• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Tela em cinza
  • Tesão pela vida

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A madrasta
    A madrasta
    Por Nicole Grenier
  • 2121
    2121
    Por Cristiane Schwinden

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Tela em cinza por shoegazer

Ver comentários: 0

Ver lista de capítulos

Palavras: 1925
Acessos: 834   |  Postado em: 25/06/2021

Tesão pela vida

 

Cheguei mais cedo invariavelmente por conta de que tinha saído mais cedo da loja do meu pai e depois do almoço, ter ido direto para a escola.

Quando cheguei, vi que poucas pessoas tinham chego, inclusive as que sentavam ao meu lado. Olhei para a cadeira ao meu lado e pensei no que Amanda tinha feito por mim naquele dia ao ter se prontificado de pegar uma cadeira para mim quando viu que não tinha lugar onde sempre sentava.

Peguei um dos livros que costumava levar na minha mochila, e coloquei na cadeira ao lado, pegando meu caderno e o lápis para ir a algum lugar onde não haveria tanta movimentação.

Caminhando por entre o espaço, vi que abaixo da escada que levava para o segundo andar da escola, havia um grande vão que funcionava como uma espécie de depósito. Olhei de um lado para o outro para saber se mais alguém estava ali, mas pelo que parecia, era uma descoberta minha, pelo menos naquele momento.

Haviam restos de cadeira e materiais escolares usados ou para serem usados depositados em grandes caixas, e em uma das cadeiras que estava em boas condições, em um espaço mais afastado de onde o tinha visto, sentei-me e comecei a desenhar o que tinha em vista.

Vi que o tempo tinha passado o suficiente para que o barulho que vinha de fora diminuísse, e assim saí daquele esconderijo indo em direção a sala. Quando cheguei, vi de longe Amanda, que segurava o livro, passando a mão devagar sobre a capa.

— Gosta de Machado de Assis? – perguntei.

— Esse livro é seu? – Amanda dizia, abaixando a cabeça. Seus trejeitos escusos pareciam denunciar que ela havia sido pega em flagrante por um crime que não havia cometido.

— Sim – passei por ela, sentando na cadeira onde estavam as minhas coisas.

— Desculpe, é que eu o vi aqui e...

— Deixei-o aí pra guardar o seu lugar.

Amanda abaixou a cabeça, com o rosto notavelmente vermelho, e devolveu o livro para mim com delicadeza.

— Eu agradeço.

Ela sorria timidamente, e eu, de forma involuntária, fiz o mesmo.

— E então? – continuei a perguntar.

— O quê? – ela dizia ainda tímida.

— Sobre Machado, se você gosta.

— Eu nunca li nada dele – seu rosto ficou ainda mais corado – Então não sei dizer se eu gosto ou não.

— Sério?

— É que eu não li muitos livros na vida...

Seu olhar era o mesmo de quanto houve a repreensão de Lorena, logo quando ela entrou. O medo e receio de estar fazendo alguma coisa, ou do julgamento que iria sofrer por fazer apenas o que achava ser certo.

— Você gosta de livros? – ela voltou a dizer, me tirando dos meus pensamentos.

— Sim, mas mais por influência da minha mãe.

Folheei o livro, e olhei para Amanda mais uma vez, entregando-o em sua direção.

— Pega, você vai gostar.

— Não, não posso aceitar – ela negou com as mãos – Mas agradeço.

— É leitura obrigatória – coloquei o livro em suas mãos – Você vai precisar.

Quando o entreguei para ela, senti o toque de sua mão quente e pesada contra a minha, que durou alguns segundos até que ela sorrisse para mim, de forma amigável.

— Obrigada, de novo.

— Olha aí, Hǎi yún puxando assunto, gostei de ver – Luiza disse ao chegar na sala, segurando logo nos ombros de Amanda e olhando em minha direção. Suspirei e olhei para a frente, colocando a música[1] para tocar e desenhar no meu caderno.

E assim foi até a hora da saída. Passei por elas antes que pegassem suas coisas e, ao receber uma mensagem inesperada, segui rumo para um lugar que não era minha casa.

Bati na porta do endereço dado, e ela me recebeu.

— E aí, sumida – disse Laís, gesticulando para que eu entrasse.

— E aí – respondi sem muito ânimo, sentando no sofá.

— O que aconteceu? Você não respondeu mais minhas mensagens...

— O de sempre.

Ela se aproximou de mim, sentando ao meu lado, afastando uma mecha que caía no meu rosto.

— Vem, vou te fazer relaxar um pouco.

— É? – levantei as sobrancelhas – Como?

Laís segurou meu queixo e me beijou, logo em seguida sentando no meu colo.

— Assim serve?

Segurei sua cintura, e mordi os lábios.

— Você ainda pergunta?

E voltamos a nos beijar, dessa vez com mais intensidade que antes.

*

Cheguei em casa no outro dia. Acabei perdendo a hora por conta do que tínhamos feito na noite anterior, e meu telefone tinha inúmeras ligações perdidas da minha mãe. Até mesmo Jude tinha ligado para mim, assim como sua mãe.

Ao entrar em casa, vi meu pai na cozinha, tomando café. Minha mãe, ao me ver, estava desesperada, correndo na minha direção.

— Hǎi yún, por onde você estava? – seu tom era choroso – Eu pensei que fosse ficar louca atrás de você. Ninguém sabia onde...

— Só dormi fora de casa.

— Por que você não me avisou, Hǎi yún? Eu...

— Hǎi yún – disse meu pai, sério. Minha mãe negou com a cabeça para que eu não fosse em direção a ele, mas ainda assim, fui.

— Sim, pai.

Ele me olhou de forma fulminante. Respirei fundo e voltei a falar:

— Shì de ba.[2]

— Nǐ zài zuò shénme?[3]

— Tā mā de nǚhái[4]

Minha mãe olhou, com as mãos no rosto e meu pai, em um movimento rápido, afastou-se da mesa em minha direção e deferiu um sonoro tapa em meu rosto.

— Nǐ shì zhège jiātíng de chǐrǔ[5] – ele disse, cuspindo as palavras na minha cara.

— Yǒng! – gritou minha mãe de onde estava, vindo em minha direção.

— Bì zuǐ, Yǎ qín![6]

E saiu da cozinha, sem dizer mais nada.

— Hǎi yún, bǎobǎo, está tudo bem com você? – disse ela, colocando as mãos no meu rosto, que formigava.

— Está tudo bem sim – assenti com a cabeça.

— Você sabe que seu pai só...

— Mãe – coloquei as mãos sobre as delas – Eu vou me deitar um pouco, tudo bem?

Ela ficou me encarando com seus olhos perdidos, e suspirou, rendida.

— Tudo bem, mas qualquer coisa, me ligue tudo bem?

Concordei com a cabeça e fui para o meu quarto.

Passei um bom tempo ali parada, sentada olhando para as paredes sem saber o que pensar ou o que fazer. Eu queria sentir, queria sentir qualquer coisa que não fosse o vazio infindável que persistia em meu peito.

Eu faria qualquer coisa para sentir qualquer coisa, seja chorar, espernear ou gritar, ou explodir de raiva, ou rir, não sei, eu queria sentir, mas não consigo sentir nada além do mesmo: nada.

Peguei o CD que tinha recém gravado e coloquei para tocar a música que Jude dizia que eu tinha que ouvir.[7] Quando a batida começou, balancei pelo quarto, dançando de forma desengonçada.

Comecei a balançar os olhos desgovernadamente, assim como mexia os braços para cima e para baixo, aumentando o volume da música. Subi na cama pulando, tentando aproveitar o máximo que aquele momento me proporcionava.

Então, eu comecei a sentir aquilo que queria sentir. Enquanto eu aparentemente me divertia, me peguei rindo, rindo ao ponto de que no meio de todo aquele riso um soluço começava a ebulir do meu peito forte, sem conseguir frear de nenhuma forma. Ajoelhei-me na cama e comecei a chorar, sentindo o peso de toda a culpa que eu carregava caindo dos meus ombros para dentro de mim, culpabilizando cada célula que formava meu eu.

Culpava-me por uma série de coisas, mas sobretudo por não conseguir controlar aquilo que eu sentia. Eu me forçava tanto a ser aquilo que não era que, no momento em que eu era, tudo ao meu redor conspirava para mostrar que por mais que eu jogasse certo, sempre estaria errada.

Estranho como o fato de que você quer tanto sentir alguma coisa e quando pode senti-la, quer que ela suma a qualquer custo porque você lembra de que quando pode sentir qualquer coisa, elas sempre vão ser as piores coisas. Porque querendo ou não, eu era merecedora de todas elas.

Já fazia um tempo desde que não tinha feito aquilo, mas sabia que aquele era o momento em que tudo acontecia novamente.

Abri a gaveta ao lado da minha cama, e a peguei.

— “I can't control my fingers, I can't control my brain... – murmurei para mim mesmo – Oh, oh, oh, oh, oh...[8]

Continuava da mesma forma que antes, mas um pouco suja. Passei-a na minha camiseta e sem pensar duas vezes, passei a lâmina no meu braço esquerdo, na posição em que sempre fazia, abaixo da marca anterior.

Repeti isso por diversas vezes até que tudo se silenciou, mais uma vez.

*

— Hǎi yún.

— Sim, Jude? – respondi passando o cigarro para ela, enquanto estávamos sentadas em um banco.

— Quando você vai parar de fazer essa merd* consigo mesmo?

— Sei lá, quando eu morrer, talvez.

— Para de falar besteira, Hǎi yún – ela apontou com o cigarro para mim –Já disse que se você morrer, eu vou no inferno buscar você.

— O inferno nem existe, Jude – balancei a cabeça, pegando o cigarro de volta.

— Eu me preocupo com você, Hǎi – ela pegava seu cantil com bebida barata e virava na boca, olhando para o meu braço recém enfaixado – Teve que tomar ponto?

— Não, só vou ter que ficar um tempo em repouso.

— Nem na escola está sendo legal?

— Em parte... – recostei-me no banco.

— E esse em parte inclui a novata gata? – disse ela, levantando as sobrancelhas.

— Que sua ex atual vive dando em cima? – respondi, levantando uma das sobrancelhas

— Deixa a Luiza pra lá, me fala mais dela – gesticulou Jude para mim – Como ela é fisicamente?

— Bem... – cocei o queixo devagar – Ela é mais alta do que eu, tem o cabelo ondulado até os ombros, e ela tem os braços bem fortes...

— Como você sabe disso?

— Ela pega uma cadeira levando só com um braço e...

— E ela colocou do lado dela?

— Sim, mas eu marquei o lugar dela no outro dia e emprestei meu livro do Machado pra ela, que...

— Aquele que você morre de ciúmes porque foi presente da sua tia?

— Eu fiquei de ajudar ela com isso, lembra? – gesticulei como se meu ato fosse óbvio, o que fez ela concordar com a cabeça.

— É, faz sentido – ela balançou a cabeça, e acendeu outro cigarro.

Olhei de relance para Jude, que mantinha o sorriso sugestivo nos lábios.

— Quer me dizer alguma coisa, Judite?

— Nada – ela respondeu rindo, balançando a cabeça e jogando a fumaça para longe – Só estou pensando alto. Vamos tomar um sorvete?

— Por favor, vamos – disse, me levantando.

 


[1] I Hate Everything About You, Three Days Grace

[2] Sim, pai em chinês: 是的,爸

[3] O que está fazendo? em chinês: 你在做什么

[4] Transando com garotas, em chinês: 他妈的女孩

[5] Você é a vergonha dessa família, em chinês: 你是这个家的耻辱

[6] Cala a boca! em chinês: 閉嘴

[7] Lust For Life, Iggy Pop.

[8] I Wanna Be Sedated, Ramones.

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 8 - Tesão pela vida:

Sem comentários

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web