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Entre Cosmos e Nanquim por shoegazer

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Palavras: 2255
Acessos: 1779   |  Postado em: 01/07/2021

Como dois estranhos

— Sério, Nana?

— Juro para você.

— Mas que merd*! – ele exclamou enquanto conversávamos antes da aula – Eu sou tão feio assim?

— Você não é feio, só...Vai que não faz o tipo dela.

— Mas pra mandar eu nascer de novo? – ele dizia emburrado.

— Não foi bem o que ela disse... – segurei em seu ombro.

Ele olhou de canto de olho, e logo voltou a rir.

— Já entendi o que ela quis dizer, Alana.

— O quê?

— Ela não gosta de homens, cara.

— Não viaja, Matheus – comecei a rir.

— Ela mandou eu mudar de corpo, Alana. Só se eu virasse mulher.

— Ou sei lá, vai que ela falou que se atrai por aqueles padrões bombados.

Matheus cerrou os olhos, e voltou a rir.

— Você não engana nem a si mesmo.

— Você que está dizendo que uma dançarina de boate é gay e que me engano?

— E qual mal seria se fosse? – ele deu com os ombros – Trabalho não se mistura com vida pessoal.

— Daqui a pouco vai dizer que ela estava dando em cima de mim.

— Não estou sugerindo nada, mas e se estivesse?

Encarei-o por um momento, e balancei a cabeça. Ele me empurrou sorrindo e logo depois, a aula começou.

*

— Pode entrar.

Entrei no laboratório, e mais uma vez o cheiro de formol me incomodou. Catarina estava em uma das longas mesas, analisando um livro e anotando em um caderno. Seus óculos caíam do rosto enquanto ela anotava, mas assim que me viu, fechou o livro e pegou o caderno.

— Como você está, Alana?

— Bem, eu acho.

— Fez o dever de casa?

— Acho que sim – puxei do bolso um papel amassado e entreguei a ela.

Catarina olhou com atenção, e gesticulou para que eu sentasse, logo sentando em minha frente. Ela voltou a fazer anotações no caderno, olhando o papel que tinha entregue.

— Se incomoda se eu repetir o que você escreveu aqui?

— Nenhum problema – tinha fumado um baseado com Matheus antes de vir para justamente regular o nervosismo que teria ao ser confrontada.

— Coisas que eu gosto: minha mãe, meu irmão, a comida do meu irmão, meu melhor amigo, maconha, vinho tinto, filmes antigos, ecstasy, misto quente, ácido lisérgico, festas, chuva e... mulheres – ela arqueou as sobrancelhas.

— Exatamente isso, senhora.

— Você tem algum hobby, Alana?

Pensei um pouco, até que cheguei em uma conclusão.

— Eu gosto de observar as coisas.

— Algo da sua preferência?

— Quando era criança, gostava de ir ao campo ver as flores e como elas cresciam...Mas isso já faz muito tempo.

— Não faz mais isso por quê?

— Crescemos e nos tornamos chatos e ansiosos, e paramos de ver o brilho nas pequenas coisas – respondia enquanto batia os dedos na mesa.

Ela parou de anotar e me encarou. Pela primeira vez, pude ver a cor dos seus olhos que eram de um tom de avelã, que chamavam atenção por conta das lentes dos seus óculos, que deixavam bem claro.

— Nisso tenho que concordar com você – ela voltou a anotar – Mas não fez mais nada desde então?

— Acho que comecei a usar drogas no meu tempo livre, e é isso.

— Sua rotina sempre foi assim?

Pensei por mais um tempo, e suspirei.

— Não.

Catarina me encarou, colocando o caderno entre as pernas cruzadas, e me olhando de soslaio.

— E quer falar sobre isso?

— Não me sinto à vontade falando da minha vida com uma estranha.

— Justamente por eu ser uma estranha você deveria falar, já que não vou ter nenhum julgamento precipitado de você, já que não a conheço.

Cerrei os olhos, enquanto ela continuou com a mesma pose.

— Você é boa mesmo nisso.

— Tento dar o meu melhor.

— Nem sei por onde começar.

— Você sabe qual foi o ponto de ruptura, certo?

Ela levantou o olhar, e eu suspirei alto, olhando para o outro lado.

— Sim, eu sei.

Olhava para um lado e outro, sentindo a ansiedade tomando conta de mim. Batia os pés no chão, analisava o meu redor.

— Eu sinto que nunca vou superar a Paula.

— Sua ex?

— Sim.

— Por que?

— Porque tudo na minha vida era a Paula, eu construí minha vida em sua volta, tá ligada? Projetei tudo com ela ao meu lado, e ela... – olhei para o lado – Ela me deixou.

— Houve alguma motivação para o término de vocês?

— Primeiro ela disse que o problema era o relacionamento à distância, já que ela conseguiu uma bolsa para estudar em outro canto, depois eu soube que eu era uma grande otária que estava sendo corna, sabe-se lá há quanto tempo.

Catarina continuou me olhando, então continuei falando:

— Ela tinha um caso com uma colega de turma – meu tom de voz tinha assumido a morbidez de lembrar daqueles momentos – Aluna exemplar, mais bonita, poder aquisitivo maior, mais inteligente, tinha um trabalho, engajada, tudo o que eu não sou.

— Você manteve contato com essa Paula?

— Claro, porque eu sou uma idiota – dei com os braços – Só para ver ela seguindo feliz, está até noiva, acredita? Noiva, bem de vida...Vagabunda desgraçada.

— E você?

— Eu? – comecei a rir – Eu sou isso que você está vendo, tudo de contrário que a madame lá queria pra vida dela. Eu era uma desinteressada, uma problemática, o problema eram os pais delas descobrirem de nós, mas ela está noiva, porr*! O problema sou eu mesmo.

Pressionei os lábios, encarando o chão. Não queria chorar, e Catarina manteve-se firme.

— Você sabia que a maioria das pessoas que se tornam toxicodependentes são por conta de desilusões amorosas?

Levantei o olhar, e ela confirmou com a cabeça.

— Analiso o seu e mais outras dezenas de casos aqui, Alana – ela gesticulava – A maioria dos centros de reabilitação, onde já pude ir, assim como moradores de rua tem como essa uma das maiores causas.

— Faz bastante sentido.

— Depois do seu término com essa Paula, você notou que as drogas que usava de forma recreativa começou a se intensificar, certo?

— Com certeza. Comecei a beber muito mais, a usar outras coisas também, mas nada que eu uso consegue mais...

— Mascarar o que você sente – ela se levantou, e gesticulou para que eu a seguisse – Quero te mostrar uma coisa.

Fomos em frente a um quadro, que continham várias anotações e gráficos.

— Pode se sentar, por favor.

Ela pegou uma vareta comprida, e começou a apontar para as coisas no quadro.

— Quero que você entenda uma coisa: somos todos compostos de reações químicas. Quando uma vai desregulada, seu corpo emite sinais de que alguma coisa está faltando. É o que acontece quando sentimos sede, fome, etc.

— Estou escutando – cruzei os braços, analisando.

— Aquilo que chamam de amor é basicamente dopamina, mas que também tem outras coisas como noradrenalina, oxitocina, serotonina e até mesmo endorfina.

— Tudo bem, agora não estou mais entendendo tão bem.

— Dopamina é o que te traz a sensação de felicidade e a adrenalina, o que causa a aceleração do coração e a excitação e... – ela apontou para uma das anotações – É a mesma encontrada nas drogas que você costuma usar.

Parei por um instante.

— O que significa?

— Seu cérebro procurou trocar uma coisa pela outra, basicamente.

— E se eu troquei, por que ainda me sinto mal?

— Porque ele correlacionou uma coisa à outra – ela colocou a vareta na mesa – Se toda vez que você usar alguma coisa para resolver outra, seu cérebro vai fazer essa associação.

Olhei para Catarina mais uma vez, que parou ao lado do quadro.

— Você é tipo um gênio do mal?

— Não – ela riu – Quem dera fosse.

— E qual é o seu plano com o Dr. Frankenstein?

— Ajudar a fazer associações diferentes para que assim a pessoa não procure as drogas, resumindo bem. Já foi comprovado que só o isolamento e a repreensão não funcionam, então...- ela andou, até se sentar na mesa ao meu lado – Eu, com o auxílio do meu orientador, procuro modos que sejam mais eficazes para uma melhora na vida.

— Mas naquele dia, você estava bebendo e fumando.

— Não sou perfeita – ela disse, sorrindo – E também disse que era para melhorar a vida dos dependentes, não que eu sou contrária a tudo isso. Acredito que tudo, com moderação, não faz mal.

— E quando começarei a correr na rodinha?

— Já está correndo – Catarina se levantou da mesa, andando ao meu lado – Deixo outro dever de casa a você.

— E seria qual?

— Quero que revisite coisas as quais gostava, e veja como isso vai te deixar. Se fizer isso, se dê alguma coisa de sua preferência como presente.

— Calma, eu vou fazer uma coisa que gosto e vou me presentear? Isso não faz sentido – respondi, me levantando enquanto a seguia para a parte de fora.

— Acredite em mim, faz.

Caminhamos até a porta, mas, antes que eu saísse, virei para ela e falei.

— Imagina se relacionar com você, sempre vai ter uma resposta racional para algum momento amoroso.

— Por isso minha única relação é com a ciência, Alana – ela respondeu, sorrindo – Até a próxima.

Dei os ombros e acendi um cigarro, descendo as escadas.

— E aí, ela já abriu seu cérebro? – disse Matheus, que me esperava na parte de fora do campus.

— Quase – puxei o telefone do bolso – Tenho que ir.

— Qual foi? – ele perguntou enquanto caminhava do meu lado.

— Tenho um encontro hoje, lembra?

— Quando você vai parar de fazer esse tipo de coisa? – ele me advertiu, bagunçando meu cabelo.

— Não sei – apaguei o cigarro no lixeiro ao nosso lado – Vamos logo lá pra frente, que ela já está me esperando.

*

— Alana?

Estava colocando minha camiseta de volta, enquanto ela estava na cama, deitada, envolta nos lençóis, tragando um fino cigarro.

— Sim? – disse, olhando para trás.

— Separei um dinheiro pra você ali na bancada, caso você precise para alguma coisa...

— Você sabe que não precisa disso.

— Eu faço questão – ela deu mais uma tragada em seu cigarro – Em te agradar de vez em quando, como você me agrada.

Dei um sorriso presunçoso, indo em sua direção.

— Se seu marido descobre, te mata.

— O que é a vida se não um grande risco? – ela fumava me encarando. Puxei o cigarro de seus lábios e dei uma tragada ao devolver, soprando a fumaça para longe.

— Quando te encontro de novo?

— Ele volta amanhã, mas vai viajar semana que vem... – ela se levantou da cama, vindo em minha direção – Entro em contato com você de novo.

Fui até a bancada, e peguei o dinheiro reservado. Coloquei na carteira e antes que eu fosse à porta, ela me segurou pela camiseta e me beijou.

— Vou sentir saudades.

Sorri de canto, e me despedi dela.

Caminhando pelas ruas, acendi um cigarro. Já era altas horas da noite, e no meio do caminho, avistei um canteiro cheio de flores.

Andei até eles e me agachei. A iluminação refletia nas flores pequeninhas que estavam ali, amontoadas.

— Pra que servem as flores?

— Não sei, minha filha, embelezam, eu acho.

— Só isso, mamãe?

— Não, as abelhas também as polinizam.

— O que é polinizar?

— Você pergunta demais, Alana.

Peguei uma daquelas flores, e guardei comigo mesmo até em casa.

Quando cheguei, vi que Alan não estava em casa. Coloquei a flor na mesa, e abri a geladeira. Não tinha nada alcoólico.

Fui até meu quarto, e revirei o guarda-roupa. Alan tinha passado por ali, com certeza, então afastei o guarda-roupa e bingo, ali estava, uma garrafa de vinho quente.

Mexi na minha gaveta de calcinhas, lugar onde sabia que Alan nunca mexeria e ali estava o resto da maconha. Abri a rolha com o dente e bebi enquanto bolava dois baseados, fumei e senti o torpor tomar conta do meu ser.

— Mamãe, a senhora só não é mais filha da puta porque tem o papai.

Voltei a beber, e quando vi, meu quarto estava tomando pela densa neblina da maconha.

Logo depois, ouvi batidas no meu quarto.

— Entra.

Era Alan, cabisbaixo. Entrou sem dizer nada e se sentou ao meu lado.

— Pensei que fosse me brigar.

Ele pegou o baseado de minhas mãos e deu algumas tragadas, assim como grandes goladas do vinho, mesmo seco.

— Caralh*, Alan, o que aconteceu?

Ele permaneceu em silêncio, mas ao passar o baseado para mim, suspirou.

— A Valentina terminou comigo.

— Sério, Alan, mas por que?

— Ela descobriu tudo.

— Em tudo você diz...Tudo?

Ele suspirou alto, se jogando para trás.

— Sim, senhora.

— Mas que merd*... – respondi, voltando a beber – Devemos ser amaldiçoados.

— Estou começando a achar que sim.

— E agora?

Olhei para ele de soslaio, e ele fez o mesmo.

— Vou ligar para o depósito.

— Dessa vez, eu não falei nada – dei com as mãos, enquanto me levantava e ia atrás dele.

Fim do capítulo


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Comentários para 5 - Como dois estranhos:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 01/07/2021

Nossa Alana sai dessa.

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