Em minha pele
Ela segurava meu rosto com seus dedos firmes contra minha pele, e sua língua se sobressaía da minha, passando por meus lábios e, com os seus, colocava-se contra os meus, mordendo-os devagar. Eu inconscientemente me movimentava por cima dela, e ela ao perceber isso, passou sua mão livre por minhas pernas.
Quando nos separamos do beijo, eu segurava Amanda com minhas mãos em seu rosto, olhando para cada detalhe seu, sobretudo os seus olhos que chamavam a minha atenção. Seu olhar era diferente de qualquer um que ela tivesse me dado até aquele momento.
Se a primeira vez que nos vimos ela parecia taciturna, e na primeira vez que nos beijamos ela estava aliviada e a primeira vez que passamos a noite juntas ela parecia receosa, agora sua postura era uma totalmente diferente. Amanda, com sua postura, parecia...
Dominante.
Ela segurou meu cabelo com firmeza, puxando-o para trás levemente, o que me fez deixar escapar um gemido baixo. Amanda deslizava sua língua que percorria meus lábios indo direto ao meu pescoço, fazendo um sinuoso caminho que ia e voltava naquela região. Eu a deixava fazer o que queria ali, e ela, ao aproximar-se do meu ouvido, sussurrou:
— Hǎi yún... – seu tom de voz era suplicante e desejoso. Quando voltei a olhar ela novamente, sua postura tinha recuado, e ela mantinha a cabeça baixa.
Eu sabia o que tinha visto, e sabia também que queria ver aquilo mais uma vez. Amanda era uma pessoa que se estimulava pelo que ouvia e, em uma atitude ousada até para meus parâmetros, suspirei e, segurando seus braços contra a cama, sussurrei em seu ouvido, como ela tinha feito comigo:
— Amanda... – prendi seus pulsos com minhas mãos, e arrastei meus lábios por seu pescoço, sentindo seu corpo todo arrepiar ao meu toque – Me mostra como você quer me tocar.
Ela travava, respirando fundo ao me ouvir. Ainda estava contida, porém minha dúvida tinha se resolvido, só precisava de mais um empurrão...Me aproximei novamente dela, tocando em seu lóbulo com meus lábios, e sussurrando, pedante:
— Me faz chorar de prazer, Amanda.
Ela respondeu com um leve ofego, quase inaudível que saía dos seus lábios, e seu olhar voltou, com a aura agora tomada por uma luxúria intensa, mostrando a faceta ao qual tanto tinha guardado.
Amanda grunhiu consigo em um gemido baixo ao me ver falando aquilo, em um sinal pessoal de que tinha desistido de deixar o que sentia contido. Abriu os olhos e ao me ver, cerrou os dentes, deixando escapar um suspiro baixo como seu gemido e, ao me tocar, vi que aquela não era a Amanda que eu achava conhecer.
Se pudessem rotular Amanda, claramente o adjetivo que usaria a priori seria tímida, calada, ou até mesmo introvertida, apesar de ter um grande carisma com as pessoas ao seu redor. Se vissem Amanda no cotidiano e com a sua rotina caseira, familiar e devotada ao estudo e religião, não imaginaria que aquela pessoa poderia pensar em se envolver com alguém, principalmente com uma garota e sobretudo, da maneira em que ela fazia agora.
Era visceral, cru, vivo. Ela me tomou em seus braços com tanta vivacidade que mal pude reagir, a não ser obedecendo ao que acontecia, me deitando na cama e sentindo o seu toque tenaz contra o meu corpo.
Nosso beijo era profundo. A conexão do nosso corpo era maior do que da primeira vez e aquilo que já tinha se mostrado bom agora tomava outros contornos ainda mais íntimos. Amanda arrastava seus lábios urgentes pelo meu corpo, beijando-o com agudez e firmeza e quando eu pensava em reagir, ela me segurava com suas mãos enraivadas, entranhadas de libidinagem que percorria por nossos poros.
A única coisa que poderia resumir exatamente o que sentia era a tesão. Ver o seu corpo me devorar com seus beijos ainda mais intensos fazia com que isso ficasse claro em meio a minhas pernas que, já despidas, só deixava mais claro o que sentia.
E sem rodeios, ela passou os dedos por lá, sentindo a umidade percorre-los, e o que ela fez em seguida me emudeceu. Ao ver que eu estava excitada, claramente pelo toque do seu corpo contra o meu, ela passou a ponta da língua entre seus dedos, arrastando-os entre meus lábios e consequentemente, colocando em minha língua, movimentando devagar.
Eu obedeci ao que ela pedia com aquele gesto, ch*pando seus dedos devagar, fazendo-a sentir o toque da minha língua contra eles, sugerindo algo a mais. Amanda me encarava de cima, com os lábios entreabertos, gem*ndo baixinho ao ver o que eu fazia.
Quando parei de fazer aquilo, ela retirou por si sua camiseta, jogando-a no chão, assim como sua calça. Amanda me encarava desejosa, como alguém que estava preste a atacar sua presa, mas que ainda não estava totalmente satisfeita com o que fazia.
Então ela segurou minhas mãos, entrelaçando com seus dedos e sussurrou para mim:
— Vou dar o que você merece.
E beijou seu rosto, assim como meu pescoço, meu lóbulo, meus ombros e meus seios. Ela os segurava com uma mão e os beijava com outros, sendo que fazia isso me encarando, analisando cada reação minha para assim, então, colocar minhas pernas apoiadas na cama para que ela pudesse descer sua boca até lá, e quando chegou lá...
— Isso... – era a única coisa que eu conseguia esboçar enquanto ela me beijava voraz, com sua língua pressionando aonde devia, e seu movimento de ir e vir que me estimulava mais ainda.
Sentia que eu ficava ainda mais úmida, e ela também, com os olhos fechados, concentrada no que fazia ao segurar seu cabelo, puxando com relativa força na medida do prazer que ela me proporcionava.
Deixava escapar um e outro gemido, um mais alto que o anterior, e isso era o parâmetro para que ela soubesse que estava fazendo o certo, porém, quando comecei a me contorcer mais em sua boca, ela parou.
Encarei-a sem entender e ela, mordendo os lábios devagar, gesticulou para que eu ficasse de costa para ela, e quando fiz isso, não imaginava o que iria receber.
Ela beijou delicadamente meus ombros, e com movimentos leves, arrastou sua boca por minha costa, beijando-a ternamente por toda sua superfície, indo e voltando fazendo meu corpo arrepiar com o toque de sua boca.
Eu gemia baixo, sentindo cada toque da sua boca contra minhas costas. Aquilo era bom na medida certa, e o cuidado ao qual ela fazia me excitava ainda mais, só que...
Ouvi ela gem*r baixo e, se apoiando sobre mim, senti algo me tocar exatamente onde estava úmida. Ela acariciava aquele lugar com cuidado, mas não demorou muito para que ela, sentindo seus dedos molharem, os colocassem em mim.
E então, eu entendi o que seu olhar dominante queria dizer.
Meu corpo se enrijeceu e ela, passando a mão no meu cabelo, o deixou envolto para que assim ela pudesse puxá-lo na medida em que movimentava sua mão.
Não lembrava se já tinha deixado ser ouvido um gemido tão demorado quanto dei quando ela fez aquilo. Amanda deixou escapar um dos seus gemidos baixos perto do meu ouvido.
Eu estava ali, naquela posição de joelhos que estavam tendendo a escorregar por conta do seu toque incessante, enquanto ela, que estava por cima de mim, me estimulava tanto em baixo como em cima.
Quando ela se sentiu confortável, colocou mais um dos seus dedos em mim, movimentando com tanta destreza, pressionando com sua mão que eu nem conseguia pensar em outra coisa que não fosse aquilo. Não pensava na vergonha que eu teria em estar naquela posição, ou nem fazendo o que estava fazendo, só pensava no intenso prazer em que ela estava me proporcionando.
Ela largou meu cabelo e arrastou sua mão até meus seios, os pressionando enquanto movia sua mão mais rápido. Eu podia ouvir o atrito do seu toque contra a umidade que tinha ali, e aquilo a deixava ainda mais estimulada.
Eu me sentia contrair nela, que deixava um ou outro ofego satisfatório sair de seus lábios e naquele momento, sem fôlego, ela sussurrou para mim.
— Hǎi yún...
Respondi gem*ndo baixinho, assentindo.
— Vira pra mim, eu quero ver você.
Ela se sentou na cama e, sem tirar seus dedos, me virei para ela, sentando em seu colo e consequentemente em sua mão.
Era difícil fazer aquilo quando te encaravam tão de perto, mas ela queria isso. Ela continuou a movimentar seus dedos que iam suavemente indo e voltando assim como a pressão que sua mão fazia e eu, gradualmente, me mexia indo e voltando como ela.
Seu rosto suado e cheio de prazer tão próximo de mim mostrava que a intimidade não era exatamente fazer o que fazia, e sim fazer o que fazia tendo certeza que o outro estava olhando. Enquanto mexia meu quadril de um lado ao outro em seu colo, sabia que ela encarava meu rosto suado, meu cabelo bagunçado e minha possível cara de prazer.
Só que nada disso importava. O que importava era ela segurando minha cintura e me levando junto com ela naquele movimento.
Seu rosto prazeroso, com os lábios que ora ou outra mordia, seus olhos semicerrados e o gemido que ela deixava escapar de sua garganta fazia que eu, ainda mais excitada de ver aquilo, fechasse os olhos e pendesse a cabeça para trás, me movimentando o mais rápido que podia conseguir em cima dela.
E ela acompanhava o ritmo frenético que meus quadris apresentavam ainda assim. Fui até ela e a beijei, o que não demorou, já que eu sentia que estava chegando lá.
— Amanda... – murmurava entre nosso toque.
— Por favor, faz isso – ela respondia no mesmo tom, fechando os olhos.
— O quê?
— Eu quero sentir você goz*r.
Ter ouvido aquilo foi o gatilho para que eu, desprendida de qualquer vergonha, me mexesse com as pernas ainda mais abertas sob ela e, segurando em seu cabelo e me apoiando em seu corpo, me deixasse levar pelo movimento que ela fazia em mim e eu nela, para que, em uma explosão, eu sentisse tudo aquilo que estava guardado se esvair aos poucos de mim.
— Nossa... – eu murmurava enquanto me deixava cair na cama, recuperando o ar.
Sua mão estava molhada, e ela encarava aquilo com certa curiosidade. A vergonha começava a recair sobre mim ao ver aquilo, e vi que Amanda ficava de cabeça baixa.
— O que foi, Amanda? – sussurrei, sentando ao seu lado novamente.
— É que... – ela olhava para suas mãos – Deixa pra lá.
— Aconteceu alguma coisa ruim?
— Não, de jeito nenhum, é que... – a vergonha voltou a tomar conta dela.
Levantei as sobrancelhas, entendendo do que se tratava e, sentando em seu colo, dessa vez eu que a tocava e, quando a toquei, meu ar fugiu.
— Amanda... – sussurrava para ela.
— O quê?
— Me deixa te ch*par?
— Hǎi yún! – ela abaixou a cabeça, colocando as mãos entre o rosto, e eu a deitava na cama devagar, sussurrando devagar em seu ouvido.
Agora eu que estava dominada pela lascívia.
— Deixa eu sentir o seu gosto, por favor... – dizia retirando devagar sua calcinha.
Ela suspirava pesado de novo, e eu sentia pelo meu toque contra ela que ela se contraia novamente. Amanda concordou com a cabeça rápido, desviando o olhar.
— E se eu te disser que quero que você goze na minha boca?
Ela colocou a cabeça para trás, suspirando alto. Mordi o lábio inferior devagar, sentindo um misto de tesão e travessura percorrer meu corpo e sem delongas, abaixei para sentir o gosto dela em minha boca.
Era intenso e vívido. Ela se contraía quando eu a beijava com voracidade, ao mesmo tempo com a delicadeza para sentir aquilo ao máximo possível. Passava a língua devagar por ali, para cima e para baixo, e vez ou outra pressionando o lugar que tanto excitava ela.
Amanda segurava meu cabelo, me trazendo ainda mais para ela e eu, obediente, aceitava tudo aquilo. Eu queria tudo aquilo. Eu queria sentir a Amanda, eu queria dar o prazer que ela me dava e, sobretudo, queria sentir o gosto do seu prazer todo em minha boca, o máximo que eu pudesse.
Ela gemia mais alto que já tinha ouvido, e contorcia suas pernas me prendendo nela, exatamente como eu queria, me trazendo ainda mais para ela e eu, me afundando mais naquele ato hipnótico, queria sentir aquilo que ela me proporcionou.
Amanda já estava excitada o suficiente para que eu não precisasse demorar tanto naquilo, e na medida em que ela mexia seu quadril de cima para baixo ainda mais rápido, sentia que ela estava chegando lá, já que quando ela se movimentou o mais urgente que antes, segurando meu cabelo com mais força, senti algo quente vir contra minha língua, o que me deixou excitava novamente como ela.
E eu, ainda obediente, fechei os olhos e deixei o seu gosto percorrer a minha língua, na medida em que a beijava para que nada daquilo escapasse da minha boca. Quando levantei, limpei a boca devagar com minha mão e, olhando para ela que encarava o teto ofegante, pisquei algumas vezes inebriada pelo cheiro que ficara em meu rosto.
Deitei ao seu lado, encarando o teto como ela.
— Caramba... – ela murmurava olhando para cima.
— Amanda – disse séria.
— O que foi?
Virei a cabeça para o lado, e deitei no seu ombro, passando a perna e o braço em cima dela, a puxando para um abraço.
— Nunca imaginaria isso vindo de você.
— Desculpe, eu...
— Não se desculpe – passei os dedos em seus lábios – Continue assim.
Ela soltou um risinho e virou para beijar minha testa e, com o braço que estava embaixo de mim, me tomou para ela em um outro abraço, envolto em seu braço. E ali ficamos, comigo ouvindo sua respiração pesada e compassada, com os olhos fechados, enquanto ela acariciava meu cabelo.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]