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Palavras: 2006
Acessos: 779   |  Postado em: 27/06/2021

Mais que palavras

A aula de português estava se arrastando e até mesmo Amanda, o maior modelo de aluna que já tinha visto, estava dormindo nela.

Luiza deu um tapa em seu ombro para que ela acordasse, que se levantou de prontidão, olhando para os lados. Tinha dias em que Amanda era determinada a ser produtiva o máximo que podia, mas tinha dias que o cansaço a consumia.

Era notável o dia em que ela dormia na primeira aula e só ficava ativa a partir da segunda. Normalmente ela chegava arrastando os pés e cumprimentava apenas com um sorriso e com um aceno, sentando-se e colocando a cabeça entre os braços encostados logo em seguida. Era justificável tudo isso levando em conta a rotina do seu dia, mas claro que Luiza, que estava determinada a outra coisa, chamava a atenção dela como podia.

Elas murmuravam alguma coisa e Amanda voltou a apoiar a cabeça entre os ombros, olhando em minha direção.

— Está chata mesmo a aula de hoje – disse, tentando puxar assunto com ela.

— Estou tentando resistir, mas é mais forte que eu – ela sussurrou para fiz, fazendo menção que ia dormir – Português é uma tortura para mim.

— Eu até gosto, mas tem coisas as quais eu gosto mais... – respondi, apontando para o caderno.

— Hǎi yún Wang, gostaria de compartilhar o que está falando com a turma?

Era a voz de Lorena, e pude ver ela olhando em nossa direção. Amanda logo se levantou, ficando séria e olhando direto para a frente, amedrontada. Suspirei e falei a esmo.

— Letra B.

— Tem certeza?

Olhei para Amanda, que olhava para mim com o mesmo temor, mas dei os ombros, olhando para a frente.

— Por que eu não teria?

Lorena cerrou os olhos, e marcou a questão, voltando a falar.

— Está correto, letra B tem uma exceção no começo da frase...

— Hǎi yún, você é maluca? – Luiza disse, esticando o braço em minha direção e apontando para a própria cabeça.

— Sou – sorri ironicamente. Amanda parecia relaxar, e voltou para a posição em que estava.

A aula acabou, e Luiza se levantou.

— Você vem, Amanda?

— Não, eu... – ela dizia, olhando para o lado onde eu estava – Eu vou ficar aqui.

Luiza olhou para nós duas, e deu os ombros, seguindo o caminho para fora. Amanda pegou seu lanche da mochila e virou para mim.

— Você foi muito corajosa – ela disse, sorrindo.

— Não, eu sou maluca, como a Luiza disse e outras pessoas confirmam – respondi sorrindo da mesma forma.

— Não acho – Amanda balançou a cabeça, fazendo bico com os lábios e cerrando as sobrancelhas – Mas caso seja, quero ser como você um dia.

Ri sem graça com o comentário, e Amanda continuava com o mesmo tom, animada.

— Trouxe os desenhos?

— Sim – disse de imediato, levantando as sobrancelhas, puxando da mochila minha pasta.

Entreguei em suas mãos, que começou a folhear com cuidado, parando por um tempo significativo olhando para cada uma das figuras que ali tinham.

— Seus desenhos são lindos – ela apontou para um dos desenhos – Quem é essa?

— Minha mãe.

— Vocês se parecem – ela dizia com admiração – Pensei que fosse você.

Ela voltou a tatear a pasta, olhando minuciosamente para cada uma das folhas, e entregou a pasta de volta logo que terminou de olhar.

— Você é tipo aquele cara lá, o Picasso.

— Eu, o Picasso? – ri – Quem dera.

— Você é uma gênia, Hǎi yún – ela concordava com a cabeça – Vai fazer faculdade de Artes?

— Não, Direito – respondi, guardando a pasta.

— Direito? – ela respondia como se não pudesse acreditar – Por que Direito?

— Porque é o que os meus pais querem – disse, sem rodeios. Não tinha motivos para esconder isso.

— Mas o que você quer fazer? – ela voltou a perguntar.

— Queria entrar para a Academia de Belas Artes. Ela é bem concorrida, mas é excelente para quem quer trabalhar com isso... – respondi, respirando fundo.

— Você tem muito potencial, não vai nem tentar?

— Não é tão fácil quanto parece, Amanda – voltei a responder, enfática, com certa ironia – É difícil de explicar o porquê não, então...

Ela continuou me olhando, e assentiu com a cabeça.

— Tudo bem.

Levantei a sobrancelha, tamborilando os dedos no caderno.

— Não vai perguntar o motivo?

— Não – ela negou com a cabeça – Quando você se sentir à vontade de falar sobre eu estarei aqui para ouvir.

Ela deu um sorriso amigável e se levantou. Olhei e vi Luiza na porta, chamando por ela, impaciente.

— Você quer ir lá fora comigo?

Pisquei algumas vezes olhando-a de onde estava, e balancei a cabeça negativamente.

— Não, eu...Vou terminar de fazer umas coisas aqui.

Amanda pegou seu lanche e o dividiu, estendendo a metade dele em minha mão, que peguei.

— Para não trabalhar com fome.

E saiu pela porta. Olhei-a por todo o caminho que ela fez até encontrar Luiza, que colocou os braços em seus ombros, se misturando com o resto da multidão que estava lá fora.

Encarei o pedaço de pão com mortadela que tinha em mãos e em como o gesto dela fez aquecer meus ombros, assim como meu peito. Pressionei os lábios um contra o outro e comi o pedaço que ela tinha me dado, voltando a desenhar.

*

Até a hora da saída, não tínhamos dito nada. Amanda era uma pessoa reservada que costumava falar apenas quando chamada, salvo algumas exceções. Ouvia ela dizer que não gostava de incomodar e possivelmente, depois da minha atitude grosseira, ela não quis mais tocar no assunto.

Quando estava colocando meus fones para ir para a casa, e vi Amanda se despedindo de Luiza, que a abraçou, e veio até onde eu estava. Caminhei sem dizer nada, com Amanda vindo ao meu lado.

Desde o primeiro dia em que ela tinha feito aquilo, fazíamos esse trajeto sem dizer nada, como se inconscientemente, depois daquele dia, tivéssemos selado um contrato silencioso de companhia até a algumas esquinas de casa, território considerado seguro.

A única coisa que quebrava o silêncio era algum comentário vindo dela, acrescido por algum comentário meu por cima. Com o passar dos dias, as palavras começaram a crescer entre nosso vocabulário de conversa.

— Impressão minha ou você não se dá muito bem com a Luiza? – disse Amanda enquanto seguíamos andando.

— Não muito, ela... – tentava dizer de uma forma impessoal – É muito extrovertida, e isso me incomoda.

— Entendo – ela concordava com a cabeça – Às vezes não sei bem o que fazer para falar com as pessoas.

E olhou para mim, que olhei de volta, e desviei o olhar.

Andamos mais um pouco em silêncio, olhando apenas para a frente. Dessa vez, eu que iria quebrar o silêncio.

— Desculpe por mais cedo, não quis ser grosseira, só percebi quando o fiz.

— Não tem problema – ela deu um sorriso tímido – Você está no direito de não querer falar sobre algo que incomoda.

— E eu nem perguntei para você o que quer fazer – olhei para ela, que estava ao meu lado – Qual curso quer prestar?

— Matemática, para poder dar aula.

— Matemática? – voltei a repetir – Por que? Imaginei que fosse engenharia ou algo do tipo.

— Eu sempre quis ser professora. É uma profissão que forma todo mundo, e sempre gostei de tudo que envolvesse conta – ela dizia com brilho em seu olhar, com a empolgação latente em sua voz – Muita gente não gosta de matemática porque acha difícil, mas não é isso, é só que querem que pareça difícil, e...

Ela parou de falar, abaixando a cabeça.

— Desculpe, eu me empolgo falando sobre...

— Não, não – disse rapidamente – Por favor, continue.

Ela levantou o olhar novamente, e deu um sorriso tímido, voltando a falar.

— Quando as coisas se tornam mais fáceis e eficazes o medo vai sumindo, e gostaria de fazer isso para as pessoas.

— É uma bela maneira de ver o mundo – respondi, concordando com a cabeça – Você será uma ótima professora, de qualquer forma.

— Eu espero – ela deu um largo sorriso, assentindo.

— Engraçado que esperam que eu seja boa em cálculo só porquê sou asiática – continuei dizendo, rindo.

— Você tem um livro preferido? – Amanda perguntava, olhando para mim de soslaio, e voltando a olhar para a frente.

— “Perto do Coração Selvagem”, da Clarice Lispector. É meu livro de cabeceira e minha autora preferida de longe.

— Por quê?

— Porque ela trata do nojo e náusea que temos da nossa forma de viver em sociedade, entre outras coisas... – dei os ombros, fazendo careta – Isso de ter que viver sobre um molde de uma vida que a maioria considera correta, melhor, a mais moral.

— Parece ser interessante – ela dizia, passando a mão no queixo levemente – Gostaria de ler.

— Eu posso te emprestar.

— Sério? – a faísca de animação na sua voz voltou – Então estarei esperando.

Estava perto de casa, quando Amanda voltou a falar.

— Isso não te irrita?

— Isso o quê?

— De você ter que fazer o que esperam – ela dizia séria – Acho que você tem o direito de gostar do que quiser.

— Irrita, mas não posso fazer nada. São sempre os mesmos comentários maldosos que eu ouço – ri com certa vergonha – Como “pastel de flango”, pessoas puxando o olho por aí quando me veem, se eu como inseto, essas coisas...

— Elas falam isso porquê querem colocar defeito onde não tem.

Cerrei as sobrancelhas, e olhei para a Amanda, que se mantinha séria, e comecei a rir.

— Só você para dizer uma coisa dessas.

— Por que? – ela agora voltava a sorrir – É a verdade.

Paramos de caminhar, e pude ver Amanda com mais atenção diante da luz que ainda estava ali no final da tarde. Suas feições animadas em meio ao sorriso que mantinha em seus lábios, seus braços firmes que seguravam a bicicleta que levava, o cabelo que bagunçava com o vento, indo para a frente, a manga de sua camisa enrolada duas voltas em seu braço, o cheiro amadeirado que vinha da sua pele que vinha ao meu encontro com o passar do vento, seu tênis surrado que batia contra o cimento da calçada que estava abaixo do nosso pés. Tudo o que constituía Amanda, assim como seus dentes à mostra em seu sorriso, que terminava com ela mordendo os lábios, sorrindo com timidez.

Meus olhos encontraram o dela. Seus olhos castanho escuro que combinava com seu cabelo ondulado que complementavam seu tom de pele bronzeado olhavam diretamente contra os meus, ainda mais escuros que o dela, contra meu cabelo preto liso e minha pele amarela.

Eu quase podia tocar o seu rosto, mas quando me vi pensando em fazer isso, logo me perguntei o porquê de fazer isso, então desisti em seguida.

— Fico aqui.

— Até amanhã – ela acenou para mim, subindo na bicicleta – Cuidado.

Acenei para ela de volta, e segui o trajeto até minha casa. Quando cheguei lá, minha mãe estava na cozinha.

— Fazendo o jantar? – perguntei para ela, deixando minha mochila na sala.

— Sim, seu pai chega hoje, e eu acho que seria bom termos um momento em família.

Franzi as sobrancelhas, balançando a cabeça.

— Quando terminar, me avisa pra poder sair do quarto.

— Hǎi yún, não seja tão dura...

Dei os ombros e entrei para o meu quarto, indo ligar logo o computador. Laís me mandou mensagem e quando ouvi a discussão que se formava na cozinha aumentar logo quando meu pai chegou, peguei os fones de ouvido e coloquei no maior volume que pude.

Fim do capítulo


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