HoJe perdi mais uma amiga para o Covid, a única forma de aliviar essa dor é escrever, ocupar a mente, mesmo que seja impossivel esquecer.
Que Deus nos proteja!!!
Capitulo 12 - Impossivel não melhorar!!!
Encostei meus lábios, nos lábios dela, demonstrando um respeito maior do que o meu desejo, do que a minha sede, entreabri a boca o suficiente para prender a parte inferior dos lábios dela. Macio, quente, um gosto que eu jamais provei. Minhas mãos seguravam com firmeza as costas de dela, e quando ela colocou a mão na minha cintura com e a outra agarrou com firmeza a minha nuca, quebrou toda e qualquer barreira que pudesse existir entre nós. Pedi passagem com a língua, e fui recebida com uma sede, uma vontade, que se fosse possível passaria o resto da minha vida devorando aquela boca. Segurei com firmeza o corpo da Aline, e fui empurrando até ela encostar as costas na parede, encostei as minhas mãos na parede de forma que ela não tivesse como fugir, o que eu acho pouco provável que aconteceria. Quando o ar parecia faltar, eu dava pausas, e descia dando suaves beijos no queixo, e todas as vezes que eu mordia bem de leve, ela apertava ainda mais a minha nuca, arranhava a minha pele, involuntariamente, ela conseguiu atingir o meu ponto fraco, sem nem mesmo perceber.
Eu já estava absurdamente molhada, e tinha certeza que ela não estaria diferente de mim, e quando ela tentou levantar a minha camiseta, infelizmente, ou felizmente o bom senso falou mais alto.
_Espera, não faz isso!! _Falei me afastando o suficiente pra olhar pra ela.
_Como assim, eu quero você, eu preciso...
_Você não entende, eu estou apaixonada por você, perdidamente apaixonada, eu quero que dessa vez seja diferente, quero um namoro normal, quero te ajudar a entender tudo que está acontecendo, com você, conosco. Eu não quero levar você pra cama e amanhã você descobrir que foi um erro.
_Nicole, como pode ser um erro me apaixonar por alguém que pensa em mim antes de pensar nela, que cuidou de mim, quando mal me conhecia e...
_Repete!!!_Falei quando assimilei o que eu tinha acabado de ouvir.
_Não entendi ! Quer que eu repita que estou apaixonada por você? _Aline falou colocando a mão no meu rosto.
Eu não consegui falar mais nada, a abracei, como se dependesse daquele abraço para sobreviver, não deixei que ela falasse nada, não foi necessário falar nada. Só queria sentir que tudo aquilo era real, que o medo era desnecessário, que não havia mais espaço para as duvidas. Minha única vontade era poder ficar naquele abraço, sentindo o calor do corpo dela.
_ Acho melhor te levar, antes que eu volte atrás e cometa uma loucura.
_Seria loucura fazer amor comigo?_ Aline sussurrou próximo do meu ouvido.
_Seria loucura, te levar pra cama, no dia do nosso primeiro beijo, do nosso primeiro amasso. Não quero apressar nada, quando chegar a hora, vai acontecer_ Falei beijando a pontinha do nariz dela, e fui para o banheiro, água gelada seria muito bem vinda.
Infelizmente precisava deixar ela na obra, e o caminho de volta pra Vila Velha se tornou melhor do que a ida pra Barra do Jucu. A tarde já estava caindo, quase não havia trânsito, ou a cidade estava estranhamente tranquila, ou nós estávamos em êxtase, em estado de graça por tudo aquilo que estava acontecendo.
Por causa da brisa um pouco mais fria do começo de noite, ela usava uma jaqueta minha, e eu um blusão, a sensação de ter ela grudada em mim, proporcionava uma tranquilidade, era engraçado, como algo tão simples, tinha o poder de aquietar um coração.
Percorri um trecho da orla, e quando chegamos na obra da construtora, parei esperando o portão abrir, mas, estranhamente o portão continuava fechado.
_Estranho, eles sempre abrem, conhecem a moto, tem todos os dados, o que será que aconteceu?
_A segurança tem ordens expressas pra não permitir a entrada de ninguém, nem mesmo para funcionários estando fora do horário de trabalho_ Falou retirando o capacete e descendo da moto.
Após Aline se identificar, o portão foi aberto, e nós entramos.
Parei ao lado do carro dela, e desliguei a moto. Ela desceu e só esperou que eu tirasse o meu capacete, grudou a boca na minha e me deu um beijo de tirar o folego.
_O rapaz vai ver _ fale muito mais preocupada com ela do que comigo.
_Não posso e não vou esconder nada de ninguém_ Ela falou decidida
_Eu sei meu anjo, mas precisamos ir com calma, se eu não me escondo de nada e nem de ninguém porque pediria a você para se esconder?
_Qual o problema então?_ Perguntou Aline, mais uma vez dando sinais de uma personalidade forte.
_Aline, você é dona de tudo isso aqui, do hospital, e eu sou sua funcionária, acha mesmo necessário? Sem contar que eu preciso que as pessoas me respeitem, e não quero que elas percam o respeito por você.
_Tem certeza que é isso que preocupa você?_
_Acho melhor eu ir embora, mal começamos e já estamos assim_ Falei chateada e acho que Aline percebeu.
_Desculpa, eu só quero fazer o que sinto vontade, estou a dias criando coragem e quer que eu me segure, é sério?
Ela nem precisaria pedir desculpas, o brilho nos olhos, derretia esse gelo que me cobria, aquecia meu coração. Mas eu precisava fazer com que ela entendesse que seria muito difícil fugir de julgamentos, de piadas, seria um prato cheio, todos saberem que a engenheira de mal acabou de entrar estava se envolvendo com a patroa.
Resolvi baixar a guarda, era algo que precisaríamos conversar com calma, e estragar a nossa primeira vez estava fora de cogitação.
_Não pede desculpa, eu sei que não devemos satisfação a ninguém, prometo que não vou podar suas vontades, mas precisamos falar muito sobre esse tipo de situação, beijar uma mulher em determinados lugares, não é tão natural quanto beijar um homem, algumas pessoas ainda precisam aprender a respeitar as escolhas.
_Vou embora sem ganhar um beijo Dra. Nicole.
_Não, Dra. Aline.
Sem que Aline esperasse, encostei ela no carro, e a beijei com tanta vontade que se estivesse em outro lugar, com certeza, não conseguiria ficar apenas no beijo, enquanto eu segurava o rosto dela com as duas mãos e fazia carinho na lateral do pescoço, mas uma vez ela segurava a minha nuca e eu enlouquecia de tesão.
Aline é perfeita quando sorrir, quando se expressa, e beijando então, era maravilhosa. Sentir o gosto da boca dela, sentir a língua passeando pelos meus lábios com certeza era a minha perdição. Ficamos nos beijando, sem vontade de parar, mas, como nem tudo é perfeito para sempre, o telefone dela começou a tocar, interrompendo o que até então parecia impossível.
Dei espaço para que ela atendesse, mas ela me puxou se aninhando em meu peito, enquanto com uma mão segurava o celular, com a outra me abraçava, e como se já tivesse difícil resistir, começou a me arranhar nas costas por baixo da camiseta, mais um ponto pra ela.
_Preciso ir, o Igor precisa que eu assine alguns papeis.
_Vai sim, hoje o dia foi cheio, me avisa quando chegar em casa_ Falei beijando a testa dela.
_Aviso sim, obrigada pelo dia, foi muito especial, nunca me senti tão leve.
_Não precisa agradecer por algo que foi tão bom pra você, quanto foi pra mim.
Esperei ela entrar no carro, coloquei o capacete, prendi o outro e esperei ela sair, sai logo em seguida, parei a moto ao lado do carro, ela baixou o vidro, jogou um beijo e foi embora.
Seria impossível descrever aquele dia, eu só queria que ele não tivesse terminado, queria poder mostrar pra ela o quanto foi especial tudo o que aconteceu. Se antes as incertezas me deixavam apavorada, agora a vontade de fazer com que desse certo era imensa.
No caminho pra casa , meu único pensamento era a Aline.. Como era possível, algo tão improvável, acontecer de forma avassaladora, Duas pessoas com personalidade tão diferentes, criar um laço tão forte em poucos dias, uma conexão de almas, e minha única duvida era : até quando eu iria resistir ?
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 06/07/2021
Não resista se jogue.
Resposta do autor:
Pois é Marta, a regra é essa...kkk
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