Oi voltei! Como vocês estão?
Você não imagina o quanto eu te quero.
POV MARCELA
Desembarcamos no Brasil no domingo de manhã, todos estavam exaustos e precisávamos de descanso. Meu irmão estava no sitio com meus pais e não pode vir me buscar, decidi pegar um taxi e ir para a casa de Melissa, não estava disposta a ir para a minha antiga casa naquele momento. Bia preferiu dividi um taxi com Alice e disse que mais tarde nós duas poderíamos nos encontrar e conversar melhor sobre nossa situação, confesso que eu queria ela leva-la comigo para algum lugar e matar a vontade que estava de beija-la, mas Bia era muito discreta e não achava certo. Nos despedimos e cada um da equipe foi para um lado. Mel me aguardava e eu teria que contar todos os detalhes da viagem, pois ela já estava azucrinando meu juízo pra saber o que rolou.
-Meu Deus, são duas cabeças duras. – Ela tomava um xicara de café e ouvia tudo o que eu dizia sobre o ocorrido depois do Show. – Ela podia ter lhe mandando uma mensagem, escrito um bilhete, sei lá. E você podia ter ido atrás saber dos motivos dela também.
-Eu me senti péssima quando acordei e ela não estava lá. – Mel compreendeu. – Eu não sabia como agir, não sabia se tinha feito algo de errado.
-Mas e ai? O que pretende fazer agora que se entenderam? – Sorri de lado.
-Ficamos de conversar mais tarde, saber como ficamos daqui pra frente. –Suspirei pesado, pois algo ainda me incomodava.
-Sei que você está pensando na cobra da Jaqueline, mas, por favor, Marcela pelo menos uma vez na vida se coloque em primeiro lugar. – Melissa me pedia quase em suplica. – Você viveu sete anos da sua vida se dedicando a uma mulher que não se importa com você, se dedicou inteiramente para que as filhas dela tivessem conforto e olha só o que você recebeu em troca.
-Eu jamais pagaria na mesma moeda.
-Não é pagar na mesma moeda, mas é deixar se permitir ser feliz. – Melissa fazia um carinho em minha mão. –Eu te conheço há tanto tempo, e eu nunca te vi com esse brilho no olhar, essa garota te faz bem, se você perde o juízo quando está com ela é um bom sinal. Não caia no papinho da Jaqueline novamente, ela te usou esse tempo todo.
-Eu já me decidi, eu não vou voltar com ela. – Eu sabia o que estava fazendo. – Eu posso até não pedir o divorcio agora, mas eu já me separei dela fisicamente.
-Você sabe que eu sempre desejei sua felicidade, e se Beatriz não tivesse lhe fazendo bem eu não estava aqui apoiando essa loucura toda. – Melissa era quase minha irmã e eu sempre ouvi seus concelhos, exceto o que ela me deu sobre não casar com Jaqueline. – Se joga se permita viver.
-Farei isso, mas primeiro eu preciso descansar um pouco. – Dei um beijo em minha amiga e me encaminhei ao quarto de hospedes.
As palavras de Melissa não saiam da minha mente e eu analisava tudo o que vivi nesse casamento, de fato eu me desdobrava inteira para manter uma vida confortável para minha esposa e as filhas dela e às vezes esquecia de mim. Com esses pensamentos eu acabei adormecendo e acordei com Melissa me chamando para comer algo, pois já se passavam da cinco da tarde.
-Nossa, eu dormi demais. – Melissa me serviu um prato de lasanha e se sentou para comer. – Vou comer e ligar para Bia, você tem razão Mel, eu preciso pensar mais em mim,
-Eu sempre tenho razão. – Ela sorriu debochada e comemos em um papo descontraído.
-Mel, aquele bangalô da serra está alugado? – Ela balançou a cabeça em negativo enquanto dava um gole no suco.
-Está desocupado amiga, inclusive a faxineira esteve lá na sexta. – Ela logo capitou quais era minhas intenções. – Ela vai amar aquele lugar, vou te passar o endereço do restaurante que entrega comida lá perto, assim facilita a conversa de vocês.
-Eu nem sei o que seria da minha vida sem você. – Agradeci e ajudei retirar a mesa.
Lavei a louça e fui ligar para Beatriz, não iria adiar essa conversa, ia falar tudo que ando sentindo e seja o que Deus quiser. Beatriz era a minha exceção, isso eu não tinha mais dúvidas.
POV BEATRIZ
Passei o dia inteiro jogada em minha cama, estava cansada da viagem e um sentimento de culpa preenchia meu peito. Não sei bem explicar, mas estava me sentindo culpada por não ter me explicado direito pra Marcela, e me sentia culpada pelo casamento dela. Tínhamos marcado de nos encontrarmos mais tarde e isso estava me deixando ainda mais ansiosa. Tentei dormir um pouco, mas apenas dava umas cochiladas e acordava. Bernardo não estava em casa e dia parecia se arrastar pelas horas. No fim da tarde Marcela me enviou uma mensagem que passaria aqui as sete e logo eu comecei a me arrumar, apesar do sentimento de culpa, eu não poderia negar que estava com saudade das mãos de Marcela passeando pelo meu corpo, eu só posso estar maluca em me envolver com ela, minha chefe e ainda por cima casada.
Ás sete em ponto Marcela me avisou por mensagem que já estava lá embaixo me esperando. Desci com o coração batendo forte e entreguei minha sorte ao universo.
-Oi. – Disse assim que entrei em seu carro e ela sorriu.
-Você está linda. – Eu estava de jeans e camiseta, mais simples possível.
-Não seja exagerada. – Ela balançou a cabeça e seguiu com o carro.
Marcela dirigia pelas ruas tranquilamente, o som do carro tocava o som suave do Silva e eu cantarolava baixinho, até observar que Marcela estava dirigindo em direção a serra.
-Aonde vamos? – Perguntei curiosa.
-Surpresa. – Ela me presenteou com aquele sorriso e eu sorri de volta.
Em menos de trinta minutos ela estacionava em uma espécie de chalé, o lugar era lindo e bem afastado da civilização. Ela desceu abriu o portão enquanto eu aguardava no carro. Eu estava encantada com o lugar e logo ela veio e abriu a porta para que eu descesse.
-Uau, que lugar lindo. – Marcela me abraçou.
-Fica mais linda na sua presença. – Ela sussurrou no pé do meu ouvido e deu um beijo ali. – Vem, vou te mostrar o lugar.
Tinham três bangalôs distantes um do outro, o que iriamos ficar chamava pôr do sol e era todo amarelo com detalhes laranja. Ela me puxou pela mão e entramos, o lugar estava todo organizado e tinha uma mini cozinha, dividida com uma sala e mais um cômodo com uma suíte, que diferente dos outros cômodos era enorme.
-Melissa, disse que podemos usar como quisermos. – Ela sorriu com malicia e me puxou pela mão encaixando meu corpo ao dela e colando nossas bocas.
-Marcela, espera. – Soltei daquele contato e ela suspirou. – Eu estou confusa com tudo isso, estou me sentindo culpada e não sei se isso seja certo. –Ela não disse nada então eu continuei. – Não vou falar que o que aconteceu conosco foi um erro, pois nós duas queríamos, mas agora estamos sóbrias e isso talvez seja loucura.
-Bia, me escuta. – Marcela segurou meu rosto entre as mãos. – Eu sei que você deve estar pensando um milhão de coisas, pensando em como ficaremos se continuarmos com isso e a única coisa que eu consigo te dizer é que eu não consigo mais te tirar da cabeça, desde o primeiro dia em que você estava sentada esperando a minha chegada, estava linda, você é linda!
-Sobre eu ser sua chefe, não quero que você entenda que estou usando minha influência para me beneficiar de algo, eu jamais faria algo assim. – Marcela me puxou pela mão e nos sentamos no sofá que tinha ali.
-Esse nem é o problema maior, você até então estava casada. – Ela coçou a cabeça.
-Eu não queria falar sobre esse assunto, porem é necessário. – Marcela segurou minhas mãos, e pude a ver ficar tensa. – Jaqueline e eu somos casadas há um pouco mais de sete anos, nos casamos muito rápido e pulamos algumas etapas do relacionamento. Quando anunciei que me casaria, minha família foi contra, meus amigos foi contra, mas mesmo assim eu segui com o desejo de me casar com ela. Com o casamento também assumi a bagagem que Jaqueline trazia, as filhas dela agora seriam minhas e eu nunca medi esforços para dar o melhor para elas.
-Eu vivia para elas, tudo o que eu fazia pensava nelas primeiro e sempre me deixei em segundo plano. Briguei com meu pai por diversas vezes, pois ele sempre tentou abrir meus olhos, mas eu nunca o ouvi. Achava que ele estava de implicância, quando na verdade ele sempre esteve certo. Me dediquei inteiramente ao nosso relacionamento e ela me retribuiu com uma traição, quebrando minha confiança e machucando meu coração.
-Sinto muito. – Foi a única coisa que eu consegui dizer depois de ouvir todo o seu desabafo.
-Não sinta Bia, foi graças a você que hoje posso me enxergar melhor. – Ela levou minhas mãos aos lábios e deixou um beijo suave. – Se você não tivesse me bagunçado por dentro, com certeza eu teria perdoado Jaqueline e há essa hora nem com meu irmão eu estaria conversando mais.
-Você me deixa desconcertada, eu fico sem saber como agir, mas isso não é algo ruim. – Marcela se aproximou mais e se aproximava sobre meus lábios. – No momento eu só quero me deixar ser bagunçada por você.
Eu não disse mais nada e deixei seus lábios avançar sobre os meus e nos entregamos em um beijo intenso e urgente. Ficamos ali em uns amassos quentes e só nos desgrudamos quando o jantar chegou.
POV MARCELA
Eu até me sentia mais leve depois de ter todo essa conversa com Bia, mas ainda tinha muita coisa pra resolver. Apesar de querer me divorciar amanhã mesmo eu não podia e ainda por cima não poderia assumir nada com Beatriz naquele momento, essa era uma parte da conversa que não tínhamos chegado. O jantar estava uma delicia e a presença dela deixava ainda mais gostoso. Comemos em um clima descontraído e estava tudo bem até meu telefone tocar e mostrar a foto de Jaqueline no visor.
-Pode atender. – Ela disse com uma carinha de compreensão. – Eu posso esperar lá fora.
-Não, eu não quero atender. – Ela deu um gole no vinho e sorriu de lado. – Vamos levar esse vinho para o quarto, o que acha?
Ela acenou com a cabeça e eu peguei a garrafa indo em direção ao quarto. Conversamos sobre nossas famílias e ela me dizia que estava morrendo de saudade dos pais, ela me contou que tinha um sobrinho e que era o amorzinho dela. Meu desejo só aumentava e o vinho não ajudava nenhum pouco o meu autocontrole.
-Eu me lembrei de uma coisa. – Eu disse sorridente. – Temos uma divida.
-O que? – Ela sorriu sapeca.
-Você me deve uns beijos, e eu tô querendo cobrar.
Bia não esperou e deixou nossas taças na mesa de cabeceira antes de selar nossas bocas. Nossos lábios mexiam em sincronia e quando dei por mim Beatriz estava em meu colo já sem blusa. Suas mãos suaves passeavam pelas minhas costas e eu sentia leves arrepios com o contato. Beatriz empurrou meu corpo e minhas costas se chocaram contra o colchão, ela queria o controle e segurou minhas mãos por cima da cabeça. Sua boca desceu pelo meu pescoço e sua língua quente explorando meu ponto de pulso me deixava entregue a ela.
-Você não imagina o quanto eu te quero. – Sussurrei em seu ouvido e ela me presentou com um Sorriso malicioso.
Fim do capítulo
AAAh bora, essas duas me matam.
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Acarolinnerj
Em: 19/05/2021
Autora nem preciso falar que estou amando sua história né?
Todo capítulo tô aqui lendo e prestigiando...
Não demora a voltar, sofro de Ansiedade!
Resposta do autor:
Meu coração fica quentinho lendo isso. Prometo não demorar ????
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