Capitulo 7:Sophia
Praticamente fugi de casa,após brigar com Samantha. Minha cabeça estava a mil, mas as inúmeras aulas na escola de dança,não poderia me dar ao luxo de deixar que minha vida particular influenciasse na minha vida profissional. Durante todo o trajeto, fui fazendo uma retrospectiva da vida que estava levando. No quanto estava infeliz. Em como estava vazia, sem sentido. Minha alegria era e para sempre seria Meredith, mas já estava decidido: colocaria um ponto final no meu relacionamento com Samantha. Descir na estação do metro e seguir em direção a escola. Da porta para fora, sou um ser humano como outro qualquer, com problemas, dívidas,em fim, entretanto da porta para dentro, sou profissional e minha vida particular acabava quando estava fazendo o que mais amava:dançar ou então nas aulas de dança.
Já se passavam das 18:00 hrs e foi quando me dei conta que ainda não havia me alimentado o dia todo praticamente. Apesar da incerteza quanto a realização do festival de dança, pois o teatro da escola encontrava-se em péssimo estado, aproveitei meu horário de almoço para ensaiar a coreografia a qual estava ensaiando a alguns meses. Era uma mistura de hip-hop com balé clássico...como sabia que todos os anos Amy convidava alguns nomes renomados do meio artístico para darem o ar da graça no evento, estava ansiosa para que um dia algum diretor de alguma companhia de dança viesse a me dar a chance de mostrar meu trabalho e claro meu talento mundo a fora, levando a arte da dança aos mais variados continentes.
Observei o relógio na sala e pude constatar que, faltava apenas meia-hora para o final da minha aula. Era uma turma de baby class. Estava chamando atenção de algumas alunas, quanto a postura e percebi que estava sendo observada. Rapidamente, olhei na direção da porta, todavia não vi ninguém. Será que estava vendo coisas?-pensei.
Continuei minha aula, os minutos passaram rápido e aos poucos minhas pequenas alunas estavam se despedindo de mim. O salário que recebia na escola mal dava para pagar as despesas da casa, mais era recompensador quando chegava o final do ano e minhas alunas se apresentavam sendo todas ovacionadas por seus familiares.
Há alguns meses, estava me alimentando muito mal, neste dia comi apenas um sanduíche. Ao final da aula, estava morta de fome, mas so de pensar em voltar para casa e a discursão com Samantha recomeçar, já embrulhava meu estômago. Arrumei minha coisas, fechei a sala e fui até a sala de Amy, a qual já estava fechada, lembrei que Amy, comentou que sua prima estaria chegando naquele dia, concluir que ela teria ido embora mais cedo para fazer companhia para a tal prima. Estava precisando conversar e Amy era a pessoa mais próxima que tinha como amiga. Em fim, ela não estava resolvir ir embora,mais para casa que não seria.
Deixei as chaves da sala na portaria e me sentei nos degraus que levam a escola. A noite estava linda, céu estrelado, como gostaria de ter um companhia. Alguém para conversar, para rirmos juntas, falarmos sobre banalidades, conversarmos como transcorreu o dia uma da outra, como gostaria de amar e ser amada. Será que um dia, conseguiria ser feliz?-pensei.
Fui retirada dos meus pensamentos por Amy, que se aproximava de mim, sentou-se ao meu lado,perguntando como estava.
-Como estas,menina?
-Bom...acho que bem...dei um sorriso amarelo
-Não sou vidente, mas este seu olhar triste tem nome:Samantha,acertei?!
-Acertou...tentei esboçar um sorriso
-Quando você vai colocar um ponto final nesta relação?quando vai se permitir ser feliz?
-Tenho medo que ela, para se vingar de mjm , caia no mundo e nunca mais tenha noticias de Meredith.
-Ela tem uma grande arma contra você,esta criança...quando você vai voltar a pensar em você?na sua felicidade?es jovens,tens uma vida pela frente!
-Como minha mãe sempre diz:mãe não é apenas aquela que gera uma criança, mas aquela que cria, dá amor, carinho, ensina a enfrentar o mundo...tenho a Meredith como minha filha Amy,minha filha...você entende?-terminei de falar com lágrimas nós olhos
-Entendo...mais perante a lei você não tem direito nenhum sobre a criança,você sabe disso…
-Eu sei...estava começando a chorar para valer…
-Vamos sair daqui?conversar um pouco?distrair?
-Não sei...hoje não serei uma boa companhia para ninguém...estava enxugando as lágrimas que teimavam em rolar pelo meu rosto…
-Vem comigo...quero te apresentar uma pessoa....falou levantando e levando-me junto com ela...
Não deu tempo de protestar, fomos andando em direção ao carro de Amy. Paramos em frente a uma mulher, de pele morena, seus traços denunciavam que não era americana. Amy nos apresentou e descobri que tratava-se de Laura, a prima brasileira de Amy que veio passar uns tempos nos EUA. Nos cumprimentamos e uma corrente elétrica percorreu meu corpo ao tocar aos mãos de Laura. Mal tive tempo, de me recuperar daquela estranha sensação e foi neste momento que ambas me convidaram para jantar, tentei de forma educada recusar ao convite, mas fui vencida. Duas contra uma é covardia!
Sentei-me no banco do carona, Amy foi dirigindo e Laura sentou-se no banco de trás. Amy contou-me que Laura ajudaria na reforma do teatro, logo poderíamos sediar o festival de danca, pediu segredo,concordei. A noticia, fez com que a tristeza que acompanhava-me o dia inteiro fosse dissipada, ao saber que o evento, até então incerto, aconteceria no final do ano. Fiquei sabendo que Laura, era engenheira renomada na cidade onde residia no Brasil. Ficamos conversando sobre banalidades, assuntos sem importância, mas era inevitável que meus olhos buscavam os de Laura. Estava fascinada pela sua beleza latina. Que mulher encantadora, inteligente. Não sei se era coisa da minha cabeça, mas nossos olhos se procuravam, algo em mim não me deixava totalmente a vontade com a situação, primeiro porque ainda me sentia comprometida, o que não era mentira, segundo não sabia se Laura era lésbica, se também era comprometida, tantas perguntas. Tentei relaxar, no momento certo, terias as respostas quanto aquela mulher.
Amy sugeriu o restaurante dos meus pais, aceitei na hora e Laura também concordou. O Brazilian Food se tornou, em pouco tempo, reconhecido restaurante em NY, em função do belo cardápio supervisionado de perto pelos meus pais, culinária inovadora da cozinha brasileira. Não demorou muito e estávamos estacionando na frente do restaurante. Como sempre, o estabelecimento era visitado pelo mais famosos críticos da culinária americana e até de outros paises, o restaurante se tornando um “point” de NY. Ir a ilha de Manhattan e não conhecer o nosso restaurante, era o que os críticos das gastronomia americana, classificavam de:pecado!
Solicitei ao metri do restaurante, a melhor mesa para nós três. Deixei Laura e Amy, no bar em companhia de um bom drinks, enquanto nossa mesa fica pronta, fui a procura dos meus pais. Encontrei um garçom no caminho e pedi-lhe que desse atenção única e exclusivamente a nossa mesa. Indiquei a mesa, que estava sendo preparada para nós três, a qual me referia. Seguir para a cozinha, pois sabia que encontraria meu pai ou minha mãe lá senão os dois. Crescir naquele ambiente,e o conhecia com a palma da minha mão. Dava muito valor as minhas raízes, aos esforços dos meus pais ao permitirem que tivesse frequentado boas escolas e faculdade.
Encontrei minha mãe conversando com nosso “chef” de cozinha. Sem que percebesse, lhe dei um abraço por traz. Cumprimentei o “chef” e a todos os funcionários da cozinha. A educação que recebi, foi tratar a todos, sem distinção, coma mesma educação e respeito. Perguntei pelo meu pai e minha mãe informou que o mesmo estava em nossa casa, no andar de cima do restaurante. Subi e encontrei meu pai, no meu do caminho, juntos chegamos a cozinha do restaurante. Os informei que estava com Amy e que junto estava uma prima dela que por sinal era brasileira. Minha mãe se encantou a primeira vez, que conheceu Amy, lembrou-me que na época achou que éramos namoradas. Seguimos para a parte da frente do estabelecimento. Fiz as devidas apresentações, escolhemos muqueca de peixe com arroz branco, acompanhado de um bom vinho. Não demorou muito e nossos pedidos chegaram.
O restaurante era muito freqüentando, não apenas pelos brasileiros que moravam em NY, como também por pessoas que sabiam apreciar a boa culinária brasileira. E foi neste clima de festa, que esquecir pelo menos momentaneamente, a tristeza que minha vida se encontrava. Estava ao lado de uma pessoa que há alguns anos atrás, acreditava ser o amor da minha vida, aquela com quem passaria o resto da minha vida. O jantar todo, não parei de olhar para Laura, estava encantada com ela, como nunca fiquei por outra mulher, a desenvoltura dela, carisma, além da beleza única, tiravam o meu foco. Achei estranho que ela usava um colar, com par de alianças. Será que era casada?-pensei. So o que me faltava, me encantar por uma mulher casada.
Apesar do clima gostoso que estava, Laura e Amy se despediram de todos. Afinal no outro dia teríamos que trabalhar, mas ambas prometeram aos meus pais que voltariam mais vezes ao restaurante. Abracei Amy e lhe disse que ficaria mais um pouco, cumprimentei Laura e mais uma vez aquela estranha sensação tomou conta de mim, como se já nos conhecêssemos. Meus pais retornaram para o restaurante e fiquei mais um tempo na rua, observando o carro de Amy sumir na esquina e com ele uma estranha sensação que nunca havia sentido antes. Estava me sentindo uma adolescente, meu coração estava em festa so de ter passado algumas horas ao lado de Laura!
continua...
Fim do capítulo
Desculpas pelo sumiço...espero que gostem do capitulo...
se cuidem...
bjos
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HelOliveira
Em: 03/08/2021
O bom que dá uma.sumidinha mas sempre volta...vamos ver o que vai acontecer com essas duas..
Bjos
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