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Amor incondicional por caribu

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Palavras: 3402
Acessos: 1980   |  Postado em: 11/07/2021

Trinta e cinco

 

                Há sempre uma movimentação típica, quase uma comoção, diante de cenas de afogamento numa praia. Mais ainda quando a vítima é uma criança. É um momento em que praticamente todos partilham da mesma expectativa pelo salvamento, e este vira o assunto em comum durante alguns minutos, que variam conforme os desfechos. É sempre um susto, e as reações são sempre mais ou menos intensas se quem assiste tem, ou não, filhos.

                Os amigos de Renato se chocaram porque muitos estavam bem ali, viram de perto toda a cena que, felizmente, terminou com o menino bem. Beatriz viu tudo de longe, na areia, protegida debaixo do guarda-sol, e foi quem avisou Renato de que algo no mar estava errado, quando avistou um menino com dificuldades para sair da água. A movimentação estranha chamou sua atenção, e só por isso ela desviou o olhar de Fernanda, que ficava linda de biquíni.

                Ela viu dali o amigo correr e resgatar o garoto, e acompanhou, quase de camarote, a reação das pessoas na barraca ao lado – as mesmas que, minutos antes, lançavam contra o grupo palavras de desprezo. Julgou que estavam todos muito ocupados, vigiando a vida alheia, no momento do incidente, por isso não viram o risco.

                Bianca, ali perto, só reparou que algo estava errado quando Eva saiu correndo, e gritando. Sua reação foi praticamente nula, considerando que ela mesma estatelou na areia. Mas antes olhou aflita à sua volta, desesperada, à procura de Joaquim. Tinha imposto tanto medo no menino que ele tinha se recusado de ir brincar no mar com os amigos, e por isso estava longe (e a salvo!) na hora do afogamento.

                Até então estava entretida com seus milhares de pensamentos, e nem percebeu que há tempos observava Beatriz, tão distraída, conversando com o amigo. Se perguntou se seria algum sinal elas terem se esbarrado ali, embora não tivessem nem se cumprimentado.

                A achou diferente, toda casual, de óculos escuros e chapéu, e notou que apesar de descontraída ela tinha os movimentos bastante controlados. Isso ficou ainda mais nítido depois que Jonatan se afogou, e a médica se permitiu apenas um abraço breve em Fernanda, que chegou molhada, contando (meio esbaforida) como foi o ocorrido à beira-mar. Beatriz era certamente a mais contida do grupo, que de animado ficou murcho, depois da cena toda.

                A mudança nas atitudes não foi difícil de ser reparada, porque na praia não se tem muito o que olhar, a não ser o mar e as pessoas à volta – especialmente seus comportamentos. Ao menos este era o pensamento de Bianca, que se valia desses eventos para distrair a mente com pensamentos fúteis de julgamento breves, mas sempre constantes, que se emendavam.

                Aquilo não era nenhuma novidade para alguém acostumada a analisar as pessoas, diariamente, segundo suas compras no supermercado. Bianca gostava de reparar. E no trabalho, assim como na praia, ela não tinha muito o que fazer a não ser isso. Sentia que sua vida era uma constante luta contra o tédio.

 

- Eu gostaria de te agradecer – Eva diz, aproximando-se do grupo, um pouco acanhada – Muito obrigada por salvar a vida do meu filho, moço.

- Tudo bem – Renato responde, sem muita certeza se deveria ficar em pé e segurar na mão que a mulher estendia em sua direção.

- Foi muita desatenção nossa... Estou até envergonhada, imagine que tragédia que não poderia ter acontecido – ela resmunga, tendo finalmente a mão apertada pelo alto rapaz.

- Sim, por sorte, não foi nada grave. Mas com crianças é preciso cuidado – ele responde, vendo que Alfredo arrumava suas coisas e parecia decidido a voltar para casa.

 

Justamente por conta do barulho, das coisas jogadas com força dentro das bolsas e sacolas, e da reclamação das crianças, é que ninguém ali ouvia ao pedido de desculpas de Eva, apesar de estarem apenas a poucos passos de distância.

 

- Vocês já vão mesmo? – Milton pergunta para o amigo.

- Acho que já passou da hora – Alfredo responde, mal humorado – Não aguento olhar nem mais um minuto para essas bichas aí do lado. Para mim, já deu.

- Ei, calma aí, cara! – Fábio repreende, um pouco surpreso com a reação de Alfredo – Bem ou mal, foi uma das bichas que salvou a vida do seu filho.

- Fica na sua – ele responde, ríspido – Será que só eu vi aquele sujeito colocando a boca na boca do meu garoto? Pelo amor de Deus!

 

Bianca percebeu que Fábio ia falar mais alguma coisa, e segurou seu braço, num gesto para impedi-lo de se manifestar. Não ia adiantar dizer nada, e considerando o estado de Alfredo, qualquer tentativa de fazê-lo entender sobre o que tinha acontecido de verdade podia até significar o começo de uma briga. Não valia o desgaste.

Talvez depois, quem sabe, tocassem naquele assunto. Mais tarde, quando os ânimos se acalmassem, as coisas todas esfriassem. Ou não. Provavelmente aquele seria um daqueles assuntos que os amigos só falariam na ausência da família envolvida.

O grupo observou Alfredo, Eva e os filhos irem embora, sob protesto das crianças. Ainda estava cedo, não havia por que os acompanharem. Tinham levado cerveja para durar mais algum tempo, então apenas reforçaram os cuidados que as crianças remanescentes deveriam ter. Inclusive Joaquim, que não entendeu o tom utilizado. Ele viu o amigo ser salvo!

 

- Acha que devemos cumprimentá-las? – Fábio pergunta, se acomodando na cadeira ao lado de Bianca, que estava se ajeitando debaixo do guarda-sol.

 

Ainda estavam naqueles instantes em que podiam simplesmente ignorá-las e fingirem que não as tinham visto. Talvez, além de mais confortável, fazer isso era menos constrangedor e embaraçoso do que simplesmente se levantarem e caminharem até o guarda-sol ao lado.

 

- Tia Bia! – Joaquim grita, correndo em direção ao guarda-sol vizinho. Não tinha reconhecido as duas ali, tão perto dele.

- Ei! Olá! – Beatriz cumprimenta, retribuindo o abraço que o menino dava – Não sabia que você estava aqui!

- Sim. Minha mãe Bia quis vir à praia hoje. Ela nunca quer vir, e sempre que vem, depois reclama, mas disse que desta vez vai ser diferente porque ela veio para relaxar – ele revela, virando-se e abraçando Fernanda – Oi, tia Nanda!

- Nossa, é incrível como parece que ele conhece as duas desde pequenininho – Bianca resmunga, olhando para Joaquim, agarrado ao pescoço de Fernanda.

- Criança é assim mesmo, Bia – Fábio sorri, puxando-a em direção às mulheres. O filho tinha obrigado os dois a serem educados, e irem cumprimentá-las – Oi, tudo bem?

- Oi, Fábio. Olá, Bianca – Beatriz cumprimenta, incerta sobre se deveria se levantar.

 

Automaticamente, cruzou os braços, num instinto de se defender. Detestava usar biquíni e sentia agora a sensação de nudez aumentar consideravelmente. Embora estivesse com a camiseta de Fernanda, ainda estava sem bermuda. Ou seja, estava desnuda.

A mesma sensação era compartilhada por Bianca, que vinha logo atrás do marido, aparentando estar um pouco encabulada. Ela, assim como Fernanda, que se levantava para cumprimentá-los, estava apenas de biquíni.

Beatriz achou que Bianca tinha escolhido desenhos muito oportunos para tatuar. As duas imagens que cobriam suas costelas eram arquétipos pertinentes à sua personalidade, e brevemente Beatriz pensou na possibilidade de associar aos seus estudos as escolhas de tatuagem que as pessoas faziam.

Um dia, se as coisas se ajeitassem, gostaria de conversar com Bianca especificamente sobre seus desenhos.

 

- Oi, gente – cumprimenta Fernanda. Notando que Beatriz se sentia visivelmente constrangida, puxa da aba do guarda-sol uma canga, que estava enrolada ali.

- Mãe Bia! – Joaquim chama, feliz de vê-la se aproximando. Tinha um sorriso enorme no rosto – Olha, a tia Bia é branquela que nem você! Vocês podiam ser amigas!

- Vai brincar, vai, Joca! Aproveita a praia! – Bianca pede, vendo o menino se despedir brevemente, e voltar para onde estavam os seus brinquedos.

 

Ela tinha se esforçado para não reparar no tom de pele de Beatriz, que finalmente se levantava, enrolada na canga, da cintura para baixo. Dava para ver que por baixo da camiseta, seu biquíni era preto, e isso causou nela zero surpresa. Alguém como Beatriz não parecia mesmo ousada para escolher alguma cor mais forte, ou alguma estampa criativa.

 

- A Beatriz comentou que vocês conversaram na sexta-feira – Fernanda comenta, sentando-se na cadeira colorida.

- Sim... Pois é. Nós batemos um papo, rápido – Bianca fala, dando uma pequena engasgada, com a surpresa pelo comentário – Não foi nada demais, nós...

- Mulher, vim te buscar! Vem, a água está uma delícia – Beto fala, com Fernanda, mas segurou a cintura de Beatriz.

- Sim, boa ideia – Fernanda responde, puxando a mão de Beatriz – Tchau! Até mais.

 

Beatriz, que numa ocasião normal teria se recusado a acompanhá-la, não se opôs quando Fernanda puxou sua canga para o lado, sem soltar a sua mão. Após perguntar se a noiva gostaria de se manter de camiseta, observou Beatriz tirar a peça, e voltar a dar a mão para ela.

Fábio e Bianca veem de longe as duas caminharem em direção ao mar, acompanhadas pelo rapaz fortinho, que tinha vindo chamá-las, e pelo sujeito mais alto, responsável por salvar Jonatan. À beira da água a mulher do cabelo esquisito os aguardava, e falou algo que os fez rir. O casal se acomodou em suas cadeiras no momento em que o grupo discutia, novamente rindo, quem seria o primeiro a se molhar.

Aquela era a primeira vez que Bianca mentia para o marido, e a sensação de estranheza a invadia aos poucos. Ficou um climão entre eles, durante alguns minutos de intenso silêncio, em que só se ouvia o mar. Ela torcia mentalmente para que ele não tivesse ouvido o comentário de Fernanda. E mais: torcia para que ele não a intimasse e quisesse saber que raio de conversa as duas tinham tido – e, claro, o porquê de ela não ter comentado nada a respeito com ele depois.

 

- Acho que não vamos ter tão cedo a companhia do Alfredo aqui na praia – Milton comenta, abrindo uma cerveja – Agora que sabemos que o filho dele definitivamente não boia.

- Pare de ficar fazendo piada de tudo, homem! – Sônia pede, mal humorada – Se comporta!

- Ué! Ele que não cuida dos filhos e eu que tenho que me comportar? Ora, veja se tem cabimento – Milton debocha, com uma careta. Deu uma olhada para Fábio, na esperança de o amigo rir, mas o viu desviar o olhar.

- Por falar nisso, acho que podemos ir, né? – Fábio pergunta. Bianca imaginou se ele estava com aquela cara devido ao excesso de sol.

- Ah, pai! Mas eu quero brincar mais um pouco! – Joaquim reclama, olhando zangado para Fábio.

- Não, filhão. Já chega. O sol já está começando a ficar forte demais – ele diz, colocando algumas coisas na sacola – Vamos, Bia?

- Sim, é claro – ela responde, passando de leve a mão pelos ombros. Aquela ardência a convenceu de que a ideia não era de todo ruim.

 

Despediram-se dos amigos e caminharam sem muita pressa até o ponto de ônibus mais perto. Por sorte, no caminho encontraram um vendedor e Fábio comprou um refrigerante para Joaquim, que ainda demonstrava aborrecimento por estarem indo embora cedo. Ele nem tinha feito o buraco que queria!

Mas o refrigerante foi um bom consolo. Ele gostava dessas extravagâncias que aconteciam à beira-mar, e estava feliz por terem ido à praia. Achava que isso era mais importante do que irem embora no horário que ele queria.

Ao chegarem no calçadão, Fábio o colocou sentado num banco, forrando antes com a sua camiseta, porque estava quente, e jogou a água que ele trazia no baldinho, para tirar a areia dos seus pés. Lavou os pés de Bianca e depois os seus.

Ajeitou as sacolas nos ombros, e se recusou a dar a mão para a esposa. Alegou que estava carregando muito peso, apesar de estar com as mãos livres.

Não esperaram muito e um ônibus passou, até que vazio, e os dois sentaram-se lado a lado, com Joaquim no colo de Bianca, na janela. Ele adorava esses trajetos, o cenário salgado perto do mar, as cores que pintavam as casas, conforme avançavam e chegavam perto de onde moravam. Mas o sacolejar o venceu, e ele dormiu antes que alcançassem a metade do caminho.

Fábio desceu um ponto antes para ir à mercearia do Zé. Estava satisfeito por terem levado menos tempo do que de costume no trajeto de volta, e mais ainda por ter sido prevenido e ter encomendado um frango assado, vendido exclusivamente aos domingos. Àquela hora, certeza que tinha sobrado só a xepa, além das encomendas ainda não retiradas, que deixavam os incautos chateados pela falta de organização com o almoço de domingo.

 

- Estou fazendo o arroz – Bianca anuncia, assim que ele chega. Estava com a camisa no ombro, e bebia uma cerveja direto na lata.

- Aham – ele responde, ligando a televisão – E o Joca?

- Dei um banho nele assim que chegamos, ele voltou a dormir. Vou deixá-lo tirar um cochilo até o almoço ficar pronto. Chegou cansado da praia, o bichinho.

 

Fábio nem a olhou e Bianca sentiu um arrepio esquisito na espinha. Por mais que tivesse torcido, era nítido que o marido estava chateado. Via na sua reação a resposta pelo que tinha ouvido de Fernanda – que era uma linguaruda! Não tinha que ter falado nada!

 

- Você está zangado comigo? – ela pergunta, sentando-se ao seu lado na sala. Tinha se livrado do biquíni e usava uma camiseta por cima da calcinha, apenas para se proteger da quentura do fogão.

- Eu deveria estar zangado com você, Bianca? – ele retruca, a encarando nos olhos.

- Acho que não...

- Então, não estou – Fábio responde, seco.

- Onde você vai? – ela pergunta, vendo-o se levantar.

- Vou tomar banho. Que coisa! O que está acontecendo com você?

- Nada, amor... – ela responde, abaixando o olhar. Não se sentia no direito de reclamar, mas não conseguiu evitar que a tristeza transparecesse. Fábio para na porta do banheiro e a encara.

- Vem cá – ele chama, abrindo os braços – Me desculpe, Bia.

 

Bianca se aninha em seus braços e, mesmo se esforçando, não consegue controlar as lágrimas. Estava sensível, talvez fosse a TPM, o que se pode fazer? Ela o aperta com força e sente, inebriada, o cheiro que sai de sua pele – uma mistura de maresia e água do mar.

Ao contrário dela, Fábio sempre conquistava um brilho dourado quando tomava sol e agora sua pele rosada contrastava com a dele, queimada.

 

- Ah, meu amor – ele reclama, alisando seus cabelos – Não chore! Eu sou um estúpido, mesmo! Me desculpe! Descontei em você a raiva que estava sentindo. Pare de chorar, querida, por favor, Bia!

- Não gosto quando você é seco comigo – ela diz, fungando – E não gosto de chorar também, droga.

- Sim, eu sei.

 

Ele a conduziu para dentro do banheiro e tirou sua camiseta, com calma. A encarava com aquela expressão que sempre fazia Bianca perceber que suas intenções não tinham conotação sexual. Lhe deu um beijo carinhoso e a colocou debaixo do chuveiro, antes de ligar a torneira, que despejou uma água fria, bem-vinda.

 

- Lembra-se de quando combinamos de nunca mentirmos um para o outro, e nunca escondermos nada? – ele pergunta, massageando o xampu, delicadamente, no cabelo de Bianca – Que por mais que fosse um assunto algo delicado a gente não ia deixar de lado, se fosse realmente importante?

- Lembro – Bianca responde, num suspiro, abrindo os olhos e encarando a parede à sua frente – Por quê?

- Preciso te perguntar uma coisa... E quero que responda com toda a sinceridade do mundo.

- Tá bom...

- O que você está me escondendo?

- Amor...

- Tem alguma coisa, Bia. Você sumiu na sexta, não me disse onde foi, e eu soube sem querer, só hoje, que você foi no consultório da doutora Beatriz. A gente vive junto há tanto tempo, o que está acontecendo?

- Me desculpe – ela diz, sentindo a água fria escorrer pelas costas – Você tem razão, e falando assim parece mesmo que estou te mantendo à parte, sendo injusta, te escondendo algo... Mas é que eu ainda não consegui organizar meus pensamentos, Fá. Por isso ainda não te contei.

- Nunca vi isso... – Fábio resmunga, espalhando agora o condicionador no cabelo da esposa.

- Sim, nem eu. São coisas muito inéditas na minha vida, acredito que talvez por isso eu esteja com tanta dificuldade para lidar.

- E a médica vai te ajudar?

- Eu espero que sim.

- Ela pode te ajudar e eu não, Bia? Não entendo...

- Meu querido, eu confio em você, muito. Mas de verdade, eu só preciso amadurecer essas questões, que são muito conflitantes para mim. Você tem a minha palavra de que será o primeiro com quem vou conversar a respeito, quando estiver pronta para isso.

- Está bem – ele diz, finalmente – Bia, eu sou um bom homem, não sou? Quer dizer... Te faço se sentir bem como mulher, certo? – ele então pergunta, pausadamente.

- Faz... – Bianca responde, com uma ruga na testa. Só então se vira para ele – Acho até que nem preciso dizer isso, depois do que fizemos no mar hoje, depois de tanto tempo.

- Eu também gostei, mas... É que não sei... Hoje lá na praia comecei a pensar em umas coisas que me deixaram com a pulga atrás da orelha...

- O que está passando aí na sua cabeça? – Bianca pergunta, diante do silêncio que se seguiu, puxando-o para beijá-lo.

- É bobagem, eu acho. Mas é que hoje fiquei observando aquelas bichas lá na areia... E também as mulheres... Você percebeu que eles pareciam estar se divertindo bem mais do que nós?

- Na verdade, não.

- Mas estavam. Riam o tempo todo e a conversa entre eles era bem animada (muito mais que a nossa, que sempre sai alguma farpa). Entre a gente, como sempre, foi o mesmo estresse de sempre. E pior: hoje teve até afogamento.

- Fábio, me ajude a entender onde você quer chegar – ela pede, abraçando-o debaixo do chuveiro.

- Você pode achar idiota... Mas hoje fiquei com tanto medo de te perder um dia, Bia... Mais ainda de te perder para outra mulher!

- Que absurdo é esse, Fá? Eu nunca vou te deixar, e muito menos para ficar com outra mulher! Tá maluco? – ela pergunta, em um tom suficiente para convencê-lo de que falava a verdade – Eu amo você! E amo tudo em você!

- Eu sei – ele diz, vendo onde ela acariciava

- Nenhuma mulher seria capaz de me proporcionar isso tudo que você me dá – Bianca garante, enquanto o beijava – Eu duvido até que outro homem saiba me fazer sentir o que eu só sinto com você.

- Tem certeza? – ele provoca.

- Tenho. E faço questão de te mostrar, agora mesmo, o quanto eu gosto de você. E o quanto eu gosto de ter você.

 

Sinceramente, ela nem estava com muita cabeça para aquilo, e nem com tanto tesão, mas sentia que o marido precisava ser convencido de algo que ela, também, precisava de convencimento. Tinha, é claro, notado que o grupo de Beatriz era divertido, apesar de serem pessoas meio tortas, do seu ponto de vista. E tinham se mostrado pessoas íntegras, salvando o filho de alguém que minutos antes destilava comentários maldosos, justamente contra o homem  responsável por tirar o menino das ondas.

Talvez para distrair a mente daqueles pensamentos todos, chatos, que mais uma vez a perturbavam (como todos os relacionados à Beatriz), Bianca atiçou o marido no chuveiro, e Fábio não conseguiu negar – nem mesmo quando o cheiro do arroz que começava a queimar na cozinha invadiu o banheiro.

Internamente, ela se deu uma semana de prazo para resolver aquela questão, ou compartilhar com Fábio tudo o que sabia.

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

 


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Comentários para 35 - Trinta e cinco:
cris05
cris05

Em: 12/07/2021

Muito triste essa postura de Alfredo. Além de preconceituoso, não deve saber o significado da palavra gratidão. Dermelivre!

Ain que vontade de apertar o Joaquim! Ele é muito fofo mesmo!

Quero que a pendenga das Bias se resolva, mas não quero que acabe a história rsrs. 

Beijos!


Resposta do autor:

 

Lá!, apareceu a comentarista sorteada rsrsrsrsrs 

Compartilho da sua vontade: essa história é muito delicinha, não dá vontade de terminar rsrs 

Na verdade, te confesso que já tô até um pouco em crise, pq não sei ainda oq escrever quando acabar esse livro rs 

Beijos!

 

 

 

 

 

 

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 11/07/2021

Eita que o carinha é preconceituoso mesmo. Alfredo é doente. Eva foi muito agradecida por Renato salvar o filho dela!

Joaquim é adorável! Quebrou logo o clima pesado!

Agora Fábio já sabe que algo está acontecendo com Bianca, mas vai esperar

Beatriz precisa resolver essa pendenga logo. Vai ganhar uma família com cunhado e sobrinho kkkkk fora o que será encomendado

Será que Beatriz vai sugerir um exame de DNA?

Mistério!

Abraços fraternos procês aí!

 

 

 


Resposta do autor:

 

Joaquim rouba a cena por onde passa! Amo!

A pendenga vai ser resolvida logo! Já estamos caminhando pro final!

Beijos, boa semana!

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