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  • CAPÍTULO 19 - PARTE III

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Revelação - Série One Wolf por Ellen Costa

Ver comentários: 6

Ver lista de capítulos

Palavras: 4295
Acessos: 2568   |  Postado em: 05/05/2021

Notas iniciais:

BOA LEITURA! >< 

CAPÍTULO 19 - PARTE III

- Movimento suspeito na entrada pela direita! - Outro disparo soa.

- Entendido. - Hera responde. - Precisamos encontrar um lugar seguro, essa casa tem algumas vantagens, mas não adiantará nada se mais de vinte pessoas nos encurralarem.

- Sair daqui não é uma opção. - Jeremy diz olhando para os lados.

- Essa casa não tem um porão com paredes de aço e porta com sistema de segurança? - Pergunto incrédula. Hera e Jeremy me olham com o cenho franzido. - Muitas casas desse bairro tem uma espécie de cofre que serve como abrigo em caso de ataque, somente aristocratas costumam ter esse tipo de proteção. - Hera e Jeremy se encaram brevemente, e vejo a conversa que tem somente com a troca de olhares.

- Não que alguém nos tenha dito. - Hera se volta para a maleta de armas apressadamente.

- Vou ligar para Lucas para saber sobre isso. - Jeremy alcança o celular novamente, e enquanto se afastava para fazer a ligação outros disparos soam do andar de cima.

- Vamos para o andar de cima fazer uma barricada. - Hera diz colocando um colar de bombas digitais no pescoço como se fossem um colar de flores. Ela agarra mais cartuchos de balas e mais armas: facas e estrelas ninja, as colocando num coldre específico que também havia tirado da mala. Ela grita ordens para os Guardas que estão nas janelas a procura de movimentos ao redor da casa, e me dirijo para Anna que ainda estava sentada no sofá, torcendo as mãos nervosamente no colo, com uma expressão assustada no rosto, a pistola 9mm que o Supremo havia pego para ela estava ao seu lado no sofá intocada. Em outro momento teria rido da cena. Os tiros pararam por alguns segundos deixando um silêncio estranho pela casa, a única voz vinha do Supremo no telefone e de Hera dando instruções para os Guardas Reais que estavam espalhados pela sala. Mordi o lábio incomodada com o silêncio causado pela ausência dos sons ensurdecedores dos tiros. Em meu pouco tempo de vida e na minha curta experiência na Equipe de Segurança, posso afirmar com certeza que quando os tiros cessam pela primeira vez num confronto, não é porque alguém venceu, e sim porque o inimigo está se reorganizando.

- Tudo bem? - Pergunto ao me aproximar de Anna, e me sento ao seu lado. Pego a pistola 9mm e primeiro confiro se está travada e depois carregada.

- Pergunta curiosa. - Um sorriso trêmulo deixa os lábios de Anna, que não tirava os olhos do Supremo um segundo sequer. Assim como eu, Anna também vestia um roupão, seu cabelo estava preso em um coque assim como o de Hera, e sua pele já branca demais havia se tornado terrivelmente pálida. 

- Realmente, me desculpa. - Só então Anna volta seu olhar penetrante para mim. Ela põem sua mão em cima da minha dando um leve apertão, para em seguida voltar a olhar o Supremo.

- Você está tão calma, gostaria de ter essa tranquilidade.

- Só por fora. - Olho ao redor na grande sala de estar. A parede que fica de frente para a rua é quase que completamente de vidro, do chão ao teto, nessa parede os Guardas fecharam as cortinas e espiavam pelas brechas que abriam com as mãos para olhar do lado de fora. A única luz dentro da sala vinha dos postes de luz da rua, os feixes entravam por uma pequena parte aberta da cortina onde um Guarda Real se posicionava em frente, de costas para todos nós.

- Vamos subir. - Hera aparece de repente e outra série de ordens dispara da sua boca aos Guardas. Anna e eu subimos na frente, segundo Hera e Jeremy somos prioridade, segurei a língua para não soltar nenhum comentário escandaloso. Já no segundo andar fomos para o último quarto no final do corredor. Hera, Matheus, Igor, o Supremo e mais quatro Guardas Reais começaram a tirar os móveis dos outros quartos e os amontoar no topo da escada, bloqueando a saída para o andar debaixo, enquanto os outros Guardas Reais tomavam as posições demarcadas por Hera em frente às janelas do cômodo. Anna se ajoelhou em um canto do quarto e começou a proferir um cântico, e apesar de não conhecer o cântico assumi ser uma oração para os deuses. A lembrança do ataque que sofri no começo da semana voltou a minha memória, fiz uma oração, uma promessa naquele dia e olha a confusão que minha vida está. Empurrei os pensamentos para o fundo da mente tentando me concentrar no presente, por mais que não goste da atual confusão que minha vida se tornou, estou viva, e isso é o que importa.

Apesar de querer ajudar a montar a barricada sabia que Hera não me deixaria ajudar, por tanto permaneci no quarto perto da Suprema, já que os Guardas - com exceção de Miguel e Roger -, estão espremidos dentro do quarto, parte deles na janela de olho na rua, e uma pequena parte com Hera ajudando a montar a barricada. Com a minha Berretta 92 em mãos, esperei. Meu celular começou a tocar no bolso, uma rápida olhada na tela me permitiu ver a foto sorridente de Lia no visor.

- Você está bem? - Foi a primeira coisa que perguntei.

- Sim, nós estamos no porão a prova de bombas, trancados até segunda ordem. E você? - Olhei ao redor, os tiros ainda não haviam voltado e aproveitaria para encerar a ligação com Lia antes que recomeçassem.

- Estou bem, vou precisar desligar.

- Tá bom, se cuida, não inventa de querer dar uma de heroína como daquela vez! Te proíbo de fazer isso! - Suspiro revirando os olhos.

- Sim senhora. - Desligo com um pequeno sorriso, que some quando Hera entra pela porta com uma expressão irritada no rosto. Jeremy e os quatro Guardas Reais que estavam com eles entram logo atrás.

- Lorena? - Jeremy chama minha atenção. - Você conhece esse bairro?

- Não muito. Depende. - Ele olha para Hera, e a mesma me encara séria.

- Lucas quer mandar um carro para nos pegar e nos levar a uma casa daqui alguns quarteirões.

Nego com a cabeça indignada.

- Se estivermos cercados dos dois lados vamos ser alvejados. Não tem como deixar esse bairro sem sair por um dos lados. A não ser que passemos entre as casas, mas teria que ser a pé. Nem preciso dizer que é... suicídio. - Completo sustentando o olhar duro de Hera.

- Também achei. - Hera diz antes de se voltar para o Supremo, e aquela mesma troca de olhar entre eles se repete. 

- Chefe?! - O comunicador de Hera apita.

- Fala Roger! - Hera responde.

- Temos problemas.

- Não diga... - Hera murmura. - O quê é?

- Acho que são vampiros, não consegui acertar nenhum alvo, são rápidos demais para serem rebeldes.

- Inferno... Quantos viu? - Hera tira o colar de bombas do pescoço, e acena para um Guarda Real, que se aproxima, ela entrega uma bomba em suas mãos. - Joga por cima da barricada no andar debaixo. - O Guarda concorda e sai para cumprir a ordem. Hera coloca o colar de bombas no chão em um canto afastado de todos.

- Não pude contar. - Roger responde. Hera fecha os olhos com um suspiro. 

- Ok, pode vir para cá, você e o Miguel.

- Sim, senhora. - Como os comunicadores estavam com a linha aberta, Miguel também ouviu a conversa que se seguiu. Em segundos os dois estavam no quarto se posicionando nas janelas.

- Bom, só nos resta resistir. - O Supremo diz insatisfeito.

O som da porta de entrada no andar de baixo sendo derrubada nos paralisa por uns segundos. 

- Miguel continua na janela. - Hera diz baixo. Para cada Guarda Hera gesticulou com as mãos fazendo um gesto diferente. Os homens assentem em concordância para o que quer que Hera tenha mandado a eles. Os Guardas se posicionam formando um escudo, atrás dos Guardas Hera o Supremo, Matheus e Igor se posicionam preparados para lutar. Anna e eu ficamos próximas a parede no fundo do quarto.

"Não teremos muitas chances se forem mais de dois vampiros..."

Vampiros e lycans são inimigos que se colocam no mesmo patamar de poder se o lycan estiver transformado, mesmo não transformado um lycan ainda pode matar um vampiro, no entanto não é nada fácil já que vampiros são extremamente velozes, alguns somem e desaparecem no ar nos deixando totalmente atordoados. Quando estamos transformados conseguimos enxergar os movimentos deles naturalmente mesmo quando são rápidos demais, na forma humana lycans só tem força bruta a seu favor, a não ser que o lycan em questão seja um dos poucos que nasce com dons.

- Pedro, já sabe. - Um homem tão grande quanto Roger surge do meio dos Guardas tomando a frente da formação, um clarão surge e em segundos um lobo maior do que o comum para um lycan aparece no lugar do homem. Seus pelos espessos e cinzas refletiram a luz fraca que entrava pela janela do quarto fazendo sua pelagem brilhar sobre a luz. Roger para ao lado dele também se transformando, logo dois lobos de dois metros estavam na frente do grupo. Ao lado de Roger cinco Guardas se posicionaram com suas armas apontadas para a porta, que foi fechada as pressas assim que o som no andar de baixo chegou a nós. Ao lado de Pedro mais quatro Guardas fizeram o mesmo, Miguel permaneceu na janela concentrado em qualquer movimento do lado de fora.

Me posicionei a frente de Anna, e em minha frente Hera e Jeremy e os outros se posicionaram um ao lado do outro, todos com as armas em mãos apontadas para a porta.

Mais uma vez me vi na mesma situação de dias atrás. Matar ou morrer? Minha vida será assim daqui para frente? Presumi que sim, já que além das outras espécies lutando para desestabilizar os lycans matando seu líder e sua família, também devemos acrescentar os rebeldes e traidores tentando tomar o trono do Supremo, e como companheira de Hera também me tornei um alvo. Me matar para os inimigos será uma maneira de tentar desestabilizar a Família Real, porque agora, querendo ou não, também faço parte dessa família, mesmo que ainda não me sinta parte da dela.

"E então? Matar ou morrer?"

Respirei fundo sentindo minhas mãos tremulas e suadas pelo nervosismo. Não respondi minha própria pergunta. Sei a resposta. Não morrerei sem lutar. Nunca. E se morrer, vou levar os malditos comigo.

Ouvi meu coração bater em meus ouvidos, o silêncio sepulcral no quarto ofereceu a expectativa de um ataque. Os barulhos no andar debaixo cessaram, tudo estava no mais terrível silêncio. Vi as orelhas dos lobos se mexerem como se tivessem captado algo, seus corpos tencionaram assumindo uma posição de ataque. Todos nos preparamos para atirar no primeiro sinal. Hera emite um estalo com a língua para chamar atenção, e quando todos a olhamos ela faz outro sinal com as mãos, os Guardas confirmam, Jeremy acena com a cabeça em concordância, e Hera tira um pequeno controle do bolso e aperta um botão. Segundos depois um estrondo faz o chão tremer e todos nos abaixamos pelo barulho, mas o cômodo em que estávamos ofereceu distância o suficiente de onde jogaram a bomba, por isso ele permaneceu intacto apesar da bomba. Quando o som de paredes e entulhos caindo parou, o silêncio se prolongou novamente, e em nenhum momento ninguém deixou sua posição.

"Silencioso demais..."

Trinquei o maxilar mais assustada pelo silêncio que se seguia, do que pelo ataque em si.

A porta emitiu um estrondo ao ser arrancada de seus batentes. O movimento do invasor foi tão rápido que meus olhos não captaram sua entrada. Os lobos se lançaram sobre eles, e os Guardas atiraram mesmo sem ver onde os invasores estavam. Em segundos os Guardas que estavam fazendo o escudo a frente de Hera e Jeremy foram lançados no ar. Ambos os lobos pegaram um vampiro e lutavam para arrancar suas cabeças com os dentes. Hera conseguiu desvencilhar de um ataque de outro vampiro e Jeremy atirava em vultos negros que desviavam de cada bala. Matheus e Igor lutavam cada um com um vampiro desferindo socos e golpes sem conter a força. Igor foi o primeiro a matar um vampiro seguido de Jeremy, que tinha sua mão direita transformada em garras enormes num processo parcial de transformação. Vi Hera enfiar uma faca no queixo de um vampiro e sangue jorrar em sua roupa. Anna e eu permanecemos afastadas no canto do quarto, queria ajudar, mas pensei em Anna, todos estão concentrados em matar seus oponentes, se algum chegasse a Anna ela não sobreviveria.

Depois de alguns minutos todos respiramos aliviados quando vimos os vampiros mortos. Todos pararam e olharam ao redor procurando mais ameaças. Miguel havia saído das janelas para se defender, e voltou a ela fixando seu olhar no lado de fora novamente, mas o alívio durou pouco. Outros vampiros apareceram na porta.

"Merda. Merda. Merda. Merda..."

A arma em minhas mãos era inútil, não pude arriscar atirar pois Hera, Jeremy e os outros estavam muito próximos, o risco de acertá-los acidentalmente era muito grande, e mesmo que pudesse atirar não teria acertado, os vampiros eram rápidos demais para mim. Ignorei a voz em minha mente que a todo momento me lembrava de estarmos em desvantagem. Os gritos dos Guardas sendo lançados de um lado para o outro preencheram o quarto novamente, junto com os rosnados dos lobos. Alguém ainda disparava tiros contra os vampiros, contudo o som parou abruptamente.

Jeremy e Hera foram presos cada um por um vampiro contra o chão, meu coração se acelerou com a imagem de Hera sendo esmurrada por um vampiro. Jeremy conseguiu jogar o vampiro longe sem muito esforço, mas o mesmo avançou novamente sobre ele. Os irmão de Hera estavam cada um com um vampiro em seu enlaço novamente, e Hera já fincava a mesma faca no crânio do vampiro, suspirei aliviada quando ela se levantou com pequenos cortes e sangue em seu rosto. 

Mais vampiros surgiram na porta do quarto mostrando seus sorrisos diabólicos ao ver a cena.

"São vampiros demais... Vampiros demais..."

Um clarão tomou o quarto e vi que Matheus havia se transformado, alguns Guardas repetiram o processo momentos depois, no entanto, Hera, o Supremo e Igor continuaram na forma humana. O quarto era grande, mas não grande o suficiente para uma dúzia de lobos gigantes, Anna e eu agora estávamos quase espremidas contra a parede no fundo do quarto, pedi que Anna se espremesse literalmente no canto do quarto e permaneci a três passos de distância com os olhos atentos a qualquer vampiro que passasse por Jeremy e Hera.

Voltei minha atenção para Hera, que já lutava com outro vampiro no chão. Nesse momento, tudo ao meu redor sumiu, só restando a imagem de Hera com o rosto vermelho pela asfixia que as mãos do vampiro causavam nela. Meu coração acelerou com o medo de perdê-la. 

"Não, não, não..."

"Ela é minha companheira e ninguém irá tirá-la de mim."

Meu corpo esquentou com a raiva súbita que me atingiu, minha visão se fixou no vampiro que prendia Hera no chão e me preparei avançar sobre ele, impulsionei meu corpo para avançar sobre ele, contudo meu corpo foi lançado contra a parede não muito distante de onde Anna ainda se mantinha abaixada no canto, que por algum milagre ainda não tinha sido vista pelos vampiros. 

O ar faltou em meus pulmões quando minhas costas se chocaram contra a parede bruscamente, e antes que meus pés tocassem o chão, um vampiro avançou contra mim, prendendo meu pescoço com as duas mãos assim como faziam com Hera. Meus pés balançaram no ar enquanto o vampiro me mantinha presa na parede, ele grunhiu para mim mostrando seus dentes pontudos, pura maldade transbordava de seu olhar.

A raiva em mim se espalhou pelo meu corpo, pelos meus braços e pernas, meu peito se inflamou com ela. Um calor e um formigamento se intensificou em meu peito. Empurrei e soquei o vampiro com minhas mãos desesperada por ar, mas ele sequer saiu do lugar. Uma última olhada para Hera, e vi quando ela sacou outra faca da cintura e a enfiou no ombro do vampiro, que desviou no último momento evitando que Hera acertasse seu crânio. O calor queimou meu corpo e foi aumentando, de repente, uma fonte de luz surgiu atrás de mim e uma expressão de incredulidade se apoderou do rosto pálido do vampiro. Antes que notasse qualquer outra coisa ao meu redor, meus olhos se fecharam devido a intensidade da luz que vinha de trás de mim. 

Gritos horríveis soaram, o vampiro largou meu pescoço e meus pés tocaram o chão com tanta força que meus joelhos se dobraram e caí de joelhos no chão. Minhas mãos foram para o meu pescoço tentando aliviar a dor causada pela pressão feita pelo vampiro. Permaneci com os olhos fechados, a luz não tinha desaparecido, sabia pelo clarão que adentrava minhas pálpebras. Em algum momento os gritos pararam até não restar nenhum som. Tentei controlar minha respiração que saia apressada para repor o oxigênio que fora barrado de chegar aos meus pulmões. O calor se esvaiu do meu corpo de repente junto com minhas forças, me deixando trêmula de frio. A luz que me impedia de abrir os olhos havia sumido, por isso arisquei abrir os olhos para procurar por Hera.

Assim que minha visão se adaptou a escuridão do quarto, a cena em minha frente jamais sairia da minha mente, e dos meus pesadelos. Corpos carbonizados se desmancharam depois de alguns segundos, deixando somente uma poeira cinza onde antes eram corpos. O cheiro de carne queimada atingiu meu nariz me dando náuseas, não consegui conter a bile que subiu pela garganta. Os olhares aterrorizados dos Guardas e até mesmo de Hera em mim me assustaram. Não precisei que ninguém explicasse o que havia acontecido. Sabia o que tinha acontecido. 

Sei de quem são os corpos carbonizados e quem fez aquilo com eles. A luz que senti não estava atrás de mim, estava em mim.

Olhei minhas mãos assustada. Minha pele brilhava fracamente como se um véu luminoso tivesse sido posto em mim como uma segunda pele. Mas não era um véu, era a minha própria pele. Brilhando. A bile subiu novamente por minha garganta, abri a boca pronta para por todo o conteúdo do meu estômago para fora, porém, nada saiu, somente tossi com a terrível sensação de vomitar. Meu corpo amoleceu, meus braços ficaram pesados, cai para frente me apoiando no último minuto com as mãos. Uma terrível vertigem me abateu e senti o mundo girar. Braços rodearam minha cintura, me assustando, tentei me afastar desesperadamente.

- Sou eu, olha para mim, sou eu, está tudo bem, está tudo bem agora, calma. - A voz de Hera desencadeou um alívio enorme, com os olhos fechados a abracei escondendo meu rosto em seu peito, não queria olhar aquela cena novamente.

 ~*~

HERA

Ninguém disse nada. Provavelmente ninguém respirava direito quando o clarão sumiu, mostrando uma Lorena abatida e cansada. Ela ainda brilhava, mas não como a segundos atrás. Aconteceu muito rápido, num momento estava com um vampiro grudado em meu pescoço, no outro, uma luz ofuscante preencheu o quarto e foi impossível continuar com os olhos abertos. Nunca me esquecerei das peles carbonizadas se tornando pó, e do cheiro da carne recém queimada. Antes que pensasse em qualquer coisa diante da estátua carbonizada do vampiro em minha frente, ela se desintegrou deixando um monte de poeira no chão.

Suspirei afastando a lembrança da mente temporariamente.

Preocupada demais que houvesse mais vampiros a caminho, fiz meu trabalho, despejei ordens. Sem pensar muito no que tinha acabado de presenciar, me levantei do chão, e conferi se todos estavam bem. Meus irmãos ainda estavam transformados e não se deram ao trabalho de voltar a forma humana. Minha mãe ainda se mantinha abaixada no chão, olhando para Lorena tão surpresa quanto todo mundo. O Supremo tinha manchas de sangue em todo o corpo e não me preocupei em ver se ele estava ferido, ele sabe se cuidar muito bem.

- Roger e Pedro, confiram o perímetro ao redor da casa, Igor e Matheus, olhem dentro da casa, todos os cômodos de preferência. Miguel, volta para o outro quarto e fica de olho na rua, já sabe, se vir qualquer coisa, avisa.

- Sim Senhora... - Miguel olha assustado para Lorena, que ainda tossia como se fosse vomitar.

- Pra hoje Miguel. - Com isso ele se retira do quarto. - Geovani? Cobre o posto do Roger. - Jogo o fuzil de longo alcance para ele, e assim como Miguel, ele sai do quarto dando um último olhar assustado para Lorena.

Me aproximo da minha companheira que estava prestes a desmaiar, seguro em sua cintura a puxando para mim, mas ela tenta se esquivar assustada.

- Sou eu, olha para mim, sou eu, está tudo bem, está tudo bem agora, calma. - Ela se desmancha em meus braços e a aperto contra mim, com ela no colo caminho para cama, o único móvel que ficou dentro do quarto. Deposito Lorena em cima da cama com cuidado, ela não estava dormindo, mas provavelmente logo estaria já que parecia se esforçar para mantes os olhos abertos. - Descansa, está tudo bem agora, você nos salvou, pode dormir. - Não era tudo verdade, ainda estávamos sobre ataque, mas não quis preocupá-la, Lorena é tão teimosa quanto eu e não vai concordar em descansar enquanto trabalhamos.

- Não...

- Amor... - A palavra saiu com naturalidade dos meus lábios, ainda assim a estranheza dela foi inevitável, tentei não pensar na intimidade que isso significava, intimidade que ainda não temos apesar de tudo. - Você precisa descansar, está exausta.

- Não... Não enquanto não souber que vamos ficar bem... - Ela diz com os olhos fechados, sua voz enrolando e se enfraquecendo. Ajeito o seu roupão que estava abrindo na parte dos seios, seus lindos cabelos cacheados estavam uma bagunça, mas uma bagunça muito bonita. 

- Tudo bem então. - Minha mãe se aproxima nesse momento se sentando ao lado de Lorena na cama. Ela me olha compreensiva.

- Pode ir, eu fico aqui com ela.

- Obrigado mãe. - Me afasto da cama indo em direção aos Guardas que ainda estavam no quarto. - Vocês fiquem nas janelas, e vocês na porta. Tem permissão para se transformar se outro grupo aparecer. - O grupo confirma com a cabeça, e os deixo para procurar o Supremo, que estava no corredor com o celular no ouvido. Foi difícil desviar minha atenção do buraco que havia se formado onde antes eram as escadas da mansão. Agora um enorme buraco no chão dava a visibilidade do piso inferior, fiquei aliviada por calcular certo a distância do quarto em que estávamos, da escadaria no momento em que a bomba explodisse.

- E então? - Me aproximo do Supremo, ele encerra a ligação.

- Neutralizaram um grupo de dez vampiros, mas ainda tem vampiros dentro da alcateia. Luís está vindo pessoalmente nos buscar. Está vindo com vinte homens.

- Certo. - Passo a mão pelos cabelos que haviam se soltado durante a confusão, meus dedos se enroscam nos fios sujos de sangue e desengrenados, desisto de tentar arrumá-los no mesmo instante. Com o rádio comunicador chamo Miguel e Geovani. - Algum movimento?

- Não senhora.

- Não senhora. - Ambos respondem ao mesmo tempo. Roger chama do andar debaixo e paro no limite do buraco no chão, tomando cuidado para que o resto não desabe comigo. Roger estava na forma humana com uma toalha enrolada na cintura, sangue sujava todo seu peito e rosto, mas ele não se importou com a sujeira. 

- Tudo limpo aqui em baixo. Pelas minhas contas foram vinte vampiros, tem três carbonizados onde era a escada, acredito que por causa da bomba. - Confirmo com a cabeça.

- Obrigada Roger, fica de guarda aí em baixo transformado, qualquer coisa nos dê um sinal.

- Sim senhora. - Ele caminha passando por cima dos móveis quebrados e dos entulhos, alguns ainda pegavam fogo quando Roger os apagou com um extintor antes de voltar a ronda.

- Quanto tempo para Luís estar aqui? - Pergunto para meu pai.

- Ele disse dez minutos, mas acho que chegará antes, pude ouvir o barulho do motor do carro, ele está vindo rápido.

- Certo, vamos esperar chegarem para descermos então. - Olho em volta no pequeno espaço do que havia sobrado do corredor, alguns corpos carbonizados ainda inteiros estavam próximos a porta do nosso quarto quando foram mortos pela luz de Lorena. 

- Isso não pode sair daqui. - O Supremo chama minha atenção. Ele tinha se abaixado perto de um dos corpos, um chiado ainda saia dos corpos como se ainda queimassem internamente, provavelmente porque não estavam tão perto da luz como os que estavam dentro do quarto, a ponto de virarem pó. O cheiro de carne queimada e fumaça fez meu nariz e olhos arderem. Roger aparentemente havia trabalhado no extintor quando saiu do quarto, a fumaça do fogo causado pela explosão da bomba preenchia o corredor deixando uma neblina branca, embaçando minha visão.- Se vier a público que Lorena tem esse tipo de poder teremos que nos preocupar com mais do que a família corrupta dela. - O Supremo me olha sério. A preocupação do que pode acontecer com Lorena se a pegarem me corroeu. Vê-la sendo prensada na parede pelo vampiro foi assustador demais, e minha vida sem ela, não é uma opção.

- Eu sei. - Foi tudo que pude responder.

Fim do capítulo

Notas finais:

OI OI GENTEEEE!!!

 

Primeiro: Esse cap foi revisado somente por mim, então se virem erros ignorem pfv ><             

Mas podem me falar se virem um. Críticas são bem vindas >< 

 

Curtam e comentem para eu saber o que estão achando, COMENTEM muito!! Amo os comentários de vocês >< 

 

Boa semana p todos! >< 

 

Se cuidem! Usem máscara! 

 

Até quarta que vem!  >< 


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Comentários para 22 - CAPÍTULO 19 - PARTE III:
Andys
Andys

Em: 06/05/2021

 

Ah que a Lorena botou pra  quebrar!Que trairagem do alfa da alcateia ja apareceu o primeiro traidor provavelmene  logo logo vão descobrir os poderes da Lorena te  prepara  HERA!

Autora libera um capitulo bonus vai....

 

 


Resposta do autor:

Lorena arrasou! >< 

Infelizmente acho q não vou conseguir publicar nenhum bônus nos próximos dias :/ Estou trabalhando direto (inclusive estou respondendo do meu trabalho agr rsrs), mas os caps da semana vão sair ><

Responder

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Flavia Rocha
Flavia Rocha

Em: 06/05/2021

Eita... o Lucas vai ter muitas explicações a dar. 

Na hora que elas começarem a se tratar de amor pra cá, amor pra lá. Eu vou me derreter rsrs.

Boa semana, autora.


Resposta do autor:

Sim! >< 

Quem sabe logo logo elas começam a se tratar assim ><

Obg e Boa semana ><

Responder

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roselene
roselene

Em: 05/05/2021

Excelente, está muito bom, que chego a perdoe mais,rsss 


Resposta do autor:

>< 

Responder

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Irinha
Irinha

Em: 05/05/2021

Capítulo cheio de adrenalina para as personagens e pra gente que curte a história também. Adorei o cuidado de Hera com a Lorena.bjs


Resposta do autor:

Fico feliz q gostou >< 

Lorena e Hera são muito fofas >< 

Responder

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Crika
Crika

Em: 05/05/2021

Eita q Lorena é a toda poderosa mesmo...

Pena ter q esperar tanto por mais um capítulo...

????


Resposta do autor:

Quarta feira chega rapidinho >< 

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 05/05/2021

Nosso muita emoções ??’–


Resposta do autor:

>< 

Responder

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