Criminal por lorenamezza
CAP 17 JOANE DANVERS
CARMEN POV
Deixo Savannah no aeroporto e mais que depressa vou para o DP, entro em minha sala e Normani, traz a lista com os números e ligações de Gordon.
- Cam as ligações do dia que Gordon falou estão sublinhadas.
- Já ouviram as gravações? – olhava fixo para o papel.
- Não! Mas está vendo, nesse dia, ele não recebeu ligação estranha, as que recebeu eram insignificantes – olhei espantada para ela.
- Ele mentiu?
- Menos por uma. Está vendo esses números aqui. – apontou. – Tem várias ligações curtas, não no mesmo dia, mas por serem curtas, pode ser que sejam essas. E tem vários dias.
- Será que esse número está ativo? Vale a pena tentar. - pega o celular especial.
Discamos e torcemos para atender. Depois de chamar algumas vezes.
- Alo? Quem é? Alo?
Fizemos um silencio ensurdecedor.
Ela desligou o telefone.
- Essa voz não? Onde ouvi. – eu estalava os dedos, andando de um lado para outro.
- Na Musk!!! A suposta funcionária que passou por nós. – Sheila deu um tapa em sua própria testa.
- Vamos ouvir as ligações para esse número. - saí em direção ao centro de informática, onde estariam as fitas com as gravações.
- Mark! Quero ouvir as gravações desses números. – eu falava ansiosa.
Ele busca no programa e coloca para tocar.
Uma ligação:
- Pai tenho de falar rápido, estou bem! Preciso dos códigos.
Outra ligação:
- Já pediu demissão? Vou tomar cuidado! Amo vocês.
-Quer ouvir mais detetive? – meneei negativamente com a cabeça que não.
- Ele mentiu!
Corro para sala do capitão.
-Senhor preciso de um mandado de busca no nome de Gordon Hansan? – falei ansiosa
- Qual o motivo? –
-Ele forneceu os códigos para os Justiceiros entrarem na Musk.
- E como você descobriu isso?
- Eu pedi sem ele saber, a quebra de sigilo telefônico, com um amigo da promotoria.
- Fez pelas minhas costas Sra Vega?
- O senhor não estava e eu precisava agir. – tentei me defender.
- Você sabe que não pode ser usado como prova para processá-lo?
- Não quero processá-lo, quero ir na casa dele e achar a foto da filha dele, que foi para quem ele forneceu códigos da entrada.
- Vou providenciar! Vai demorar um pouco.
- Estarei na minha sala.
Uma certa ansiedade percorreu meu corpo, pela primeira vez estávamos chegando perto.
(...)
Sento na minha cadeira e fico tamborilando os dedos na mesa à espera da liberação do mandado.
- Por isso na casa dele não tinha foto de família! Só dele e da esposa.
- Ele disse que ameaçaram sua família. – completou ela.
- Sim, família, se ele não tivesse filhos, ele diria ameaçaram minha esposa!
Após certo tempo o capitão entra e me entrega o papel.
- Querem levar alguém com vocês?
- Não senhor! Só vamos nós. E por favor não diga a ninguém sobre isso. Estamos com uma suspeita de quem tem gente daqui de dentro envolvido.
Ele arqueou as sobrancelhas.
- Como sabe disso?
- A uns dias atrás recebemos uma ligação fazendo uma denúncia sobre um carregamento de drogas direcionado à Olly Murs. Mas não conseguimos interceptar, pois eles foram avisados.
- Como sabe que eu não sou o traidor. – riu de sua própria fala.
- Porque você é chato mas não é bandido. E também porque ninguém sabia que recebemos a denúncia. Só quem foi conosco é que sabia.
- Quer me falar os nomes? – demonstrou mais curiosidade.
- Ainda não, nós duas estamos resolvendo isso.
- Tudo bem! Mas eu preciso que me mantenha informado.
- Eu não! Vai que é você o traidor. – sorri saindo da sala.
Até que enfiam, estávamos nos dando bem. Senti um certo alívio.
(...)
Coloquei meu distintivo na cintura, e rapidamente sem avisar ninguém partimos em direção à Santa Ana. Batemos na porta da casa, o próprio “suspeito” abre.
- Senhor! Peço permissão para entrar, tenho um mandado de busca para cumprir. – lhe entrego o mandado.
Sua mulher vem apavorada.
- Vocês não podem fazer isso! – falava aos prantos.
- O que não pode é o senhor mentir! Por isso estou aqui! Se tivesse cooperado, eu não estaria.
-Sheila revire tudo. – praticamente ordenei
- Por favor! – ele implorou.
- Minha busca é simples. Eu quero a foto da sua filha! Se o senhor não me entregar, irei revirar sua casa toda, até encontrar! – bufei.
- O que? – abraçou sua esposa aos prantos. Ela é uma boa pessoa! – ela praticamente entregou a participação da filha.
- Já sei que o senhor ajudou sua filha a invadir a Musk. Se não cooperar, vou prendê-lo por participação.
- Eu! Eu! – gaguejou.
Enquanto isso minha parceira, retira tudo das gavetas e jogava no chão. Fazia questão de jogar tudo mesmo, era um método utilizado para que as pessoas colaborassem. Eu estava parada na frente dele, como se o incentivasse a entregar a foto dela.
- Entrega logo Gordon! Elas não vão sair daqui sem isso. – a mulher chorava muito. – Sabíamos que isso poderia acontecer.
- Eu vou pegar. Mas por favor parem de destruir minha casa.
- Sheila acompanha ele! - pedi gentilmente.
- Nome completo de sua filha por favor? – quase não me continha de tanta ansiedade.
- Joane Danvers Hansen.
Logo o senhor desceu com uma foto em mãos e me entregou.
- Bingo! – falei rindo. É ela mesmo Darling.
- Se dê por satisfeito, porque não posso prendê-lo. Quando falar com ela, diga que eu vou encontrá-la.
- Tem alguma coisa mais que nós precisamos saber sobre essa história?
- Não senhora! – senti certa apreensão em sua fala.
Voltamos tarde dessa visita, fui direto para casa, precisava me preparar para o dia seguinte: encontrar Joane Danvers
SAVANNAH POV
Estar em Miami, sem ao menos me lembrar de ninguém era estranho. Fui ver o túmulo de meus pais e me emocionei bastante. Também fui à minha antiga casa. Bati na porta e uma senhora muito simpática me atendeu.
- Savannah! Meu Deus quanto tempo! – me abraçou carinhosamente.
- Senhora Moore! Tudo bem? – fui simpática. –A senhora se lembra de mim?
Conto todo a história, ela se espanta.
- Minha filha! Sinto muito por você! – pediu que eu sentasse e me trouxe um café.
- Esqueci quase tudo da minha vida, mas dessa casa eu não esqueço. – olhava todo espaço.
- Você saiu daqui depois dos 16 anos quase não voltava.
- Porque será? – ela levantou as mãos como quem diz: não sei. Mas vá na lanchonete da rua de trás, a dona mora aqui a mais tempo que eu.
- Na rua de trás? Obrigada. Desculpe tomar seu tempo! - saber dessa notícia me deixou um pouco mais animada.
Saí apressada a caminho da tal lanchonete. Não foi difícil de encontrar, haja visto que sua lanchonete era estilo clássico. Daquelas bem antigas, era azul claro com uma faixa branca cruzando toda a lateral da parede. Com uma placa bem iluminada com os escritos: Street Dinner’s.
Entrei olhando tudo, para ver se reconhecia. De repente, entra pela porta da cozinha uma senhora bem baixa, com cabelos bem brancos, um pouco acima do peso, óculos pendurados por uma cordinha. Assim que me viu colocou eles e ficou me fitando como se me conhecesse.
- Pequena Michaels? – abriu um grande sorriso e veio me abraçar.
- A senhora me conhece? – correspondi o abraço mesmo não a conhecendo.
- Como não lembrar da pequena que todo dia depois da escola vinha aqui tomar meu café. – ela falava calma.
Explico à ela minha situação. E começo a sessão de perguntas. – Desculpa eu não lembro seu nome!
- Angélica
- Senhora Angélica. Porque eu fui embora tão cedo de casa? – ela me oferecia um grande prato com muitos waffles.
- Porque eu não sei, mas você sempre foi uma boa menina. Adorava ajudar pessoas, seus pais. Cada semana trazia uma namorada diferente aqui.
- Eu o que? – senti meu rosto queimar de vergonha.
- Você encantava as meninas com seus lindos olhos e seu jeito moleca.
- Meu Deus! Que vergonha. – Esses waffles estão deliciosos. Sei bem porque não saía daqui.
- Você era uma criança incrível. Seus pais te amavam muito. Depois que sua irmã nasceu então! Nossa você se apaixonou por ela de imediato.
Fiquei branca, engasguei, me fazendo tossir muito.
- Irmã? Você disse irmã? – respirei fundo. – Sabe onde ela está?
- Depois do enterro de seus pais, não tivemos mais notícias da Taylor.
Taylor! Pensei. Por isso fiquei cismada com esse nome naquele dia.
Tem alguma outra pessoa aqui que poderia me ajudar com essa informação? – eu comia apressada, emocionada.
- Você andava muito com uma amiga. Como ela se chama mesmo. Ah! – estalou os dedos num gesto de que havia lembrado.
- Veronica. Veronica porr* loca Iglesias. Vocês eram inseparáveis.
- Veronica? Ok. Onde ela mora? – eu estava afoita.
- Não moram mais aqui, se mudaram para Nova Iorque. Seus pais ainda tem uma casa aqui, mas alugaram para outras pessoas.
- Muito obrigada. A senhora ajudou muito.
Fiquei feliz com as informações, pelo menos teria o que buscar. Mas eu estava aflita em descobrir o paradeiro de minha irmã. Seria uma longa noite de busca na internet.
Aproveito o bairro calmo e paro num bar para tentar entender minha vida antes do tiro. Tenho a ligeira sensação de estar sendo seguida. Olho para todos os lados.
(...)
Já no hotel
. Tomo um banho rápido e antes de virar a noite na internet faço uma chamada de vídeo para Carmen.
-Boa noite Savannah! – ela responde animada.
- Que bom ti ver! – eu suspirei ao ver aquele sorriso.
- Conseguiu algo?
- Na verdade sim. Que eu era muito namoradeira. – tentei começar a conversa pelo lado mais fácil.
- Sério! Nem imaginava diferente.
- Descobri sim Cam. Mas eu te conto quando voltar. Estou bem cansada e preciso fazer umas buscas nas redes sociais.
- Algo de relevante? – notei sua preocupação.
- Sim, mas nenhum segredo obscuro.
- Que bom fico mais tranquila assim. Que horas é seu voo amanhã?
- 7 da manhã.
- Quer que eu e pegue quando chegar?
- Não precisa! Quero que me espere na sua casa. Porque vou matar essa saudade que estou sentindo.
- Já? – riu mandando um beijo.
- Fazer o que se me acostumei com sua presença.
- Ai meu Deus que fofo.
- Obrigada! Não faz ideia do quanto você tem sido importante.
- Está tudo bem Savannah? – seu tom demonstrou preocupação.
- Sim. Agora está. Amanhã você vai me pagar pelo que fez na noite anterior. – minha voz era pura malícia.
- Você que quis! Mas tudo bem! Pago com juros e correção monetária.
- Até amanhã! – encerrei a ligação.
Agora eu começaria uma busca pelo meu passado. A noite ia ser longa.
Fim do capítulo
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