Capitulo 15
Capítulo 15 °
Narrador
A manhã de sábado amanheceu chuvosa, raios iluminavam o céu que estava escuro. O barulho do vento sacudindo as árvores quase violentamente. Isabella despertou com o celular tocando em cima da mesinha de cabeceira.
Sabia que era sua mãe, já que havia combinado de que ela buscaria os meninos para passar o final de semana em sua casa. Helena nunca em hipótese alguma se atrasava. Isabella pegou o celular e virou-se para encarar a esposa que dormia sem nem perceber a tormenta que aquela manhã revelava.
- Oi mamãe.
- Os meninos estão prontos? Estamos quase chegando. E não queremos demorar, esse tempo parece não apresentar melhora.
- Vou acordá-los agora.
- Certo. Daqui a vinte minutos estamos aí. – desligou.
A advogada encarou a cortina do quarto que balançava freneticamente com o soprar do vento. Caminhou até lá e fechou as janelas. Vestiu seu roupão branco e foi em direção ao quarto dos filhos.
Primeiro foi até ao de Arthur, o menino dormia sereno. A mulher passou as mãos em seus cabelos o que fez com que ele se movesse preguiçosamente. Esfregou os olhos tentando se situar do que acontecia.
- Bom dia, filho. A vovó e o vovô já estão chegando.
- Precisava ser de madrugada? – resmungou com a voz rouca e em seguida bocejou.
- Você sabe como é a sua avó. – deu um sorriso. – Arrumou suas coisas?
- A Maria me ajudou ontem. – confirmou.
- Ótimo, então vai lá tomar um banho e se trocar.
- Precisa de banho? Olha essa chuva. – apontou para a janela. – Está frio, e eu tomei banho ontem antes de dormir. – protestou.
- Tudo bem. Seu porquinho. – ele sorriu. – Vou acordar seu irmão.
O quarto dos garotos ficava um de frente para o outro. Isabella abriu a porta, mas se surpreendeu. O filho já estava pronto, e terminava de arrumar a cama. Ela sorriu orgulhosa. Bernardo era doce, compreensivo, obediente e fazia suas tarefas domésticas sem reclamar. Diferente de Arthur que reclamava até do banho.
- Bom dia. Tem alguém ansioso aqui? – brincou e ele sorriu.
- Bom dia, mammy. Essa chuva não me deixou dormir. – desde pequeno Bernardo tinha medo de dias assim.
- Pois é. Sua avó já está chegando. Quer comer algo antes de sair?
- Mammy, não me leve a mal, mas a Maria está de folga. E eu não quero correr o risco de você pilotar um fogão.
No dia anterior Isabella resolveu dar folga a Maria. Queria de fato ficar sozinha com a esposa e aproveitar ao máximo.
- Garoto afrontoso. – fingiu-se de ofendida. A verdade é que nunca foi boa para cozinhar.
- Você como cozinheira é uma ótima advogada. – completou arrumando os óculos.
- A melhor. – ele sorriu. - Eu vou descer. Vem comigo?
- Sim. Me deixa só pegar a mochila. – foi até o closet e voltou com o objeto.
Foram para a sala de estar. Mas não demorou muito até que os visitantes chegassem. Helena disse que não iria sair da garagem. E um dos seguranças foi até a casa levando guarda chuvas para os meninos.
- Por favor, se comportem. Obedeçam ao vovô e a vovó. – pediu arrumando a roupa de Arthur.
- Pode deixar. Tchau, mammy. – beijou a bochecha da mulher e entrou no carro.
- Tchau filho, te amo. – Bernardo se aproximou. – Aproveita para fazer as pazes com o seu irmão.
- E você e a mamma, vão fazer as pazes também? – Isabella corou.
- Sim. Divirtam-se. – abraçou-o.
- Ele tem razão. Aproveita e conversa com a Larissa.
- Vou fazer isso, obrigada mamãe. – beijou seu rosto, acenou para Antônio que estava na direção do carro. E logo os quatro saíram.
Desde que havia conversado com Helena, Isabella estava curiosa para saber quem era a nova amiga da filha. Mesmo tento perguntado a ela não obteve nada concreto. Foi então que se lembrou do sistema de segurança.
- Caio, tem como ver quem andou aqui ontem pelas gravações?
- Sim senhora. – o homem de terno preto, bem passado, respondeu. – Só preciso de tempo para separar as filmagens.
- Não tenho pressa. Mas se facilita, essa pessoa em específico veio aqui ontem pouco depois que a minha mãe chegou.
- Certo. Assim que terminar, enviarei.
- Obrigada. Tenham um bom dia.
Voltou para casa. O clima ali dentro nem parecia o mesmo de fora, o conforto e o calor era como se sentisse o corpo aquecer. Fitou o terno de Larissa e lembrou-se da noite passada.
NOITE ANTERIOR
Isabella tomava uma taça de vinho escutando sua playlist preferida. Os filhos não ousariam entrar no escritório. Sabiam que quando a mãe estava curtindo seu momento sozinha, jamais deveria ser incomodada.
O relógio marcava mais de oito horas da noite. O jantar havia sido servido. E mais uma vez Larissa não fez a menor questão de tentar estar em casa para acompanhar a família na refeição, esse sem dúvidas era o pensamento de Isabella.
A advogada já havia ligado, mas não teve retorno algum. Estava cansada de passar as noites sozinha. Não era para isso que havia se casado com Larissa. As duas estavam juntas há muitos anos, o que de certa forma fazia com que ela pensasse que o relacionamento estava esfriando.
Talvez fosse uma daquelas crises, dos sete, dos nove anos. Mas já estavam juntas há bem mais tempo que isso. Suspirou acariciando sua foto de casamento. Sem dúvidas as duas eram bem mais jovens naquela época. Ela deu um meio sorriso, tendo a certeza de que estava ficando velha ao usar tal frase.
De repente viu sua imagem refletida no vidro do porta-retrato. E seu sorriso aos poucos se apagou. Seu rosto já não era o mesmo, algumas rugas apareceram com o tempo. E mesmo com os procedimentos estéticos, sua pele em nada parecia a de antigamente. Foi tomada por uma insegurança que até então desconhecia que tinha.
E se não fosse mais atraente? E se a esposa estiver evitando ir para casa, por não aguentar mais ver o quanto sua esposa está ficando velha. Vagarosamente colocou o porta-retrato de volta à mesa.
Girou na cadeira. Pegou a garrafa de vinho, que já estava pela metade e se serviu novamente. Aquela vozinha no fundo de sua cabeça continuava falando, na verdade, gritando que: “Larissa não a desejava mais.” Essa voz estava há muito tempo adormecida. A última vez que apareceu foi logo que Isabella se apaixonou por Larissa. O receio de se entregar novamente e sofrer como sofreu com Alana. Sentiu um pesar pela morte da ex-esposa.
Depois de tudo que aconteceu precisou de terapia. E não foi um processo fácil. Por meses se sentiu culpada pela morte dela. Mas aos poucos entendeu que o que aconteceu foi apenas o reflexo das escolhas que Alana fez.
Levantou-se caminhando de um lado a outro da sala. Estava impaciente, inquieta. Mas precisava de uma saída, não deixaria seu casamento acabar. Pois quando se casou com Larissa desejou que fosse para sempre. Queria um casamento duradouro e feliz como o de seus pais.
Pensou então no que Larissa havia feito. Contratar Rebeca, mesmo que com um salário alto. Foi o preço para que ela se libertasse e tivesse mais tempo. E Isabella sentiu que estragou tudo com aquela discussão.
Enquanto Isabella se punia com medos e dúvidas. Larissa acabava de chegar. Despediu-se do motorista e dos seguranças e caminhou em direção a casa. Seus passos eram lentos, e em seu íntimo pedia que Isabella já estivesse dormindo ou quem sabe trabalhando. Assim evitaria mais uma discussão sem fim aonde as duas apenas se magoavam.
Olhou para as portas francesas na varanda do quarto, e as luzes acesas lhe fizeram acreditar que a esposa estaria lá. Entrou na sala, deixou o paletó em cima do sofá. Abriu uma garrafa de uísque envelhecido que havia ganhado de presente em seu aniversário, serviu uma generosa dose e tomou toda de uma vez.
Serviu mais uma vez, e com a garrafa de baixo do braço caminhou em direção ao escritório. Abriu a porta e seu coração parou por um segundo. Seus olhos se prenderam a Isabella, que assustada com sua entrada repentina fitava-a, a mulher usava um vestido floral, longo, com vantajoso decote deixando os seios a amostra. Sentiu sua boca salivar.
- Desculpa, não sabia que estava aqui. – tentou parecer o mais controlada possível. Mas sua vontade era atirar as coisas que estavam em cima da mesa no chão e despi-la ali, sem nenhum pudor.
- Aonde você estava? – o tom saiu preocupado e não acusatório.
- Com a Milena. – as duas estavam frente a frente. Tão próximas que o cheiro do vinho se misturava ao cheiro do uísque envelhecido.
- Eu te esperei para o jantar. – confessou.
- Depois do que eu disse não sabia que me esperaria. – houve um momento de silêncio, os olhares presos um no outro. Travavam uma batalha entre o orgulho e o desejo.
- Sempre vou te esperar. – seus dedos tocaram os dela. Isabella deu um passou em sua direção. – Me desculpa. Eu acho que exagerei.
- Eu também. Por que estamos perdendo tempo brigando? Eu amo você mais que tudo. Não era para estarmos passando por nada disso.
- Diz isso de novo. – sua voz saiu quase uma súplica. Os lábios próximos, as respirações ofegantes.
- Eu te amo mais que tudo. Você é a mulher mais linda do mundo. E eu só tenho olhos para você. – agarrou a cintura da advogada.
Naquele momento qualquer medo que fez Isabella em algum momento duvidar que Larissa não a desejava mais caiu por terra. Ela via verdade naqueles olhos verdes, ela sentia a verdade no tom de voz que a esposa usou.
- Eu te amo.
O beijo que veio a seguir foi arrebatador. Isabella sentiu cada pedaço do seu corpo reagir as caricias que a esposa fazia enquanto a beijava, era impressionante o quanto seus carinhos a excitavam. Com agilidade Isabella levou os dedos para as calças de Larissa. Mas foi interrompida.
- Não! – falou ofegante. – Eu passei o dia trabalhando. É minha vez de te dar prazer. – seus olhos cintilaram.
Guiou a advogada até a mesa, atirou alguns papéis que estavam no canto. Junto foram canetas, blocos, clipes. Mas Larissa não se importava com a bagunça, daria um jeito depois. Delicadamente fez com que Isabella ficasse em sua frente e de costas para a mesa.
Sem desgrudar os olhos dos dela, tirou uma alça do vestido, seguida da outra. Os seios volumosos ficaram à mostra. Sem timidez, Larissa levou sua boca ao esquerdo, lambendo-o enquanto acariciava o direito.
- Ahh! – Isabella gem*u involuntariamente.
Larissa demorou no carinho. Mas logo seu alvo foi outro. Afastou-se de Isabella, para olha-la melhor, sorriu ao pensar na sorte que tem ao ter ao seu lado uma mulher tão linda.
- Você é a própria perfeição.
Não esperou reação, tomou seus lábios novamente. E sem nem ao menos perceber, Isabella já se encontrava deitada e de pernas abertas. Larissa encontrou sua cavidade completamente molhada e foi impossível não gem*r ao simples contato.
Com agilidade sua língua deslizava de um lado para o outro, o que fazia Isabella se contorcer e arfar de prazer. O ápice de seu delírio foi quando sentiu um dos dedos da loira lhe penetrar com agilidade. Com o movimento e o ritmo simultâneos não demorou para que Isabella sentisse seu corpo tremer, ao goz*r intensamente.
- Isso foi incrível. – comentou com a voz falha, e a respiração ofegante.
Com pressa Isabella se vestiu e arrastou Larissa escada a cima, e fizeram amor na banheira, na cama. Até que exaltas adormeceram,
Atualmente
- Você fica linda assim. – Larissa comentou, agarrando-a e beijando seu pescoço.
- Assim como?
- Distraída.
- Não estava distraída, estava lembrando de ontem. – sorriram juntas.
- Para que lembrar se podemos fazer tudo de novo? – comentou maliciosa.
- Precisamos comer antes. Não tenho mais 20 anos.
- Tudo bem. Vou preparar nosso café. Os meninos já saíram?
- Faz alguns minutos.
- E a Alice?
- Pelo tempo, acho que ela vai hibernar.
As duas riram. Alice adorava dormir, mas em dias chuvosos esse prazer era ainda maior. O café da manhã foi regado a beijos e carinhos, aparentemente a harmonia do casal havia voltado.
- Espero que tenha acertado na escolha da contratação. – comentou Isabella.
- Eu acertei. E assim que ela se adaptar, nós duas vamos sair de férias. E nem adianta dizer que tem trabalho a fazer, você tem a Minerva e eu vou ter a Rebeca. – comentou vitoriosa.
- Tudo bem. Eu concordo com essas férias. – se deu por vencida. – A Alice tem uma nova amiga, você sabia?
- Não. Isso é bom. Não acha?
- Acho. Eu não sei quem ela é, a mamãe a viu ontem. – comentou se servindo de mais café.
- E? Não estou entendendo aonde você quer chegar.
- A mamãe acha que a Alice gosta da garota.
- Hum! Baseado em que a sua mãe chegou a essa conclusão?
- Ela disse que elas se olham como nós duas nos olhamos.
- Então é amor. Por que eu te amo demais. – sorriu e beijou seus lábios.
- Você acha que ela é bissexual? – perguntou ao se afastarem.
- Faria diferença?
- Não. – comentou sem encarar seus olhos, na verdade não havia problema se Alice fosse bissexual, o problema seria as suspeitas de Isabella se confirmarem.
Depois do café da manhã o casal decidiu assistir um filme. Mas o celular de Larissa não parava de tocar. Depois de desistir de ignorar o aparelho, a mulher resolveu ver quem era.
- Oi Milena, sabia que seu faro para atrapalhar minha trans* funciona até você estando longe?
- Amiga, desculpa. Mas é urgente.
- O que aconteceu?
- Cadê a Alice?
- Acho que está dormindo.
- Então ela ainda não viu. – seu ar ficou menos preocupado.
- Viu? Como assim, viu o quê?
- As fotos do Matheus.
- Que fotos?
- Manda a Isabella procurar no celular dela. Filho de prefeito em beijo quente.
Larissa colocou em viva voz, Isabella fez a pesquisa e logo várias matérias de sites de fofoca ilustravam fotos de Matheus beijando outro rapaz.
- Como nós nunca notamos? – Milena indagou.
- Que ele é um traidor ou que é gay? – Isabella completou sentindo seu sangue ferver.
- Os dois. – completou Milena. – O que vamos fazer? Isso vai destruir a Ali.
- Vamos contar, é melhor que ela saiba por nós. – Isabella falou já se pondo de pé.
Foram em direção ao quarto de Alice. Mas ao abrirem a porta, viram a garota sentada na cama fitando a tela do celular.
- Vocês já viram? – indagou encarando-as. Ela não poderia julgar o namorado, afinal fez algo semelhante. A diferença é que sua foto não estava nos sites de fofocas.
- Sim. Nós sentimos muito. – Isabella se aproximou. – O que podemos fazer?
- Nada. Eu só preciso ficar sozinha.
- Tudo bem, estamos lá embaixo. – beijaram a testa da garota e saíram.
O silêncio entre elas era de pura preocupação com a filha. Isabella sabia na pele o quanto doía o peso de uma traição e jamais desejaria isso para nenhum de seus filhos.
- O que vamos fazer? – questionou sentando-se próxima a esposa.
- Amor, infelizmente não podemos fazer nada. É o namoro dela.
- Como não percebemos que ele não prestava?
- Também não é assim, nem sabemos o que aconteceu.
- Está defendendo o garoto que partiu o coração da sua filha?
- Não, amor. Eu não estou defendendo. Apenas acho que a mídia sempre faz sensacionalismo em cima de tudo.
- Aquele beijo não é uma montagem.
- Eu sei que não. Mas precisamos deixar que nossa filha decida o que quer fazer. Tudo bem? – concordou com um aceno e logo as duas estavam se beijando.
No apartamento de Virginia, a moça dormia serenamente depois da longa madrugada de conversa com Carlos Eduardo. O rapaz acabou dormindo mais uma vez em seu apartamento.
- Sua piranha. Você disse que não tinha tirado foto. – gritou ele ao entrar no quarto da fotografa.
- Do que você está falando? – indagou confusa. Sentou-se e ele estendeu o celular em sua direção.
Bastou seus olhos virem a foto para que ela despertasse no mesmo instante. Ficou surpresa com a matéria que comentava o beijo como algo errado, e ainda sondavam sobre o namoro de Alice e do rapaz.
- Droga! E a Alice?
- A essa hora já deve saber. Mas me diz, foi você?
- Claro que não, eu jamais iria expor alguém assim, e ainda mais prejudicar a Alice. – comentou se pondo de pé, já discando o número da garota. – Ela não atende.
- Claro, o que deve ter de gente ligando para ela agora, eu com certeza, desligaria o celular.
- Você tem razão. Eu vou até lá. – comentou indo para o banho.
- Você pirou? Hoje é sábado.
- E?
- As mães dela vão estar em casa.
- Eu não me importo.
- Virgínia, você precisa raciocinar.
- Eu não posso ter medo, não agora. Não sabendo que ela precisa de mim. – comentou deixando os ombros caírem. – Eu sei que ela deve estar confusa.
- Mais um motivo para você não ir até lá.
- Eu preciso. Eu não vou fugir. Não posso fugir, como você faz com o Miguel e o Rick. – foi ríspida. – Desculpa.
- Olha, eu sei que você gosta da Alice. E entendo que queira saber se ela está bem. Mas a essa altura toda e qualquer entrada naquele condomínio deve estar proibida.
- Você tem razão. – sentou-se na privada. Passou as mãos nos cabelos. – E agora o que eu faço?
Cadu pensou em uma solução. Ao escutar sua amiga dizer que ele era covarde, o fez pensar que precisava ajuda-la de alguma forma. Fez algumas ligações e conseguiu o primeiro passo.
- Você tem certeza que isso vai dar certo? – indagou Virgínia dentro do carro.
- Tenho. Eu te levo até lá. Como é o carro da vovó eles não vão barrar a nossa entrada. Vamos entrar pela cozinha. Eu converso com a Maria e enquanto isso você vai para o quarto da Alice.
- E se eu encontrar Larissa, ou pior a Isabella?
- A vovó comentou que as duas iam passar o dia fora de casa. – mentiu, sabia que se a amiga soubesse que poderia haver uma mínima possibilidade de dar de cara com Isabella, a fotografa desistiria do plano.
- Tudo bem.
Carlos Eduardo sabia que estava arriscando demais, mas já que ele era um covarde, não poderia permitir que sua melhor amiga também fosse. O carro parou no portão do condomínio. Alguns repórteres estavam de espreita mesmo com toda aquela chuva, na esperança de conseguir alguma declaração de Alice.
- Nossa, quem diria que uma foto causaria esse reboliço todo.
- Não é apenas uma foto. É o filho do prefeito, aos beijos com um rapaz. Sendo que ele namora.
O portão se abriu e o carro pode entrar. Carlos parou na garagem, cumprimentou os seguranças e seguimos caminho para a cozinha, que infelizmente estava completamente vazia.
- Aonde está a Maria? – o rapaz se questionou sacudindo os cabelos, molhados pela chuva.
- Não faço ideia. Mas e agora?
- E agora, nós já estamos aqui. Então você vai subir as escadas, o quarto da Alice é a quarta porta a esquerda.
- E você?
- Vou procurar a tia Isa.
- Você me disse que elas não estavam aqui. – reclamou nervosa.
- Nessa turma só pode ter um covarde, esse papel já é meu.
- Me desculpa. Não quis falar aquilo.
- Quis. E tá tudo bem. Agora vamos, antes que alguém nos veja.
Caminharam vagarosa e silenciosamente. Cadu apontou para a escada e sussurrou mais uma vez qual porta era o quarto de sua prima. E viu Virgínia sumir ao chegar ao topo da escada.
Em seguida voltou para o carro. Iria embora, já que não havia sinal nenhum de Isabella ou Larissa pela casa. Mandou mensagem avisando que estava indo, e caso precisasse de reforço bastava uma ligação que ele viria correndo.
Virginia caminhou incerta sobre o que fazia. Talvez tivesse se precipitado ao ir até lá sem que Alice soubesse. Ou simplesmente a garota quisesse apenas ficar sozinha. Mas ela não queria vê-la sofrer. E imaginar tal coisa lhe doía o coração. Depois de subir todos os lances de escada, contou as portas e respirou fundo segurando a maçaneta.
- Você deve ser a Virgínia. – escutou uma voz que vinha do outro lado do corredor.
- Eu...eu... – não soube o que dizer.
- Não precisa ficar nervosa. Eu sou Larissa. – estendeu a mão, envergonhada Virgínia apertou-a. – Fico feliz que a Alice tenha te chamado. – Virgínia corou. – Ou fico ainda mais feliz por ela ter alguém que seja capaz de invadir uma propriedade apenas para ajudá-la. – Virgínia sorriu. Larissa era uma mulher divertida, de alguma forma não se sentia mal em sua presença.
- Não tinha a intenção, mas ela não me atendeu. Eu fiquei preocupada.
- Claro, como eu disse fico feliz. Mas depois quero saber como conseguiu entrar. Acho que preciso rever meu sistema de segurança. – comentou sorrindo. – Bom, fique à vontade, eu preciso voltar para minha esposa.
- Obrigada. – sorriu.
Virginia se manteve parada no mesmo lugar, tentava recuperar o fôlego após o susto. Não esperava que caso fosse vista, seria bem tratada. Mas entendia que isso só aconteceu por se tratar de Larissa. Pois se fosse Isabella sabia bem que as coisas teriam sido diferentes.
Segurou a maçaneta novamente. E em sua mente repetia um discurso para que Alice não achasse que ela era uma maluca, desequilibrada. Abriu a porta e seus olhos avistaram o corpo de Alice coberto sobre a cama.
As cortinas sacudiam feroz com o vento que vinha de fora. Ao escutar a porta abrir Alice comentou:
- Mammy, eu pedi para ficar sozinha. – comentou com a voz baixa.
- Então eu devo ir embora? – questionou e Alice saltou da cama ao escutar sua voz.
- Virgínia.
- Sim, sou eu. Posso entrar ou vai querer mesmo ficar sozinha? – questionou receosa. Talvez ter ido até lá foi de fato uma péssima ideia.
Alice permaneceu sentada, fitando desacreditada que Virgínia estava em sua frente. A fotografa esperava ansiosa por uma resposta. E o medo que a jovem recusasse sua companhia lhe deixava ainda mais aflita.
- Então, posso entrar? – insistiu.
Sem nada responder, Alice se pós de pé e foi até ela. Jogou seu corpo contra a pele morena, que estava molha da chuva. As duas permaneceram em um longo e silencioso abraço. Virgínia com medo de ser mandada embora, e Alice com medo do que faria de sua vida agora que de fato estava livre de seu namoro. E o silêncio, foi companheiro naquele momento de medos e incerteza.
Fim do capítulo
Oiê, sapekas.
Eu sei, era para postar na quarta, masssss essa escritora aqui está vivendo dias loucos.
Então vamos fazer um acordo. Certo? Os capítulos agora serão postados no sábado. Tudo bem?
E eu estou amando o feedback de vocês. Isso e ajuda muito. Gratidão.
Um beijão no coração. Sapekasss.
Comentar este capítulo:
lay colombo
Em: 10/09/2021
Meu Deus no encontro Isa e Virgínia tá próximo, deus nos proteja q vai sair faísca
ah então Isa está numa fase insegura pela idade, isso explica muita coisa sobre o comportamento dela.
Resposta do autor:
A diferença de idade entre ela e Larissa é cinco anos, mesmo assim ela tem sentindo o peso.
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Mille
Em: 08/08/2021
Quero nem ver quando a Isabela for no quarto da filha, a Larissa com certeza vai falar da visita da Alice.
Será que depois de uma noite de amor Isabela e Larissa se acertam, ou teremos novas discussões agora por causa do interesse de Virgínia e Alice??
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Acho que enquanto a situação não for de fato confirmada para Isabella tudo vai ficar de boas.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 07/08/2021
Quando Isabela descobrir quem é Virgínia vai surtar.
Resposta do autor:
É o que mais ela tem feito ultimamente. kk
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