Capítulo curtinho, mas que aquece o coração <3
Afinal, o que é isso?
Minha mente não me deixava em paz. Se pudesse, bateria minha cabeça contra a parede para que esses pensamentos parassem de se perpetuar em minha mente, dia após dia, minuto após minuto, mas o máximo que isso me deixaria era tonta e com mais uma dor de cabeça.
Eu sabia que eu era inútil e desinteressante, mas pesava muito quando isso ressoava na minha cabeça sem parar. Não conseguia me concentrar em desenhar, ir pra escola e até mesmo fazer as coisas que achavam básicas como comer e tomar banho.
Estava tão cansada que mal podia me machucar. Não tinha força para isso, ou de sequer falar de como eu me sentia. Nunca me entendiam, e seguir sem dizer nada era mais fácil.
Estava sozinha em casa, e Amanda sabia disso, mesmo que eu não dissesse. Ela costumava dizer que era perceptível na minha voz ou na minha ausência mesmo quando eu estava presente.
Então ela tocou o interfone e eu, me arrastando, com a mesma roupa de outros dias e uma cara de alguém que precisava de um jeito, a atendi. Não tinha pique para poder me arrumar.
Ela veio até mim, me abraçou e beijou meu rosto. Seu corpo quente e cheiro suave era como a tarde que fazia naquele dia, indo de encontro a mim.
—Trouxe sorvete pra nós – e levantou uma sacola.
Gesticulei para que entrasse e, assim que guardei o conteúdo na geladeira, senti seus braços passando por minha cintura, tirando um inesperado sorriso de mim.
— O que faço pra alegrar esse seu lindo rostinho? – ela sussurrava em meu ouvido.
— Só sua presença já me anima... – arrastava minhas mãos sob seu pescoço, puxando-a para beijar seu rosto. Minha mente silenciava em parte quando ela estava presente, mas tinha convicção de que não podia me aproveitar disso sempre.
Ela me trouxe ainda mais para os seus braços e eu virei, indo de encontro aos seus lábios, que me beijavam com afinco. Aquilo me fazia suspirar e ela, em um ato inesperado, segurou minhas pernas para que eu as prendesse no meu colo.
Amanda não era tão mais alta do que eu, nossa diferença era pouca, mas ela era notavelmente mais forte do que eu, capaz até mesmo de carregar alguém, e era o que fazia comigo. Continuei lhe beijando enquanto ela seguia o caminho esperado até o meu quarto.
Tive receio que ela visse a bagunça que ali estava, mas ela não se importava, continuando a me beijar da mesma forma delicada, porém com determinada ousadia, me levando para a cama e deitando em cima de mim.
Mantive meus olhos fechados, e senti que Amanda parou nosso beijo, hesitando ao se levantar.
— Hǎi yún, tem uma coisa que eu quero te falar...
— O quê? – perguntava, segurando seu rosto, encarando seus olhos esguios.
— Eu... – ela segurava em minha camisa – Quero te dizer isso faz um tempo...
— O quê, Amanda? – minha mente já mergulhava nas piores situações, totalmente diferente do que estava sendo mostrado.
— Eu te amo.
Arqueei as sobrancelhas, confusa.
— Como?
— Eu não estou apaixonada por você. Quer dizer, também estou, mas...Eu sinto mais do que só isso – e segurou na minha gola levemente, encarando-me mais de perto até que sua voz se tornou um sussurro – Eu te amo, Hǎi yún.
— Nossa, Amanda... – ri, me sentindo aliviada – Você me assustou.
— Tudo bem se você não sentir o mesmo por mim, eu só queria... – ela hesitava – Expressar meus sentimentos por você.
Era difícil falar alguma coisa sobre sentimentos naquela conjuntura. Eu não tinha bons sentimentos para comigo mesmo, e não sabia como expressar o que sentia por Amanda com palavras. Não conseguia dizer nada, então o que restava era...
Afastei-a e me levantei. Amanda ficou de frente na cama, olhando-me com atenção ao fechar a porta e cerrar as cortinas para que o quarto ficasse ainda mais iluminado. Dei alguns passos em direção a Amanda para que ela me visse exatamente como eu queria.
Engoli em seco e, fechando os olhos novamente, retirei minha camiseta, e em seguida minha calça de pijama já gasta e depois, a calcinha, única peça que ainda me restava.
Abri os olhos e encarei Amanda, que me olhava atônita, percebendo cada detalhe cravado em minha pele ali. Sentei em direção a suas pernas, e ela pegou meus braços, olhando para cara detalhe marcado nele, que se arrastava por meus ombros, cintura e pernas.
Ela pressionava os lábios ao perceber do que se tratava, mas sem dizer nada, ela segurou meus braços, trazendo-me para o seu colo, no entanto virei para dizer aquilo olhando em seus olhos, em um breve sussurro.
— Eu também te amo, Amanda.
— Hǎi yún... – ela sussurrava baixinho – Te ver assim me dá...
— Vergonha? – dizia, receosa.
— Não, não – ela negava com a cabeça – É outra coisa que não tem nada a ver com isso.
— O quê, então?
Ela pressionava os lábios, com as bochechas corando assim como o resto do seu rosto.
— É... Desejo – ela fechava os olhos, como uma criança que tinha feito alguma traquinagem e tinha sido pega – Eu estou...Com...
— Tesão? – levantei as sobrancelhas, surpresa – Sério? Eu te deixo assim?
— Hǎi yún! – ela dizia queimando de vergonha, desviando o olhar de mim – Não fala como se fosse simples assim, mas... – ela fechou os olhos novamente – Sim.
Sentei no seu colo e, mordendo os lábios, a puxei pela camisa, logo vindo até mim.
— Então por que não me mostra exatamente o que quer fazer comigo?
Amanda ofegou baixo e, ao passar as mãos pelo meu pescoço, me puxou para um beijo.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]