Criminal por lorenamezza
Capitulo 8 TIROS
CAP 8 TIROS
Percorro com cuidado até chegar na esquina. O encontro sentado, com um cigarro na mão, olhando para todos os lados. Paro o carro a seu lado e faço um sinal com a cabeça para que ele entre. Eu olho para os lados também.
- Está querendo se matar “canchera”- gíria usada para descrever uma pessoa esperta.
- Vamos dar uma volta chamuyero! – devolvi a gíria, olhando debochada para ele.
- Está louca! Não faz isso detetive, se me veem com você. –relutou.
- Hoje será só um passeio por aqui, mas se não me disser o que quero é daqui para delegacia. E lá você não pode se drogar. – sorri falso.
- Carajo detetive! – praguejou.
- O que você tem para mim? - peguei uma caixa e coloquei em sua mão.
- Tem um cara grande que está querendo acabar com a concorrência geral. Ele não é daqui. – ele abriu a caixa.
- É só pó? Cadê a heroína doutora? –arrumou e tentou puxar uma carreira.
- Eu não quero te matar ok! Não faz isso no meu carro seu desgraçado! - fechei a caixa. Estou tentando salvar sua vida. – minha fala era dura, mas na verdade eu tinha pena pelo ser humano que ele se tornou.
- Sabe o nome dele e quem aqui de Los Angeles o está ajudando? - olhei pelo retrovisor, tive a sensação de estar sendo seguida.
- Ouvi dizer que tem gente grande protegendo ele, dando informações. Coisa grande viu. – segurava a caixa como se fosse ouro.
– A invasão à Musk Technology, ele foi responsável?
- Não! Esse parece que foi isolado. Ele nem descobriu que seu pessoal estava envolvido nisso. Quando descobrir que estão trabalhando pelas suas costas. – riu. Mas o bonitinho lá das guitarras, sabe doutora! – fungava. – Ele está envolvido
Olho pelo retrovisor traseiro, vejo dois carros pretos a certa distância de mim. Acelero e ele acelera junto.
- Estamos sendo seguidos! – falo e já acelero. – Quando eu parar você desce rápido ok.
Nessas horas meu carro ajudava, acelerei e parei rápido, Ty se jogou e saiu correndo.
Os carros me perseguem pelas ruas, vejo um homem se apoiar na janela com a pistola na mão e atira contra meu carro, acertando meu retrovisor.
- Filho da puta! Acertou meu consentido.- grito sozinha dentro do carro.
Eu não podia pedir ajuda, minha visita àquele bairro não era oficial.
O outro carro se aproximou bateu em minha traseira, mas eu não parei. Bati de leve a cabeça no volante, mas consegui manter o controle do carro.
O transito não me ajuda na fuga, o carro se aproxima, tiros cortam meu carro por todos os lados. Pego minha pistola e devolvo os tiros, tento acertar os pneus, mas dirigir e atirar ao mesmo tempo, não estava dando certo.
O carro cola a meu lado. Preciso chegar a auto estrada logo, senão seria alvejada. Um tiro na lateral do carona faz meu vidro estilhaçar, acertando meu supercílio. Aproveito o buraco na janela e atiro de volta, tentando acertar o motorista. Sangue começa a escorrer, dificultando minha visão.
- Que merd*! Que merd*! Falo sozinha.
Precisava tirar outros carros da frente, pego o giroflex coloco em cima do carro. Faço as curvas, quase tombando capotando, eles não desistem. Mais tiros contra meu “consentido”. Eu abaixava a cabeça tentando me proteger.
Os carros tentam me fechar, param lado a lado com o meu. Eu estava prestes a ser alvejada. Numa manobra rápida, freio puxando o freio de mão do carro, girando rápido o volante, consigo uma boa visão e acerto o motorista de um dos carros. Dou um cavalo de pau e saio na direção contrária.
Eu limpava a todo instante o sangue que escorria em meu rosto. Havia conseguido me livrar de um dos carros, mas o outro não saía da minha cola.
Vamos freeway, aparece! – eu pensava no meu lindo carro todo esburacado. Consegui tomar uma certa distância e entrei na freeway, lá meu carro não seria alcançado. Suspiro fundo em alivio. Eles ficaram para trás.
Chego no estacionamento de casa e Sheila leva um susto ao me ver, eu estava em frangalhos e meu carro pior.
- Cam! O que aconteceu? – olhava todo o meu carro.
- Dois carros me perseguiram, tentaram me matar. – eu começava a sentir as dores da perseguição.
- Você foi baleada? De onde vem esse sangue? – a mulher estava assustada.
- Foi o vidro do carro, bati a cabeça no volante, foi só um corte. – eu analisava meu mimo.
- E Savannah? – coloquei a mão na cabeça, como quem estava com dor.
- Está aí, não saiu. Precisa de alguma coisa.
- Estou bem! Ty disse que Olly Murs está envolvido, e que tem alguém tirando toda concorrência do tráfico, alguém grande. – me apoiei no carro.
- Tem certeza que está bem? – a morena tornara a perguntar.
- Estou! Investigue mais o Olly, veja no que mais ele está envolvido. – eu levava as mãos à cabeça vendo meu carro quase destruído. - Outra coisa, ligue para a doutora, peça para ir à delegacia fazer o retrato falado da pessoa que foi atrás da Savannah.
- Faço isso pela manhã! E por falar na Savannah como estão as coisas? – se encostou no carro junto à mim.
- Ela é tranquila! Mas não estou acostumada a ter alguém em casa, só vocês. E - fiz uma pausa. – Ela é muito gostosa, está me tirando do sério. – gargalhei.
- Lembre-se que não pode dormir com ela e depois mandá-la embora, afinal ela está morando em sua casa. Essa você não pode fazer como as outras, trans*r e tchau. – me cutucou com o ombro.
- Ai que sofrimento! – gargalhei. – Vou subir, preciso me ajeitar, estou um caco.
- Pensei em vir amanhã te fazer companhia para você não ficar sozinha com a bonitona.
- Vem sim preciso tomar um porre depois disso mesmo. –ri sem vontade.
SAVANNAH POV
Como pode com tanta mídia social, eu não encontro uma foto sequer, nenhuma informação sobre mim. O que eu estou ocultando? Carmen estava demorando, já era meio da tarde, estava ficando preocupada. Resolvo malhar para tirar a ansiedade. Coloco um short de lycra azul, bem curto para que meus movimentos ficassem mais livres, na parte de cima só um top. Fones no ouvido. Realizo alguns movimentos de alongamentos, nada muito pesado, meu estado só me permitia isso. Mas me espanto ao descobrir o enorme controle e força corporal que tinha. Parecia que aquilo não era novo para mim. Com o som alto, nem percebo ela parada com cara de espanto e com sangue no rosto me olhando.
Retiro rapidamente o fone.
- Detetive o que aconteceu? – corro para ajudá-la.
- Fui perseguida. – ela não parava de olhar meu corpo, senti uma pontinha de vergonha, mas estava adorando ser devorada com os olhos.
- Você está bem? – fiz com que ela se sentasse no sofá. Peguei uma sacola de gelo, me ajoelhei na sua frente e coloquei sobre seu ferimento.
- Sim, tentaram me matar, bati com a cabeça no volante mas estou bem, já meu consentido está todo furado tadinho. – fez um beicinho e eu ri.
Ela levou gentilmente uma das mãos a meu rosto, segurou meu queixo.
- Você é muito bonita sabia? – desviou seu olhar para meu corpo, me fazendo corar.- Além de que sua voz é muito deliciosa!
- Acho que você bateu forte demais com a cabeça detetive! – ri a encarando. – Você também não é de se jogar fora. - ela estava me secando com os olhos. Mordeu os lábios e suspirou. Eu não desviei o olhar dela.
- Você precisa de um banho, está coberta de vidros. – passei a mão em sua jaqueta, o suficiente para tirar os cacos que ainda faltavam.
- Vou tomar mesmo. Só me deixa descansar uns minutinhos. – deitou no sofá com uma tremenda dor de cabeça.
- Você bateu a cabeça não pode dormir, conversa comigo. – sentei no sofá me fazendo de travesseiro para ela. –Me conta algo legal.
- Você é a primeira mulher que passa mais de 2 dias comigo depois de anos– eu fazia carinho em seu braço.
- Quer dizer que teve alguém? – vibrou.
– O que aconteceu hoje tem a ver com o caso que eu posso estar envolvida?
- Pode ser, mas já prendi tanta gente que fica difícil saber quem não gostaria de me pegar. – deitou-se de frente para mim.
- Você me prenderia se eu estiver envolvida? - a encarei séria.
- Sem pensar! Afinal nosso caso é estritamente profissional! – falou rindo.
Aquilo me doeu, eu precisava descobrir quem eu era antes dela.
- Vai tomar um banho enquanto preparo algo para gente comer. – dei lhe um beijo na testa.
(..)
Preparei um lanche, esperei que ela saísse para comermos juntas. Tive a visão incrível com ela de short curtinho, cabelos levemente despenteados, blusinha de alcinha, que deixava seus seios marcados. Estava muito sexy. Era impossível olhar e não gostar. Estava atraída pela pessoa que poderia me prender.
- Vai ficar um pequeno galo! – verificando sua testa. – Mas ainda continuará bonita! – puxei a cadeira para que se sentasse.
- Agora sou eu que tenho de te agradecer por cuidar de mim! – mordeu seu lanche.
- Você é marrenta sabia? – sentei e também me pus a comer. Já se deixou ser cuidada por alguém?
- Não! – limpou o canto da boca.
- Deveria! – me levantei.
Eu precisava cortar essa paquera velada, não estava mais suportando não poder dizer o que estava sentindo.
- Aconteceu alguma coisa Savannah? – estranhou minha saída.
- Não! Vou tomar banho, ainda estou suada. – menti.
CARMEN POV
Pela manhã precisava levar meu consentido para o conserto.
- Savannah preciso arrumar meu carro, quer ir junto? – terminava de me arrumar.
- Quero! Preciso ver gente! – levantou da cama num pulo.
Descemos para a garagem e ela levou um susto.
- Porr*! Seu carro está destruído! – levou as mãos à cabeça.
- É uma pena né! Tão lindo. – passei as mãos sobre ele.
- Foi tenso mesmo ontem! – abri a porta que rangeu.
- Foi. –baixei os olhos. –Eu pensei que fosse morrer. Ah! Hoje a Sheila vem em casa.
- Vou ficar no quarto então! – me prontifiquei.
- Nada disso.- balançou o dedo negativamente – Você é minha convidada de honra.
Fim do capítulo
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