Criminal por lorenamezza
Capitulo 5 SEJA BEM VINDA!
SAVANNAH POV
-Ainda bem que me arrumaram essas roupas, pensei que fosse sair pelada do hospital! – falei rindo logo que as vi entrando.
- As roupas serviram! Que bom. – Monica sorriu. – Tenho uma boa notícia!
- Você pode ficar na minha casa enquanto se recupera. – Carmen deu um passo à frente.
- Desculpa te pedir isso detetive, mas você disse que eu poderia ligar se precisasse de algo. Será só por um tempo. -encarei aqueles doces olhos.
- Sem problemas! – ela foi gentil.
- Detetive! Você sabe dos riscos que isso implica? Eu posso ser a bandida da história ou pior uma assassina. – fiz cara de deboche.
- Sei me cuidar muito bem! – ergui uma das sobrancelhas.
- Já que não tenho outra opção. – eu sabia que tinha de ser grata à ela por querer me ajudar, mas também sabia que seria uma forma dela ficar de olho em mim. E não saber de que lado da lei eu estava me deixava preocupada.
- Te esperamos lá fora Savannah! – puxou a outra pela cintura. Será que são um casal, pensei.
Me penteei, e logo saí dando de cara com a bunda avantajada de Carmen. Fixei meus olhos um tempo naquela imagem.
- Podemos? Senhora Michaels. – falou com formalidade.
- Jura! Eu vou ficar em sua casa e você não vai me chamar pelo meu nome.- mordi a boca sorrindo.
- Nossa relação será estritamente profissional. Vou te ajudar porque assim fico de olho em você. E não fico com a consciência pesada. – evitou me encarar
- Nossa! Obrigada pela sinceridade, pode ficar tranquila, não ficarei mais que o necessário em sua casa e não terei esperança em me tornar sua amiga.
(...)
- Você lembra de já ter estado aqui antes? – a mulher acelerava ao máximo seu possante, ultrapassando todos que se colocavam em seu caminho.
- Um pouco. – eu olhava a cidade e verificava o retrovisor a todo instante.
- Olhando tudo para ver se se lembra de algo Savannah?
- Tentando mas você corre tanto que não estou conseguindo ver nada. – gargalhei.
- Desculpe! É que eu adoro velocidade. – sorriu de um jeito fofo e desacelerou.
- Você mora longe? – virei-me para ela, apesar de eu estar triste e preocupada por minha situação, eu estava curiosa para saber dela.
- Estamos chegando, vamos passar no supermercado, comprar algumas coisas, minha geladeira está vazia e você precisa comer. – foi parando no estacionamento de um grande supermercado. – Você quer alguma coisa especial? – perguntou logo que saiu do carro.
- Eu sei que não quero mais comida de hospital.- dei de ombros.
- Me espere aqui, vou ser rápida. – piscou.
“ Olhei para o banco de trás, algumas pastas jogadas no banco, alguns pacotes de bolacha, uma bagunça meio organizada. Pendurado no retrovisor uma pulseira com um pingente de meia lua.
Rapidamente Carmen retornou carregada de sacolas, colocou no porta malas.
- Comprei uma muda de roupa também, não creio que as minhas caberão em você. – colocou uma sacola em meu colo.
- Não tenho como agradecer, eu prometo que irei te pagar assim que conseguir. – segurei de leve em seu joelho. Ela olhou espantada e sorriu de leve. Surgiu um clima de cumplicidade entre nós.
O caminho para casa dela não demorou, chegamos em Santa Mônica, o sol já estava quase se pondo.
- Savannah, minha casa deve estar uma zona, afinal eu não esperava ninguém. Então não repara. – falou com certa vergonha.
- Quer dizer que a detetive com cara brava é bagunceira.- entrei e dei de cara com uma sala muito clara, cortinas brancas, móveis de madeira, algumas roupas espalhadas, uma mesa com muitos papéis. – Você gosta mesmo de trazer trabalho para casa hein. – eu andava devagar, começava a sentir dor de cabeça.
- Sabe como é morar sozinha! Seja bem vinda à minha casa. – foi retirando as roupas do sofá e me mostrando o quarto que eu iria ficar. – ela era educada em sua fala. – Se quiser tomar banho enquanto preparo algo para você comer. Tem toalha no banheiro.
- Tudo bem! Obrigada. –peguei algumas roupas e entrei no banheiro.
Retiro a roupa que ainda cheirava a hospital, ligo a ducha e me recosto na parede, com os olhos fechados, havia uma ansiedade tomando conta de mim. De repente minha dor de cabeça aumenta. Minha vista escurece.
- Detetive! – grito em tom de dor.
CARMEN POV
Coloco as sacolas sobre a mesa, suspiro fundo. Penso se havia tomado a decisão certa. Lembro de quando ela colocou a mão em minha perna e no arrepio que senti nesse contato. Já havia percebido que aqueles olhos me encanavam terrivelmente, eu já os estava evitando. Quando a ouço gritar do banheiro.
Corro nervosa, por sorte ela não havia trancado a porta. A encontro nua se apoiando na pia com a mão no rosto. Tentei evitar não olhar seu corpo, mas foi mais forte que eu, que corpo lindo ela tinha.
Saio de meu transe e vou ajudá-la.
- O que aconteceu? – fui desligar o chuveiro.
- Uma dor muito forte, quase caí – ela se apoiou em mim. O calor de seu corpo encostando no meu provocou um suspiro forte. Peguei uma toalha e cobri seu corpo.
- Vem! Te ajudo. - com certo esforço a levei para o quarto, a ajudei a trocar de roupa. Me sentia péssima por achar ela muito gostosa, mesmo estando passando mal. – Toma seu remédio. Vou trazer uma sopa para você.
- Obrigada. – ela parecia indefesa.
Levo a sopa, me sento a seu lado, coloco a mão em sua testa para medir sua temperatura.
- Você já precisou cuidar de alguém detetive? – seu olhar era fixo no meu, aquele verde parecia me penetrar e mexer com tudo dentro de mim. Desvio o olhar do seu.
- Não Michaels! Nem de meus pais, e aqui eu geralmente não trago ninguém. – olhei rápido sorrindo sem mostra os dentes.
- E traz logo uma suspeita! – colocou uma boa colherada de sopa na boca. – Boa samaritana mesmo.
- Toma sua sopa, logo seu remédio vai efeito e você vai dormir bem. Qualquer coisa estarei no quarto ao lado.
Saio de lá praguejando contra mim mesma.
“ Que merd* está acontecendo com você Carmen! Essa mulher está tirando seu folego. Você nunca foi assim com ninguém”.
Tomo um banho bem demorado, eu não conseguia desgrudar meus pensamentos de Savannah, se fosse um golpe, se ela me atacasse durante a noite, se eu a encontrasse novamente pelada pela casa. Meu deus até com medo eu quero trans*r.
Levo umas pastas para cama e analiso papéis que seriam impossíveis de decifrar tamanho cansaço que eu sentia.
SAVANNAH POV
-“ Tem certeza que quer fazer isso Savannah?
- Tenho!
- Mas precisaremos de ajuda!
- Sei quem chamar DJ. Agora é tudo ou nada”.
Acordo transpirando e respirando fundo. Olho para os lados e lembro que estou na casa da detetive. Na noite anterior nem havia conseguido prestar atenção no quarto devido minha dor de cabeça. Levantei lentamente, a casa estava silenciosa. Só um leve barulho vindo da cozinha. Andei sem fazer barulho, a encontrei, vestindo só um moletom e calcinha e meias, com fones nos ouvidos dançando enquanto cozinhava. Foi a primeira vez que a vi de cabelos soltos, quando ela rebol*va sua bunda com uma minúscula calcinha ficava à mostra. Se eu tinha dúvida sobre se minha sexualidade, acabou ali porque eu fiquei de boca aberta e senti um leve pulsar em meu sex*. Não consegui tirar os olhos de seu corpo. De repente ela se virou e deu um grito de susto, quando me viu parada de boca aberta sem piscar. Tentou se cobrir e foi tirando os fones. Eu ainda era incapaz de responder. Podia jurar que uma pequena baba escorria da minha boca.
- Aconteceu alguma coisa Savannah? – colocou os fones sobre a mesa.
- Hum..Não! – balbuciei e desviei o olhar de seu corpo, ela percebeu o “estrago que causou”. Foi para o quarto e colocou um short.
- Está se sentindo melhor? – puxou uma cadeira para que eu me sentasse.
- Sim, só uns sonhos estranhos. – lembrei do que havia sonhado
- Algo sobre você? Ou sobre o dia do ocorrido? – ela parecia preocupada.
- Não! - preferi não contar. – Acho que foi só a agitação.
- Estou fazendo um café para nós. Não costumo cozinhar muito. – colocou algumas panquecas em meu prato. - Espero que goste!
- Pra quem não recebe muitas pessoas em sua casa, está se saindo bem. – coloquei de leve minha mão em sua cintura, ela recuou de meu toque.
- Nada demais. Apenas o básico. – mudou completamente sua feição, voltou a ser a detetive séria.
- Que cara séria! Ah lembrei! – ergui o garfo. – Minha estadia aqui será estritamente profissional. – acabei a deixando sem graça.
- Não vai trabalhar hoje detetive? Será minha babá? – tentei quebrar o gelo.
- Não é por sua causa. Estou de férias forçadas. – suspirou meneando a cabeça negativamente.
Enquanto ela falava, eu observava seus trejeitos, ela a todo momento mordia os lábios, as vezes passeava com a língua sobre eles. Aquilo estava me enlouquecendo.
- Eu preciso fazer novos documentos. – fiz que ia me levantar.
- Ei calma aí! Você saiu do hospital ontem, tem de descansar um pouco. – colocou de leve sua mão em meu ombro para que eu continuasse sentada.
- Deve ter alguém a minha procura. – coloquei a mão no rosto me apoiando nos cotovelos.
- Logo você se lembra de tudo. Só precisa relaxar um pouco. – ela mantinha uma distância curta de meu corpo, me fazendo suspirar.
- Então tá Detetive! Estou por sua conta. – sorri encarando seus doces olhos.
- Hoje no máximo daremos uma volta na praia para você tomar um sol, mas agora cedo, você não deve tomar um sol muito forte. – verificou meu ferimento.
- Preciso trocar o curativo. – levei minha mão ao ferimento, sem querer acabei encostando em sua mão. Nós duas evitamos rápido um contato maior.
- Eu vou trocar, termine seu café que faço isso.
Eu não a entendia, algumas vezes era um doce, outras suas palavras e secas e curtas. Era difícil decifrá-la.
Após um banho rápido, coloco um short curto de tecido mole, camiseta meia manga e boné. Que ela me obrigou a colocar para proteger meu ferimento. Estava adorando essa preocupação comigo.
Ela sai do quarto, e quase me mata do coração. Estava vestindo um short jeans curto e uma blusa que deixava sua barriga sarada à mostra, chapéu de praia. Parecia outra pessoa. A medi dos pés à cabeça. Começava a achar que minha estádia nesse lugar iria me deixar louca.
(...)
Na praia, eu respirava fundo, aproveitando cada raio de sol sobre mim.
- Você parece muito tranquila para quem perdeu a memória senhora Michaels? – ela andava olhando para todos os lados.
- Preocupada com algo detetive? – olhei em volta também. Eu não estou tranquila, apenas estou tentando manter a cabeça fria para raciocinar. – parei de frente para ela. – Se eu pirar com isso, aí que não vou lembrar mesmo. E afinal não estou sozinha. - Só não quero perder o foco, e algo dentro de mim diz que estou em boas mãos. – sorri largo, Carmen olhava seu celular.
Andamos mais alguns metros e compramos sorvetes.
- Ele não parou de tocar desde que saímos. Namorado? – dei uma bela lambida em meu sorvete.
- Não é ninguém importante. – falou com desdém. – Eu não tenho namorado Michaels. – pegou seu sorvete e voltamos a caminhar. – E você se lembra de ter alguém?
- Não lembro de ter ninguém importante também. E só para você saber, acho que sou lésbica. – a deixei boquiaberta.
- E como você sabe que é lésbica se está com amnésia? – voltei meu olhar para ela a medindo de cima abaixo. - Palpite detetive! – ri sem mostrar os dentes.
Fim do capítulo
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