CAPITULO 27
Ziam caminhava de um lado a outro, buscando uma solução que fosse adequada para o momento.
Se soltasse o indivíduo, Nara iria caçá-lo e matá-lo de forma não muito rápida . Não queria prisioneiro na cela além do tempo necessário e esse humano não era importante para a reserva.Outro detalhe era que ele poderia ter uma escuta ou um chip de GPS. Isso significaria o começo da guerra.
r13; Esther, faça o que sabe fazer de melhor, dê uma olhada se esse cretino tem alguma espécie de rastreador. — Aguardou a bruxinha chegar mais próximo do homem, cheirando a respiração dele, que estava mais apavorado do que se o tivessem jogado aos pés do próprio Satanás.
Esther, sem tirar os olhos do homem que visivelmente tremia o corpo todo fazendo um barulho chato de atrito da cadeira com o assoalho, a morena colocou a mão no bolso, tirando vários gizes de cera de cores múltiplas, examinando minuciosamente cada um e optando por um na cor preta e vermelha. Afastou todos e começou o desenho no chão, cantando uma música desconhecida para todos. Nara Shiva, como já tinha visto a madrinha fazer esse ritual, saiu de cima do homem, que respirou aliviado quando a garota se afastou, mas se arrependeu quando ela lhe lançou um olhar cínico, sorrindo e mostrando os caninos.
Os homens admiravam a cabala que estava nascendo nas mãos habilidosas da feiticeira. Era um gráfico com 10 safiras ou círculos e mais 1, que era oculto. Cada um desses círculos tem uma correspondência com todos os assuntos com os quais temos que lidar em nossa existência. Tanto as virtudes quanto a parte negra da nossa alma. Quem domina a magia da cabala e sabe ler a mente humana retira dela as coisas boas e as ruins, como os medos, os ódios e todo tipo de bestialidade que um homem assim tinha dentro de si fragmentando a alma e deixando dentro da sua própria alma por alguns minutos a podridão da alma do sacrificado aprisionada dentro da sua própria alma, motivo pelo qual a bruxa adormecia logo em seguida para purificar em outra dimensão alma e espírito.
O cântico entoado era suave e pedinte, como se ela estivesse pedindo ao universo permissão para entrar no corpo daquele homem. Ela nasceu com esse dom, todas as mulheres da sua família dominavam o sobrenatural no início da civilização. Eram magas, passaram a sacerdotisas, feiticeiras, bruxas e, agora, mulheres que sabem enfeitiçar. Na realidade, Esther sabia que vinha de uma linhagem de bruxas, nascida em Lancashire, situado no Norte da Irlanda, sob o círculo da lua crescente, já veio ao mundo com esses poderes. Há cada mil anos, nascia uma descendente e, como ela era uma jovem bruxa de 35 anos, ainda ia entrar na fase adulta, que seria ao completar 5 séculos. Então buscaria o seu parceiro ou parceira, ou os dois, e teria sua prole de bruxinhas.
Riu com os pensamentos. Tão cedo não queria a maternidade, já bastava trazer ao mundo todos os lobos quando se transformavam aos dois anos de vida e de todas as lobas prenhas correndo atrás dela para falar do destino dos seus filhotes ainda na barriga. Definitivamente ainda não estava pronta para ser mãe. Limpou a mente, conectou-se aos seus chakras (energia espiritual em vórtice que gira como redemoinho), acendeu incensos em cada safira, passou um pouco de água corrente da pia nas mãos e pediu a Ziam:
r13; Coloquem ele no centro da cabala. Cuidado para não pisar nos círculos. — Esther se afastou o suficiente, dando espaço para que os gêmeos transportassem o homem que esperneava mesmo não estando amarrado.
Nara admirava esses rituais. Já tinha visto outras vezes a madrinha riscar esse desenho que se parecia com o formato de um sapo, animal muito usado em rituais de magia.
A feiticeira se aproximou do homem, que não conseguiu resistir e, sem saber o que iria acontecer, urinou-se todo, fazendo o barulho da urina cair no chão, chamando a atenção da bruxa, que olhou para onde o líquido escorreria. Passou por cima de um traço e não chegou perto dos zefires, não deu importância e continuou. Pousou os dedos médio, anular e indicador de cada mão na lateral da fonte e, de olhos fechados, iniciou outro antigo, esse em hebraico. Em poucos segundos, a transferência de memória começou a ser feita. O homem se debatia e gritava como se estivesse sendo marcado a ferro em brasa.
Ziam, mais que ninguém, tinha orgulho de ser amigo daquela bruxinha. Ninguém que ele conhecesse em qualquer alcateia tinha o poder de apagar a mente de outro ser senão Esther Lakshmi, nem mesmo a própria mãe de Esther tinha esse dom devastador. Os mais antigos diziam que ela era fruto de dois bruxos, outros diziam que seu pai era um ser encantado e, quando a bruxinha nasceu, soprou a magia nos seus olhos, que seguiu o caminho para sua alma. Histórias à parte, nem mesmo por onde ela punha as mãos, a pessoa não seria mais a mesma.
r13; Meu trabalho aqui está terminado. Deixa só eu lavar minhas mãos que volto a falar com vocês. Não me interrompam, meu tempo não será muito. Tenho que contar todas as lembranças antes que se apaguem ou eu comece a dormir.
Enquanto Esther ia para a pia se lavar, as pessoas ali presentes abriram a porta para circular o vento, pois o homem ali desmaiado não suportou a dor e defecou na roupa, e o mau cheiro estava insuportável. Quando perceberam que só abrir a porta não resolvia, foram todos para o amplo corredor e lá Ziam abriu outra sala onde todos respiram mais aliviados.
r13; Meu alfa, ele está a uma semana entrando dentro da reserva por um túnel, que termina ao lado da gruta da pedra furada, de lá ele observa nossos costumes esperando ver alguém se transformando em lobo, e quando viu foi a Nara no dia do acidente, coletou amostras de DNA e ia vender a quem pagasse mais pela informação da existência de uma nova raça. No caso, nós. r13;Deu uma pausa para olhar exclusivamente para Anael, o responsável pela segurança do seu povo. r13;Com ele, está um cachorro de porte grande, que tem um olho implantado. Esse olho é uma câmera que filma tudo e repassa para uma central, que processa as imagens no final do dia onde é armazenada e no final de semana enviada para um destinatário que acredito ser o chefe dele.
r13; Irmão, convoque todos que sabem manejar armas, sejam elas balísticas ou não. Chame aquele grupo que sabe fazer uso da besta e espalhe ao longo do perímetro de cada uma das oito zonas. A ordem é não deixar entrar qualquer um que não seja conhecido ou parente,os humanos que moram dentro da reserva todos devem passar por interrogatório,ou permitir que Esther veja em suas mentes. Todo e qualquer um que passar pela área da temperatura, a ordem é matar sem pena nem piedade A.D você, sua mãe e seu irmão acompanhe Esther quando ela for verificar os portais mágicos e fortificar as ilusões qualquer um do lado de fora não verá nada aqui dentro a não ser florestas e muito ar seco. — Voltou-se e mandou que a jovem continuasse.
---Esther e sobre o acidente do ônibus, descobriu quem estava por trás e o que queriam nas nossas terras?
r13; Ele está metido em tudo que não presta. Mas ele não sabe nada sobre o acidente ficou até surpreso com o acontecido, em compensação está envolvido em tráfico de animais e plantas nas cidades vizinhas tem quatro clínicas, que estão traficando bolsa de sangue da população e enviando para o Rio, como se fosse uma doação perfeitamente normal entre clínica e hospital. Está tudo dentro da lei. Vou passar para o Anael a lista, realçando os nomes das pessoas com quem ele mantinha contato para pegar essas bolsas. Cada remessa feita rendia aos bolsos dele milhares de dólares. Ele já vem fazendo isso há um ano.
r13; Eu quero o nome das clínicas e de todos que trabalham lá. Quem são os doadores, se sabem do destino da doação e se estão recebendo algo em troca.
r13; Na cidade de Ibarama, a nossa vizinha, tem um laboratório odontológico onde esse cidadão aqui fica muito tempo catalogando amostra de sangue para embarque imediato. Os médicos não sabem de nada. Na sala dele tem um elevador que desce três andares abaixo no subsolo. Ele pega um túnel, anda quatro
quilômetro e sai ao lado da gruta da pedra furada, onde Nara estava. Pelo que eu vi, o túnel foi cavado vários metros abaixo e recoberto por plantas aromáticas para dificultar nosso olfato. e mais uma vez tudo dentro da lei, tanto na escavação quanto na construção, poucas pessoas estão envolvidas, ou sabem disso. O prefeito e o governador e alguns empresários. Vou repassar os nomes para você, Anael, junto com as contas bancárias de cada um e as senhas de todas as contas que estão no nome dele. Tem muitas que ele nunca usou, é só testa de ferro de algum ricaço. Nesse consultório tem uma mini central de computadores, onde eles se conectam. Provavelmente tem o rosto de cada um ali.
r13; Meneses, aqui é Ziam falando. Monte uma van com toda parafernália necessária para ser uma microempresa de conserto e reparo de computadores. Estou mandando um endereço para você ir fazer reparos. Quero tudo que estiver nesses computadores, até jogo de cartas. Quando tiver feito em cada um, deixe um “FLAMER 2012”. Quero que esse vírus destrua toda a rede de computadores deles, tudo isso para ontem. Estou enviando ordens e autorização para montar o negócio. Só me ligue para dizer que tudo está concluído. Continue, Esther, por favor.
r13; Ele hoje veio para sequestrar a Ananya, por ordem do seu chefe, que também deu a ele a ordem de ficar com ela um mês algemada, drogada e sendo usada para sex*. Só era para levar ela até o patrão quando Ananya estivesse grávida. — Esther se calou e sufocou um soluço, abafado, sua irmã de alma tinha escapado do inferno uma vez,se a colocassem outra vez em cativeiro ela se perdia.
Nara sabia das crueldades que a médica tinha passado e ouvir da boca do homem o que ele pretendia fazer foi demais, sua loba tomou a frente o que vinha tentando fazer desde o momento em que pôs os olhos em Amkaly no acidente desta vez não teve tempo de segurar e não se transformar. Pai e tio correram e ficaram na porta, impedindo-a de passar.
Ziam sempre soube como acalmar a loba da sua filha desde quando ela se transformou antes de completar dois anos de vida e correr para a floresta descontrolada como estava agora, prestes.
r13; Calma filha. Fique calma. Ele é só uma peça, vai ter o fim que merece, pense. Se matarmos ele, quem está por trás consegue outro e não pegam o cabeça. Vamos comer pelas beiradas, deixá-los pensarem que não estamos sabendo de nada. Esse aí não serve para mais nada, Esther destruiu a mente dele. Vamos atrás do chefão, tudo bem? Podemos sair aqui da porta? Ainda tem muita coisa para a gente resolver. — Aos poucos, Nara foi voltando ao normal, já mais calma.
r13; Nara, ele nunca viu a filha do homem a quem ele chama de chefe e também nunca foi na casa dele nem tampouco sabe onde fica a mulher com quem ele tinha um caso é quem sabe, mas não pode repassar a informação. Tudo que ele sabe é que o patrão não tem filhos é viúvo a filha do homem morreu num acidente em Paris.
r13; Então a mãe dela nunca morreu, ele forjou tudo. Ou realmente ela e a mãe não tenha parentesco com ele, talvez ele venha mantendo as duas em cárcere privado por causa do sangue delas ou dela eu já não sei mais de nada. Assim que sair o resultado dos exames que a tia Bárbara fez, vamos descobrir o porquê do interesse nela. r13; Nara olhava embaixo do sofá procurando sua regata que caiu na hora que se transformou, assim que a viu puxou dando uma sacudida para tirar a poeira do chão, vestindo em seguida assim mesmo meio rasgada até porque ali não tinha roupas extras suas já que quase nunca ia naquele lugar.
r13; A. D., essa notícia te interessa. Ele vivia maritalmente com uma mulher que tem o lobo da nossa família, mas não tem assinatura e não foi reivindicada, você tem um filho que é da polícia o nome dele é Alex. A mulher foi embora quando descobriu o canalha que esse ai é. Vou fazer um retrato falado do seu filho, logo, logo o Anel descobre por onde ele anda.
r13; Obrigado, minha prima, venho procurando-os, mas parecem ter passado por um portal mágico. Nada paga a alegria que essas palavras me dão. — Be
ijou a mão de Esther em gratidão.
Continua.
Fim do capítulo
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