TEMPOS DEPOIS

Contêm cenas de tortura fisicas e psicológicos.

Passos cadenciados com saltos finos acariciavam a pedra polida do mármore, que respondia com uma música suave a cada pisada. Esther Wayne, é uma poderosa bruxa e doutora formada em neurociência cognitiva, descendente única de uma linhagem de bruxas poderosas com poderes de implantar memórias ou retirá-las da mente de qualquer pessoa, entrou na cela, seguida de Nara Shiva sua afilhada.

 As duas vestiam roupas esportivas. A primeira com uma calça comprida jeans cheia de buracos realçando seu corpo perfeito, completando com uma blusa baby look na cor creme que combinava lindamente com a cor marrom de sua pele, olhos pretos como se, em cada globo ocular, a Deusa tivesse colocado uma pedra lapidada de ônix e soprando o pó da vidência. Essa era a impressão que se tinha quando qualquer pessoa ficava frente a frente com a loba, que tinha consciência do seu fascínio, principalmente quando falava, pois exalava mistério na voz. Usava essa sensação para seduzir e hipnotizar a vítima.

Edmundo sentiu seu mundo ruir quando olhou para a mulher que entrou. Seu olhar,um olho verde e outro amarelo, tinha uma luminosidade que era aterrorizante.  Ficou recolhido na sua insignificância, mas não por muito tempo. 

Atrás da mulher intrigante, entrou outra que passou bem à frente, ficando praticamente em cima dele. Dessa vez não deu para disfarçar, foi involuntário. Ao olhar a garota de quase dois metros, olhos azuis, vestida como uma garota qualquer, usando um short saia branco e uma camiseta regata na cor verde, em contraste com o azul dos olhos, ainda mais misteriosa do que a primeira e com todos os dentes expostos — caninos perfeitos, afilados e afiados — rosnando para ele, o homem humilhantemente se molhou. O barulho da urina caindo no chão e escorrendo para os pés de todos não foi o suficiente para afastar nenhum deles um milímetro sequer do local onde estavam.

 Quando a garota abaixou a cabeça e falou, quase engolindo sua cabeça. Sem querer, ele fez uma contagem de todos os dentes e sentiu o bafo quente em sua cara. Começou a tremer com sua proximidade e os homens que ali estavam nada fizeram ou comentaram. Deram espaço para as mulheres se aproximarem, curiosos para saber o que estava acontecendo.

r13; Então é você que anda me procurando? O que você quer comigo? Qual seu interesse? Quem mandou você me caçar como um animal? r13; Edmundo, até então, achou que os cabeludos eram maus caráter, mas aquela garota na sua frente ele tinha certeza de que ela rosnava como uma fera e mostrava os caninos. Ele tinha quase certeza de que estava se borrando ali, na frente de todos.

r13; Eu não sei do que a moça está falando. Nunca procurei a senhora.

r13; Lá na mata, quando o ônibus quase virou na ponte e fui ajudar aquela garota, eu senti você o tempo todo colado no meu pescoço, e eu quero saber o porquê. Sem mentiras, eu não me dou muito bem com elas, por favor. r13; Liberou as garras e olhou uma, acompanhada pelo olhar aterrorizado do homem, que gaguejava, tentando responder

r13;Eu não sei do que a  moça está falando.

r13;Espera Nara,deixa eu lembrar a ele o que ele fez  hoje durante o dia.r13;Esther chegou balançando os braços todo aberto  na lateral do corpo e foi fechando e juntando na frente do homem que estava tremendo,o tapa foi seco e ardido  tapando por segundos seus dois ouvidos quando a mulher chicoteou as duas mãos com bastante força nas suas orelhas o sangue desceu quente em seu Nariz, a chibata foi tão certeira e cruel que sem querer mordeu a língua arrancando um pedaço acompanhando mais sangue.

—conseguiu lembrar de alguma coisa ou precisa de outro incentivo? —Esther ria  esquentando as mãos uma na outra aguardando que o homem parasse de tremer e desse início a falação

r13; Faz dias que venho buscando evidências de que os lobos existem nessa reserva. É um estudo que estou fazendo para a empresa em que eu trabalho. Também procuro uma cientista que veio morar aqui na reserva, meu patrão pretende contratá-la. Mas, aí, eu vi você se transformando.

r13; Assim... — E, diante de todos, ela se transformou e caminhou lentamente até ficar frente a frente com ele, rosnando e mostrando todos os seus dentes.

Edmundo sentia o bafo quente da respiração da loba no seu rosto e começou a rezar para sair com vida desse inferno. Seu patrão que fosse para a puta que pariu. Não trabalharia nem mais um minuto para ninguém. Já tinha perdido tudo, mulher, filho, sua masculinidade, e agora corria o risco de perder suas partes íntimas com a pata daquela fera em cima, apertando e torcendo. A vontade de gritar era tanta, mas precisava negociar, dar algo para salvar sua vida.

r13; Ziam, ele está mentindo. Se permitir, eu arranco dele a verdade. r13; Esther circulava a cadeira, sentindo o cheiro do suor do homem, que se virava a todo instante, seguindo os passos da mulher, apavorado e balançando a cabeça negativamente com olhos enormes pedindo em silêncio que o tal Ziam Não permitisse a mulher de chegar perto dele.

r13; Se eu contar tudo que sei, eu tenho a garantia de sair daqui com vida? r13; Sabia que o que estava prestes a fazer iria colocar sua vida em perigo.  Não confiava na honestidade do patrão. Nas vezes em que o via pela televisão, ele estava sempre cercado por meia dúzia de homens que vieram das forças armadas. Ele não sabia muito, mas sabia que a empresa estava fazendo pesquisa científica, seu próprio patrão havia dito, mas era sua vida que estava em jogo. Pelo menos tinha tempo de chegar em casa e sumir do mapa. Então, sim, estava tomando a melhor decisão.

r13; E quem garante que não vai nos trair e contar tudo o que se passou aqui? r13; Ziam perguntou com ar sério.

r13; Eu juro que não direi nada. Saindo daqui, só preciso de tempo para arrumar minhas coisas e desaparecer no mundo.

r13; Vamos ouvir primeiro. Anda, abra o bico. r13; Anael se sentou no chão mesmo e ligou um gravador portátil que sempre trazia consigo no bolso. Nunca se sabia quando precisaria usar o celular para gravar tudo.

r13; Eu trabalho para as organizações Mascarenhas, meu patrão, é o dono do laboratório e hospital Emílio Sabir no Rio de Janeiro. Aqui só tem um escritório para resolver a contratação de pessoal e coisas trabalhistas. 

r13;Onde fica esse escritório? r13;Anael interrompeu com um aparelho de gps, notando as coordenadas.

r13;Fica na cidade vizinha, na metrópole, próximo a Igreja São Judas que está em ruínas. O Dr. Mascarenhas é um homem influente que tem muita gente importante na sua folha de pagamento, um segmento de trabalho pesquisa melhoramento da genética,e estudos com animais que vivem muitos anos.

r13;Continue….r13;Anael pediu.

r13;Vocês vão mesmo me deixar ir embora, não é? r13;Estava muito nervoso, e morrendo de medo de estar ali, se aquela garota chegasse mais perto era bem capaz de comê-lo vivo, no entanto o cabeludo fortão em pé mandou que ele continuasse sem dar garantias.

 r13;Na folha de pagamento está desde o delegado ao secretário de polícia, do vereador ao senador, eu sei por que o pagamento deles cai na minha conta e eu repasso como pagamento por compras que nunca foram feitas.

r13;Esther quando terminar, veja na cabeça dele o que puder. r13;Mas falou tão baixo que não deu para ouvir.

r13; As portas se abrem quando ele quer pesquisar algo. Há muito tempo, ele vem pesquisando essa reserva. Ele sabe que aqui tem lobos. Não tem como provar, pois nunca viu. 

Todos se olharam um conversando com o outro em silêncio

r13;Como chegou a essa descoberta, ou está mentindo? r13;A mulher do outro lado perguntou sorrindo.

r13;Às vezes eu viajo para o complexo de pesquisas  onde são realizadas as pesquisas sobre genoma e ecossistemas,no  Rio de deixar amostras de tudo, plantas, água, terra, até fezes de animais da reserva aqui e das proximidades, lá eu me envolvi com uma enfermeira que sabe muito, foi ela que falou o doutor vê uma mutação do sangue de algumas pessoas que ele tem certeza de que são lobos foi ela também que descobriu que ele mantém essas duas pessoas em uma mansão transformada em hospital. r13; Enquanto falava sentia um incômodo na cabeça como se pequenas aranhas estivessem passeando, a mulher estranha continuava sorrindo. 

r13; Praticamente, elas são prisioneiras. A mais nova não sai, não tem amigos e vive sob medicamento à base de sedativos e a mais velha os medicamentos já conseguiram levar à loucura. 

r13;Se sabe de tudo isso porque não denunciou?r13;O gêmeo mais afobado perguntou.

r13;A polícia  da cidade não é de confiança e eu não tenho provas, minha esposa e quem trabalha pra eles.

r13;Sem mentirasr13;Esther avisou se aproximando do homem que rapidamente acrescentou.

r13;A gente se separou, Sandy não é mais minha esposa.

r13;Escuta ninguém está interessado na sua vida conjugal continue o que dizia antes.r13;Nara Shiva deu um leve empurrão para baixo com a pata apertando as bolas do homem

r13;sandy trabalha lá na casa com uma equipe médica, tudo que sei é que ele está drenando todo o sangue delas e fazendo experimentos. não sei aonde, isso ela nunca me disse.  

Todos estavam no mais absoluto silêncio, com exceção de Nara.

r13; A pesquisa está no fim. Ele descobriu um gene no telômero colhido do sangue dos lobos que contém telomerase, que, ao se duplicar, não perde nada. Ao contrário, se duplica melhor e mais completamente. Isso mostrou o segredo da longevidade. Ele é um grupo seleto que vai investir alto em cápsulas para o rejuvenescimento. Tem gente grande envolvida, o Médico falou por telefone que as remessas de dinheiros iam triplicar, que todos iam ficar milionários. Aí, ele mandou eu sequestrar uma cientista que mora aqui, mas ele quer oferecer um excelente cargo a ela e, como ela não aceitou da primeira vez, ele me mandou fazer o serviço.

Contorcia-se na cadeira para afastar um pouco a pata da loba, que apertou com força, fazendo-o gritar e depois sufocar o grito ao ver a loba voltar à forma humana e andar totalmente pelada dentro da sala. Não conseguiu nem levantar a cabeça, a garota desferiu um tapa violento que bateu em cheio na sua boca, rasgando seus lábios e levando junto dois dentes. Assim, gratuitamente.

r13; Como se chama essas duas mulheres?! Responda logo, antes que eu te rasgue todo aqui mesmo. r13; Mais um tapa foi desferido, rasgando o outro lábio. O homem estava apavorado e só fazia olhar para ela. Foi quando, para sua salvação, um dos cabeludos a puxou para perto e segredou no ouvido dela:

r13; Calma, filha. Ele vai falar. Tenha calma.

r13; Papai, eu tenho certeza de que uma dessas humanas é a Amkaly, e a outra deve ser a mãe dela. O maldito está usando a filha como cobaia. Papai, se for, eu mato esse desgraçado aqui mesmo. Termine o interrogatório. Se eu olhar nas fuças dele, eu arranco a cabeça dele. r13; Dito isso, catou a roupa do chão, rapidamente se vestiu e ficou ouvindo as respostas.

r13; De quem você está falando? Aqui temos 4 cientistas. Como se chama a que você procura? r13;Ziam perguntou sem sair do lugar.

r13; Não sei, mas tem a foto dela no meu celular — falou com uma certa dificuldade devido à falta de dentes repentina e ao acúmulo de sangue na boca. Antes que pudesse pensar em alguma coisa, o guarda-florestal passou o celular para o cabeludo que estava próximo a ele.

r13; Anael, aqui está o celular dele, e ali no canto está tudo que pertence a ele. r13; Anael pegou o celular e ficou mexendo. Em pouco tempo, o desbloqueou e quebrou os cadeados de segurança. Em seguida, tirou do bolso da bermuda um adaptador, conectou no celular e copiou todos os dados do celular no pendrive. Quando terminou, mostrou a foto que tinha no celular.

r13; Olha só quem ele está procurando. r13; Rodou o celular na mão para que todos vissem a foto. Nara foi a primeira que cortou o silêncio.

r13; O que seu patrão quer com essa mulher? r13; Nara perguntou do local onde estava.

r13; Ele falou que fez uma proposta e ela recusou. Como deu pra ver, ele não é um homem de receber não como resposta. Posso ir agora? Vocês prometeram que, quando eu falasse tudo que sei, me deixariam ir. Já posso? r13; Olhava desesperado para todos.

Fim do capítulo