Criminal por lorenamezza
CAP 2O DESPERTAR
CARMEN POV
- O que aconteceu? – eu estava nervosa, o dia tenso, a sensação estranha que tive durante o dia todo.
Pegamos meu carro. Eram quase 10 da noite. Não via a hora de chegar.
- Savannah deve ter tido alta, por isso me ligaram tanto do hospital.
- É deve! – falou quase em tom de sussurro.
- Porr* Sheila! Você está em silencio desde que saímos do DP o que está havendo? – dei um soco forte no volante.
- Acho melhor você falar direto com a doutora. – se limitou nessas poucas palavras.
Entramos rápidos, a secretária me chamou para ir à sala de Monica. Era a primeira vez que isso acontecia, geralmente já liberavam para ir ao quarto.
- Licença Doutora! – bati de leve em sua porta.
- Entrem por favor! – fez sinal para que sentássemos. Mas não sentamos. Meu nervosismo não permitia.
- Ok! Tentei te ligar a tarde e quase a noite inteira. – sua fala era mansa, porém notei certo ar de tensão.
- Posso ver a Savannah? - falei apressada.
- Carmen! – pausou a fala. Eu liguei a tarde aqui no hospital para saber dela e..
- Monic! O que está acontecendo?
- Não sei o que te dizer! A Savannah teve uma parada cardiorrespiratória. –
Eu respirava fundo, temendo o que ela falaria depois.
- Fala! – supliquei.
- Ela não resistiu! – senti uma pontada no peito, fiquei mais ofegante.
- O que? – Sheila segurou em minha mão.
- Sinto muito detetive! Fizemos tudo o que podíamos.
Eu respirava fundo, não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Levei as mãos à cabeça tentando assimilar. As primeiras lágrimas não demoraram a cair.
- Não! Não! Diz que é mentira por favor. – o desespero tomava conta de mim.
- Calma Cam! – minha parceira me abraçou.
- Não pode ter acontecido isso! Eu nem consegui dizer pra ela que eu a amo.
Meu choro era descontrolado. Toda a tensão do dia veio junto com a notícia. Senti minhas pernas ficarem bambas, não conseguia mais ficar em pé, fui amparada por minha amiga.
- Sheila! – a abracei forte, meu choro molhava sua roupa, mas a dor não saía do meu peito.
- Posso vê-la doutora! – falava entre soluços.
- Também por isso eu te liguei. – suspirou. – O corpo já foi liberado.
- O que?? – parece que minhas lágrimas secaram na hora. Só o espanto tomou conta de mim - Como assim liberado? Pra quem?
- A esposa!
- Marie? Mas como ela soube que Savannah estava aqui? – Darling se adiantou a mim, porque seria minha próxima pergunta.
- Bom o telefone de contato ficou aqui lembra! Mas não era meu turno. E em posse de toda documentação, levou o corpo de Savannah.
- Mas rápido assim? – senti um nó na garganta.
- Tentamos te ligar, isso aconteceu a 11 da manhã, são 10 da noite. Ela saiu daqui perto das 18 horas.
- Vocês não podiam fazer isso!! – me desesperei, perdi o controle e gritava com a doutora.
- Carmen! – argumentou. Ela tinha todos os papéis. Eu tentei te avisar!
- Quem estava responsável? Eu quero falar com ela. Eu precisava ser avisada.
- Você não tinha ligação com a Savannah, ela sim. Eu não estava aqui. Sinto muito
- Não! Eu quero ver a Savannah! Não acredito que Marie a levou sem ao menos eu vê-la! Meu Deus! Isso não está acontecendo. – falava a mim mesma.
Pego meu celular na bolsa. Ligo insistentemente para ela. Sem retorno.
- Porr*! Você não pode fazer isso! – esbravejo.
(...)
- Carmen tem certeza que não quer que eu fique com você? – estacionou na porta de casa. Apenas meneei negativamente com a cabeça.
- Obrigada . – desci sentindo que poderia desabar a qualquer momento.
Entro em casa sem vontade, abri a porta e dei de cara com o vazio. Parece que sentia o cheiro dela. Foi inevitável não lembrar dela cozinhando, dançando ou fazendo amor comigo.
O ódio a gente aprende Carmen! O amor a gente sente.
Tento novamente ligar para Maire, sem sucesso. Ela sumiu com a Savannah!
Evito entrar no quarto dela, vou direto para o banho, queria evitar a realidade. Eu não conseguia chorar mais, só havia dor, aperto no peito e raiva. Após o banho, não resisto e vou ao seu quarto. Abro o guarda roupa e encontro a camiseta do Rolling Stones, a abraço com carinho, e não seguro mais as lágrimas, elas saem forte. Abraçada à camiseta, sento naquele chão frio.
“Acha que não merece chegar em casa e ter uma mesa pronta, uma mulher sexy à sua espera? ”
Adormeço usando sua camiseta.
Pela manhã Sheila se espanta ao me ver no DP.
- Porque não ficou em casa? – me acompanhou até minha sala.
- Porque preciso encontrar Savannah e tenho um caso para resolver.- eu tentaria a todo custo esquecer a dor que estava sentindo.
- Como você está? – a olhei de soslaio.
- Morta por dentro! Mas se eu parar vou pirar – tirei minha jaqueta, meu coldre de ombro.
- Passei no endereço indicado por Marie, mas está tudo vazio.
- Cam! Seja quem fosse ela antes do atentado. Com você ela foi boa!
- Por favor ligue para alguém de Miami, passe os dados da esposa e veja se conseguem alguma informação. – Agora me deixa sozinha por favor. – pedi gentilmente.
Ela sai da sala e fico repassando aquelas imagens. Sinto raiva de tudo, dela, de mim, de Marlone, era muita coisa para processar.
Mas eu ainda tinha um caso para cuidar, e agora tenho mais motivos para encerrar isso.
Fim do capítulo
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