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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 5

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Palavras: 4191
Acessos: 3450   |  Postado em: 14/08/2021

Capitulo 16

 

Capítulo 16°

Alice

            Eu não faço a menor noção do por que eu sempre gostei de dias chuvosos. E essa manhã de sábado caiu como uma luva. Adoro o frio, na verdade adoro as roupas super confortáveis que o frio me proporciona usar. Sem medo de ser julgada pelo esquadrão da moda. Quem se importa? Está frio. É o mínimo que posso fazer pelo meu corpo minúsculo e congelante.

            Sorri do meu pensamento e me cobri novamente. Sabia bem que possivelmente a essa hora a vó Helena já havia pego os meninos para passar o final de semana com eles. Dando uma folga para as minhas mães. Lembrei também de ela ter dito para eu procurar o que fazer fora de casa para deixa-las sozinhas.

            Poderia ir para a casa da Anna, mas acredito que ela deve estar com a namorada. Ainda é super estranho o fato da namorada dela ser a tia Iara. Mas isso é algo que vou ter que me acostumar, afinal minha amiga está mesmo apaixonada. Pela primeira vez eu acredito. Afinal ela mudou completamente nesses últimos dois meses e isso é algo bom. Anna feliz e namorando significa menos idas a boates.

            Vai ver fosse uma boa aceitar o convite de Virgínia para dormir com ela. Mas se bem que acredito que nem foi um convite, talvez tenha apenas saído sem querer. Fora isso ainda tem toda a questão com o Matheus. Por falar nele, eu preciso ligar para termos uma conversa.

            Peguei o celular para mandar mensagem para ela. E me surpreendi com a quantidade de ligações e mensagens. Com certeza algo muito sério aconteceu. Abri o último link que os dois mandaram no grupo. E por um segundo senti meu ar faltar.

            Na foto aparecia Matheus aos beijos com um rapaz. E pior de tudo era ter meu nome envolvido naquilo. Eu mais do que ninguém não poderia julgar o garoto, afinal fez o mesmo com Virgínia, a diferença é que não havia virado notícia de sites de fofocas.

- Filha. – escutou a voz de Larissa. E pelo tom deu para notar que elas já sabiam.

- Vocês já viram? – questionei encarando-as.

- Sim. Nós sentimos muito. – a mammy se aproximou. – O que podemos fazer?

- Nada. Eu só preciso ficar sozinha. – forcei um sorrir.

- Tudo bem, estamos lá embaixo. 

            Eu sei que deve ter uma explicação para tudo isso, Matheus jamais faria algo daquele tipo em público, não com o pai e a mãe que ele tem. Não gosto nem de pensar em como ele deve estar, pensei em ligar, mas sei que ele possivelmente não me atenderia. Suspirei pegando atendo a ligação de Anna.

- Oi.

- Amiga, você está bem?

- Estou sim. Acabei de ver.

- Eu sinto muito.

- Não precisa, eu sinto muito por ele. Afinal está completamente exposto. E com a mãe que tem não vai ser nada fácil.

- No mínimo ela já deve ter mandado ele para o outro lado do mundo.

- Pois é.

- Você precisa que eu vá até aí?

- Não, eu preciso ficar sozinha. Fora que eu sei que você deve ter coisas mais importantes para fazer. – tentei brincar.

- Certo. Mas me liga se precisar de mim.

- Avisa ao Miguel que eu estou bem. Vou desligar o celular, ele não para de tocar a cada minuto.

- Repórteres?

- Isso.

- Eu aviso.

- Obrigada.

            Encerrei a ligação e desliguei o aparelho. Foi então que percebi que Matheus não era o único exposto. Eu agora ocupava o cargo de pobre garota que descobriu a traição do namorado. Mas eu também traí! Eu beijei a Virgínia, e isso me torna uma traidora também.

            Suspirei me enrolando, eu só preciso dormir o final de semana inteiro e deixar que as coisas se acalmem. Daqui a pouco eles encontram outra fofoca e deixam o meu namoro, ou melhor ex-namoro de lado. Mas ao fechar meus olhos escutei a porta se abrir. Sabia que era a mammy, ela deveria estar preocupada comigo e com uma vontade de esmagar o Matheus.

- Mammy, eu pedi para ficar sozinha. – falei com a voz baixa.

- Então eu devo ir embora? – mas essa voz, essa voz não é da mammy. É dá...

- Virgínia! – me sentei na cama, virando em sua direção.

- Sim, sou eu. Posso entrar ou vai querer mesmo ficar sozinha? – ela estava nervosa, era notório o seu receio.

            Mas eu não conseguia falar, ou me mexer. Ela estava ali, parada na minha frente, no meu quarto. Os cabelos úmidos pela chuva, e os olhos assustados, parecia um filhote abandonado. Ela veio até mim. Ela se importa comigo. Ela gosta de mim. E isso é incrível. 

- Então, posso entrar? – insistiu.

            Não consegui responder sua indagação. Em todos esses anos ninguém nunca demonstrou se importar tanto comigo, como ela fez naquele momento. Sei bem que a questão de eu ter dinheiro e morar em uma mansão, a deixava receosa. Mas ela não se importou com isso e veio até aqui. Ela veio por mim. Em um salto me pus de pé. Atirei meu corpo de encontro ao dela, senti sua pele fria devido aos pingos de chuva.  

            O nosso silêncio durante o abraço me permitiu escutar seus batimentos quase em sincronia como os meus. Ela me apertava em seus braços, de um jeito carinho que me fazia sentir um momento de paz. E agora, só agora eu me toquei que estou livre para beijá-la de novo. Nada mais me impede de ficar com ela. E isso me deixa imensamente feliz e assustada.

- Obrigada por não me mandar embora. – sussurrou roçando seu nariz no meu pescoço.

- Obrigada por ter vindo até aqui. – respondi em meio a um sorriso. – Como você entrou?

- Longa história. E por falar nisso conheci sua mãe. – confessou entre risos.

- Isabella? – questionei imaginando o interrogatório que ela deve ter feito para permitir que Virgínia entrasse.

- Não, a Larissa.

- Menos mal. – respirei aliviada. – A mamma é mais de boas.

- Percebi. – ela deu uma olhada no quarto. – Tem certeza que tem dezoito anos?

- Tenho sim.

- Parece um quarto de princesa.

-Princesas podem ter dezoito anos.

- Podem sim. – se deu por vencida.

            Ela me fitou sorrindo, e eu senti aquele frio na barriga. Jogou os cabelos para trás e prendeu-os em um coque. Passou as mãos no pescoço, quase em uma massagem. E eu completamente presa em cada gesto que ela fazia. Me sentia uma criança admirando o doce preferido pela vitrine da loja.

- Você é linda até prendendo o cabelo. – externalizei meu pensamento e ela sorriu aberto. – Eu acho que estou apaixonada por você. – confessei. Sua fisionomia mudou. Duas ruguinhas se formaram em sua testa. – Desculpa. Não quis te assustar. – dei as costas indo em direção a janela. – Minha vida está uma bagunça, eu me senti mal por ter te beijado sem terminar meu namoro. Mas aí hoje, antes que eu pudesse resolver tudo o Matheus é exposto em uma traição, e eu também afinal ganhei o troféu de chifruda do ano. Mas eu o traí primeiro. - falei de uma vez só.

- Não precisa se desculpar. E eu o vi ontem. – me virei. – No bar. Eu os vi, na verdade. Cheguei a pensar que vocês já haviam terminado.

- Não tive a chance de falar com ele. – me sentei. - Ia me contar?

- Sim. Mas não da forma que foi feito. – ficou ao meu lado. - Não vai perguntar se eu tirei a foto? – indagou curiosa.

- Eu sei que você não faria isso. Você veio até aqui para saber como eu estou, acho que não teria sentido fazer algo do tipo e depois vir me ver, quem tirou a foto não se importa comigo.

- Obrigada por pensar assim. Até meu melhor amigo achou que fui eu. – comentou chateada. – Preciso saber se você está bem. Você está bem?

- Sim. De certa forma eu estou aliviada. Não preciso mais me martirizar por ter te beijado. Ele possivelmente foi uma aventura. E você não é uma aventura. – confessei. – É isso que eu sou para você? Uma aventura? – questionei receosa.

- Claro que não. Eu gosto de você. – prendeu seus dedos aos meus. – E acho que já que você está solteira, não vou ter problema em fazer isso...

            Segurou meu rosto e lentamente seus lábios tocaram o meu. De uma forma quase que absurda, sempre que sinto seu beijo parece que meus pés saem do chão e eu posso sair por aí flutuando.  E pela primeira vez eu a beijei sem sentir remorso. Ela prendia meu corpo ao dela, segurando minha cintura e me puxando para mais perto. Nos demoramos tempo suficiente para precisar de ar. Aos poucos o beijo foi ficando calmo e nos afastamos apenas o suficiente para nós olhar. Ela me sorriu de forma terna, passou a ponta dos dedos em meu rosto, afastando alguns fios dos meus olhos.

- Você não deveria ter me visto assim. – me lembrei do meu pijama de moletom.

- Se te conforta, eu não consegui olhar para nada que não fosse esse seu quarto de princesa. – brincou e eu sorri. – Mas só para constar. Você fica linda de qualquer jeito. – me deu um leve beijo.

- Me espera tomar um banho e trocar de roupa?

- Espera, você está querendo me dizer que acordou agora e nem escovou os dentes? Isso explica seu bafo.

- Virgínia! Eu não tenho bafo, e já tinha escovado os dentes. – resmunguei. – Pode ficar à vontade. Eu já volto.

            Fui para o banheiro. Fitei meu reflexo no espelho e sorri. Ter Virgínia em meu quarto me deu uma sensação maravilhosa de proteção. Pensei no beijo maravilhoso que demos, mas logo lembrei que ela não disse nada quando falei que estou apaixonada. Não é que eu tenha falado com intensão de pressioná-la, queria apenas dizer como me sinto de verdade. E eu sei que estou apaixonada por ela. Possivelmente desde o dia que a vi dançando na boate, quando nem sabia que ela tinha aquele rosto perfeito, e o cheiro delicioso. Droga! Estou mesmo apaixonada. Sorri do meu pensamento.

            Fui para o banho e tentando evitar algum constrangimento resolvi me vestir no banheiro mesmo. Voltei para o quarto e Virgínia encarava a piscina. As gotas faziam ondulações ao entrarem em contato com a água. Me aproximei o suficiente para sentir o cheiro que emanava dela. E notei a linda tatuagem que não consegui ver direito no dia que ela estava na padaria. “Be Strong and Brave”. A frase fazia todo sentido para ela que já passou tanta coisa.

- Meu apartamento deve ter a metragem da sua piscina. – falou ao notar minha presença.

- Possivelmente. – concordei, e enlacei sua cintura, apoiando meu queixo em seu ombro. - Mas só para constar, aquele é meu lugar preferido na casa.

- Mais do que seu quarto? – questionou surpresa.

- Sem dúvidas. Eu amo nadar, inclusive já ganhei algumas medalhas.

- Sério?

- Sim. Olha aqui.

            Levei-a até a parte do meu closet aonde era exibido meus troféus e medalhas. Tudo bem, eu tenho que confessar que sempre adorei competir. Mas depois do ensino médio e quando entrei na faculdade já não tinha mais tanto tempo disponível.

- Impressionante. Você é uma caixa de surpresa. – confessou. – Algo mais que eu deva saber?

- Sim, mas acho que vamos ter tempo para nos conhecer. – comentei fechando as portas.

- Alice, sobre o que você disse...

- Não falei aquilo para te pressionar, eu só precisava dizer o que sinto. – tranquilize-a.

- Eu sei. E também preciso te dizer que estou apaixonada. E agora que sei que você é atleta, me apaixonei ainda mais. – seguro minha cintura.

- Diz de novo. – pedi.

- Atleta. – sussurrou. E eu sorri. Adorava esse jeito bobo de fazer graça com tudo. – Eu estou perdidamente apaixonada por você, e isso me assusta.

- A mim também. Você é a primeira garota que eu fico. Tá! Na verdade, já dei um beijo na Anna, mas isso não conta.

- Você e a Anna? – questionou com a sobrancelha arqueada.

- Não foi nada disso, o marido da mulher que ela ficava ia ver as duas e para não deixar que ele pegasse as duas eu beijei a Anna.

- Entendi. – sorriu. – O que vamos fazer?

- Vamos nos entregar juntas. E conversar sobre tudo. E deixar as coisas acontecerem. Sem pressão ou cobranças.

- Eu estava falando o que vamos fazer agora. Mas isso serve. – sorriu e eu corei.

- Na verdade eu deveria ter saído para deixar a casa livre para as minhas mães aproveitarem, mas acabou que tudo aconteceu e eu acho que não tenho para aonde ir. A Anna está com a namorada.

- Vem comigo, podemos passar o final de semana lá em casa.

- Sério? Não quero incomodar.

- Não vai ser incomodo algum. E vamos nos divertir.

- Tem certeza?

- Sim. Mas só se você se sentir bem com isso. E me prometer arrumar a cama quando acordar. – riu divertida.

- Eu iria adorar ficar com você, e prometo que vou deixar sua casa organizada.– confessei.

- Só temos um problema.

- Qual?

- Os repórteres lá fora.

- Meu carro não é conhecido. E tem os vidros fumês. Peço ao motorista para sair em um dos carros daqui, saímos igual e conseguiremos despistar.

- Tudo bem. E as suas mães, acha que tem problema se você dormir fora de casa?

- Elas não vão se importar.

- Tem certeza?

- Sim. O máximo que vai acontecer é você conhecer a mammy antes da gente sair.

- Isabella? – questionou quase em pânico.

- Isso. Prometo que ela não vai te colocar para correr.

- Vou confiar em você. – forçou um sorriso.

- Ótimo. Vou arrumar uma mochila.

            Levei alguns minutos para organizar tudo. Enquanto isso Virgínia ainda encarava a chuva. Saímos do quarto e ela estava tensa. Sei que não era algo fácil conhecer a família da pessoa que você gosta, mas tenho certeza que as minhas mães vão adora-la.

- Elas devem estar na sala de cinema.

- Você tem um cinema em casa?

- Sim. Não me julga. – pedi com um ar de graça. – Mamma, mammy? – chamei-as.

            Imediatamente o filme foi pausado e as duas vieram até a porta. A mamma sorriu ao me ver ao lado de Virgínia. E por notar esse sorriso eu sabia bem que possivelmente ela já havia percebido que não somos apenas amigas. Mas a dona Isabella por outro lado estava com um olhar questionador, mantinha toda atenção sobre Virgínia.

- Virgínia, essas são as minhas mães Larissa e Isabella. E mamães, essa é a Virgínia minha amiga. – falei sorrindo.

- Nós já nos encontramos lá em cima.

- Desculpa por aquilo. – Virgínia sorriu sem graça.

- Está de saída, filha? – a mammy interrompeu.

- Sim mammy. Vou ficar na casa da Virgínia hoje. Preciso me distrair e ela veio me buscar.

- Ótimo. Você precisa mesmo espairecer as ideias.

- Acha mesmo necessário? – a mammy insistiu, em sua face era notória a insatisfação.

- Deixe-as, amor. Alice precisa de uma amiga. E aposto que os meninos também irão, não é filha? – a mamma me socorreu.

- Sim. – menti e Virgínia prendeu um riso.

- Então. Amanhã a noite ela está em casa. Não é Virgínia?  

- Sim, senhora. – se prontificou.

- Estamos indo. Aproveitem a noite. – beijei as duas e sai.

- Juízo. – ouvi a mammy gritar antes de fechar a porta.

- Pode respirar. – brinquei ao ver o quanto Virgínia estava aflita.

- Você viu a cara da sua mãe?

- Sim. Ela é ciumenta e super protetora. Então aquele é o estado normal dela. E possivelmente ela vai pesquisar sobre você, para ter certeza que é uma boa influência para mim. – Virgínia travou no lugar assustada. – A gente precisa sair da chuva. Você por acaso tem ficha criminal? – ela negou com a cabeça. – Então não precisa se preocupar. Agora podemos sair da chuva? – estendi a mão e ela segurou-a.

            Pedi para que Virgínia dirigisse. Os seguranças garantiram que não havia mais nenhum repórter na entrada do condomínio. Virginia dirigiu devagar. E para nossa alegria de fato a chuva espantou os abutres.

- Sua mãe mentiu para te ajudar ou foi impressão minha?

- Com certeza. E conhecendo bem a mãe que eu tenho, ela já sabe que não somos só amigas.

- E mesmo assim ela nos ajudou. Já gostei dela. – brincou. - Isso tudo é tão louco. – completou.

- O quê?

- O que aconteceu com o Matheus. Você acha que ele é bissexual?

- Não faço ideia. Só sei de uma coisa. – ela me fitou curiosa. – A mãe dele deve ter se arrependido de ter dito que ele merecia coisa melhor que eu.

- Ela não disse isso!

- Disse sim, mais de uma vez.

- Louca. – concluiu. – Imagino o que o pai dele vai fazer para abafar o caso.

- Nem me fale. Mas não quero falar sobre o Matheus. Quero saber o que faremos na sua casa.

- Comer, ver série, conversar.

- Namorar não está incluso no pacote? Por que se não tiver pode dar meia volta no carro.

- Está insinuando que está indo apenas pelos beijos?

- Claro, e pela comida. – concordei e ela gargalhou. – Ei, ontem você disse que foi trabalhar, como viu o Matheus no bar? – questionei sem entender.

- Acontece que o encontro com a cliente foi nesse bar. Na verdade, a Amélia armou para encontrarmos com ela.

- Sua chefe é esperta.

- Você nem imagina o quanto.

            Passados alguns minutos chegamos ao prédio de Virgínia. Estacionou o carro e saímos. Ela fez questão de pegar minha mochila e caminhamos de mãos dadas até seu apartamento. E aquele simples gesto me deixava no paraíso.

            Me deu passagem dizendo que eu podia ficar à vontade. O apartamento estava impecável, todas as coisas organizadas metodicamente. Foi até ao banheiro, mas antes que eu pudesse me sentar a campainha tocou.

- Se importa de atender? – gritou.

- Pode deixar. – me levantei e abri a porta. - Oi. – falei ao ver o senhor parado com uma linda cesta nas mãos. 

- Desculpe, mas a Virgínia está?

- Sim. Ela está ocupada no momento.

- Só preciso entregar essa encomenda que deixaram para ela. – me esticou a cesta. – Tenha um bom dia.

- Obrigada. – agradeci e deixei a encomenda em cima da mesinha.

- Quem era? – Virgínia apareceu.

- O porteiro. Veio deixar essa encomenda para você.

- Uma cesta! Quem mandou?

- Não faço ideia, mas deve ter cartão. – concluiu.

            Ela procurou e leu o cartão. Mas não leu em voz alta. E de alguma forma me senti curiosa além da conta.

- É da Amélia. Me agradecendo por ter cuidado dela ontem. – eu a fitei. Sem entender a informação. – Ela ficou bêbada e eu tive que deixa-la dormir aqui. – completou como se lesse meus pensamentos.

- Bem atencioso da parte dela. – conclui com esforço, mas estava sentindo algo estranho.

- Sim. Ela tem se mostrado bem diferente do que pensei que ela era.

- Hum! – foi tudo que eu falei, e ela sorriu.

- Você está com ciúmes?

- Não. Eu não sinto essas coisas. Não sou assim. – comentei sem dar importância.

- Tudo bem. – respondeu deixando o cartão na mesinha. – Mas eu iria adorar que você sentisse ciúmes de mim. – sussurrou segurando minha cintura.

- Eu não sou assim, já disse. – comentei com um fio de voz.

- Eu sei que não é. Mesmo assim eu iria adorar. – sorriu me fitando.

            Antes que eu pudesse de fato assumir para mim mesma que aquilo era mesmo ciúmes, ela me beijou e eu fui colocada naquela bolha que fico sempre que ela me beija. Seus dedos de encontro a minha pele causavam um arrepio em mim. E o contato delicioso de sua língua de encontro a minha, me faz perder a razão.

            Eu poderia passar o dia inteiro assim, pena que preciso respirar. Nos afastamos e ela sorriu, fazendo carinho em meu rosto. Por um segundo até esqueci o presente que recebeu. Não sei por qual motivo me senti enciumada, afinal foi apenas uma gentileza da parte da chefe dela. Mas ao mesmo tempo pensei na possibilidade de a saída das duas para um bar não ter se tratado apenas de trabalho.

- Você está bem? – me questionou.

- Sim, estou apenas pensando.

- Sobre o Matheus?

- Isso! – menti. – Estou preocupada com ele, acha que eu deveria mandar uma mensagem?

- Se está preocupada, deve sim. Quer mandar do meu celular? – ofereceu compreensiva.

- Quero sim. – peguei o aparelho.

            Falei que sentia muito sobre o que estava acontecendo e caso ele precisasse de ajuda, poderia contar comigo. Fiz questão de deixar claro que não estava chateada com ele. Enquanto eu escrevia, Virgínia me observava atenta. Entreguei o celular para ela.

- Obrigada.

- Disponha.

- Você deveria agradecer a sua chefe pela cesta.

- Vou fazer isso. – ela digitou algo rápido e em seguida sorriu para mim. – O que quer fazer?

- Se eu falar que é te beijar, vou parecer muito assanhada? – comentei e ela deu um sorriso de lado.

- Nem um pouco. Eu vou me sentir lisonjeada. E agora, vem aqui. – me agarrou e me beijou.

            Não sei se pela posição, mas esse beijou foi mais arrebatador e quente. Sentia o peso do corpo de Virgínia sobre o meu, e o simples contato me fazia soltar gemidos abafados contra seus lábios. Eu estava completamente entregue e excitada. Mas não me sentia preparada. Não ainda. Virgínia acariciou com as pontas dos dedos a minha barriga, minha pele arrepiou. E como se ela lesse meus pensamentos se afastou.

- Desculpa. – falou ofegante.

- Tudo bem, nada aconteceu.

- Eu só não queria ir longe demais.

- Mas você não foi. E eu estou bem.

- Você quer comer alguma coisa? – falou se pondo de pé, e eu entendi que ela não queria mais falar sobre o ocorrido.

- Não, quero que você me ensine a cozinhar. – ela se virou rapidamente.

- Você cozinhando?

- Sim, desde que você me ensine.

- Eu ensino, mas não pode incendiar minha casa, tudo bem?

- Prometo não te deixar desabrigada.

            Ela gargalhou e eu a acompanhei. Nos posicionamos na cozinha e ela começou a me dar as orientações. Decidimos fazer uma lasanha. Com paciência ela me instruía a seguir os passos para a preparação da carne. E eu acabei gostando do processo de cozinhar.

- Tá vendo, nem é difícil. Mas acho que deveríamos ter começado com uma receita mais simples.

- Eu estou entendendo tudo. E sou uma ótima aluna.

- Sei disso. Mas eu deveria ter te ensinado a fazer o ovo primeiro, se você não deixasse queimar poderíamos ir para outra receita.

- Você é boba. – resmunguei.

- Quando fico perto de você, fico sim. – me fitou e eu sorri.

- Me diz uma coisa, sua irmã morreu de quê? – de repente ela ficou com um ar triste. – Não precisa me contar se não quiser. Só achei que você já sabe muita coisa sobre mim. E nada mais justo eu te conhecer melhor.

- Eu não me importo em te contar. Na verdade, tem a ver com aquela história que eu ia falar antes da Amélia me ligar.

- Entendi.

- Nem sei se você lembra afinal acho que pela sua idade. Suas mães haviam acabado de te adotar. – ela respirou fundo. – Minha irmã morreu com um tiro de arma de fogo.

- Nossa! Mas o que aconteceu?

- Alice, eu preciso que você entenda que não tive culpa de nada. – ela apertava os dedos nervosa.

- Como você poderia ter culpa? O que aconteceu com a sua irmã? Você está me assustando, Virgínia.

 

            Ela me fitou com os olhos marejados, e eu senti um aperto no peito. O que aconteceu foi algo ainda mais sério do que eu imaginava, havia algo por trás de todo aquele sofrimento. Não consegui vê-la naquele estado, a abracei esperando que ela se acalmasse.

- A minha irmã era a Alana.

           

           

 

Fim do capítulo

Notas finais:

E ai sapekas, como estão? Espero que bem.

O que será que vai acontecer agora que Alice sabe toda a verdade? façam suas apostas...

Estou adorando o feedback de vocês, e cada comentário é um carinho que me fazem. Acreditem.

Então comentem bastante.

Beijos e boa leitura.


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Comentários para 16 - Capitulo 16:
Lea
Lea

Em: 12/01/2022

A Isabella não a reconheceu?? 


Resposta do autor:

Não.

Responder

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lay colombo
lay colombo

Em: 10/09/2021

Eita eita eita qual será a reação da Alice ?

Responder

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Helenna
Helenna

Em: 14/08/2021

Acho que vão ter que unir forças para enfrentar o que vão enfrentar pela frente.

 

 

Abraços.

 


Resposta do autor:

É o que elas vão precisar. De força.

Responder

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Baiana
Baiana

Em: 14/08/2021

E eu achando que a história de Alana seria contada para Alice por terceiros,e não pela Virgínia.

Virgínia não tem culpa da irmã ter sido morta quando estava querendo assassinar a mãe de Alice. E a mãe de Alice não tem culpa de ter ido atrás da ex para conversar e assim ter "provocado" a morte dela.

E no meio disso tudo,tem a Alice e a Virgínia se descobrindo apaixonadas,as mães super protetoras e uma chefe claramente interessada.

E agora José?


Resposta do autor:

Torcendo para que Isa também pense assim. Né?

E a Amélia não dá descanso. kkk

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 14/08/2021

Vai ser um choque pra Alice o segundo do dia.

Responder

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