Capitulo 23
Capítulo - 23°
Narrador
Naquele domingo após deixar Virgínia, Amélia dirigiu até sua casa, adoraria ficar sozinha e refletir sobre a conversa que teve com a fotografa. Se sentia como uma adolescente. Tentando entender o que a outra sentia. Saiu do carro arrastando a mala até a entrada de casa. O barulho que as rodinhas faziam ao deslizar sobre o piso fez com que Rebeca olhasse em direção a irmã. Sentada com as pernas esticadas sobre o sofá, nas mãos segurava um livro que a mesma fechou assim que notou a presença da mais velha.
- Como foi na fazenda? – seu tom saiu com um pouco de malicia e a empresária sabia bem o porquê.
Amélia revirou os olhos, deixando a mala próxima a entrada. Caminhou até o sofá, tirou sem delicadeza alguma os pés de sua irmã de cima de seu sofá branco e em troca recebeu um olhar de reclamação. Sentou-se ao seu lado e respondeu sem importância:
- Normal. – deu de ombros.
- Só isso? Não vai me dizer que enfim teve coragem de agarrar a fotografa?
- Beck, as vezes acho que você não me conhece. – resmungou ajeitando seu corpo no sofá.
- Eu sei que você não curte essa coisa de sex* sem compromisso, que em um dia é o sex* e no outro o casamento. Assim como foi com a...
- Não invoca esse demônio dentro da minha casa. – fechou a cara, tudo o que ela não precisava era falar de Jordana. – Eu sou intensa, e não tenho mais idade para ficar me agarrando com uma e outra.
- Talvez se tivesse feito isso conseguisse escolher melhor as pessoas com quem quer se envolveu. – provocou.
- E quem é você para me falar de escolhas? Até onde me lembro você foi traída pelo seu noivo. Que se não me engano namorou quase nove anos, ficaram noivos e até você descobrir o lado podre dele, estavam prestes a ir ao altar.
- Mas não casei. – defendeu-se.
- Perdeu nove anos da sua vida. – insistiu. – Cadê sua amiga?
- Dormindo. Ontem saímos e chegamos tarde. Acho que ela não tem mais a mesma disposição.
- E você não está descansando por quê? Afinal você também não é tão nova. – provocou.
- Não consegui. Uma louca derramou bebida na minha blusa favorita. E acho que não vai sair. – Amélia não conteve o sorriso de satisfação.
- Por isso detesto balada.
- Mas se depender de você, daqui alguns meses vai estar casada.
- É mais complicado que isso. – fez uma pausa. - Virgínia tem alguém.
- A senhora toda poderosa Amélia Cardoso se envolvendo com alguém comprometida, é o fim dos tempos.
- Não é um compromisso, as duas estão se conhecendo, se envolvendo. E eu não tenho idade para ficar esperando que as coisas deem errado entre ela e Alice.
- Que engraçado a moça que manchou minha blusa se chama Alice. - comentou rindo.
- A Alice é filha das suas chefes.
- A do bar?
- Claro que não, eu nem sei quem era a Alice do bar. Estou falando dessa Alice. – procurou a foto da matéria que havia saído sobre o suposto almoço de reconciliação dela com o ex-namorado.
- Aí meu DEUSSSS!!!! – gritou saltando do sofá.
- Quer me deixar surda ou acordar a Tália? – questionou tapando os ouvidos. – As duas opções podem ter acontecido.
- É ela. – ampliou a foto.
- Ela quem?
- A Alice do bar. – concluiu com pesar lembrando do quanto havia sido mal educada com a garota.
- Parabéns você conseguiu sua carta de demissão. – provocou.
- Elas não fariam isso comigo. – tentou se convencer. – Fariam?
- Relaxa, possivelmente a garota nem vai comentar isso com as mães. Mas se um dia acontecer de vocês se encontrarem pode ser que ela comente.
- Droga! Eu... eu insinuei que ela ia parcelar a garrafa que mandou para compensar o estrago na blusa em mil vidas. – Amélia caiu na risada. – Para! Isso não tem graça.
- Na verdade tem sim. – comentou tentando se recompor. – A garota literalmente tem dinheiro para comprar essa cidade inteira. E você insinua que ela era pobre.
- O que eu faço?
- As malas e liga para o seu antigo chefe, quem sabe ele não te aceita de volta. Aí! – reclamou passando a mão no braço após receber um soco.
- Eu não posso ficar sem esse emprego.
- Se desculpa com ela.
- Claro. É isso. Pode me dar o endereço dela?
- Com certeza, me deixa só mandar uma mensagem para ela. – foi sarcástica. - Rebeca, eu sou próxima da Virgínia, não de Alice. Que por sinal se dependesse de mim estaria bem longe de Virgínia também.
- Está apaixonada por ela?
- Sim.
- E se eu ajudar você com isso?
- Com o quê?
- A separar as duas. Alice é bem interessante, vai que consigo fazer Tália ficar com ela. Assim a Virgínia desencana dela e o caminho está livre para você.
- E como isso aconteceria?
- Seu aniversário é semana que vem, podíamos dar uma festinha. Você convida Virgínia, diz que ela pode trazer Alice. E uma coisa leva a outra.
- Detesto meu aniversário.
- Supera! Dessa vez vamos comemorar e você vai conseguir ficar com a Virgínia e ainda por cima eu consigo limpar minha barra com a Alice.
- Você poderia usar essa inteligência para coisas boas sabia?
- Eu uso. Ao meu favor, quer bem maior que esse? – deu de ombros e as duas riram.
- Como está na empresa?
- Tudo bem. Só preciso me manter lá. Mas você vai me ajudar nisso. – comentou.
- Sim. Vou ajudar. Mas se você prometer que depois do meu aniversário vocês vão conseguir uma casa.
- Prometo. – beijou os dedos formando um X.
- A Jordana assinou os papéis do divórcio.
- Não fez mais que a obrigação dela. – revirou os olhos.
- Acho que ela sabe sobre o meu interesse na Virgínia. Tanto que não quis me vender as ações dela na empresa.
- Claro que ela sabe. Você já cogitou a hipótese de que ela pode te amar ainda?
Escutar tal frase foi como acertar um soco em seu estômago. Ficou inquieta e isso não passou despercebido por Rebeca que a fitava sem disfarçar. Descobri a traição foi difícil, e mais difícil ainda foi passar todo o sofrimento sozinha por vergonha de contar o que havia acontecido.
- Não tem volta.
- Ainda não entendo como o casamento de vocês terminou tão de repente, vocês eram ótimas juntas. – insistiu.
- Beck, é melhor...
- Não! Você é minha irmã, e sei o quanto sofreu com a separação, você se escondeu por meses. Apesar de sempre tentar parecer bem, era notório o seu sofrimento. Agora que ela voltou vocês deviam conversar, se entender e tentar...
- A JORDANA ME TRAIU! – gritou sem conseguir controlar a raiva e a decepção. Encarar a pena da irmã, era melhor do que ficar escutando-a falar de Jordana. – Foi isso que aconteceu, nós não temos mais o que conversar. – falou com o tom mais baixo, sentia vergonha ao revelar aquilo a irmã.
Rebeca recebeu a informação e ficou boquiaberta. Jamais imaginou que o motivo do término havia sido esse. Sempre acreditou que Jordana fosse completamente apaixonada por sua irmã afinal nunca se desgrudavam e a forma como as duas se tratavam era algo que beirava o ridículo. Pareciam duas adolescentes apaixonadas, mas aparentemente as aparências enganam. Levantou-se, foi até o bar, pegou dois copos, neles depositou um cubo de gelo e serviu uma generosa dose de uísque.
Voltou para o lado da irmã, estendeu o copo em sua direção. Amélia levantou a cabeça e fitou os olhos da outra com pesar. Pegou o copo e tomou um gole, em seguida seu dedo indicador foi até o gelo e começou a mexer nele. Falar daquele assunto trazia fantasmas que há muito estavam adormecidos.
- Parece que não somos boas para relacionamentos. – lamentou Amélia.
- Desisti disso desde o noivado.
- Eu ainda quero acreditar que vou encontrar alguém que me ame. Me ame tanto que apenas a possibilidade de me perder possa ser suficiente para não me trair. – confessou.
- Vai ver que essa pessoa é a Virgínia.
- Não sei. Fui sincera com ela hoje, falei o que sinto.
- E ela?
- Nada. Só a deixei em casa. Ela sentiu ciúmes quando viu uma das modelos entrando no meu quarto tarde da noite no sábado.
- Você ficou com ela?
- Quem? A modelo? – ela confirmou. – Claro que não, apenas conversamos e depois ela foi embora. Mas a Virgínia não viu essa parte. – sorriu se lembrando do surto da fotografa no carro.
- Então ela gosta de você. – concluiu.
- Mas também gosta da Alice.
- Entendo. Resta saber de quem ela gosta mais. E eu espero que seja de você, caso contrário seria louca.
- Você viu o quanto Alice é linda?
Nesse momento Rebeca lembrou do sorriso da garota enquanto conversava com sua amiga na noite do bar. A forma que jogava os cabelos, o quanto ficava vermelha quando irritada. E sim, de fato a loira era muito linda.
- Vi. O que não quer dizer que você também não seja linda, bem sucedida, madura...
- Velha, você quer dizer. – a interrompeu.
- Você não está velha. Continua linda.
- Obrigada. – sorriu. – No final das contas nem está sendo tão ruim ter você aqui. – falou apertando sua mão carinhosamente, levantou-se.
Pegou sua mala e foi em direção ao segundo andar precisava dormir. Seu corpo pedia descanso em sua cama e seus lençóis.
- Isso significa que não preciso conseguir um lugar para morar depois do seu aniversário? – gritou antes que ela subisse a escada.
- Não abusa. – deu de ombros sorrindo.
- Não custava na tentar. – resmungou sozinha, e voltou sua atenção a leitura.
Tomou todo o líquido de seu copo e em seguida pegou o de Amélia e bebeu o que ficou. Sentiu raiva de Jordana, era a primeira vez que ao pensar na mulher sentia desejo de cometer um crime. Apesar de não entender o que levou Amélia a esconder tantos anos o motivo do divórcio, sabia que ela havia ficado com vergonha da situação. Mas como alguém que já foi traída, ela sabia bem que a irmão não era culpada na situação. Nada justificaria o que Jordana havia feito. Suspirou olhando o dia ensolarado pela porta de vidro. Decidida levantou-se e foi vestir um biquíni. Enquanto tomava sol pensava em como arrumar a má impressão que Alice possivelmente estava dela.
- Você caiu da cama? – Tália questionou em sua frente com as mãos na cintura e os olhos quase fechados devido a claridade.
- Não consegui dormir. Uísque? – estendeu seu copo.
- Sim, por favor. – aceitou bebendo o líquido. – Amélia chegou?
- Agora a pouco. Deve estar dormindo.
- Entendi.
- Tália. – falou sentando-se virada para ela.
- O que você fez? – questionou assustada.
- Nada. Quer dizer, lembra a moça do bar ontem?
- Sim, a loirinha que conseguiu te irritar. O que tem ela?
- Ela é filha de Larissa e Isabella.
- Você só pode estar brincando. – começou a rir. – Me diz que está brincando. – suplicou deixando o sorriso morrer em seus lábios que começaram a perder a cor.
- Não estou.
- Como você descobriu?
- Amélia me mostrou uma foto dela.
- Estamos ferradas! – deixou o corpo cair.
- Eu estou, você quis dizer. Fui mal educada com ela. Eu que fiz aquela cena toda.
- Sou seu braço direito, acha mesmo que me manteriam lá sem você?
- Não. Mas ninguém vai perder o emprego. Vou arrumar as coisas.
- Como?
- Vamos dar uma festa de aniversário para a Amélia.
- Elas se conhecem?
- Não. Amélia gosta daquela fotografa e aparentemente as duas estão se envolvendo.
- Amélia e a fotografa?
- Elas também, mas estou falando da Alice com a Virgínia. Convidar uma significa convidar a outra.
- E se ela não vier?
- Ela vem, por que acho que deve sentir ciúmes da Amélia. – concluiu pensativa. – Eu sentiria se estivesse no lugar dela.
- Deixa ver se eu entendi. Ela vem, você se desculpa e a gente implora para ela não contar nada as mães, é isso?
- Basicamente. Mas tem outra coisa.
- Tenho medo de você. E sinto que vou me arrepender de perguntar. Mas qual a próxima parte do plano?
- Você tem que conquistar a Alice.
- Nãooo! – saltou da cadeira. – Estou tentando manter meu emprego. Se eu ficar com ela estou assinando minha saída de lá. – apontou em sua direção.
- Essa parte é apenas para ajudar a Amélia. Prometi que deixaria o caminho livre para ela.
- Ótimo. Sua irmã, seu problema. Aproveita que tem que se desculpar e mantenha a garota por perto. Converse toda a noite e dê espaço para sua irmã e a fotografa. Mas não me pede para ficar com a Alice. Não vai rolar. Não mesmo.
- Covarde.
- Pode me chamar do que quiser. Mas pretendo manter meu emprego. – deu de ombros fechando os olhos e sentindo o calor do sol aquecer seu corpo.
- Até que ela é bonitinha. E sei que faz o seu tipo. – Rebeca comentou baixo.
- O que faz o meu tipo é o lindo salário que vou receber. Preciso desse emprego.
- Relaxa! Vai dá tudo certo. – comentou contendo um sorriso.
Na manhã seguinte as duas saíram cedo para a empresa. Enquanto subiam de elevador conversavam sobre os planos para a festa de Amélia e as formas que poderiam agir para que Alice pudesse esquecer o ocorrido no bar.
- Será que podemos conversar? – as duas mulheres se viraram em direção a voz e Isabella as fitava.
- Claro. Vamos entrar. – Rebeca indicou sua sala. – Tália, você pode olhar como está minha agenda?
- Pode deixar. – respondeu. – Ela já sabe. – afirmou em um sussurro.
Rebeca desde pequena aprendeu a não sofrer por antecedência. Nunca se desesperou por imaginar que iria tirar uma nota baixa, esperava que acontecesse. E na maioria das vezes em que ela achava que algo ruim aconteceria, acabava nem acontecendo. Assim aprendeu a evitar o sofrimento antecipado.
- Sente-se.
- Não preciso sentar. O que tenho para falar será algo rápido. – comentou de um fôlego só. – Eu vou ser o mais direta possível. – Rebeca já não conseguia transparecer tanta calma como anteriormente. – O que você tem com a Virgínia?
Ao escutar a frase a mulher sentiu o corpo relaxar e uma imensa vontade de rir lhe atingiu. Mas manteve sua pose, mesmo que internamente estivesse aliviada por se tratar disso e não de como tratou a filha de Isabella.
- Eu não tenho nada com a Virgínia. – afirmou.
- Vi você deixando-a em casa ontem. Não adianta mentir.
- Mas eu não estou mentindo. Eu não deixei Virgínia em casa. Você está confundido.
- Não minta! – alterou a voz, era notório o quanto aquele assunto a desestabilizava.
- Isabella, você precisa se acalmar. – continuou. – Primeiro, o que essa Virgínia tem de tão importante? – questionou como se não soubesse que Alice e ela estavam se envolvendo.
- Acho que ela e a minha filha estão namorando.
- Isso é um problema?
- Sim! – falou entre dentes.
- Segundo não fui eu quem você viu com a Virgínia, foi a minha irmã. Amélia.
- O que ela tem com a sua irmã?
- Virgínia trabalha para ela. Mas acho que Amélia gosta da Virgínia. Esse final de semana elas foram para Ouro Preto fazer umas fotos de uma nova campanha. Possivelmente quando as viu juntas haviam chegado de viagem.
- Entendi. Só preciso afastar essa garota da minha filha. – comentou de uma forma que agradou a Rebeca. Quem sabe a mãe de Alice poderia ser sua aliada para separar as duas.
- Por qual motivo você não as quer juntas?
Apesar de ter a resposta na ponta da língua, Isabella calou. Não confiava suficiente em Rebeca para lhe confessar algo tão particular e íntimo. Antes mesmo de contar a esposa quem era Virgínia. Ao outro lado da mesa, Rebeca aguardava ansiosa a reposta. Que infelizmente não veio.
- Eu preciso ir. Obrigada pela conversa. E desculpe a acusação.
- Não precisa se desculpar. E eu entendo sua preocupação. – a advogada acenou e deu as costas. – Isabella, sei que não nos conhecemos suficiente, mas espero que um dia possa confiar em mim. E possamos ser amigas.
Mal a advogada saiu e Tália adentrou a sala aflita.
- Me diz que eu não perdi meu emprego. – sentou-se a sua frente.
- Não. Estamos seguras. – girou a cadeira.
- O que ela queria?
- Me questionar sobre o que tenho com a Virgínia. Aparentemente ela não aprova o relacionamento da filha com a garota.
- Uma mãe leoa. – afirmou.
- Preciso descobrir o motivo desse desespero.
- Vai ver ela ficou com a Virgínia. – comentou e em seguida deu risada. – Impossível, ela não trairia a esposa.
- Verdade. Mas tem alguma coisa que não me cheira bem nessa história e eu vou descobrir. – afirmou. – Agora vamos trabalhar?
Durante toda a manhã a conversa que teve com Isabella povoava sua mente. Precisava descobrir por qual motivo a advogada parecia tão desequilibrada com o possível relacionamento da filha com a fotografa. Já era hora do almoço quando decidiu que iria convidar a irmão para almoçarem juntas.
Sua intenção era apenas contar a conversa estranha que teve com Isabella. As portas do elevador de se abriram e ela caminhou até a sala da irmã.
- Se você veio falar de festa de aniversário, eu não tenho tempo. – resmungou sem tirar os olhos dos papéis que repousavam em cima da mesa.
- Na verdade, vim te convidar para almoçarmos juntas. – comentou sem se importar com o mal humor da irmã. Deixou a bolsa em uma das cadeiras e sentou-se em outra.
- Não tenho tempo para isso também.
- Tem certeza? E se eu disser que tive uma conversa um tanto quanto inusitada com a mãe da Alice, isso te faria mudar de ideia? – Amélia parou o que fazia e a fitou.
- Não. Afinal não tenho nada com a Alice.
- Mas a Alice tem com a Virgínia. E aparentemente Isabella não está muito feliz com isso.
Amélia batucou a ponta da caneta sobre a mesa. Fazendo-a deslizar de um dedo a outro. Rebeca sorriu vitoriosa sabendo que a irmã iria aceitar o convite.
- Você tem uma hora.
- É o suficiente. – saltitou feliz.
Foram em carros separados. Já no restaurante fizeram seus pedidos e Amélia tentava não parecer tão curiosa sobre a conversa de Isabella com Rebeca.
- Pode perguntar. Eu sei que você está se corroendo de curiosidade. – provocou com a sobrancelha erguida.
- O que a Isabella queria com você?
- Saber o que eu e a Virgínia temos. – a mais velha ficou surpresa. – Ela viu vocês duas juntas e achou que era eu. Na verdade, pela forma que me acusou parecia ter certeza.
- Ela nos viu juntas no carro. O que significa que já sabe o endereço de Virgínia. – concluiu preocupada.
- Isso é obvio. Mas uma coisa eu não entendi. – fez uma pausa. – Ela parecia completamente descontrolada. Sei que não é o fato da filha ser lésbica, afinal ela também é. Então só me resta a possibilidade de que não é o fato do namoro, e sim com quem ela está se relacionando. – Amélia ficou em silêncio. – Pelo que me parece você deve saber o motivo pelo qual a Isabella não quer o relacionamento das duas.
- Beck, eu sei sim. Mas é algo que diz respeito apenas à Virgínia.
- Você é tonta. Isabella claramente não apoia o namoro. Deveria usar isso ao seu favor.
- Você não deixa essa mania de sempre procurar os caminhos mais fáceis, não é? – Rebeca apenas sorriu. – Quero conquistar Virgínia por mérito meu, não vou jogar sujo.
- Mas não seria jogar sujo, seria apenas usar as cartas a seu favor. Enfim, seja o que for, Isabella não vai permitir que as duas fiquem juntas. Agora vamos almoçar?
Depois de se despedir de Rebeca, Amélia voltou para a empresa. Pensou muito sobre sua conversa com ela. E chegou à conclusão de que deveria contar a Virgínia sobre o assunto. Para preparar a garota caso a advogada fosse procurar por ela. Achou melhor que fosse na empresa, já que depois do que disse no carro o clima entre elas estava um tanto estranho.
- Virgínia, será que podemos conversar?
- Claro.
Caminharam até sua sala. Amélia sentou-se e esperou que a fotografa fizesse o mesmo. Desconfortável com o que havia acontecido no carro, Virgínia não conseguia manter seus olhos nos da chefe.
- Se for sobre o que você me disse eu...
- Não. Não é nada disso. – acalmou-a. – Eu acabei de almoçar com a Rebeca.
- Sua irmã?
- Sim. Ela me contou sobre uma conversa que teve mais cedo com Isabella.
- A mãe de Alice? – questionou confusa.
- Sim. Isabella nos viu no carro. Pensou que fosse a Rebeca. Foi questionar o que vocês têm.
- Como ela nos viu? – questionou confusa.
- Aparentemente sabe onde você mora, o que me faz pensar que também já sabe quem você é.
- Droga! – passou as mãos nos cabelos.
Amélia se aproximou e tocou seu joelho tentando passar algum conforto. Tentando conter a vontade de abraça-la. Virgínia sorriu ao sentir o contato. Fitou os olhos da mais velha e lembrou de tudo que a outra havia dito dentro do carro, de alguma forma sentiu seu coração bater descompassado.
- Eu sinto muito. – falou baixo.
- Não tem o que sentir, sempre soube que se ela descobrisse uma hora iria me procurar. Só não estava preparada.
- Não quero te assustar, mas se ela é capaz de questionar a Rebeca sobre o que vocês supostamente devem ter. Ela irá até sua casa, vai tentar de alguma forma chegar até você. Se precisar pode ficar lá em casa uns dias.
- Eu? Na sua casa?
- Sim. As coisas por lá andam bem movimentadas. Mas iria adorar dividir minha cama com você. – sorriu com malicia e Virgínia sorriu junto.
- Vou ficar bem. Não se preocupe. Obrigada por tudo. – sorriu e abraçaram-se.
A mais velha sentiu o cheiro da outra, apertando ainda mais seus braços ao redor da fotografa. Observou atentamente quando ela saiu da sala. Queria poder ter a chance de cuidar de Virgínia. Estava disposta a dar tudo o que ela precisava e sem a complicação de um relacionamento cheio de medos e inseguranças como seria caso ela escolhesse Alice. Mas não sabe quanto tempo a jovem levaria para cair em si e perceber o que sente pela chefe. Estava disposta a esperar. A única coisa que restava para ela, era esperar.
Fim do capítulo
Oiê. Voltei e com novidades.
Se tem uma coisa que eu aprendi com meus quase 6 anos de casada é que manda quem pode obedece quem tem juízo. Minha amada esposa comprou a briga de vocês. Ela já leu até o 47, e fala que é horrivel ficar esperando um capítulo novo, que não é justo. E como eu gosto de sexo e ela tocou no meu ponto fraco, decidi que vou postar 3x na semana. Sendo na terça, quinta e sábado.Para a alegria de vocês e meu bel prazer. Lógico! Não tenho nem coluna para ficar dormindo no sofá. kkk
Agradeço cada comentário e palpite, são meu combustível para continuar escrevendo.
Por favor, as leitoras que ficam na moita, venham nadar na lagoa, prometo que cabe todo mundo.
Muita gratidão a todas vocês, suas lindasss. Beijos e boa leitura.
Volto na quinta.
Comentar este capítulo:
Lea
Em: 13/01/2022
Mãe sabe de tudo( ainda mais quando é super protetora,igual a Isabella),sei que é pelo fato do parentesco com a ex,que não aprova esse relacionamento da filha. Mas já vemos que até a Virgínia está confusa, não vi ela tendo esses descompassos no coração com a Alice,ela vai descobrir que o que sente pela Alice é só atração e carinho!
Rebecca não precisa jogar sujo!!
Resposta do autor:
Mãe sempre sabe mesmo. Acho que o que faz o carinho por Alice é justamente a confusão do passado.
izamoretti30
Em: 22/09/2021
amanhã tem capítulo ?
Ja amo a mãe da Alice!
Afasta mesmo essa Virgínia dela, nosso casal agora é Alice e Rebeca.
Diz que a virgina vai morrer quando ver Alice e ela? Diz que sim? Rsrsrs
queor muito o capítulo logo que tenha algo rolando delas
Resposta do autor:
Daqui a pouquinho tem capítulo. kkkk
Obrigada por comentar.
Beijosss
[Faça o login para poder comentar]
laisrezende
Em: 22/09/2021
Cara, peguei um ranço tão grande da Virgínia. Eu pulo as partes que tem ela, sorry autora maravilhosa. Rebeca vai ficar louquinha pela a pirralha né hahahahaha
Resposta do autor:
kkkk. Pena que eu não posso fazer o mesmo enquanto escrevo. kkk Mas adoraria pular essa parte tbm.
Beijosss
[Faça o login para poder comentar]
barbara7
Em: 22/09/2021
Porra, pelo jeito essa familia só tem mau caráter hein. Autora, ai fica difícil viu . Coitada da Alice, a maior vítima de tudo. Somos palhacas pra voce autora? Jkkkkkkkkk. Todo mundo louco shopping Alice e Rebeca
Resposta do autor:
kkkkk. Mulher se para você ler é dificil imagina o meu trabalhão para escrever. e ainda aguentar as porradas do povo nos comentários. kkkk
Mas sigo firme na minha proposta de dar o melhor para vocês sempre. Obg por comentar
Beijossss
[Faça o login para poder comentar]
lay colombo
Em: 22/09/2021
Primeiramente um bjo pra maravilhosa da sua esposa q já fez minhas semanas mais felizes e outro pra vc por escutar sua esposa kkkk
Bom a gente sabia q ia dá rolo com a Isa né, querendo ou não ela tem um trauma muito forte com oq aconteceu e provavelmente npor se culpar pela morte da Alana (tô dizendo isso pq ela mesma falou uns capítulos atrás q se culpava) ela deve achar q a Virgínia tbm culpa ela e q tá usando a Alice pra se vingar. Inclusive já vejo a próxima briga entre ela e a Lari nesse assunto, pq ambas estão escondendo informações sobre o relacionamento da Alice.
Rebeca não perde tempo né, já tá com mil planos pra separar o casal, porém não acho q vai ser a Talia qm vai pegar a Alice e sim a própria Rebeca, afinal as duas já tiveram um primeiro encontro bem Isa e Lari kkkkkkk
Resposta do autor:
kkk. VOu dar o beijo, pode deixar.
Obrigada pelo comentário. E volte sempre.
Beijoss.
[Faça o login para poder comentar]
Drea
Em: 21/09/2021
Voltei pq esqueci de comentar o quanto a sua esposa tá em vantagem... Que inveja ela tá mais de 20 capítulos a minha frente, realmente estou com inveja
Resposta do autor:
na verdade, ela não acha vantagem. Fica reclamando pq não tem mais o que ler, me cobra para escrever mais. kkk. Coloca até meta de quantos capítulos preciso escrever para ela poder voltar a ler.
Beijos
[Faça o login para poder comentar]
Drea
Em: 21/09/2021
Babado, kkkkk... Não ligo se Rebeca não é do vale, eu vi e presenciei o clima delas, a tensão foi palpável. Sinto q Rebeca vai se envolver numa rede, quando perceber estará totalmente enrolada em/ com Alice
Ps: Acho q acertei quanto a mãe de Alice
Resposta do autor:
Alice a pescadora? Será que ela vai pegar a sereia Cardoso?
Tomara viu. Pq a coitada só da bola fora. kkk
Beijosss
[Faça o login para poder comentar]
preguicella
Em: 21/09/2021
Tô me candidatando a ser presidente de um fã-clube para sua esposa! Pessoa mais maravilhosa e iluminada do universo não existe! hahaha
Só por isso saí da moita!
Ah, saí tb pra dizer que esse caráter duvidoso de Rebeca não está me agradando, masss imagino que ela vai se ferrar muito amando loucamente Alice e esse vai ser o maior castigo dela, pq acredito que vai ter que sofrer pra conquistar a lourinha.
Ah, #ficaadica, tb quero ver o relacionamento de Anna e Iara, vamos ter alguma parte da história com elas aparecendo?!
Ah, Bella tá chataaaaa, implica com o possível namoro da irmã, implica com o relacionamento da filha (esse tio dando o benefício da dúvida, pq Virgíniapode ser uma louca querendo vingança), reclama que a Lari só quer saber de trabalho e quando ela contrata alguém, reclama que tá pagando muito, não me faz pegar ranço! haha
Qualquer hora eu apareço de novo!
Bjão
Resposta do autor:
Ela bem que gostou da ideia do fã clube viu. kkk. Ama ler os comentários comigo.
Bella tá pior que antes. kkk
Apereçaaaa sim, por favor.
Beijoss
[Faça o login para poder comentar]
Mille
Em: 21/09/2021
Kkkkklk adorei
Bella não quer esse a filha com a Virgínia.
Ideia da Rebecca de juntar a Alice com a Talia não é uma boa.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Bella não quer nem que os filhos cresçam quanto mais a filha namorando a irmã da ex dela. kkk
Não nego, talvez nas mesmas circunstâncias eu fosse pensar da mesma forma que ela. O trauma foi enorme.
Beijossss
[Faça o login para poder comentar]
SPINDOLA
Em: 21/09/2021
Autora, como asssimmmmm, Rebeca não é do vale, kkkk, e está tentando ajudar a irmã jogando a amiga Talia pra cima da sapinha Alice, ai ai ai, gostei não, kkk. Este treim está ficando cada vez melhor, Virginia trouxe a Alice pro vale, que vai trazer a Rebeca aposto, kkkk, isso com certeze vai dar curto,kkk.
Alice entrou pro vale e amou o fogo no parquinho, kkk, Rebeca que lute, kkk, que estou sentindo que a sapinha Alice vai enlouquecê-la, kkk.
Eita que Isabella já sabe da Virginia, e vai dar ruim de vez.
Bjs
Resposta do autor:
Oiê. Pois é, a mona é hetero. kkk
Bora torcer para loirinha ser a cura dela.
Beijosss
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]