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Palavras: 1691
Acessos: 853   |  Postado em: 23/06/2021

Não há sorte em dados viciados

 

Yǎ qín era uma jovem universitária da cidade de Macau, que por mais curioso que pareça, tem como um dos idiomas oficiais o português em meio a costa sul, bem próximo de Hong Kong. Seus pais, meus avós, eram comerciantes e minha mãe, antes de ser minha mãe, era uma jovem que tinha como sonho estudar no Brasil e quem sabe, morar nesse país tropical que só conhecia pelo que ouvia falar.

Ela escolheu estudar português e se destacou o suficiente para conseguir, por intermédio de um acordo da faculdade que estudava para que passasse uma temporada estudando no Brasil para aprimorar seus estudos e quando chegou, não quis mais voltar.

No entanto, ela já estava interessada em Yǒng, um jovem forte e idealista da região de Hubei que fora a trabalho para sua cidade e que, além de ter resolvido ficar com ela, resolveu embarcar na sua ideia: que quando ela voltasse, eles iriam juntar dinheiro o suficiente para vir embora para o país sem passar por maiores problemas. Ela falava maravilhas desse país e ele se animava com a prosperidade que esse país tão longínquo tinha a oferecer para os dois.

Esse jovem forte e idealista viria a se tornar meu pai. Eles se casaram e pouco tempo depois eu apareci.

Meu pai não fazia questão de ser garoto ou garota, mas que fosse uma pessoa forte como ele para poder tocar o negócio que tinha em mente. Quando tinha três anos, vim embora para o Brasil e desde então, nunca mais voltei para minha terra natal.

Se eu dissesse que sinto falta, eu mentiria, afinal não lembro de nada de lá, mas sinto uma falta estranha dos meus avós maternos, sobretudo minha avó, a qual eu tinha bastante contato por ligações e cartas. Já com a família do meu pai, não tinha nenhum contato, e nem meu pai com eles. Costumava falar pouco deles e com bastante amargura o suficiente para não entrar nesse assunto.

Mas sabia que a relação deles foi conturbada o suficiente para refletir na família que ele tinha formado. Quando eles chegaram e minha mãe estudava e se revezava com ele nos meus cuidados, ele começava sua pequena loja que a pequenos passos, trouxe a prosperidade que ele tanto quis.

Porém minha mãe sempre falava que a custo de quê, porque quanto mais ele se envolveu no negócio, menos ele lembrava da família. Lembro até meus sete ou oito anos dele ser um pai divertido, querido e que me fazia sentir protegida e querida assim como minha mãe. Eu deveria ser o que chamam de feliz.

Depois disso, há uma lacuna na minha mente a qual só lembro dele chegar tarde em casa, sempre irritado e discutir com minha mãe. No começo eram discussões que se resolviam em instantes, depois eles não olhavam mais para a cara um do outro, gritavam um com o outro, destratavam-se com ironia e sarcasmo até que, quando tinha doze anos, vi ele bater na minha mãe.

Tentei bater nele de volta, e foi nessa hora que ele também me bateu, e a ideia de que ele era um pai amoroso e que me fazia rir se tornou apenas uma lembrança borrada e que pensei por muitas vezes, que distorcida. Vai ver ele sempre fora esse homem agressivo e disfarçou isso muito bem o tempo todo.

E, procurando disfarçar o elefante branco que ficava no meio da nossa casa, minha mãe aceitou o doutorado e a vaga para professora permanente da faculdade em que estudava, meu pai se dedicou cada vez mais ao trabalho e eu...

— Mas que inferno, Hǎi yún! – gritava meu pai em casa – Eu gasto dinheiro pra dar melhor pra você, e você me responde com ingratidão?

— Eu já disse – gritava no mesmo tom que ele – Eu não quero isso pra minha vida!

— Você não tem querer! – ele apontava o dedo para mim, tomado pela raiva – Você fazer o que é melhor pra família!

— Você ser velho amargurado!

— Olha aqui... – ele foi em minha direção, mas minha mãe o segurou.

— Yǒng, já chega! – disse ela de forma autoritária.

— Você estragou a menina, Yǎ qín.

Dei com os braços para o ar, dando meia-volta, e ele foi para o quarto batendo a porta. Minha mãe veio atrás de mim.

— Hǎi yún, pare de medir forças contra o seu pai. Toda vez é a mesma coisa...

— Você que pare de ser tão submissa, mãe – apontei com as mãos para ela – Sinceramente, esperava tudo vindo da senhora, menos submissão cega a um homem.

— Ele é meu marido e seu pai. Você tem que dever respeito a ele.

— Como se ele nos respeitasse também, não é?

Ficamos em silêncio, mas não me contive em ri com certa ironia.

— Eu vou pra aula, que é o que me resta fazer.

— Eu levo você.

— Não precisa, mãe. Já estou causando problemas o suficiente pelo visto.

— Hǎi yún...

Coloquei os fones de ouvido, peguei minha mochila e segui e caminho para a escola.

Minha mãe tinha razão, toda vez era a mesma coisa. Eu e meu pai discutíamos e ela intervinha, muitas vezes restando a situação até para ela. Meus pais andavam discutindo muito, na verdade há um bom tempo, e desde que aconteceu aquilo em casa, a situação ficou pior.

Só conseguíamos fingir muito bem que tudo estava bem, mas eu sabia que não estava. Minha mãe sabia também que não estava, mas meu pai permanecia em dizer que estava tudo bem. Minha mãe falava que eu tinha herdado a teimosia dele, mas acho que herdei o péssimo fingir que está tudo bem dela.

Essas discussões me cansavam de todas as formas. Eu não queria ficar mais em casa e lidar com tudo isso, e por vezes eu queria ficar em casa, sabendo que não teria o apoio que queria, então o procurava de outras formas que até conseguia suprir de certa formas alguns anseios meus, mas que de resto, apenas fomentavam e deixava a situação pior.

Com a cabeça ainda aérea, entrei na sala na hora do intervalo sem perceber nada ao meu redor, e assim que coloquei minhas coisas no lugar, recostei minha cabeça entre os braços e ali fiquei.

Senti que tinha alguém ao meu lado, mas não levantei a cabeça para olhar de saber quem se tratava, até que senti o toque de uma mão pesada em meu ombro. Esse toque era receoso, mas amigável.

— Desculpe incomodar, mas está tudo bem?

Era a voz da Amanda. Ainda sem levantar a cabeça, apenas balancei-a negativamente.

— Não? O que aconteceu? Se quiser falar, é claro.

— Discuti com meus pais – levantei a cabeça devagar, percebendo que meus óculos estavam embaçados – O de sempre.

Limpei-os sem olhar para a pessoa que ali estava do meu lado, e voltei a recostar minha cabeça na mesa, mas dessa vez olhando em sua direção.

Amanda sempre tinha o olhar curioso e amigável, como se estivesse a todo momento em prontidão para ajudar. Seus braços fortes iam contra seu ar quase pueril que transparecia em seu jeito de falar e de se portar. Ela estava com as mãos dadas uma com a outra, olhando para mim como se esperasse que eu falasse alguma coisa que pudesse ajudá-la a me ajudar.

Ela também tinha uma ansiedade que era mostrada no jeito em que agia, no seu receio de falar alguma coisa, ou quando a via olhando para mim quando eu a olhava de volta, e vice-versa. Com uma impressão de que sempre está querendo falar alguma coisa, mas não sabe exatamente como, já que não sabe como fazer isso.

— E o que está ouvindo hoje? – perguntou ela, me tirando da linha de pensamentos que me cercavam e desviando o olhar que estava em minha direção, quase hipnótico.

— My Chemical Romance, conhece? [1]

— Não, mas posso conhecer.

Sorri para ela e entreguei um lado do fone, o qual ela ouviu a melodia com atenção, cerrando as sobrancelhas.

— Eles não parecem muito com os Ramones.

— Não mesmo – continuei passando algumas músicas – Infelizmente acho que não tenho nada que te agrade aqui.

— Mas essa eu gostei – ela deu um sorriso largo – É bem legal. Tem mais dessas? – Amanda se aproximou de forma inconsciente perto de mim, olhando para as músicas que tinha.

— Essa eu gosto muito – disse ela apontando para o MP3.

— Bon Jovi?[2]

— É? – ela dizia com um quê curioso.

— É – afirmei com a cabeça – Eu também gosto muito dessa.

Deixei a música tocando. Vi que Amanda continuava com o sorriso no rosto e que, por curiosidade, nossos olhares se cruzavam vez ou outra, mas logo eu desviava o olhar, olhando para outro canto.

Mas ainda assim, vi que ela ficava me encarando, e senti minhas bochechas corarem mais uma vez, e seu olhar desviando para o chão. Estávamos distraídas com a música quando Luiza chegou por trás de Amanda, segurando-a.

— E aí, Hǎi yún? Como você está?

— Normal – desviei o olhar, olhando para a frente.

A aula começou, e quando ia fazer menção de trocar a música, Amanda comentou, baixo:

— Podemos terminar de ouvir essa música?

Olhei para ela, agora dessa vez eu que estava curiosa.

— Claro.

Ouvimos ela até o final, mesmo com as luzes apagadas. A aula começara, e Amanda entregou o lado do fone.

— Obrigada.

E assim ela pegou o caderno novo que ela tinha ganho da Luiza, e voltou a olhar para a frente.

Quando a aula acabou, me misturei no meio dos demais, tentando sair o mais despercebida possível, e liguei para Jude.

— Está ocupada? – disse logo para ela.

— Para você, nunca. O que rolou?

— Não quero ir pra casa agora, posso ficar aí?

— Claro, cole aqui. Vamos pedir alguma coisa pra comer.

 


[1] Helena, My Chemical Romance

[2] Always, Bom Jovi.

 

Fim do capítulo


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