tem razão.

- Sabe, desencana. Beija outra boca, outras bocas, sei lá.  Mas sai dessa fossa que a Virgínia te deixou. Você merece mais do que ela tem te dado. Se o interesse foi apenas sexual ela já teve o que queria.

- Você acha que foi isso? – já havia pensado nessa possibilidade. Mas preferia acreditar que foi algo além do sex*.

- Honestamente eu não faço a menor ideia. Se for mesmo isso, melhor te contar de uma vez. Você agora tem um mundo de possibilidades e uma delas não para te olhar para cá. – brincou.

- Você tem razão. Não posso ficar sem saber o que esperar. Se ela disser que é algo casual posso ficar com outras pessoas.

- Que digamos pode ser exatamente o que ela fez durante o final de semana. Ai!! – reclamou acariciando o braço que recebeu um soco. – Alguém precisa dizer em voz alta. Você acha mesmo que eu não sei que é o que você tem pensado?

- Detesto que me conheça tão bem. – resmunguei e ela sorriu. – Por falar nela. – a tela do celular apareceu a foto de Virgínia sorrindo.

- Atende. – ordenou.

- Alô.

- Alice, atrapalho?

- Não. Aconteceu alguma coisa?

- Não. Só queria saber se você está bem. Fiquei sem tempo livre e não nos falamos.

- Está tudo bem sim. – houve um silêncio constrangedor.

- Será que você poderia vir ao meu apartamento? – convidou.

- Claro. Estou perto.

- Ótimo. Podemos almoçar juntas, que tal?

- Chego até daqui a pouco.

- Okay. Beijos. – desligou e Anna me fitava.

- É só você fazer assim...- fez um barulho com os dedos. – ... que eu volto. – gargalhou e eu a repreendi com o olhar.

- Como você escutou, recebi um convite para almoçar.

- Vai lá. E conversa com ela.

- Paga a conta. Beijos.

            Odeio essa sensação que sinto sempre que estou prestes a encontrar Virgínia. Basta ouvir sua voz para senti meu coração acelerar. Parece que meu corpo deixa de ser meu, como se a simples menção de seu nome me atingisse como um raio. Dirigi calmamente até o prédio, estacionei e desci. Entrei no elevador e apertei o andar. Respirei fundo ficando de frente a porta. Apertei a campainha e não demorou para que ela aparecesse.

- Oi. Entra. – sorriu forçado e eu percebi que algo estava errado.

- Está tudo bem? – questionei fitando seus olhos.

- Na verdade, precisamos conversar. Mas antes tenho que terminar nosso almoço. Se importa de esperar?

- Não.

- Já volto.

            Saiu em direção a cozinha. Fitei seu computador aberto sobre a mesa. Aparentemente ela estava trabalhando em casa. Curiosa fui ver a foto que estava aberta na tela. Amélia sorria com as mãos nos bolsos, a foto parecia captar toda simpatia e beleza da mulher. Sempre ouvi comentários que os fotógrafos tem um jeito especial de ver as coisas, e se aquela foto era a forma que Virgínia via a chefe, sem dúvidas era uma forma genuína e especial.

- Desculpa a bagunça. Fui trabalhar, mas acabei voltando mais cedo. – disse fechando o notebook. Parecia nervosa.

- Tudo bem. Então o que aconteceu?

- Sua mãe.

- Qual delas? Não sei se lembra, mas tenho duas. – tentei brincar.

- Isabella.

- O que tem a mammy?

- Acho que ela descobriu quem sou eu.

- Como?

- Eu não sei. Ela estava aqui em frente. Me vigiando. – comentou vagamente.

- Como você sabe disso? A viu?

- Sim. Mas esse não é o caso. Ela já sabe onde moro, o que me faz pensar que possivelmente tenha pesquisado sobre mim. E não seria difícil saber quem eu sou.

- Vou conversar com ela. – me aproximei segurando suas mãos. – Não precisa ficar preocupada, ela não faria nada com você.

            A apertei em meus braços, sentindo o calor do seu corpo no meu. Se afastou me fitando. Deu um meio sorriso, acariciando minha face com as pontas dos dedos.

- Senti sua falta. – confessou com a voz baixa.

- Eu também senti a sua. – afirmei encarando seus olhos que pareciam tristes e assustados. – Esperei que me procurasse.

- Desculpa. Eu acabei chegando cansada. E tanta coisa aconteceu. – desviou seus olhos dos meus, e eu percebi que talvez o fato da minha mãe saber sobre ela não fosse o único problema ali.

- Tudo bem. Eu entendo.

            Nossos olhares se cruzaram e nos beijamos. Mas o beijo em nada parecia o mesmo. Não houve o encaixe perfeito, a troca de carinhos e o desejo de ir além. Foi apenas um beijo frio e sem graça. Me afastei suficiente para olhá-la.

- Tem algo mais?

- Não. Só estou preocupada. – forçou um sorriso. – Podemos almoçar?

- Se não se importa acho melhor eu ir embora. Vou te deixar descansar. – beijei seu rosto e sai do apartamento.

            Não consegui deixar a ideia de que algo estava errado. Mas seja o que for Virgínia não se sentia preparada para me contar. Parei o carro no estacionamento da empresa. Depois que sai do apartamento de Virgínia decidi que preciso conversar com a mammy. Estacionei o carro e assim que desci escutei uma voz logo atrás de mim.

- Visitantes não estacionam aqui. Sabia? – aquela voz me soou familiar. Virei na direção e lá estava diante de mim Rebeca Cardoso.

            Semicerrei os olhos e ela continuava com o ar de graça. Tudo que eu menos precisava era dar de cara com aquela mulher mal educada.

- Não sei se sabe, mas não sou visitante. – provoquei. – E você o que faz aqui?

- Trabalho aqui. – afirmou e eu revirei os olhos.

- Então você é a Rebeca que as minhas mães contrataram. -conclui.

- Exato. – sorriu caminhando em minha direção. O terninho impecável, na cor preta, a saia até o meio das pernas. Nos pés um sapato com salto fino. – Olha, sobre aquele dia. Eu sinto muito.

- Não, você não sente. Só está com medo de perder o emprego. – sorri maldosa e vi ela perder a pose por alguns segundos.

- Sou boa no que faço. – afirmou me fitando.

- Espero que seja mesmo, afinal minha mãe não gostou nada do valor do seu salário. Se eu fosse você mostrava serviço. Agora se me dá licença, eu preciso ir.

            Sai deixando-a sozinha e pude escutar ela resmungar alguma coisa que não consegui entender. Entrei no elevador e ela me seguiu. Se pôs atras de mim, quando se moveu para apertar o número do seu andar seu braço tocou o meu. Revirei os olhos e esperei que as portas se abrissem.

- Filha, não sabia que viria aqui. Que surpresa.

- Oi mamma. Vim conversar com a mammy. Ela está?

- Acho que sim. Filha, me deixe te apresentar, essa é Rebeca Cardoso.

- Nos já nos conhecemos. – comentei e ela me fitou aflita.

- Se conhecem de onde? – a mamma questionou.

- Longa história. – sorri adorando ver seu desespero. –Conto outra hora. Preciso mesmo falar com a mammy.

- Claro. Ela deve estar na sala.

- Obrigada. – sorri. – Foi um prazer revê-la, Rebeca. – dei uma piscadela e ela corou.

            A secretária me anunciou assim que cheguei à sala. Agradeci a mulher, e a mammy me fitou por cima da tela do computador.

- Só um segundo filha. – pediu. – Prontinho. Que surpresa. Não esperava sua visita.

- Por que estava perseguindo a Virgínia?

- Perseguindo?

- Sim.

- Ela contou o que estava fazendo no carro com a chefe? – senti faltar o ar, minhas pernas perderam as forças e eu senti o peso da gravidade sobre o meu corpo.

- Como assim?

- Se ela queria dizer que me viu, ao menos contasse o que fazia com Amélia Cardoso dentro do carro, em frente ao prédio que ela mora. Aquela garota está brincando com você.

- Você está mentindo.

- Alice, eu sou sua mãe. Jamais mentiria para você. Claramente ela não contou com quem estava quando eu a vi. Cheguei a pensar que era Rebeca, inclusive a acusei.

- Elas são irmãs. – não havia como duvidar da história. Mas iria perguntar a Rebeca.

- Eu sei. Agora eu sei. As duas estavam no carro, quase se beijando.

- Para. Não quero ouvir. – supliquei sentindo o ar faltar dos meus pulmões, não aguentaria passar por isso de novo.

- Esta é a verdade. E sei que dói. Mas é a única verdade. – foi então que lembrei da foto.

            Me sentei deixando o corpo cair pesadamente sobre a poltrona. Meus batimentos estavam descompassados. Apertava meus dedos na tentativa de me acordar daquele pesadelo. Sentia como se alguém tivesse tirado meu coração do lugar, enquanto o aperta fortemente me causando uma dor incomparável.

- Eu preciso ir... – me levantei sem conseguir conter a lágrimas que insistiam em cair.

- Alice! – gritou.

            Caminhei sem olhar para trás. Meus pés me levaram o mais longe possível dali. Nem notei que já estava no elevador indo em direção ao último andar. Me lembrei de algumas vezes quando era pequena e as minhas mães me traziam para cá, quando eu ficava chateada vinha me esconder no heliponto. Já que conseguia ver toda a cidade de lá. De alguma forma me acalmava.  

            Passei rapidamente pela sala da presidência. E segui pelo corredor até a porta que dava acesso ao heliponto. Senti a brisa tocar meu rosto, misturando as lágrimas que desciam sem que eu tivesse controle algum. Recostei próximo ao parapeito. Respirei profundamente, fechando os olhos e deixando a dor me consumir.

- Você não vai se atirar, né? – escutei a voz de Rebeca.

- Não estou com paciência para as suas gracinhas. E se você se aproximar mais, alguém vai cair, mas não serei eu. – comentei entre dentes.

- Tudo bem. – levantou as mãos em rendição. – Só queria saber se está tudo bem.

- VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU BEM? – gritei.

- Não. – sussurrou. – Posso me aproximar?

            Acenei que sim e ela deu um passo seguido do outro, vagarosamente.

- O que aconteceu?

- Você mal me conhece, foi rude comigo e agora está sendo empática?

- Começamos com o pé esquerdo. Geralmente eu sou uma pessoa divertida. – brincou e eu senti uma vontade de rir. – Será que você pode vir um pouco mais para cá? – suplicou pausadamente.

- Você tem medo de altura?

- O que te fez pensar isso?

- Você literalmente está agarrada a parede. – apontei para seu corpo.

- Tenho. E você ficar aí, não facilita a minha tentativa de te ajudar. Então eu peço, educadamente, que você dê alguns passos na minha direção. – estendeu uma das mãos enquanto a outra continuava presa a parede como se sua vida dependesse disso.

            Segurei a mão que ela me estendia, notei que estava suada, possivelmente pelo temor da altura. Não pude deixar de sentir o quanto sua pela era macia e delicada. Deixou o corpo relaxar escorregando próximo a parede, respirando profundamente até que tocou o chão e ela sentou-se. Fiz o mesmo. Ficamos em silêncio.

- Se eu posso deduzir o que aconteceu. Diria que tem algo a ver com uma certa acusação que sua mãe me fez hoje mais cedo. Estou certa?

- Sim. Será que posso te perguntar uma coisa?

- Tecnicamente você já perguntou, mas vou te dar mais uma chance.

- O que aconteceu entre a sua irmã e a Virgínia? – ela ficou em silêncio, parecia analisar o que diria.

- Que eu saiba nada. Mas, a Amélia supostamente, pode ter comentado comigo que disse a Virgínia que gosta dela. Mas isso, supostamente aconteceu.

- Entendi. Então o que a minha mãe viu foi verdade.

- Acredito que sim. – uma lágrima escorreu em meu rosto. – Sinto muito. – comentou com a voz baixa.

- Eu sou idiota. Primeiro fui humilhada publicamente pelo meu namorado, agora sou feita de trouxa mais uma vez. – sequei as lágrimas que insistiam em cair. Nesse momento o único sentimento que me domina é a decepção.

- Não é sua culpa. – afirmou.

- Acho melhor eu ir embora. – afirmei me pondo de pé.

- Você não pode dirigir assim.

- O que vai fazer, ligar para minha mãe?

- Alice. Eu dirijo. Só me diz para aonde quer ir. E me dá as chaves. – esticou a mão.

            Coloquei as chaves em sua mão. Sabia que ela não me deixaria sair sozinha. Entrou no carro e perguntou para aonde eu queria ir. Coloquei o endereço no GPS e ela segui a rota indicada.

- Você gosta desse pub. – afirmou desligando o veículo.

- Sim. Você já me deixou em segurança, agora pode ir. – desci batendo a porta.

- Não vou te deixar sozinha. Sua mãe quase me matou de manhã, imagina o que ela vai fazer comigo se souber que te deixei sozinha nesse lugar. – comentou tentando acompanhar meus passos.

            O final da tarde já se aproximava. Alguns jovens estavam jogando conversa fora com os amigos coisa que era comum naquele ambiente. Escolhi uma mesa mais afastada e mesmo sem olhar para trás sei que Rebeca me seguia.

- Vai mesmo ser minha babá hoje? – questionei vendo-a sentar em minha frente.

- Sim. – afirmou sem se abalar com minha cara de poucos amigos.

- Ótimo, então vou beber. – acenei para o garçom. – Uísque, duplo, sem gelo. Por favor.

- Você só pode estar de brincadeira. – a mulher revirou os olhos.

- Babás não julgam. – provoquei. – E se não concorda basta ir embora. Não pedi que ficasse.

- Se eu tivesse sentimentos, eles estariam feridos com suas palavras duras. – afirmou me fitando. – Vou deixar passar por que você está com raiva e sei que não é de mim.

- Não estou com raiva. Estou...- tentei procurar a palavra certa. -... furiosa.

- Dá no mesmo.

- Obrigada. – agradeci tomando o líquido de uma única vez. – Pode trazer a garrafa?

- Claro. – o rapaz sorriu.

- Você só pode estar de brincadeira. – Rebeca negou com a cabeça repetindo a mesma frase. – Qual sua idade garota?

- Dezoito.

- Deveria estar tomando leite com toddy.

- Não me provoca. Se quer me controlar, pode ir embora. Já falei.

- Crianças. – resmungou revirando os olhos. Pegou o celular e mandou mensagem para alguém. – Pronto. Agora posso enfiar o pé na jaca com você.

            Disse isso tirando o terninho e dobrando as mangas da blusa de seda que usava. Sacudiu os cabelos e eu senti o cheiro que vinha deles. Em seguida serviu uma generosa dose de uísque e virou de uma vez.

- Um brinde ao seu coração partido.

- Você é uma vaca. – afirmei.

- Tecnicamente você também. Dois chifres. – provocou e pela primeira vez não senti vontade de esganá-la.

- Touche! – observei-a mais de perto. E não contive meu olhar curioso em sua marca de aliança na mão direita. – Foi noiva?

- Como sabe? – questionou confusa.

- A marca ainda não saiu. – apontei para o seu dedo. Ela sorriu.

- Sim. Fui noiva. E traída.

- Como eu disse, vaca. – nos fitamos e caímos na risada. – Descobriu antes de casar, é o que importa. - Essa sensação que você está sentindo, eu sei bem como é. – seus olhos adquiriram um tom acinzentado, quase sem brilho. – Mas se serve de consolo, passa.

- Um brinde a isso. – tocamos os copos. – Está solteira?

- Espero que não esteja dando em cima de mim. Sou heterossexual. – afirmou segura.  

- Acredito que tenho carma suficiente com alguém que é basicamente a sua cara. Então não, não estou dando em cima de você. Apesar de te achar bem atraente. – a última parte saiu sem que eu pudesse ter controle. Talvez fosse apenas o álcool falando.

- Fico lisonjeada. E talvez um pouco ofendida. – sorriu de lado. – Mas respondendo à sua pergunta, estou solteira há seis meses.

- E a marca ainda não saiu? – me referi a aliança.

- Só consegui tirar recente. Não foi fácil. – passou os dedos pela borda do copo e aparentemente aquele assunto a deixa desconfortável. – Mas estamos aqui por seu coração partido, não o meu. – forçou um riso.

- E se a gente esquecer os corações partidos, bebermos e conhecermos pessoas novas?

- Gostei dessa sua ideia.

- Alguma preferência? Homem ou mulher?

- Os dois. – respondi firme. – Poderia perguntar qual sua preferência, mas você já deixou bem claro que gosta de homem.

- Isso. Super hetero. – concluiu.

- Vejamos quais as opções masculinas. – passei os olhos pelo lugar. – Aquele cara parece interessante. Apontei em direção ao homem que sorria com alguns amigos.

- O de sapatênis que parece morar com a mãe?  Nem pensar. – riu e eu notei que sempre que ela dava um largo sorriso, duas covinhas se formavam em suas bochechas.

- Exigente. E só para constar eu ainda moro com as minhas mães.

- Como eu disse, crianças. – provocou novamente.  

- Se me chamar de criança mais uma vez, juro que vou chamar o cara do sapatênis e dizer que você está afim dele. – arqueei uma sobrancelha e ela sorriu.

            Algo me dizia que aquela noite seria um tanto inusitada e divertida. Rebeca parecia uma ótima companhia e isso de certa forma me fez esquecer um pouco o que havia acontecido mais cedo. Agora era esperar para ver como a noite terminaria.

 


Fim do capítulo

Notas finais:

Eu volteiiiiiiiii!

Capítulo quentinho, para divertimento de vocês.E esse reencontro eihm? Vai render?

Comentem muitooo ou vou voltar a postar uma vez por semana. kkk brinks

Apreciem sem moderação. Cheiro no cangote.

 


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Comentários para 24 - Capitulo 24:
Lea
Lea

Em: 13/01/2022

Gosto desta forma direta em que as coisas acontecem,desde a primeira parte da estória,como foi com a Isabella e a Larissa. Odeio enrolação!

Seria interessante Rebecca e Alice. Mas antes deixa a Alice curtir a liberdade!!!


Resposta do autor:

Para mim as melhores histórias acontecem quando o amor aflora e aos poucos vai amadurecendo. Detesto histórias que o casal fica uma vida separados e quando ficam juntos a história acaba.

Responder

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Baiana
Baiana

Em: 26/09/2021

Por essa eu não esperava! A Alice virar a melhor amiga de infância da Rebeca. É agora que ela vai cair no mundo aproveitando e explorando as possibilidades,e provavelmente a Virgínia vai correndo para os braços da Emília.

Aí ai...


Resposta do autor:

São tantos cenários possíveis. kkk

Bom ter você comentando por aqui.

Beijos

Responder

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CatarinaAlvesP
CatarinaAlvesP

Em: 24/09/2021

Por favor , nos diga que a virgina vai pagar manda namoram as moeda ? Sério! Nada justo essa escrota covarde e mentirosa fazer isso com Alice e ficar no bem bom. Quero que ela veja Alice com alguém e ainda mais com Rebeca, vai morrer de ciúmes. E claro, já amo a mãe da Alice por contar a verdade e afastar essa nojenta da Alice. 


Resposta do autor:

Mulherrr, como tu és vingativa. kkk

Obga por comentar.

Beijos

Responder

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barbara7
barbara7

Em: 24/09/2021

Ninguém merece o próximo capítulo perdidocom virgina e essa chefe dele, desculpa falar autora. 

Mas amei, Alice foi curtir ao invés de ir atrás. É algo me diz que Rebeca não vai gostar nadinha de ver a dona do bar danos em cima de Alice 


Resposta do autor:

kkk. Quem falou que vai ser assim? eihmm?

E não precisa se desculpar por expressar sua opinião.

Obga por comentar.

BEijosss

 

Responder

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izamoretti30
izamoretti30

Em: 24/09/2021

Na real ... que nojo dessa Virgínia!!!!!!!

tem como pular ela é essa Amália nao ? Sério mesmo autora!


Resposta do autor:

Infelizmente não posso pular não. kkk

Tenta não ficar com tanto ranço das duas. kkkk

BEijosss e obga por comentar.

Responder

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laisrezende
laisrezende

Em: 24/09/2021

OBRIGADO POR NÃO FAZER MAIS AINDA A ALICE DE OTARIA, por ela não ter ido faser papel de trouxe indo tomar satisfação ou algo do tipo. Quero ela ficando com Rebeca ????????????


Resposta do autor:

kkkk. Mas eu não fiz nada.

Obga por comentar.

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Mille
Mille

Em: 24/09/2021

Virgínia foi bem covarde com a Alice, sei que elas não tinham nada sério mais ela omitiu da Isabela a ter visto com a Amélia. 

É Alice duas vezes traída kkkk agora é curtir viu, tem Heloisa,, Rebeca geral kkk

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Verdade, Alice tem um mundo de possibilidades.

Obga por comentar.

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preguicella
preguicella

Em: 23/09/2021

Já vi que Alice vai curtir um pouquinho a descoberta da sapatice! Mas já tem interesse em Rebeca e espero que Rebeca não surte quando se descobrir interessada!

Voltei, viu. A história do fã- clube tá de pé!

Bjão procês!
Resposta do autor:

A recém descoberta da sapatice. kk Adorei.

Que bom que voltou. Vou nem dizer a ela sobre essa sua disposição para o fã-clube, vai ficar insuportáve. kk

Beijosss.

Obga por comentar.

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SPINDOLA
SPINDOLA

Em: 23/09/2021

Boa noite, caríssima.

Eita que depois deste capítulo o crush na Virginia deceu ladeira abaixo rumo a uma vala bem profunda, kkk. Alice não assumir ela publicamente é compreensivo pelo recente termino dela, mas a Virginia nesse chove não molha, sem saber com quem vai ficar, muda que nem uma porta, adorando os chavecos da chefe e ainda cheia de ciumes dela foi de lascar. Enfim, Virginia foi legal só até a página 1, por trazer Alice pro reino da sapolândia e só, kkk, dá 2 em diante o encanto se apagou, mesmo que elas não fossem ficarem juntas no final, ela poderia ter sido menos cachorra.

Agora vamos ao que faz o nosso coração palpitar no momento, a Alice no País da Sapolândia, kkk, eita que o beijo na Virginia estava com gosto de chiclete mastigado o dia inteiro,kkk, sem gosto. E não é que a sapinha puxou a mãe Isa na hora de dar uma chapuletada verbal, kkkk, amei as respostas dela pra Rebeca. Está com jeito que a Alice vai pegar geral agora, depois de duas decepções, e no meio do curtindo a vida adoidado, kkk, eis que Rebeca vai cair de amores pela loirinha. Não vejo a hora da Rebeca ficar amarradona na loirinha e entrar pro vale. 

E pra finalizar, este reencontro a base de uísque vai dar ruim, kkkk, mas de um jeito baum, kkkk. Bem que podia rolar um fogo no parquinho entre as duas, kkkk, com tanta bebida envolvida, kkk, vamos ver se a autora está ou não mal intencionada com essa bebedeira, kkk.

Bjs e bora postar o próximo que estou curiosa pra ver no que vai dar esta noitada no pub.


Resposta do autor:

Nunca fico mal intensionada kkk. Sempre escrevo da melhor forma. Juro. kk

Obrigada por comentar.

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 23/09/2021

Ou Alice tu tem um dedo podre viu.


Resposta do autor:

kkkk. A mão inteira.

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