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  • Um Novo Começo: O Despertar de Alice
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Um Novo Começo: O Despertar de Alice por maktube

Ver comentários: 4

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Palavras: 4357
Acessos: 3622   |  Postado em: 16/05/2021

Capitulo 5

 

Capítulo 5 –

Alice

            Desde a festa de aniversário da mamma, eu me questionava sobre Virginia. Cheguei até a cogitar que ela havia sido fruto da minha imaginação, mas meus amigos faziam questão de volta e meia me lembrar dela e de como eu agi ao seu lado. Não que eu já não o fizesse sozinha, pois lembrar o sorriso dela foi o que mais fiz nos últimos dias.

- Sabe o que eu odeio? – Anna apoiou o braço ao redor dos meus ombros.

- Ficar sem trans*r? – indaguei e ela deu um sorriso de lado.

- Isso também. Mas meu ódio maior são as manhãs. Por mim a vida começava depois das duas da tarde. - concluiu com um sorriso faceiro.

- Para você gastar as horas iniciais do dia trans*ndo?

- Exatamente. – deu uma piscadela.

            Chegamos à sala e Paula nos fitou, sem conseguir disfarçar o incomodo de ver Anna me abraçando. Apesar do olhar da mulher, Anna não deu a mínima importância e seguiu para a cadeira, fiquei surpresa por ela não ter se incomodado com a cara de poucos amigos da profamante.  

- Você enfim tomou vergonha na cara? – sussurrei antes de nos sentarmos.

- Eu disse que não ficaria mais com ela.

- Isso tudo é orgulho ou tem outra na parada? – Anna arregalou os olhos.

- Se quiserem bater papo lá fora fiquem à vontade, senhoritas. – Paula comentou sem levantar os olhos em nossa direção.

            Por hora Anna havia escapado. Há alguns dias eu havia reparado o quanto minha amiga havia mudado. Tem evitado as saídas à noite, ficado mais em casa. E fora que não estava se gabando por estar trans*ndo. O que era um comportamento no mínimo estranho.

            Algumas vezes vi ela sorrir ao receber alguma mensagem, o que me faz pensar que ela conheceu alguém e por algum motivo que eu desconheço não quis me contar. Ao final da aula fomos almoçar juntas.

            Estacionamos no Santé, o restaurante da tia Andressa. Era a meia irmã da mamma Larissa. Tia Andressa e Adisa atualmente estão morando na Nigéria.

- Você vai continuar escondendo o jogo? – indaguei ao vê-la sorrir e bloquear a tela do celular em seguida.

- Não sei do que você está falando. – deu de ombros.

- Sabe sim, você tem andado estranha e cheia de sorrisos. E caso você não esteja fingindo que não fica mais com a profamante, só me resta acreditar que tem outra na parada.

- Alice.

- Alice nada. Pelo que percebo é algo sério. Você não está ficando com mais uma hetero curiosa e casada, não é? – ela encarou os dedos. – Anna!

- Ela não é casada, quer dizer ainda é. Mas não estão juntas.

- Você adora uma vida agitada.

- Já você adora essa água morna. – sustentou o olhar.

- Eu vou pedir o almoço. – mudei de assunto.

            Engatamos uma conversa animada. E confesso que fiquei surpresa ao ver a tia Iara e o George entrarem no restaurante.

- Será que eles reataram? – indaguei observando o cuidado do médico com a ex-esposa.

- Claro que não. – respondeu séria, e eu estranhei o comportamento dela.

- Não seria impossível, a tia ainda é apaixonada por ele. Olha a forma com ela o observa. É o mesmo olhar...

- Que as suas mães tem. – concluiu com a voz baixa. – Se importa de irmos embora?

- E a sobremesa?

- Te pago um sorvete. Mas em outro lugar.

- Oi tia. – os dois se aproximaram.

- Oi meninas. – percebi o constrangimento em sua voz. - Não esperava encontrar vocês aqui.

- Percebemos. – Anna respondeu já se pondo de pé. – Estamos indo.

- Estamos? – indaguei.

- Sim, temos aquela festa hoje, lembra?

- Claro. – concordei sem fazer a menor ideia do que ela estava falando.

- Até mais meninas. – George falou.

            Anna caminhou rapidamente para o carro, ao entrar bateu a porta e fechou a cara. Sentei ao seu lado e antes de dar a partida olhei em sua direção. Resolvi não comentar nada, esperaria que ela me falasse o que estava acontecendo. Deixei-a em casa, mas antes que ela saísse do carro eu indaguei:

- Está tudo bem?

- Sim.

- Tem certeza?

- Tenho. E a festa é verdade, vai inaugurar uma boate nova. Eu recebi quatro pulseiras.

- Como conseguiu?

- Eu já fiquei com a Dj que vai tocar essa noite. Então se quiser chamar o Matheus para ir com a gente, fique à vontade.

- E sua namorada?

- Primeiro, ela não é minha namorada. Segundo, estou afim de sair sozinha.

- Okay. Vou perguntar ao Mat se ele quer ir.

- Ótimo, te espero as nove.

            Depois de deixa-la fui para casa. Atravessei o jardim, aquela hora o sol iluminava a água azul da piscina, era quase um convite silencioso para um mergulho. Entrei pela cozinha e Maria conversava animada com uma moça.

- Oi menina Alice.

- Oi, não quis atrapalhar a conversa. Estou indo para o quarto.

- Não está incomodando. Essa é Pâmela, minha neta.

- Como vai? – estendi a mão e ela a apertou.

- Bem. – sorriu.

- Essa menina é meu orgulho. Conseguiu passar em medicina, vai ser a primeira da família a ter um diploma. – a senhora comentou com a voz em um misto de orgulho e emoção.

- Vovó. – a moça de olhos castanhos e cabelos pretos em um corte curto e moderno repreendeu sem jeito.

- Mas é a verdade minha filha.

- Você deveria deixa-la de orgulhar da sua conquista. Medicina não é para qualquer um. – falei sincera e ela sorriu.

- Eu já falei isso a ela. Mas a menina parece ter vergonha.

- Não deveria.

- Íamos tomar sorvete, você quer nos acompanhar? – Pâmela questionou mudando de assunto.

- Acho que vocês têm muito papo para por em dia. Vou deixar o sorvete para outra oportunidade.

            Me despedi das duas e fui para o quarto. Tirei a roupa e entrei para o banho. Em seguida liguei para o Matheus. No segundo toque ele me atendeu.

- Oi princesa.

- Oi amor.

- Está tudo bem?

- Sim. Liguei para fazer um convite.

- Convite?

- Sim, a Anna ganhou umas cortesias para a nova boate. Quer ir com a gente?

- Claro. Que horas?

- Fiquei de ir pegar a Anna as nove horas.

- Tudo bem então. Oito e trinta eu passo aí.

- Certo. Até mais tarde.

- Até.

            Fechei meus olhos por um segundo e acabei dormindo a tarde inteira. Acordei com gritos vindo do quarto ao lado. Me levantei apressa e a cena que encontrei foi no mínimo inusitada. Arthur segurava a camiseta de Bernardo e mantinha o punho cerrado.

- O que está acontecendo aqui? – me aproximei tentando afastar Bernardo de perto do nosso irmão, que mais parecia um cão raivoso.

- Esse nerd.

- Solta o Bernardo.

- Não tenho culpa de nada.

- Tem sim, você deu em cima dela.

- Você é burro? Eu já disse que não fiz nada. Ela que me beijou. – defendeu-se.

- Ela jamais olharia para você.

- Se você acha que ela gosta de você, por qual motivo ela não poderia estar interessada em mim, já que somos gêmeos idênticos?

- Não importa quem tem a razão. Você precisa soltá-lo. – Arthur me fitou com os olhos cintilantes de raiva, mas vagarosamente fez o que eu pedi.

- Além de burro é tonto. – Bernardo comentou desamassando a camiseta.

 

            O movimento foi tão rápido que eu nem ao menos consegui impedir. Em um segundo Bernardo estava ao meu lado de pé, e no momento seguinte estava no chão com o nariz sangrando.

- Mariaaaaa! – gritei por ajuda. – Arthur, o que você fez? – o fitei decepcionada.

- O que foi? Virgem Maria. O que aconteceu? – a mulher veio ao socorro de Bernardo.

            A camiseta que antes era branca adquiriu um tom avermelhado com todo o sangue que jorrava das narinas. Maria mandou que ele mantivesse pressionando o nariz, para tentar conter o sangramento, mas foi em vão.

- Acho melhor leva-lo para o hospital, menina. – a senhora me orientou.

- Eu não tenho como dirigir. E a mamma saiu com um dos motoristas hoje, e o outro não está aqui.

- Eu posso levar vocês. – escutei a voz de Pâmela. A moça apareceu na porta com a cara assustada.

- Obrigada. Maria, por favor liga para as minhas mães.

- Pode deixar menina.

- E você... – encarei Arthur. – É melhor ficar no seu quarto até as nossas mães chegarem.

 

            Nem sei o que teria feito caso Pâmela não tivesse decidido ir visitar a avó aquele dia. Ela pareceu receosa ao ver qual era o modelo do meu carro, parou próxima ao veículo, fitando-o em um misto de excitação e medo.

- Não precisa ficar nervosa. Só leva a gente para o hospital.

- Claro. – ela assentiu e sentou no banco do motorista.

            Chegamos à emergência e agradeci por Luciana está de plantão aquele dia. Ela nos recepcionou e verificou o estado do nariz do meu irmão.

- O que aconteceu? – a mulher indagou nos encarando.

- Uma briga idiota.

- Vou precisar chamar o Doutor Claudio otorrino de plantão essa noite. Onde estão as duas mães?

- Devem estar chegando. Você acha que foi grave?

- Só podemos ter certeza quando ele for avaliado. Vamos leva-lo para um quarto, tudo bem?

            O médico chegou e foi avaliar a situação. Enquanto isso acontecia fomos para a sala de espera. Me sentei passando a mão nos cabelos, apoiando a testa nas mãos que ainda estavam sujas de sangue.

- Ele vai ficar bem. – ao ouvir a voz ao meu lado me dei conta que não estava sozinha.

- Eu sei que vai, mas estou bem mais preocupada com o que as minhas mães vão fazer com o Arthur.

- Isso também vai se resolver. Não se preocupe. – colocou a mão na minha perna passando apoio.

- O que aconteceu? – a mammy questionou aflita.

- Os meninos estavam discutindo. E quando eu fui separar... Mammy, eu não tive como impedir.

- Alice, o que aconteceu? – foi a vez da mamma falar.

- O Arthur acertou um soco no Bernardo.

- O quê? Que discussão foi essa que chegou a esse extremo? Aonde está o Bernardo?

- Luciana está examinando-o junto com um otorrino. Só para ter certeza que não quebrou.

- O que está acontecendo lá em casa?

- Calma amor, vai ficar tudo bem. – a mamma a abraçou.

            Não demorou e Luciana apareceu trazendo noticias de Bernardo. Para nosso alivio o nariz não havia quebrado, o médico passou remédios e disse para colocar gelo pelos próximos dias. Disse que possivelmente ainda haveria algum sangramento. Minhas mães levaram-no para casa e eu fui deixar Pâmela.

- Não precisa me levar, posso ir de táxi.

- Claro que não, faço questão. Você me salvou hoje.

- Não fiz nada demais.

- Para mim fez. Você é sempre modesta? – comentei lembrando da vergonha dela mais cedo quando a avó falou sobre a faculdade.

            Ela sorriu tímida e eu notei o quanto era bonita. Os olhos com expressão forte, sobrancelhas bem feitas e delineadas. Os cabelos arrumados metodicamente. Ao perceber que eu a observava, mudou o olhar em direção a pista. Fizemos todo o restante do percurso em silêncio. E eu evitei olha-la mais atentamente.

- Obrigada.

- Eu que agradeço e espero te ver mais vezes lá por casa.

- Pode deixar.

- Até mais.

- Até. – saiu do carro. Antes de subir para o apartamento ela fez sinal e eu baixei o vidro. – Foi um prazer te conhecer, mesmo em uma circunstância complicada.

- O prazer foi meu. – sorri e ela me deu as costas.

            Fui direto para casa, já era quase noite. E depois do que aconteceu pensei até em dizer que não iria mais, porém sei bem que caso fizesse isso a Anna iria me buscar em casa e com certeza deixaria meu nariz pior do que o do Bernardo.

            Entrei e a parte térrea estava em total silêncio. Fui para a cozinha e Maria virou-se para me olhar.

- Deixei a Pâmela em casa.

- Obrigada menina Alice.

- Não precisa agradecer. Onde está todo mundo?

- Bernardo está no quarto.

- E o Arthur?

- Desde que suas mães chegaram estão no escritório com ele.

- Ele pediu por isso. – suspirei.

- Nunca vi o menino Arthur desse jeito.

- Nem eu. – nos encaramos por alguns segundos. – Bom, eu preciso ir. Vou sair daqui a pouco, e não estou muito apresentável.

            Depois de um longo banho, comecei a me arrumar. E já estava atrasada. Escutei batidas na porta e logo o perfume de Matheus invadiu o ambiente.

- Pensei que já estava pronta. – comentou entrando.

- Não, você pode me ajudar a fechar o vestido? – indaguei segurando o mesmo para não me deixar pelada.

            O vestido em questão era vestido preto, colado ao corpo. Com um zíper atrás. Matheus se aproximou, pondo-se atrás de mim enquanto encarava o meu reflexo no espelho. Delicadamente fechou o zíper, e depositou um beijo em meu pescoço.

- Você está linda. – senti sinceridade em suas palavras e dei um largo sorriso.

- Obrigada.

- O que aconteceu aqui? Vi suas mães discutindo lá embaixo. Maria me mandou subir direto, acho que não queria que eu ouvisse a discussão.

- Os meninos tiveram uma briga feia hoje.

- Nossa! E aí?

- O Arthur deu um soco no Bê, tive que leva-lo ao hospital. Mas não foi nada grave.

- Ainda bem. Por que eles discutiram?

- Por conta de uma garota. Mas as minhas mães ainda não sabem, eu acho. Vou só terminar a maquiagem e podemos ir.

            Quando descemos as escadas não havia sinal das minhas mães. Avisei a Maria que estava saindo e que não sabia se voltaria aquela noite, assim ela poderia avisar as duas caso preguntassem por mim. Paramos em frente a casa de Anna e ela já nos esperava.

            Bastou descermos do carro, para os flashes se voltarem em nossa direção. Miguel havia ido de táxi, alegando que iria passar em outro lugar antes de ir para a festa. Claro que sabíamos bem que o lugar, deveria ser com algum dos muitos esquemas que ele tem.

            Matheus sorriu e segurou minha mão. Pousamos para algumas fotos e entramos em seguida. Anna estava animada, até parecia a velha Anna de sempre. Fomos para a parte que estava destinada a nós e com pressa Miguel foi o primeiro a pedir uma bebida. Foi impossível não pensar o quanto me diverti com Virginia depois de alguns copos de cerveja.

- Eu quero um uísque. – comentei e Anna me encarou.

- Você? Uísque? – questionou com as sobrancelhas arqueadas.

- Sim. Algum problema?

- Nenhum. – deu de ombros.

            A Dj Caca começou o show e Anna foi a loucura com as músicas. Matheus sempre ficou perto de mim. Aquela noite ele não estava bebendo nada, para nos levar até em casa com segurança.

- Nunca te vi de divertir tanto. – sussurrou em meu ouvido enquanto dançávamos.

- Esse não é meu tipo de ambiente preferido, mas já que estou na chuva. – dei de ombros e ele sorriu.

            Enlaçou minha cintura, e diminuiu o espaço entre nossos corpos. Tomou meus lábios em um beijo quente. Foi a primeira vez que me senti desejada por ele, o que me fez chegar a essa conclusão foi a saliência que apareceu em sua calça enquanto nos beijávamos intensamente.

- Nossa! – falei de olhos fechados.

- Pois é. – comentou sem graça. – Você está linda hoje.

- Nossa quanta melação, se eu soubesse que íamos servir de castiçal teria trazido a vela de casa. – Anna reclamou.

- Não precisa ficar com ciúmes, ela é toda sua. – Matheus brincou me dando uma piscadela.

 - Ótimo, pois eu cheguei primeiro. Podemos dançar?

- Agora não. Olha só quem acabou de chegar. – Miguel virou na direção me indicando para olhar também.

            Avistei Cadu acompanhado de ninguém mais ninguém menos que Virginia. Ela estava tão linda que eu cheguei a sentir inveja, ou seria desejo? No momento fiquei desnorteada e nem ao menos consegui responder meus questionamentos.

- Não sabia que eles se conheciam. – Miguel comentou.

- Nem eu. – falei em um fio de voz. Observando a cara amarrada que ela estava, parecia que havia sido obrigada a ir.

- Seu primo tem uma coisa que mexe comigo. – falou se abanando.

- Nós sabemos bem o que ele tem e onde ele mexe. – Anna comentou com um ar de riso.

- Não me torra com sua dor de cotovelo. – fitou-a, e eu me questionei se Miguel sabia quem era a mulher misteriosa que Anna estava se envolvendo.

- Está tudo bem? – Matheus questionou, segurando minha cintura.

            Percebi nesse momento que Virginia notou a minha presença, acompanhou com o olhar as mãos de Matheus tocando meu corpo. Eu fiquei incomodada com aquele olhar, e mais ainda com o fato de que ela era amiga do meu primo e poderia muito bem ter me procurado, mas preferiu não o fazer. Meu semblante mudou, e logo encarnei a atriz que habita em mim.

- Oi pessoal. – Cadu falou. – Essa é Virginia, minha amiga. Esses são Miguel, Anna, Matheus o namorado da ...

- Alice. – comentou com a voz rouca e eu senti meu corpo vibrar no mesmo timbre de voz dela.

- Como vai Virginia?

- Bem. – sorriu. – Você quer beber alguma coisa? – indagou para Cadu.

- Cerveja, por favor.

            Ela se afastou e eu não consegui tirar meus olhos dela. A calça justa, a camiseta vermelha e a jaqueta preta e completando o look um tênis. Os cabelos soltos e brilhantes como sempre.

- Disfarça. – Anna comentou ficando ao meu lado, já que Matheus e Carlos Eduardo estavam conversando com o Miguel.

- Não tenho o que disfarçar.

- Ela é linda, e eu vou concordar porque não faço ideia do que colocaram na minha bebida, mas amanhã nem vou lembrar que elogiei essa marrentinha. – sorri.

            Virginia retornou com as cervejas e sentou-se ao meu lado. Sorriu de canto vitoriosa quando viu que eu tomava uísque.

- O quê?

- Nada, é que fui uma má influência para você. – apontou para o copo.

- Bobagem, só mudei meus gostos. – respondi seria.

- Menos para namorado. – sustentou seu olhar no meu, e eu senti meu ar faltar.

- Gostei de você. – Anna quebrou o clima levando a garrafa dela até a de Virginia e brindando.

- Que bom, já que naquele dia na festa você não foi muito com a minha cara.

- Claro, eu não te conhecia.

- Anna. – repreendi. – Não liga para ela.

- Ligaria para você, se tivesse seu número. – isso foi uma cantada ou eu estou ficando louca?

- Poderia ter pedido ao Cadu.

- Ele não me daria. – confessou.

- Você pediu? – insisti.

- Não.

- Então como sabe que ele não daria?

- Apenas sei. – respondeu e tomou um longo gole de sua bebida sem tirar os olhos de mim.

- Estamos indo dançar na pista, vocês vêm? – chamou Miguel ao lado de Carlos.

- Eu vou. – Anna se pôs de pé.

- Nós vamos ficar. Não é amor? – Matheus me encarou.

- Sim, claro.

- Virginia, você vem?

- Não, vou fazer companhia ao casal. – sorriu em deboche e Anna me encarou, gesticulando com a boca me dizendo que ela tinha bolas.

- Então tá. – os três saíram.

- Bom, já que você está acompanhada eu vou até o banheiro. – Matheus comentou me dando um selinho e percebi a garota olhar para o outro lado.

            Matheus se afastou e nós duas ficamos nos fitando em silêncio.

- Seu namorado é tão bonito quanto nas fotos.

- Como você sabia quem ele era?

- Sua rede social. E a mão possesiva na sua cintura. – deu de ombros.

- Então você me procurou, mas não me deixou saber disso?

- Esse era o plano. – falou debochada.

- E porque não me mandou um “oi”?

- Prometi ao seu primo. Ele tem essa coisa de...

- Limites. Mas pelo visto não vale no meu caso, afinal ele está pegando meu melhor amigo.

- Mas eu não iria te pegar. Você nem faz o meu tipo. – falou e eu fiquei em choque. Abri e fechei a boca diversas vezes na tentativa de rebater o que ela havia dito, porém me faltaram palavras.

- Não?

- Nem um pouco. – olhou para o lado e uma mulher a fitava com um largo sorriso. – Ela, ela faz o meu tipo. – ergueu o copo na direção da estranha.

- Pois deveria investir, você parece fazer o tipo dela.

- No momento estou conversando com minha amiga. Quando o seu namorado voltar, eu irei até ela. – me fitou com o ar sério.

            Estar na presença de Virginia me deixava nervosa, nunca sabia como agir ou o que dizer. Mas ela tinha um ar divertido e sempre acabava um assunto sério com algum comentário que acabava me fazendo sorrir.

            Continuamos sozinhas por alguns minutos. Até que Matheus retornou, sentando ao meu lado. Pousou a mão no meu joelho e Virginia acompanhou o movimento e virou na direção da moça que ainda a encarava.

- Sobre o que estamos conversando?

- Nada demais. Mas como você chegou vou deixá-los sem a minha ilustre presença pois aquela linda garota me espera. – apontou e saiu caminhando lentamente até a moça.

- Gostei dela. – Matheus comentou sorrindo, olhando-as.

            Eu não consegui dizer nada prendi meu olhar na figura de Virginia que jogava charme para a moça. A estranha sorria e vez ou outra tocava em seu braço, aquilo era um flerte e por alguma questão que eu desconheço me incomodou vê-las tão próximas.

- Você está bem?

- Sim. – comentei encarando Matheus. – Preciso ir ao banheiro.

            Me levantei e fui rapidamente em direção ao local. Para minha surpresa não havia fila. Caminhei até a pia, apoiei cada uma das mãos de um lado e puxei o ar três vezes tentando me acalmar. Apesar de estar com Matheus, aquela noite se tornou mais divertida quando estava na companhia de Virginia, e vê-la paquerando outra pessoa mexeu comigo. Mas poderia ser apenas ciúmes de amiga, logo espantei essa ideia por saber que jamais me importei com quem Anna fica.

- Você está bem? Matheus me pediu para saber. Ficou preocupado. – Virginia indagou encostando-se a porta, parecia querer manter distância.

- Estou sim. Acho que acabei bebendo demais. – encarei sua figura pelo espelho. – Pode voltar para sua paquera. – meu tom saiu um tanto sentido.

- Tem certeza? Da última vez que você bebeu passou mal. Lembra?

- Lembro sim, mas eu estou bem. – insisti.

- Então eu vou voltar. – virou-se.

- Virginia. – chamei-a.

- Oi.

- Me beija. – falei entre dentes.

- Alice... eu...

- Virginia, me beija. – aproximei nossos corpos.

- Apesar de desejar muito que isso aconteça. Acredito que você esteja um pouco bêbada e eu não posso me aproveitar de você. Fora que seu namorado está lá fora, depois você ira se arrepender caso isso aconteça dessa forma.

- Sai daqui! – respondi sentindo meu estomago virar, parecia até que havia levado um soco.

- Não precisa ser assim. – deu um passo em minha direção, tentando segurar minha mão.

- Virginia, sai daqui. Eu vou... – não consegui completar a frase, me atirei para dentro da cabine e senti o gosto amargo cortar minha garganta.

            Pareceu uma eternidade até que consegui parar de vomitar. Agradeci pela boa higiene do banheiro. Virginia ficou ao meu lado, me fitando preocupada. Sentei-me no chão apoiando as costas na parede fria. Ela fez o mesmo, estávamos próximas e senti o braço dela tocar o meu.

- Está melhor? – encarei-a e apenas acenei dizendo que sim. – Não me olha desse jeito, você tem uma mania estranha de querer beijar sempre que vomita. – fez graça e eu relaxei.

- Não quero mais te beijar. – menti.

- Ótimo. Como eu já disse, você não faz o meu tipo. – bati levemente em seu ombro. – Aí!

- Nem foi tão forte. Podemos voltar?

- Sim. Mas antes me passa seu número. – estendeu o celular.

- E o Cadu?

- Eu já te vi vomitar duas vezes, acho que isso nos torna amigas. – brincou.

            Dei de ombros e anotei meu número, claro que antes de entregar eu mandei logo um “Oi” para mim. Não iria correr o risco de que ela talvez não falasse comigo. Antes de sairmos eu segurei o braço dela precisava me desculpar pelo que havia falado.

- Virginia. – ela se virou. – Me desculpa pelo que eu falei. Não sei o que deu em mim.

- Relaxa loirinha, eu sei que sou irresistível. – sorrimos juntas e logo voltamos para a mesa.

            O restante da noite foi bem divertida. Virginia não quis ficar com a garota que estava interessada nela, o que de algum modo me deixou aliviada e fez com que me sentisse mais à vontade. Conversamos muito e pude conhecer um pouco mais sobre ela sem precisar perguntar nada. Já que Anna e Miguel fizeram uma verdadeira entrevista.

 

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Oiee! Volte para alegrar o incio da semana de vocês.

Nesse capútlo o reencontro aconteceu. E agora o que será que Alice vai fazer com todo esse sentimento por Vírginia?

Espero que gostem e boa leitura.

PS: Quero meu bsicoito.

Beijokasss


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Comentários para 5 - Capitulo 5:
Lea
Lea

Em: 11/01/2022

Então Anna foi só uma curiosidade para Iara. Anna procure outra coroa.

Pâmela ficou interessada na Alice.

Eita que meninos esquentados!

Alice, Alice.....


Resposta do autor:

kkk. Coitada da Anna. Só dá bola fora.

Responder

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lay colombo
lay colombo

Em: 08/09/2021

Alice meu anjo, como tu vai de não bebo pra Uísque ??? Tá doida mulher, vamo com calma kkkk

bom tô adorando a história e a personalidade dos personagens, só o Matheus q é uma incógnita, não tenho informações suficiente dele pra saber se ele é realmente gente boa ou não, enfim..

 


Resposta do autor:

O super poder da Virgínia foi tornar a Alice alcolatra. kkk

Responder

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Mille
Mille

Em: 18/05/2021

Oi autora

Alice é bem maluquinha, enchendo a cara e vomitando kkkk

Anna levou um balde de água fria vendo a Iara com o marido ou ex.

Bjus e até o próximo 

 


Resposta do autor:

Levou sim, acho que ela devia ter esperado um pouco mais para cair matando em cima da IAra

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 16/05/2021

Eita enrolo!

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