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Entre Cosmos e Nanquim por shoegazer

Ver comentários: 3

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Palavras: 2575
Acessos: 1499   |  Postado em: 13/08/2021

É o início de tudo?

— E aí, viado?

— Cala a boca, Alana.

Alan, sentado em um banco na parte afastada do quintal, procurava se esconder do vexame causado há pouco tempo fumando um cigarro. Sentei-me ao seu lado, bagunçando seu cabelo.

— Que merd* é que aconteceu ali? – disse a ele, enquanto tragava meu cigarro.

— O pai está doente – ele dizia entre algumas tragadas – E agora acha que tem que fazer toda essas coisas?

— O que ele tem?

— DPOC, uma coisa assim, mas acho que não é nada grave.

— Você sabia disso?

Alan encarou-me de soslaio, voltando ao seu cigarro.

— Seu filho da puta – comentei.

— Ele pediu pra que eu não falasse pra ninguém sobre.

— E desde quando você é tão obediente?

— Desde sempre – ele deu os ombros, olhando para a frente.

Em nossa frente, havia o pequeno bosque da casa vizinha. Mato e mais mato em nossa direção, e quanto mais encarava, mais eu acabava absorta em pensamentos.

— Agora que todo mundo sabe, não tem mais o que esconder.

Alan encarou-me como se tivesse falado uma heresia, com olhos fulminantes. Ri e voltei a tragar meu cigarro.

— Tenho uma reputação a zelar, Nana.

— Ninguém liga se você gosta de sair com caras mais novos, Oscar Wilde.

Ele arqueou as sobrancelhas, deixando escapar um sorriso do rosto.

— Pensei que tivesse fumado seu lado intelectual em algum momento.

— E nunca mais vi você feliz com ninguém além das aparências – bati o cigarro entre os dedos, colocando de volta em meus lábios – Sabe do que estou falando.

Alan suspirou.

— Sei sim, mas não vai rolar, ele não quer mais conversa comigo.

— Ele ficou magoado de ter sido trocado por uma garota, quem não ficaria? No lugar dele, nem olharia pra você.

— Acha que ele ainda gosta de mim?

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Acho sim.

Terminei o cigarro, mas Alan acendeu outro em seguida. Estava ansioso, nervoso, e com razão. Sexualidade era um problema sério enquanto eu não me importava com o que achassem de mim, pois tudo era verdade.

— Ainda temos muita roupa suja pra lavar nesse lugar de merd* – comentou ele, com o cigarro entre os lábios.

— Péssimo momento que escolhi me reabilitar – suspirei.

— Sua prova de fogo será agora – ele deu um sorriso sarcástico, olhando para mim.

— O que você quer dizer com isso?

— Amanhã teremos uma reunião em família, como nos velhos tempos.

— Você tá de sacanagem, né? – disse em um tom alto.

Alan riu. Ele podia estar derrotado, mas não cairia sozinho.

— Gostaria de estar, mas não – ele ofereceu o cigarro para mim – Toma, vai precisar.

Peguei o cigarro em silêncio e o traguei. Terminamos ele e fomos para a casa da nossa tia Amália. Ao menos nisso concordávamos, de que não pisaríamos na casa da nossa mãe em prol da nossa sanidade.

*

Não conhecia o restaurante. Deveria ser novo, mas mesmo assim era estonteante, fino, de bom gosto, a ponto de que sequer teria uma roupa adequada para aquilo, pegando as roupas emprestadas de Alan.

Entrar em um lugar daquele era reconfortante para ele, já que podia mostrar o que bem sabia fazer: criticar a comida dos outros, seja pro bom, seja pro ruim.

Quando chegamos, cedo da noite, nosso pai estava à mesa, sozinho, bem arrumado. Ao nos aproximarmos, nos cumprimentamos novamente.

— Que bom que vieram – ele disse em um largo sorriso.

— Contando que o senhor não puxe um microfone debaixo da mesa... – dizia Alan, constrangido.

— Cadê a sua família? – comentei.

— Eulália está na casa da mãe dela, junto com Heloísa.

— Demorou pra ela descobrir que o senhor é um louco barraqueiro.

— Alana! – disse Alan, chutando minha perna por debaixo da mesa.

Meu pai tossiu por um longo período, e logo guardou o guardanapo que usava no bolso.

— Alana, tem como você baixar a guarda por um momento? – comentou meu pai em tom brando.

— Não, sou filha de uma general malvada, esqueceu? Sempre estou pronta pra guerra.

— General não – uma voz por trás me corrigiu – Major.

Era minha mãe, ainda em roupas militares. Sua boina e sua roupa bem passada e alinhada me trazia os calafrios das péssimas lembranças. Fiz a saudação para ela, que me olhou torto, sentando-se ao lado de Alan.

Encaramos um ao outro naquele momento bizarro, que quase instantaneamente me fez rir.

— O que é tão engraçado, Alana Maria? – indagou minha mãe, séria.

— Essa situação é tão estranha que chega a ser engraçada – dizia rindo – Garçom, com licença, me vê um vinho...

— Esse lugar não é um boteco, Alana – minha mãe continuava a me corrigir.

— Está sabendo muito, né? Anda vindo aqui com algum namorado? – disse em tom ácido.

— Alana, está bom já – Alan continuava a me chutar.

— Bom? – dei um sorriso irônico – Agora que está começando.

Gesticulei para que o garçom trouxesse um vinho bom, da casa para nós, meu pai pediu o prato do dia para nós quatro e o silêncio que sucedeu-se depois disso foi constrangedor.

Minha mãe não recusou o convite por pura educação, nunca seria do feitio dela fazer desfeita, a não ser quando envolvia corrigir os filhos na visão dela, e meu pai sabia bem disso. Ele, com uma doença grave, procura se redimir do que fez tentando reaproximar a família trazendo todos os podres dos filhos sexualmente duvidosos junto com sua falta de caráter, e Alan começava a colocar em xeque do que realmente gostava e bem, eu só pensava que poderia estar tendo uma trans* sensacional com Catarina, ou jogando videogame com Matheus, ou colocando meu caráter em xeque com uma dançarina raivosa de boate, ou qualquer outra coisa mais interessante do que olhar para três caras angustiadas ao meu redor.

Mas, pelo que conhecia da minha família, essa capa não iria durar muito.

— Então, Alan – dizia meu pai pigarreando – Como vai o trabalho?

— Normal, eu acho.

— Tem que estar, já que tem que se sustentar de alguma forma – disse minha mãe, enquanto o garçom servia o vinho seco para nós, só reiterando o que eu já imaginava.

— Não só eu como a Alana, não é mesmo?

Alan já sabia muito bem como se defender.

— Que também já está na hora de começar a se virar – minha mãe lançou um olhar para mim.

— Não se preocupe, eu já ajudo nas finanças de casa me prostituindo para mulheres mais velhas – respondi, enquanto gesticulava em um brinde para ela com a taça, tomando parte do seu conteúdo.

Alan tentou conter o riso, não conseguia se controlar quando eu tentava tirar nossa mãe do sério, o que estava quase conseguindo. Só que meu pai franziu as sobrancelhas e olhou para mim.

— Como é, Alana Maria? É brincadeira, não é?

— Não – fiz um barulho de satisfação ao colocar a taça na mesa – Tenho que pagar minhas drogas de alguma forma, né?

E o rosto do meu pai foi tomado por uma vermelhidão, seguindo de uma sucessiva tosse.

— Alana! – disse Alan, olhando-me feio.

— O que foi? É a verdade – dei os ombros.

— Você sabia disso, Andréia? – disse meu pai, olhando sério para ela.

— Sabia, o único que não sabe das coisas aqui é você, Douglas. Nunca soube.

— Alana, você está viciada em drogas, minha filha? – meu pai estava sério, quase suplicante.

— Estou em recuperação, inclusive eu transo com minha terapeuta. Acho que a abordagem dela é me recuperar com sua...

— Alana – Alan tentava se conter do riso – Para com isso.

Nos divertíamos vendo a cara de choque dos dois. Minha mãe, suspirando, olhou-me com desgosto.

— Eu já lavei minhas mãos em relação a sua vida depravada.

— Mas a senhora que me deu apoio pra pegar a garota – disse em uma surpresa falsa.

— Andréia, que história é essa?

— Qual o problema em querer me aproximar dos meninos? Eu sei que eles são dois perdidos, mas são meus filhos.

— Ei, eu não sou um perdido! – Alan retrucava.

— Eu sou – concordei com a cabeça – Com todo orgulho.

— Os meninos falam esse monte de barbaridade e fica por isso mesmo? – meu pai estava quase colérico.

— O que tem? Um é viado e outra é sapatão, você mesmo já alegou isso.

— Eu não sou viado – Alan dizia com raiva.

— Mas eu sou sapatão, não se preocupem – servi mais vinho para mim.

— Alana, fique calada ao menos um minuto – advertia meu pai.

— Eu, ficar calada? Manda sua mulher ficar calada – dei um sorriso falso a ele – Se bem que ela lhe largou, não é?

— Eu só queria ter um minuto de paz com vocês e pelo visto vou é perder mais a minha vida – sua cara estava fechada. Conhecia bem aquela feição, mas antes que eu pudesse comentar qualquer coisa, olhei para Alan, que balançava a cabeça aflito, porém o que me chamou atenção foi para a pessoa ao seu lado, minha mãe.

Ela ria. Só que ela riu tanto que chegou a gargalhar, e sabia que aquilo era tão destilado de ironia que assustava até a mim.

— Douglas, como você é um hipócrita filho da puta e mentiroso – ela serviu vinho para si – Não tem moral para falar de nenhum dos dois.

— Eu? – ele ria no mesmo tom – Quem é você pra falar alguma coisa, major Andreia da família perfeita, não é?

A briga tinha se tornado deles.

— Quem largou a mulher com dois filhos pra ficar com a amante novinha foi você, Douglas!

— E quem expulsou a filha por ser gay? – ele revidava em um tom quase infantil.

— E quem colocou o filho pra fora de casa e não aceitou a filha porque sua mulherzinha querida não queria uma má influência pra dentro de casa?

Essa parte eu não sabia.

— Você colocou os meninos pra fora porque achava que eles eram fruto do nosso fracasso, Andréia. A culpa não é só minha.

Acho que essas palavras se tornaram pesadas demais.

— Quem está choramingando porque um é um viado encubado e a outra é uma drogada que se prostitui é você. Eu consigo lidar com minhas consequências e...

— Ignorando? Fingindo que não existe? Eu que te convenci a ir atrás dos meninos para eles virem até nós e...

— Eu vou embora dessa casa,
eu não aguento mais morar
com um verme como você!

— Aproveita e leva as crianças!

— Eu não quero ficar com eles,
só me dão trabalho!

— Eu não fiz sozinho, Andréia!

 

— Alan...

— Ignora o que eles estão dizendo.

— Eles odeiam a gente, não é?

— Odeiam não, só estão
com raiva.

— Você é um péssimo exemplo de pai, Douglas! Não vai ser diferente com essa sua criança nova.

— E você que estragou os meninos com essa sua ditadura, sua maluca.

— Meus pais brigam muito, acho que eles
não gostam de mim e nem do
meu irmão.

— Lá em casa também, mas sabe o que eu faço
quando eu me sinto mal assim?

— O quê?

— Não conta pra ninguém, mas olha...
Trouxe das coisas do meu pai,
é vodka. Sente o cheiro.

— Isso parece ser horrível.

— O gosto é ruim, mas a sensação é boa,
quer experimentar?

 

— Dá pra vocês pararem de discutir?

— Não se mete na briga, não está vendo que estou falando com sua mãe?

— Você já experimentou isso aqui, Nana?

— O que é isso?

— É um remedinho que te leva pras nuvens.

— Vai me fazer esquecer que minha vida
parece uma grande sucessão de merd*?

— Com certeza. Fez esquecer até que eu
apanho do meu padrasto todo dia.

— Por isso que sumimos da vida de vocês dois!

— Eu quero viver assim pra sempre, Paula.

— Como?

— Dopada.

Algo quebrou na mesa. Era o meu copo, que de um jeito instintivo, joguei contra a mesa pesada de madeira.

Todos olharam para mim, inclusive os entes da mesa. O rubor que vinha do corte da minha mão se misturava com o do vinho e que se misturava com o da toalha de mesa. Levantei e suspirei fundo. Olhei para o meu pai, depois para minha mãe e para Alan, que estava aterrorizado.

Pisquei algumas vezes, tentando voltar a mim mesmo. Respirei fundo mais uma vez e olhei para os lados. Primeiro, apontei em direção ao meu pai com os dedos sujos, respingado, com a mão pouco levantada.

Depois, fiz o mesmo em direção a minha mãe. Não lembro se eu já tinha visto eles em silêncio assim.

— Vocês são dois doentes, acabaram com as nossas vidas e no momento em que conseguimos nos reestruturar, querem fazer isso de novo?

Mas ninguém respondeu nada.

— Não vou permitir que fodam comigo e com Alan. Vocês não são pais, são dois maníacos. Eu pensei que se nos aproximássemos de vocês, parte das minhas angústias iam se resolver, mas... – coloquei a mão no peito – Vocês que me causam a porr* dessa angústia, e por isso que eu vivo querendo me drogar, e por isso que Alan vive no armário.

Alan me olhou de soslaio, suspirando. Levantou-se junto comigo.

— Vamos embora, Alana.

E a comida chegou na mesma hora. O garçom olhava assustado.

— Está tudo bem? – perguntou ele ao me ver.

— Está sim – coloquei a mão sobre a sua – Inclusive, pode ficar com a minha parte e a desse rapaz, estou dando esse jantar a vocês.

— Sério? – disse ele, com certa animação.

— Sério – tentei dar um sorriso – Tenha uma boa noite.

E fomos embora sem nos importar com os olhares sobre nós. Caminhamos em silêncio e depois de algumas quadras, eu parei a esmo. O ar me faltava, minha mão doía, tudo doía.

Não sabia se doía porque ninguém nos procurou para se desculpar, ou se doía de perceber que eu não tinha mentido em minhas palavras. Alan ao me ver assim, abraçou-me com firmeza.

Fiquei em silêncio, mas meu rosto foi ficando quente com as lágrimas que saíam em seguida de um gemido de dor. Não física, mas interna, psicológica, como um parto doloroso e demorado ao qual, depois de sair do saco amniótico e ver a luz que praticamente cegava, abria um berreiro ao perceber que eu existia, aquele meu eu existia e as coisas não mudariam. A mudança que todos nós almejamos quando percebemos estar em um buraco e passar por isso era mais doloroso do que só imaginar.

— Não se preocupe, estamos aqui um para o outro, não esqueça disso.

Alan pressionou-se contra o meu corpo, segurando cada parte minha que ruía ali. Ele dizia isso tentando convencer a mim e a si mesmo, mas no final das contas, era difícil digerir que a família que um dia deslumbrávamos em ter era pura ficção de duas cabeças que queriam ser acolhidas de qualquer forma.

Fim do capítulo


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Comentários para 23 - É o início de tudo?:
Lorene Leal
Lorene Leal

Em: 27/08/2021

Muito triste esse capítulo, foi impossível não me emocionar, principalmente por saber que existem pessoas que realmente vivem essa situação. 

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 13/08/2021

Tenso!

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naoseimeulogin
naoseimeulogin

Em: 13/08/2021

Haja treta... 

 

Estou apaixonada pela Catarina

Responder

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