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Entre Cosmos e Nanquim por shoegazer

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Palavras: 2380
Acessos: 1520   |  Postado em: 08/07/2021

Não se explique

Décimo terceiro dia.

Foi o tempo mais longo, desde que tinha me separado com Paula, que estava sem usar outras coisas, chegando na segunda semana, que era o esperado. O resultado foi que criei o estranho costume por correr longos trajetos, sem depender do contexto.

Na faculdade, na rua de casa, sempre estava correndo, e corria à exaustão. Alguma coisa em mim tinha que queimar junto com as coisas que me assombravam, mas que, de uma forma ou outra, iam sumindo.

Era sábado, e teria festa na casa da Vitória. A ideia era ir com Matheus, mas a casa da Vitória era um verdadeiro antro de tentações, assim como ela. A última vez que fui lá, usei até o que não devia e fiquei tão louca que tentei dormir dentro de uma máquina de lavar.

Mas o que me deixava nervosa era o encontro que teria. Fazia tanto tempo que eu não saia com alguém com o único intuito de comer e conversar que comecei a me questionar se eu ainda sabia realmente fazer isso.

Tinha chego com alguns minutos de antecedência. Tomava uma xícara de café preto enquanto encarava a vista da rua, batendo os dedos na mesa. Conferi mais uma vez meu visual, parecia estar tudo nos conformes.

Catarina apareceu no horário marcado. Ela usava o cabelo solto e usava um vestido florido e tênis, e ao me ver, ajeitou seus óculos, sorrindo.

— E aí – foi a primeira coisa que veio em minha cabeça ao vê-la se aproximando, mas minha reação por dentro fora outra.

— Boa tarde – ela se sentou – Faz tempo que você está aqui?

— Não muito, eu cheguei um pouco antes mesmo.

— Já pediu alguma coisa? – ela pegou o cardápio, encarando-o – O que me recomenda?

— Eu gosto do pão daqui, mas se você gostar mais de doces, o bolo de morango é excelente, meu irmão sempre pede.

— E você vai pedir o que? – ela disse, ainda olhando para o cardápio.

— Não sei, acho que uma torta de frango, talvez.

Ela gesticulou para o atendente, e fez os pedidos, voltando a olhar para mim.

— Você parece estar melhor do que da última vez que lhe vi.

— Melhorando, como eu posso.

— Não vamos falar de trabalho hoje – ela disse, apoiando o queixo entre as mãos – Então...

— Então me conte sobre você – disse, me recostando na cadeira com um sorriso de canto.

— O que você quer saber de mim?

— Se fosse fazer um resumo da sua vida, como seria?

— Bem... – ela disse, pegando as coisas em cima da mesa, brincando com elas em mãos – Caos e destruição, eu acho.

Catarina começou a rir, e voltou a olhar para mim.

— Sério – ri de volta – Como seria? Você gosta dos seus pais? Tem irmãos?

— Sou bem ligada com minha família, apesar dos meus pais morarem em outra cidade, os visito com frequência. Tenho dois irmãos mais novos que ainda estão na escola e... – Catarina desviou o olhar, encarando a paisagem do lado de fora do lugar. Talvez entrei em um assunto ao qual não deveria ter tocado.

— Desculpe – disse de antemão.

— Não tem do que se desculpar – ela tentava sorrir – é que não consigo falar de família sem lembrar do meu tio.

— Entendo... – tamborilei os dedos na mesa, expirando devagar – vocês...não se falam? Se quiser falar sobre isso é claro, é que de briga familiar eu entendo bem.

Catarina franziu levemente as sobrancelhas antes de continuar a falar.

— Meu tio cometeu suicídio quando eu tinha onze anos – o peso era evidente em sua voz – e o considerava como um pai, um melhor amigo. Éramos bem próximos.

— Que merd*... – eu dizia surpresa, sem saber exatamente o que dizer naquela delicada situação – Eu sinto muito.

Ela cruzou os braços e deu de ombros levemente, ainda com o sorriso apático, do tipo que você se esforçava para manter em seu rosto.

— Tudo bem, não tinha como saber e além do mais...só nos resta seguir em frente.

— Por conta disso que escolheu essa área? – perguntei sem saber se deveria ter feito a pergunta, mas ela não pareceu incomodada. Apenas concordou com a cabeça levemente.

— Sim. Quero fazer pelos outros o que não fizeram pelo meu tio – ela tomava uma postura séria como a que tinha quando estava no laboratório – não digo pela nossa família por que eu estive lá nos piores momentos e fizemos de tudo, mas talvez dos profissionais, se tivessem feito um acompanhamento correto, ou se ele tivesse tentado mais uma vez...

Catarina gesticulava e quando viu o teor que a conversa tomava, balançou a cabeça negando como se afastasse os pensamentos.

— Eu tenho certeza de onde quer que ele esteja, ele tem orgulho de você.

E era realmente o que eu achava. Catarina pareceu se desvincular da melancolia de sua voz no momento em que ouviu minhas palavras, concordando com a cabeça. Vi que ela queria mudar o foco do assunto, e a ajudei.

— Acredito que a única pessoa que considero minha família é o Alan, porque desde que me entendo por gente, sempre nos apoiamos.

— Vida difícil dentro de casa?

— Nem me fale – pressionei os lábios e arqueei as sobrancelhas, olhando com pesar — Meu irmão é minha única família.

— Você não fala com seus pais?

— Não, senhora – balancei a cabeça negativamente – Eu não falo com minha mãe desde que vim morar para cá, e meu pai finge que nós não existimos, desde que ele arranjou outra mulher e outra família.

— Mas que merd*.

Levantei uma das sobrancelhas, e comecei a rir.

— Estranho ver você falando palavrão – voltei a tomar o café morno.

— Já disse, eu sou humana – ela se recostou na cabeça.

— Você está uma humana muito bonita hoje, a propósito – disse para ela, olhando diretamente para ela.

— Obrigada – suas bochechas ficaram levemente coradas – Não é todo dia que recebo um elogio.

— E você, por que escolheu o curso que está cursando? O que te motivou?

— Sempre questionei muito as coisas, tenho crises existenciais pesadas desde criança e estou levando minha própria vida para um buraco, tem uma coisa que se adeque melhor com isso que Filosofia? – disse, rindo.

— É.. – ela começou a rir também – Até que faz sentido, mas o que quer fazer depois da faculdade?

— Fugir da casa e virar caminhoneira.

— É sério?

— A parte de fugir de casa, sim. A de caminhoneira, não, mal sei andar de bicicleta.

— Mas o que irá fazer depois que fugir?

— Não sei, provavelmente ir para o interior, conhecer a filha de algum fazendeiro, me casar com ela e criar galinhas. Tem uma vida melhor que essa?

Nossos pedidos chegaram. Catarina pegou um pedaço do bolo de morango e comeu, soltando um gemido de satisfação.

— Nossa, isso é uma delícia mesmo.

— Não te falei? Prova um pouco do meu.

Ela pegou um pedaço da minha torta e comeu também, fazendo o mesmo barulho.

— É ótimo também.

Voltamos a comer.

— Não acredito que você vá fugir de casa mesmo.

— Duvida? Já estou até com parte do dinheiro guardado.

— Mas por que fazer isso? Você não vive feliz com seu irmão?

— Alan precisa seguir a vida dele sem mim – apontei com o garfo para ela – E eu preciso tomar um rumo longe dessa vida. Não me encaixo nisso, Catarina, acho que devo tomar novos ares.

— Seus demônios internos vão te perseguir por onde for, vai por mim.

Olhei para ela de soslaio, e voltei a comer.

— Experiência própria?

— Sim – ela respondeu, sem deixar de comer – Bastante.

— Pelo menos vou ter crises existenciais em um lugar calmo, não em um lugar que me deixa ansiosa o tempo todo.

— Não julgo você, Alana, se eu pudesse, faria o mesmo.

— E o que te impede em fazer isso?

— Convenção social, família, amigos, não sei, tantas coisas...

— Todos me abandonaram, então não me sinto mal de abandonar tudo isso também.

E voltei a comer, sem dizer mais nada, assim como Catarina fez o mesmo. Assim que terminamos de comer, pagamos e saímos.

Estávamos caminhando ao lado uma da outra, mas com uma certa distância. Puxei um cigarro do bolso e acendi, oferecendo para ela, que recusou.

— Você não foi abandonada, Alana, você ainda tem a seu irmão e a seus amigos, pessoas que devem te amar muito.

— Tudo isso é efêmero, Catarina. Tudo isso – apontei para nossa frente – Vai se desmanchar como pó, eu e você também, então deveria me importar com essas convenções?

— As pessoas são horríveis e abomináveis e só fazem as coisas guiadas pelo desejo, mas ainda há um risco de bondade em cada um.

Continuamos o resto do trajeto em silêncio, até que terminei o cigarro.

— Você vai para onde daqui? – perguntei para ela.

— Para a casa, provavelmente.

— Hoje é sábado, não vai sair para nenhum canto?

— Se for sair, será um barzinho com amigos, nada demais, e você?

— Vou encontrar o Matheus para irmos para uma festa, e acho que só.

Ela parou de andar, e voltou a olhar para mim.

— Tem certeza de que quer fazer isso?

— Por que você diz isso?

— Você está tão bem sem usar nada... – ela deu os ombros – Você sabe que vai cair em tentação.

— Não irei, eu vou ficar de boa, consigo me controlar.

— Uma coisa, Alana, é você conseguir se controlar sem os reforços te cercando, tendo fatores impeditivos, outra coisa é você estar em um ambiente totalmente nocivo para alguém em recuperação.

— Eu já disse que vou ficar bem – voltei a repetir.

— Você vai ter uma recaída, eu tenho certeza.

— Você sempre tem que ter a razão?

— Eu não quero ter, eu a tenho – ela continuou falando e caminhando – Eu lido com tanta coisa do tipo que sei reconhecer de longe.

— É? – continuei andando ao seu lado – Se você sabe de tanta coisa, então me diga uma coisa sobre mim.

Ela parou de caminhar mais uma vez, e ao ficar na minha frente, olhou bem em meus olhos.

— Você sofre com a sensação constante de abandono porque possivelmente seu pai, sua figura maior de ego, abandonou sua família na infância e repudiava sua sexualidade porque possivelmente sua mãe te destratou, assim como negação de relacionamentos passadas, o que te levou ao alento nas drogas seja lá quais forem, mas são as que conseguem mascarar melhor o que você sente.

Cruzei os braços, e a encarei séria.

— Está indo muito bem, continue.

Ela olhou como se estivesse desacreditada, mas continuou falando.

— Então a única pessoa que te deu o ideal de relacionamento acabou te deixando, o que reforçou seu comportamento negativo de abandono e você voltou a usar cada vez mais coisas, em um período maior de tempo.

Aplaudi ela, de forma irônica.

— Então já que você é tão boa nisso, permita que eu tente também.

— Alana, já chega.

— Que tal que você se mascara como essa estudante tão focada e premiada pra suprir alguma falha que tem em si mesmo?

— Por que não interpreta meus sonhos também, psicanalista?

— Vai ver é por isso que você não namora. Quem vai suportar alguém tão certinha como você?

— E vai ver que ninguém quer ficar com você porque você é explosiva.

— Tem gente que quer ficar comigo sim – dei os ombros – Você não sabe nada da minha vida.

— E você não sabe nada da minha – ela cerrou os olhos.

— Vai se foder então.

Ela se aproximou, ficando a poucos centímetros de mim. Respirei fundo e ela fez o mesmo.

— O que você falou?

— Mandei você se foder.

Dei um sorriso sarcástico, e ela fechou a cara.

— Não vou responder suas ofensas – ela continuou se aproximando.

— É? E vai fazer o que então?

Senti seu rosto a centímetros do meu, e ela sussurrou as palavras.

— Não irei fazer nada.

 Ela deu as costas e foi caminhando a passos largos, mas senti algo que não deveria ter sentido.

— Catarina, espera...

Meu telefone começou a tocar. Era o Matheus.

— Caralh*, Matheus, não tinha outra hora pra você me ligar?

— Só queria saber se você já estava vindo, sua grossa.

— Tá – continuei olhando-a indo embora – Eu já estou indo.

Passei o tempo na casa de Matheus jogando videogame com ele e chegamos na casa de Vitória, um pouco antes do início da madrugada. Costumávamos chegar nesse horário já que era o mais animado, e assim que cheguei, peguei uma garrafa de qualquer bebida que vi na frente e virei o gargalo em meus lábios, sentindo o líquido quente descer pela minha garganta.

— Calma lá, Nana – ele segurou no meu braço – Acabamos de chegar.

— Eu estou suave, cara, já te falei, hoje vou ficar tranquila.

— E se você ver a Paula? Vai ficar de boa?

— Eu não quero saber dela, que se foda ela e todo mundo. Me passa logo seu vape.

Entramos na parte onde estava rolando a festa, com a música tocando alto e as garotas dançando em uma fila horizontal. A fumaça vinha de algumas mesas, e a maioria das pessoas bebiam e se animavam de outra forma.

Dei dois puxas no vape e passei para Matheus. Nos sentamos em uma das cadeiras vagas e logo vimos a anfitriã chegando até nós, sentando logo no meu colo.

— Nana, não acredito que você está aqui! – e beijou meu rosto – E aí, Matheus?

— Tranquilo, Vic.

— Estamos dividindo um bong ali, estão a fim?

Virei para o Matheus, e dei um olhar sugestivo.

— Com certeza.

Ela se levantou e segurou minha mão, nos guiando até lá.

Fim do capítulo


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