Criminal por lorenamezza
CAP 14 PERDIDA
SAVANNAHPOV
Carmen fez caminhos alternativos até chegar em casa, deveria estar cismada com a aparição surpresa da minha esposa.
- O que você achou dela detetive?
- E porque eu teria de achar alguma coisa? – ela parecia não ter gostado da situação, mas nunca me diria.
- Porque você nesse momento é a única pessoa que confio e é importante para mim. – lhe afaguei os cabelos.
- Sei lá, ela pareceu gostar mesmo de você. – se limitou a isso, mas em nenhum momento me olhava nos olhos.
- Desculpa! Eu não sabia. – tentei explicar. Mas explicar o que eu mesma não entendia. Como ser casada, com alguém que nem conhecia. Carmen até o momento era o que passeava em minha mente.
- Relaxa! Não temos nada. – eu sentia uma certa aspereza em suas palavras.
- Mas parece que se incomodou quando ela me beijou. –eu a provocava, buscava por alguma reação.
- Impressão sua! –fez uma careta.
- Carmen! – segurei sua nuca a fazendo olhar para mim.
- O que foi? - me olhou diretamente
- Se você me pedir para ficar, eu fico! – falei sincera, eu queria que ela me pedisse para ficar.
- Lembra da nossa conversa? Sobre você ter uma vida e eu não me encaixar nela? – evitou contato com meus olhos novamente. –Era disso que eu falava.
- Pelo jeito você tem uma vida para onde retornar. E.. – fez uma pausa. - Não quebro minhas regras. –bati a porta do carro ao descer, ela saiu cantando pneu. Será que ela é tão fria a esse ponto. Entrei com certa raiva dela. Às vezes era um completo doce, mas basta alguém começar invadir um pouco seu espaço e ela se fechava. Será que foi tão quebrada a ponto de não ver que era o que nós duas queríamos
JOANE POV
Falando ao telefone
- Veronica! Oi! O que aconteceu?
- Tenho que sair daqui, estou sendo seguida. –
- Vai para o último refúgio
- Estamos ficando sem tempo.
- Eu sei, se Savannah não aparecer, eu vou a seu encontro. Fiquem bem!
- Você também!
Desligo o telefone.
CARMEN POV
- Bruster! – berrei, sem humor, sem vontade. Com um mar de sentimentos me invadindo.
Nesse momento ela entra, e fecha a porta.
- Vai me dizer o que está acontecendo? – falou brava.
- Conseguiu o endereço de Gordon Hansan? – eu bufava, andava de um lado para o outro com as mãos na cintura. Não queria falar sobre nada nesse momento.
- Não foi o que perguntei? É a Savannah né? – teimou. Ela me conhecia o suficiente para saber o que me maltratava.
- Não posso falar sobre isso agora tenho um caso para resolver. – evitei falar sobre o que nem mesmo eu entendia.
- Consegui! Já te trago. – parou na porta. – Eu sei! Você está se apaixonando por ela, e isso te assusta! E agora que alguém, a esposa. – frisou esposa. Apareceu você está com medo de perder.
- Vai buscar o endereço por favor! – quase implorei. Estava escrito na minha cara, o quanto a situação houvera mexido comigo.
Após uns minutos ela traz o endereço, mas era tarde para ir à Santa Ana, deixei para ir no dia seguinte, queria ver Savannah por mais alguns minutos.
(...)
Saio do DP e dou voltas até chegar em casa, tamborilo os dedos no volante, pensando nas palavras da minha amiga. Estaciono na garagem subo lentamente os degraus, não queria ver Savannah arrumando as malas. Minha cabeça está uma bagunça, me entregar ou perde-la.
Abro a porta e dou de cara com ela arrumada, trajando um vestido preto, lápis nos olhos, toda maquiada, cabelos lisos, batom escuro. Totalmente deslumbrante. A olhei com desejo e meneei negativamente com a cabeça. Se ela fez aquilo para mexer com minha cabeça, devo dizer que acertou. Todas as vezes em que ela me surpreendia, eu ficava de perna bamba.
- Savannah! – falei tentando disfarçar meu espanto. – Para que tudo isso?
- Se arruma que vou te levar para jantar! – segurou em minhas mãos. Seu perfume preenchia todo ambiente.
- Você está simplesmente. – fiquei sem palavras. Ela estava extremamente sexy. Já não conseguia encará-la. Tinha medo de me perder naqueles olhos.
SAVANNAH POV
- Não estou no clima. – tentou recusar. Mas eu notei o espanto quando me viu.
- Não aceito não como resposta. Quero te agradecer por tudo. – fiz um carinho em seu rosto. Não poderia sair sem estar com ela de verdade.
- Tudo bem! – encurtou os olhos, eu ri. – Me deixa só eu tentar ficar tão.. assim como você. – balançou os braços me fazendo uma cara engraçada.
Quando saiu do seu quarto toda arrumada, eu queria esquecer o jantar, pois ela estava extremamente linda. Calça social preta, blusa de alça também preta com um decote quase até a barriga, brincou longos, maquiada, perfumadíssima. Nem parecia mais aquela detetive que conheci a 1 semana atrás, que não se arrumava tanto, séria. Era simplesmente Carmen.
- Uau detetive! Estou sem palavras! – levei as mãos a boca demonstrando minha admiração.
- Digo o mesmo Savannah, você está deslumbrante. – suspirou me comendo com os olhos. Provocando um pequeno sorriso em mim.
(...)
Havia reservado o Chez Jay. Ficava próximo à casa dela, assim iriámos caminhando e aproveitaríamos o tempo.
- Parece que as coisas irão entrar nos eixos para você agora Savannah! – seu tom pareceu um tanto desanimado.
- Acho que sim! – entrelacei minha mão na dela. Mesmo que ela não quisesse, eu sentia necessidade em ter seu toque.
- O que é isso? Quer pagar de casal comigo? – riu um pouco sem jeito.
- Segurança! É o que eu sinto quando estou com você! – olhei com carinho para ela. – falei verdadeiramente.
- Não esquece que você é uma mulher casada. – soltou minha mão, mas não em um ato bravo, parecia mais que ela estava com medo daquele momento.
Eu fiquei cabisbaixa, era duro mas era verdade. Apesar de me fazer de forte, eu estava nervosa com a situação, não sabia o que fazer. Não queria ir embora.
Chegamos rápido, logo que nos sentamos o garçom veio nos atender.
Dessa vez pedi um whisky, minha boca ansiava por álcool. Copo esse que matei quase que de uma vez só, devido à vontade que sentia.
- Hum! Eu estava com saudade disso. – eu cheirava o copo, Carmen riu.
- Meu Deus Savannah! – gargalhou e ri junto.
Nossa conversa fluiu bem, tão bem que eu chegava a pensar será que ela não notava o quanto nos dávamos bem. Eu não iria dizer que estava apaixonada por ela. Mas eu senti medo.
Nos deliciamos com um belo jantar, tomei alguns copos de whisky, ela compartilhou alguns segredos. Como: gostava de dormir de pijama infantil, e que seu sonho era morar em Orange County, que tinha medo de se envolver tão profundamente como foi da última vez.
- Depois da sua ex você não se envolveu com mais ninguém seriamente? – eu brincava com o gelo no fundo do copo.
- Não! Tipo. – pensou um pouco.
- Não vai me dizer que sou a primeira que ficou mais tempo. – dei um sobressalto na cadeira rindo orgulhosa.
- Não fica convencida. Você foi um caso à parte. – agora foi a sua vez de tomar todo o copo.
- Você não pôde me mandar embora. – provoquei sabendo que ela iria retrucar.
- Não é bem assim. – pigarreou um pouco a bebida. – ela me encarava como não havia feito a noite inteira, senti um calor me percorrer meu corpo. Mas ela não falou mais nada. Entendi que ela não iria falar mais nada além disso
- Pena que eu não tenha muito para te contar detetive! – cortei o assunto.
- Carmen por favor! Esquece o detetive. – sorri de canto.
- Carmen, você já deve estar cansada das minhas histórias de infância. – me deliciei com os pequenos churros com doce de leite colocados sobre a mesa.
- De você eu não me canso nunca! – eu arregalei os olhos, quase engasgando. Ela levou as mãos ao rosto. Claramente demonstrado que falou a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Um sorriso fraco surgiu em nosso rosto.
- Já sabe o que vai fazer depois que se encontrar com ela. – mudou rapidamente de assunto.
- Acho que vou pedir que me leve à Miami, visitar alguns lugares que deveria conhecer, para ver se me lembro de algo mais, visitar o túmulo de meus pais. Eu terminava rapidamente com a sobremesa.
– E você? O que vai fazer agora que vou te deixar livre para continuar sua saga. – tentei roubar um pouco do prato dela. Ela não deixou e acabamos rindo.
Surpreendentemente ela se calou, e sorriu fraco. Segurei uma de suas mãos que estava sob a mesa.
- Eu nunca vou poder agradecer o que você fez por mim! Você é uma pessoa incrível. A melhor que conheci. – ela não recusou meu toque mas assim como antes não me olhava diretamente.
- Você só conhece a mim. – soltou devagar minha mão gargalhando.
CARMEN POV
Conversávamos animadas o caminho de volta, eu queria encostar em seu corpo. Eu agonizava de vontade de me entregar novamente a essa mulher. Mas agora tudo havia mudado. Mesmo que eu quisesse quebrar minha regra por ela, não sei se teria como, ela já tem alguém.
Caminhamos um pouco pela orla da praia, a noite estava muito gostosa para não aproveitar. De longe vejo uma silhueta conhecida em meio a um grupo de pessoas.
- Puts! – falei baixando a cabeça, isso chamou a atenção de Savannah que me olhou erguendo a sobrancelha. Logo ouvi o chamado.
- Cam! Quanto tempo. – a garota me abraçou carinhosamente. Meu abraço não fora na mesma intensidade.
- Oi! Quanto tempo! O que faz por essas bandas. – fingi alegria. Ela encarou Savannah. Que olhava para outro lado.
- Não vai me apresentar o caso da semana. – cruzou os braços me encarando. Fazendo Savannah rapidamente encará-la com ar de braveza.
- Para com isso! – desconversei, morrendo de vergonha.
- Ela já te falou que depois que consegue o que quer, te joga fora como lixo. –apontou o dedo diretamente para o rosto de Savannah.
Suspirei tentando manter a calma, mas sabia que eu tinha culpa nisso. Assim como tantas outras, não agi bem com ela.
Savannah riu baixo e segurou minha mão, para espanto da garota e meu também.
- Acredita que ela já conseguiu o queria e ainda estou aqui. – piscou. Tentei esconder o sorriso. Me puxou dando um selão. Coisa que eu adorei.
- Prazer Savannah! – estendeu a mão para ela depois de nosso rápido beijo. Fazendo a garota sair pisando fundo.
- Taylor! Volta aqui. – chamei. Savannah rapidamente me encara com olhos arregalados como se ao ouvir aquele nome uma luz tivesse acendido dentro dela.
- O que você disse? – sua voz tremia, sua respiração estava ofegante.
- O que foi Savannah? Você está tremendo. Se lembrou de algo? – a abracei um pouco, ainda assustada.
- Não! Não. – gaguejou. Mas esse nome! Me parece familiar. Ouvir aquele nome realmente mexera cm ela.
Ela pareceu nervosa durante o resto do caminho. Não segurou em minha mão, não falou mais nada. Entramos ela parecia ter se acalmado, mas ainda não trocou uma palavra sequer.
- Você está bem mesmo? – fiz uma última tentativa antes de cada uma ir para seu quarto. Coisa que eu não queria, mas não sentia no direito de falar.
- Está tudo bem! – bufou. Acho que foi só, sei lá. Vou me trocar e deitar tudo bem. – sua fala veio em desânimo.
- Claro! Nos vemos amanhã no café. –fiquei a observando enquanto ela entrava no quarto.
Troquei de roupa, escovei os dentes e me deitei. Após alguns minutos, ouço Savannah bater na porta. Meu coração deu um salto.
- Precisa de alguma coisa? – falei assustada. Ela veio em direção à cama, em passos lentos.
- Posso dormir com você? – sua voz era denunciava sua necessidade.
- Claro! Vem. – afastei a coberta para que ela se aconchegasse.
Assim que se deitou, virou-se de frente para mim. A abracei, ela segurou minha mão. Senti sua respiração aumentar. Talvez a minha também. Seu cheiro logo penetrou em minhas narinas, me fazendo suspirar fundo. Que delicia era pode senti-lo novamente.
- Estou no escuro Carmen. – suspirou. Eu vi medo em sua fala. Parecia que todos os dias ela tentou ser forte e não se abalar por sua “esquecida vida”. Mas o encontro com Marie a trouxe a realidade que ela teria de encarar. Acho que estava assustada.
- Tudo vai se ajeitar Savannah! - beijei suas mãos, ergui delicadamente seu queixo para que ficasse frente à mim.
- E se eu não quiser mais a vida que eu tinha? – aquelas palavras me penetraram profundamente. Segurei um sorriso que se formou em meus lábios. Colei minha testa na dela.
- Você foi pessoa mais real que passou na minha vida Savannah. Nunca deixei uma pessoa entrar tanto em minha intimidade como fiz com você– dei um beijo em sua testa. Porque eu era tão teimosa! Não consegui falar o que queria, o medo que senti me impediu de falar sobre meus sentimentos.
- Sabe que não precisa ir embora agora, pode sei lá, conhece-la melhor e depois ver o que acontece? – assim como durante a noite, evitei aqueles olhos.
- Preciso! Você sabe! – me abraçou forte. – Não podemos continuar do jeito que estamos. Não mais. – senti o peso de suas palavras.
- Não sei se senti isso por alguém antes, mas não quero esquecer o que sinto por você. – a abracei forte. O sentimento era reciproco. Mas novamente eu não consegui dizer.
- Nem eu Savannah! Parafraseando Bogart: “ Sempre teremos O.C”.
O beijo foi inevitável, não havia pressa, não havia malícia. Era um beijo calmo, carregado de carinho, ainda assim cheio de desejo. Era incrível como ele se encaixava. Não trans*mos, naquela noite, ficamos só beijando, fazendo carinho uma na outra. Parecia que estávamos nos despedindo. Ela adormeceu e eu não. A abraçava cada vez mais, meu corpo não queria desgrudar do dela. Ela bem disse, que seria minha perdição. E eu me dava conta que estava perdidamente apaixonada por ela.
Fim do capítulo
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