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Revelação - Série One Wolf por Ellen Costa

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Palavras: 7399
Acessos: 2641   |  Postado em: 28/04/2021

Notas iniciais:

BOA LEITURA! >< 

CAPÍTULO 19 - PARTE II

O sorriso superficial que mantive no rosto desde entrei na grande sala de estar sumiu imediatamente com a menção de meus pais.

- Tudo bem querida. - Anna se pronuncia rapidamente vendo minha apreensão. - Não precisa se preocupar, você está segura com a gente, eles não sabem que está aqui.

- E nem vão saber. - Hera completa e aperta minha mão.

Não sou uma pessoa medrosa, dificilmente me sinto amedrontada por qualquer tipo de situação, mas admito que minha "falta de medo" na verdade é um conformismo de que logo serei encontrada pelos meus pais e serei morta brutalmente por eles. Depois que fugi da alcateia em que minha família vive, passei a viver esperando que a qualquer momento eles me encontrassem e me matassem. Isso não é uma simples ideia, é uma certeza, e uma loucura. Infelizmente esse trauma cobra de mim atitudes impulsivas quando se trata da morte. Nas poucas vezes que me deparei com a morte não senti medo de morrer porque sabia do fundo do meu coração que não conseguiria me esconder  dos meus pais  para sempre, e quando meu esconderijo fosse descoberto eu estaria morta. Por tanto, morrer pelas mãos de qualquer outra pessoa por qualquer outro motivo, para mim é melhor que morrer pelas mãos deles. Morrer pelas mãos de outra pessoa me dá a satisfação de saber que eles não conseguiram o que tentaram minha vida toda, morrer lutando na equipe de Segurança da alcateia é como um grito de triunfo.

Mesmo que tivessem me dado um dia para fugir da alcateia para o mais longe que pudesse, sei  que essa chance não significa liberdade já que acredito que um dia me encontrariam. Viver todos os dias com medo de que eles apareçam para cumprir o que prometeram não é vida, não é liberdade, viver com medo não é viver, é respirar esperando o próprio fim. É isso o que faço, respiro, como, durmo, acordo, esperando meu próprio fim. Eles são pessoas horríveis, não tenho dúvidas de que se soubessem que tenho amigos, e se futuramente viesse ter uma família, tenho certeza que acabariam comigo por último somente pelo prazer de me ver sofrer pelas pessoas que amo, para depois de matá-las enfim me matarem. 

Medo, vivo com medo constante. Quando ninguém sabia sobre mim era mais fácil de lidar com o medo, era como se estivesse segura se me mantivesse com boca fechada. É como acreditar que falar o nome deles os fará aparecer em minha frente, com aqueles rostos fodidamente bonitos de pessoas de elite, e aqueles sorrisos malditos que frequentemente me dão pesadelos. Assim como todas famílias de aristocratas, a minha também tem uma equipe de funcionários que mora na mansão, eles sabiam dos maus tratos que sofria pelas mãos dos meus pais mas não eram burros para intervir, ninguém contraria meus pais. Ninguém ariscaria a vida por mim. 

Algumas vezes me perguntei o por que de não ter fugido antes, por que quando tive a chance, quando estava sozinha na grande mansão deles sem ninguém por perto para ver minha fuga não fugi? Teria sido fácil. Mas no fundo do meu coração eu sei porque, assim que desaparecesse eles colocariam assassinos atrás de mim, fugir sem a permissão deles só facilitaria o trabalho deles, só os deixaria mais irritados e consequentemente mais inclinados a acabar logo com a vida da filha indesejada. E eu não facilitaria para eles, mesmo que me custasse braços e pernas quebrados, olhos roxos, e dias sem comer. Não facilitaria para eles. E não facilitei, até o momento em que finalmente tive a chance de fugir.

O medo deles é um câncer que me corroí e me mata aos poucos. O som do ponteiro de um relógio soa na minha mente frequentemente me lembrando que o meu tempo de viver pode estar acabando. É um câncer que somente será curado quando todos eles deixarem de respirar sobre a face da terra, e como todo câncer, as sequelas ainda estarão em mim quando finalmente forem arrancados desse mundo. Os pesadelos nunca pararão, o medo de trabalhar nos muros e nos portões e acabar sendo vista por alguém que os conhecesse me impediu de trabalhar nos muros, foi a bondade e a confiança de Luís que permitiu a mim - uma desconhecida para ele - trabalhar na sala de câmeras longe das pessoas. Foi graças a Luís que escapei de trabalhar nos muros.

Agora, o som do relógio está mais alto e mais rápido. Quanto tempo levará para a notícia de que uma garota chamada Lorena, que ninguém tem permissão para ver, é companheira da filha mais velha do Supremo Alfa? Quanto tempo até eles desconfiarem, ou decidirem fazer uma visita? Ou bolarem um plano de um jantar, assim como os pais Lia, para tentar descobrir se essa Lorena é a filha indesejada deles? 

Um calafrio correu  por todo meu corpo, meu nariz ardeu pela vontade de chorar, abaixei a cabeça pela primeira vez naquele dia. Imaginar que eles podem me encontrar mais rápido do que eu imagino é assustador. 

"Na verdade, mesmo que fosse daqui a um século, ainda seria igualmente assustador."

Mesmo sabendo que não sou mais a garota indefesa que era, é assustador. Mesmo sabendo que a Família Real pode tentar me proteger, é assustador. Meu tempo está acabando. 

- Acho melhor não tocarmos nesse assunto, por enquanto. - A voz de Anna me tira do redemoinho de medo em que havia afundado sem perceber. Seco uma lágrima solitária que se acumulava em meus olhos enquanto viro o rosto. Sinto o olhar de Hera sobre mim, com certeza ela sentiu o cheiro do meu  medo. Para minha sorte, a Suprema e o Supremo estão distantes o suficiente para não sentir, mas com certeza viram que para mim é um assunto complicado, no mínimo. 

- Tudo bem. Mas, futuramente, teremos que conversar sobre eles, não pretendemos deixar isso quieto agora que sabemos tudo o que você passou. Espero que logo possamos conversar melhor sobre o assunto. - O Supremo me diz. Hera aperta minha mão mais uma vez com força, ela estava contendo sua raiva. Como deve ter sido a reação deles ao saber quem são meus pais e o que fizeram? Pela raiva contida de Hera, e a troca de olhares entre ela e o Supremo deduzi que provavelmente não aceitaram bem.

Concordei com a cabeça, não confiando em minha voz no momento. 

- Luís nos falou bastante de você, fala de você como se fosse filha dele, com muito... Orgulho. - Jeremy diz curioso, e pigarreio numa tentativa falha de testar minha voz. 

- Ele cuidou de mim desde que cheguei aqui, me ensinou a me defender, me ensinou muitas coisas, acho que o orgulho dele se deve ao fato de eu ser uma das suas melhores alunas. - Sorrio aliviada pela mudança de assunto.

- Entendo. - Com um olhar semicerrado Jeremy me encara me deixando desconfortável. - Bom, você é oficialmente a primeira pessoa que consegue fugir de um dos nossos Guardas, ninguém nunca escapou deles. - Todos ao meu redor riem, o máximo que consigo é sorrir em resposta. 

"Duvido que Anna tenha tentado fugir deles em algum momento..."

Mantive o comentário para mim mesma.

- Nós nem perguntamos, como você está se sentindo? Elisângela disse que você passou horas com dor. - Anna me olha preocupada. Outro assunto que realmente não estava com disposição de falar. 

- Me sinto bem. 

- Miranda virá amanhã para que conversem, ela veio hoje mas você não estava, devo admitir que gostei de ver minha filha contrariada um pouco, ela não gostou nada da sua fuga. - Jeremy diz com tom provocador e com o olhar em Hera, que logo bufa ficando carrancuda. A notícia de que Miranda viria me ver no dia seguinte pairou em minha mente. Será que finalmente vou conhecer a Profeta?

- Ela quer conversar com você sobre os seus poderes, e sobre você ser a primeira híbrida do mundo. - Hera me inspeciona com o olhar. 

- Entendi, por mim tudo bem, estou tentando falar com ela a um tempo, mas sempre nos desencontramos.

- Ela disse a mesma coisa. - Anna sorri. 

Depois de mais alguns minutos conversando, onde Anna, Jeremy e o irmão abusado de Hera falaram sobre as artimanhas de Hera para irritá-la, Hera finalmente percebeu em algum momento que me sentia cansada, nos despedimos de todos e subimos para o quarto, um grande alívio para mim.

- Está com fome? - Hera perguntou enquanto se deitava ao meu lado na cama. Usava uma calça de moletom larga e um top cobrindo os seios pequenos, porém redondos e firmes que não pude deixar de olhar. Por mais que minha mente quisesse fazer amor loucamente com Hera até esquecer meu próprio nome, e até sentir meu sex* arder de tanta "movimentação", meu corpo quis outra coisa. Dormir. E por mais que exteriormente estivesse calma meu interior se remoía preocupada com quando a notícia de uma garota chamada Lorena chegar ao ouvido dos meus pais. O que acontecerá quando meus pais vierem atrás de mim? Um filme imaginário passou em minha mente mostrando sangue, brigas e mortes, principalmente a minha. 

"Essa noite, será uma daquelas..." 

- Não, só cansada. - Sorrio abraçando minha própria cintura já deitada. Hera tinha acabado de sair do banho, o cheiro do sabonete de coco emanou de seu corpo atingindo meu nariz, seus longos cabelos escuros estão presos em um coque, os músculos de seu braço se retesaram toda vez que ela fazia um movimento, e sua barriga com gominhos ficou em meu campo de visão quando ela se levantou novamente da cama para pegar o celular no bolso da calça que vestia a minutos atrás. Depois de alguns segundos olhando alguma coisa no celular ela volta para cama com ele nas mãos, o colocando debaixo do travesseiro. 

- Queria ir ver a Lia amanhã, ela deve estar fazendo todo tipo de merd* comigo longe.

- Você é algum tipo de babá dela? - Hera diz olhando para o teto do quarto. Ciúmes de novo, não consegui evitar a risada. - Não tem graça.

- Não babá, irmã postiça mais velha. - Espero que Hera entenda meu relacionamento com Lia. Lia foi a primeira e única amiga que tive em toda minha vida.

- Hum.

- Qual é o problema? - Senti que Hera estava incomodada com alguma coisa, e achei que ela não fosse me responder pois ficou longos minutos  sem dizer nada.

- Não fuja de novo daqui. 

- Tudo bem, fizemos um acordo vou cumprir com minha parte.

- Espero. - Ela permaneceu com uma das mãos embaixo da cabeça e outra na barriga, ainda olhando para o teto do quarto pensativa. - Senti seu medo quando meu pai falou da sua família. 

Suspiro incomodada. Minha família é um assunto que não tenho a menor vontade de conversar, com quem quer que seja. 

- Foi intenso. Muito intenso. - Hera me olhou e me senti nua diante dela. Seus olhos que ora estão esverdeados e ora amarelados dão a terrível sensação de que podem ler meus pensamentos e ver todo meu interior. Desconfortável mas lindos. - Tão intenso que em um momento senti em meu próprio coração o que você sentia Lorena. 

- Acho que já vou dormir, estou me sentindo sonolenta o dia todo mesmo tendo dormido tanto tempo. - Me viro de costas para ela torcendo para que esquecesse o assunto. Meu tempo com ela provavelmente está acabando e não quero desperdiçá-lo falando das pessoas que mais odeio na vida.

- Em algum momento vamos ter que conversar sobre eles. Preciso saber que tipo de risco eles são para você, preciso saber o que tenho que fazer...

- Nada! Você não tem que fazer nada, eles são... por mais que eles não representem riscos para sua família, eles...

- Nossa família. - Hera me interrompe irritada. - Qualquer coisa que eles tentarem fazer contra você será um ataque a Família Real, você também é da família agora e se acha que não vamos fazer nada para te proteger está redondamente enganada. - Me encolho ao ouvir seu tom de voz perigoso. Sei como a Família Real trata traidores, ouvi as histórias diversas vezes, principalmente sobre os filhos do Supremo Alfa, que se mostram tão perigosos e letais quanto o mesmo. "Excelentes herdeiros!", é o que ouvia de Luís frequentemente sobre os filhos do Supremo, principalmente a filha mais velha. Por mais que me tranquilize saber que Hera pode se defender dos meus pais, o medo do que eles podem fazer com ela se a pegarem antes de mim não me deixa suspirar aliviada. 

Continuei de costas para Hera sem dizer nada, em algum momento durante o silêncio no quarto senti o sono se aproximando, é tão bom voltar a dormir. 

Me deixei afundar na escuridão que o sono proporcionava. 

                                                                                       ~*~

O som de carros passando em alta velocidade na rua me acordou. A luz que entrou pelas janelas dos faróis dos carros me fez saltar na cama assustada.

"Que horas são?" 

Me mexi na cama procurando meu celular debaixo do travesseiro como sempre fiz, mas ele não estava lá, e não me lembrava de onde o havia deixado da última vez que o usei. Me sentei na cama e Hera entrou em meu campo de visão, ela dormiu na mesma posição em que tinha deitado, uma mão embaixo da cabeça e uma mão descansava sobre seu ventre. É linda. Seu peito subia  e descia tranquilamente. Outro carro passou em alta velocidade pela rua e franzi o cenho. 

"Não sei que horas são, mas com certeza não é hora de ter carros correndo na rua nessa velocidade."

Me levantei da cama tentando não fazer muitos movimentos bruscos para não acordar Hera. Em frente a janela do quarto abri uma brecha na cortina para olhar a movimentação na rua. Com exceção de um carro do outro lado da rua com quatro seguranças da equipe de Contenção, tudo estava deserto. Antes que me afastasse da janela vi quando um dos seguranças respondeu a uma chamada no rádio, ele disse algo aos outros que estavam com ele, e em segundos todos destravaram as trancas de suas armas e entraram no carro que saiu em disparada logo em seguida. 

- Merda. - Fechei a cortina e fui até Hera, não sabia a melhor forma de acordá-la, e sem jeito cutuquei seu ombro, sem nenhum outro movimento, e sem dizer uma palavra Hera abriu os olhos se sentando na cama abruptamente, dei um passo para trás de susto.

Hera me olhou de cima a baixo e depois olhou em volta no quarto, voltando seu olhar para mim.

- Acho que está acontecendo alguma coisa. Acordei com barulho de carros correndo na rua, e quando olhei pela janela vi os seguranças se armando como se estivessem indo para um ataque. - Hera se levantou da cama sem dizer nada e foi para janela.

- Merda! Era para ter três carros de patrulha do outro lado da rua, não tem nenhum. - Hera foi até a poltrona pegando uma regata branca, a vestindo. - Fica aqui, já volto. - Com isso ela sai do quarto me deixando sozinha. 

Voltar a dormir não era uma opção, então procurei meu celular pelo quarto o encontrando no bolso da minha calça, retirei o aparelho que estava estranhamente preso ao bolso. Ao olhar a tela inicial vejo cinco chamadas perdidas de Lia marcando na tela, duas mensagens de Bruno e duas de Luís. Vi as mensagens anteriormente contudo escolhi não responder, não me sinto disposta para conversar com ninguém sobre os últimos acontecimentos. Retornei as ligações de Lia, que só me atendeu na minha terceira tentativa. 

- Alô?

- Lia, você está em casa? - Apesar de saber que provavelmente ela estava pela voz sonolenta, quis ter certeza. 

- Sim, por quê? Que horas...

- Lia, acho que estamos sendo atacados de novo, não tenho certeza, só quis te ligar para te avisar... - Um farfalhar do outro lado da linha atrapalha a ligação. 

- Aparentemente aqui está tudo bem mas obrigado por avisar. Você está bem? Não retornou minhas ligações, Bruno disse que também tentou falar com você...

- Não estou cem por cento, tem muitas coisas acontecendo, te conto pessoalmente, pretendo ir na sua casa hoje mais tarde, vai estar?

- Sim, claro! Vou ficar te esperando.

- Tá bom, vou desligar agora, vou tentar saber o que está acontecendo. - Quando a ligação se encerra saio do quarto. Os corredores da mansão estão vazios e escuros. Vozes vem do final do corredor, da escada. Com todos meus sentidos em alerta e minha pele formigando, desço a escada apreensiva, as vozes de Hera e do Supremo flutuaram por todo o ambiente, quando chego ao umbral da sala de estar todos tiram um minuto do seu tempo para me olhar antes de voltar ao que faziam. Os Guardas Reais olhavam pelas grandes janelas de vidro da sala de estar, a Suprema estava apreensiva ouvindo tudo o que o Supremo Alfa dizia pelo telefone, provavelmente conversava com Lucas. Matheus e Igor olhavam pelas janelas como se esperassem que algo aparecesse a qualquer momento, e ambos tinham uma AK105 em mãos. Avisto Hera no canto da sala em frente a uma maleta grande, que pela minha experiência, é uma maleta específica para transporte de armas. Observei que todos os Guardas Reais carregavam uma arma diferente nas mãos. Me aproximei olhando a variedade de armas dentro da grande maleta de no mínimo um metro e meio.

- Miguel? - Hera chama ainda sem perceber minha presença. O segurança do qual fugi se aproximou com rádios comunicadores nas mãos. 

- Sim? - Ele parou do outro lado da mesa ficando de frente para Hera, que entregou um fuzil de precisão para ele, uma Barrett M82. Com aquele fuzil ele podia atirar a uma distância de mais de seis mil metros de distância, infeliz será a pessoa que for atingida por uma dessas.

- Da janela do meu quarto é possível ver a entrada da rua do lado direito. - Hera voltou sua atenção para a maleta. - Roger? - Outro rapaz se aproximou, apesar de aparentar ser muito jovem seu corpo é composto por músculos, mesmo com a farda da equipe da Guarda cobrindo toda sua pele tenho certeza de que nenhuma gordura localizada habita esse corpo, somente músculos. Tatuagens na antiga língua lycan subiam pelo pedaço de pele exposta em seu pescoço. Seu olhar negro assim como sua pele fez eu me sentir pequena e inútil perto dele. Ele é um bom oponente para treinar luta corporal. Hera entrega outra Barret para ele, que segura com naturalidade.

- O último quarto, procura uma janela que consiga ver a entrada esquerda da rua. 

- Sim, senhora. - Ele some de vista. Paro ao lado de Hera admirando maravilhada aquela maleta de armas. Quando entrei para a equipe de Segurança e comecei os treinamentos com armas descobri que as armas são meus objetos favoritos, e se pudesse, teria uma coleção delas em casa.

"Ainda tenho tempo de realizar esse sonho..." 

- Disse para ficar no quarto. - Hera me olha irritada.

- Sou sua companheira não sua equipe. - Os irmãos de Hera riem sem tirar o olhos das janelas de vidro. - Além do mais, também sou treinada, não vou ficar sentada vendo tudo acontecer. - Digo no mesmo tom. Hera abre a boca para dizer algo que com certeza me tiraria do sério, mas que eu responderia na mesma altura, porém o Supremo se aproxima desligando o celular. 

- Não sabem quantos passaram pelos muros, e ainda não identificaram se são rebeldes, bruxas ou vampiros. Mas o  palpite é que sejam rebeldes ou vampiros, pela velocidade, já que as bruxas não passariam tão rápido pelos muros. - Hera suspira visivelmente irritada e volta sua atenção para a maleta. O Supremo se aproxima pegando uma pistola Glock G19 9mm, e tanto Hera quanto eu o olhamos incrédulas. - Não é para mim, é para sua mãe se precisar. - Com isso ele se afasta e vai até Anna, que torcia as mãos nervosa no sofá.

Volto meu olhar para a maleta procurando uma arma que me agrade, e depois de segundos inspecionando as armas ali o brilho prateado da pistola Berreta 92 chama minha atenção. Pego um par delas conferindo o carregador e a trava. Pela visão lateral pude ver que Hera me observava silenciosa. 

- Eles não tem uma estimativa de quantas invasores tem? Quantos foram vistos? - Hera volta sua atenção para a maleta. 

- Aparentemente não, ainda não puderam contar os que viram. - Hera mexe na maleta procurando alguma coisa. O telefone do Supremo toca e quando ele pega o aparelho para atender uma sirene alta soa na rua. A sinere deve ser usada somente em casos onde a invasão é feita por um grupo grande de invasores, o que nunca aconteceu no tempo em que moro aqui. Ou a pessoa que está na sala de câmeras soou a sirene precipitadamente e todos dentro do condomínio entraram em pânico, apesar da ordem para  que nesses casos todos permanecessem dentro de suas residências. Ou realmente o grupo de invasores contem mais de trinta pessoas. Torci para que fosse o primeiro caso. 

A sirene soou mais uma vez nas ruas, identificar os invasores será mais fácil agora que toda a alcateia acordou com o barulho. O Supremo desliga o celular. 

- Ainda não sabem a quantidade de pessoas, mas conseguiram contar pelo menos umas trinta e cinco, no mínimo. - Ele caminha para a maleta novamente se armando. 

Um disparo faz com que todos se abaixem instintivamente. O aparelho comunicador preso a cintura de Hera apita. 

- Movimento suspeito na entrada pela direita! - A voz estridente de Miguel soa pelo aparelho. 

Outro disparo soa.

 

Não sou uma pessoa medrosa, dificilmente me sinto amedrontada por qualquer tipo de situação, mas admito que minha "falta de medo" na verdade é um conformismo de que logo serei encontrada pelos meus pais e serei morta brutalmente por eles. Depois que fugi da alcateia em que minha família vive, passei a viver esperando que a qualquer momento eles me encontrassem e me matassem. Isso não é uma simples ideia, é uma certeza, e uma loucura. Infelizmente esse trauma cobra de mim atitudes impulsivas quando se trata da morte. Nas poucas vezes que me deparei com a morte não senti medo de morrer porque sabia do fundo do meu coração que não conseguiria me esconder  dos meus pais  para sempre, e quando meu esconderijo fosse descoberto eu estaria morta. Por tanto, morrer pelas mãos de qualquer outra pessoa por qualquer outro motivo, para mim é melhor que morrer pelas mãos deles. Morrer pelas mãos de outra pessoa me dá a satisfação de saber que eles não conseguiram o que tentaram minha vida toda, morrer lutando na equipe de Segurança da alcateia é como um grito de triunfo.

 

Mesmo que tivessem me dado um dia para fugir da alcateia para o mais longe que pudesse, sei  que essa chance não significa liberdade já que acredito que um dia me encontrariam. Viver todos os dias com medo de que eles apareçam para cumprir o que prometeram não é vida, não é liberdade, viver com medo não é viver, é respirar esperando o próprio fim. É isso o que faço, respiro, como, durmo, acordo, esperando meu próprio fim. Eles são pessoas horríveis, não tenho dúvidas de que se soubessem que tenho amigos, e se futuramente viesse ter uma família, tenho certeza que acabariam comigo por último somente pelo prazer de me ver sofrer pelas pessoas que amo, para depois de matá-las em fim me matarem. 

 

Medo, vivo com medo constante. Quando ninguém sabia sobre mim era mais fácil de lidar com o medo, era como se estivesse segura se me mantivesse com boca fechada. É como acreditar que falar o nome deles os fará aparecer em minha frente, com aqueles rostos fodidamente bonitos de pessoas de elite, e aqueles sorrisos malditos que frequentemente me dão pesadelos. Assim como todas famílias de aristocratas, a minha também tem uma equipe de funcionários que mora na mansão, eles sabiam dos maus tratos que sofria pelas mãos dos meus pais mas não eram burros para intervir, ninguém contraria meus pais. Ninguém ariscaria a vida por mim. 

 

Algumas vezes me perguntei o por que de não ter fugido antes, por que quando tive a chance, quando estava sozinha na grande mansão deles sem ninguém por perto para ver minha fuga não fugi? Teria sido fácil. Mas no fundo do meu coração eu sei porque, assim que desaparecesse eles colocariam assassinos atrás de mim, fugir sem a permissão deles só facilitaria o trabalho deles, só os deixaria mais irritados e consequentemente mais inclinados a acabar logo com a vida da filha indesejada. E eu não facilitaria para eles, mesmo que me custasse braços e pernas quebrados, olhos roxos, e dias sem comer. Não facilitaria para eles. E não facilitei, até o momento em que finalmente tive a chance de fugir.

 

O medo deles é um câncer que me corroí e me mata aos poucos. O som do ponteiro de um relógio soa na minha mente frequentemente me lembrando que o meu tempo de viver pode estar acabando. É um câncer que somente será curado quando todos eles deixarem de respirar sobre a face da terra, e como todo câncer, as sequelas ainda estarão em mim quando finalmente forem arrancados desse mundo. Os pesadelos nunca pararão, o medo de trabalhar nos muros e nos portões e acabar sendo vista por alguém que os conhecesse me impediu de trabalhar nos muros, foi a bondade e a confiança de Luís que permitiu a mim - uma desconhecida para ele - trabalhar na sala de câmeras longe das pessoas. Foi graças a Luís que escapei de trabalhar nos muros.

 

Agora, o som do relógio está mais alto e mais rápido. Quanto tempo levará para a notícia de que uma garota chamada Lorena, que ninguém tem permissão para ver, é companheira da filha mais velha do Supremo Alfa? Quanto tempo até eles desconfiarem, ou decidirem fazer uma visita? Ou bolarem um plano de um jantar, assim como os pais Lia, para tentar descobrir se essa Lorena é a filha indesejada deles? 

 

Um calafrio correu  por todo meu corpo, meu nariz ardeu pela vontade de chorar, abaixei a cabeça pela primeira vez naquele dia. Imaginar que eles podem me encontrar mais rápido do que eu imagino é assustador. 

 

"Na verdade, mesmo que fosse daqui a um século, ainda seria igualmente assustador."

 

Mesmo sabendo que não sou mais a garota indefesa que era, é assustador. Mesmo sabendo que a Família Real pode tentar me proteger, é assustador. Meu tempo está acabando. 

 

- Acho melhor não tocarmos nesse assunto, por enquanto. - A voz de Anna me tira do redemoinho de medo em que havia afundado sem perceber. Seco uma lágrima solitária que se acumulava em meus olhos enquanto viro o rosto. Sinto o olhar de Hera sobre mim, com certeza ela sentiu o cheiro do meu  medo. Para minha sorte, a Suprema e o Supremo estão distantes o suficiente para não sentir, mas com certeza viram que para mim é um assunto complicado, no mínimo. 

 

- Tudo bem. Mas, futuramente, teremos que conversar sobre eles, não pretendemos deixar isso quieto agora que sabemos tudo o que você passou. Espero que logo possamos conversar melhor sobre o assunto. - O Supremo me diz. Hera aperta minha mão mais uma vez com força, ela estava contendo sua raiva. Como deve ter sido a reação deles ao saber quem são meus pais e o que fizeram? Pela raiva contida de Hera, e a troca de olhares entre ela e o Supremo deduzi que provavelmente não aceitaram bem.

 

Concordei com a cabeça, não confiando em minha voz no momento. 

 

- Luís nos falou bastante de você, fala de você como se fosse filha dele, com muito... Orgulho. - Jeremy diz curioso, e pigarreio numa tentativa falha de testar minha voz. 

 

- Ele cuidou de mim desde que cheguei aqui, me ensinou a me defender, me ensinou muitas coisas, acho que o orgulho dele se deve ao fato de eu ser uma das suas melhores alunas. - Sorrio aliviada pela mudança de assunto.

 

- Entendo. - Com um olhar semicerrado Jeremy me encara me deixando desconfortável. - Bom, você é oficialmente a primeira pessoa que consegue fugir de um dos nossos Guardas, ninguém nunca escapou deles. - Todos ao meu redor riem, o máximo que consigo é sorrir em resposta. 

 

"Duvido que Anna tenha tentado fugir deles em algum momento..."

 

Mantive o comentário para mim mesma.

 

- Nós nem perguntamos, como você está se sentindo? Elisângela disse que você passou horas com dor. - Anna me olha preocupada. Outro assunto que realmente não estava com disposição de falar. 

 

- Me sinto bem. 

 

- Miranda virá amanhã para que conversem, ela veio hoje mas você não estava, devo admitir que gostei de ver minha filha contrariada um pouco, ela não gostou nada da sua fuga. - Jeremy diz com tom provocador e com o olhar em Hera, que logo bufa ficando carrancuda. A notícia de que Miranda viria me ver no dia seguinte pairou em minha mente. Será que finalmente vou conhecer a Profeta?

 

- Ela quer conversar com você sobre os seus poderes, e sobre você ser a primeira híbrida do mundo. - Hera me inspeciona com o olhar. 

 

- Entendi, por mim tudo bem, estou tentando falar com ela a um tempo, mas sempre nos desencontramos.

 

- Ela disse a mesma coisa. - Anna sorri. 

 

Depois de mais alguns minutos conversando, onde Anna, Jeremy e o irmão abusado de Hera falaram sobre as artimanhas de Hera para irritá-la, Hera finalmente percebeu em algum momento que me sentia cansada, nos despedimos de todos e subimos para o quarto, um grande alívio para mim.

 

- Está com fome? - Hera perguntou enquanto se deitava ao meu lado na cama. Usava uma calça de moletom larga e um top cobrindo os seios pequenos, porém redondos e firmes que não pude deixar de olhar. Por mais que minha mente quisesse fazer amor loucamente com Hera até esquecer meu próprio nome, e até sentir meu sex* arder de tanta "movimentação", meu corpo quis outra coisa. Dormir. E por mais que exteriormente estivesse calma meu interior se remoía preocupada com quando a notícia de uma garota chamada Lorena chegar ao ouvido dos meus pais. O que acontecerá quando meus pais vierem atrás de mim? Um filme imaginário passou em minha mente mostrando sangue, brigas e mortes, principalmente a minha. 

 

"Essa noite, será uma daquelas..." 

 

- Não, só cansada. - Sorrio abraçando minha própria cintura já deitada. Hera tinha acabado de sair do banho, o cheiro do sabonete de coco emanou de seu corpo atingindo meu nariz, seus longos cabelos escuros estão presos em um coque, os músculos de seu braço se retesaram toda vez que ela fazia um movimento, e sua barriga com gominhos ficou em meu campo de visão quando ela se levantou novamente da cama para pegar o celular no bolso da calça que vestia a minutos atrás. Depois de alguns segundos olhando alguma coisa no celular ela volta para cama com ele nas mãos, o colocando debaixo do travesseiro. 

 

- Queria ir ver a Lia amanhã, ela deve estar fazendo todo tipo de merd* comigo longe.

 

- Você é algum tipo de babá dela? - Hera diz olhando para o teto do quarto. Ciúmes de novo, não consegui evitar a risada. - Não tem graça.

 

- Não babá, irmã postiça mais velha. - Espero que Hera entenda meu relacionamento com Lia. Lia foi a primeira e única amiga que tive em toda minha vida.

 

- Hum.

 

- Qual é o problema? - Senti que Hera estava incomodada com alguma coisa, e achei que ela não fosse me responder pois ficou longos minutos  sem dizer nada.

 

- Não fuja de novo daqui. 

 

- Tudo bem, fizemos um acordo vou cumprir com minha parte.

 

- Espero. - Ela permaneceu com uma das mãos embaixo da cabeça e outra na barriga, ainda olhando para o teto do quarto pensativa. - Senti seu medo quando meu pai falou da sua família. 

 

Suspiro incomodada. Minha família é um assunto que não tenho a menor vontade de conversar, com quem quer que seja. 

 

- Foi intenso. Muito intenso. - Hera me olhou e me senti nua diante dela. Seus olhos que ora estão esverdeados e ora amarelados dão a terrível sensação de que podem ler meus pensamentos e ver todo meu interior. Desconfortável mas lindos. - Tão intenso que em um momento senti em meu próprio coração o que você sentia Lorena. 

 

- Acho que já vou dormir, estou me sentindo sonolenta o dia todo mesmo tendo dormido tanto tempo. - Me viro de costas para ela torcendo para que esquecesse o assunto. Meu tempo com ela provavelmente está acabando e não quero desperdiçá-lo falando das pessoas que mais odeio na vida.

 

- Em algum momento vamos ter que conversar sobre eles. Preciso saber que tipo de risco eles são para você, preciso saber o que tenho que fazer...

 

- Nada! Você não tem que fazer nada, eles são... por mais que eles não representem riscos para sua família, eles...

 

- Nossa família. - Hera me interrompe irritada. - Qualquer coisa que eles tentarem fazer contra você será um ataque a Família Real, você também é da família agora e se acha que não vamos fazer nada para te proteger está redondamente enganada. - Me encolho ao ouvir seu tom de voz perigoso. Sei como a Família Real trata traidores, ouvi as histórias diversas vezes, principalmente sobre os filhos do Supremo Alfa, que se mostram tão perigosos e letais quanto o mesmo. "Excelentes herdeiros!", é o que ouvia de Luís frequentemente sobre os filhos do Supremo, principalmente a filha mais velha. Por mais que me tranquilize saber que Hera pode se defender dos meus pais, o medo do que eles podem fazer com ela se a pegarem antes de mim não me deixa suspirar aliviada. 

 

Continuei de costas para Hera sem dizer nada, em algum momento durante o silêncio no quarto senti o sono se aproximando, é tão bom voltar a dormir. 

 

Me deixei afundar na escuridão que o sono proporcionava. 

 

                                                                                       ~*~

 

O som de carros passando em alta velocidade na rua me acordou. A luz que entrou pelas janelas dos faróis dos carros me fez saltar na cama assustada.

 

"Que horas são?" 

 

Me mexi na cama procurando meu celular debaixo do travesseiro como sempre fiz, mas ele não estava lá, e não me lembrava de onde o havia deixado da última vez que o usei. Me sentei na cama e Hera entrou em meu campo de visão, ela dormiu na mesma posição em que tinha deitado, uma mão embaixo da cabeça e uma mão descansava sobre seu ventre. É linda. Seu peito subia  e descia tranquilamente. Outro carro passou em alta velocidade pela rua e franzi o cenho. 

 

"Não sei que horas são, mas com certeza não é hora de ter carros correndo na rua nessa velocidade."

 

Me levantei da cama tentando não fazer muitos movimentos bruscos para não acordar Hera. Em frente a janela do quarto abri uma brecha na cortina para olhar a movimentação na rua. Com exceção de um carro do outro lado da rua com quatro seguranças da equipe de Contenção, tudo estava deserto. Antes que me afastasse da janela vi quando um dos seguranças respondeu a uma chamada no rádio, ele disse algo aos outros que estavam com ele, e em segundos todos destravaram as trancas de suas armas e entraram no carro que saiu em disparada logo em seguida. 

 

- Merda. - Fechei a cortina e fui até Hera, não sabia a melhor forma de acordá-la, e sem jeito cutuquei seu ombro, sem nenhum outro movimento, e sem dizer uma palavra Hera abriu os olhos se sentando na cama abruptamente, dei um passo para trás de susto.

 

Hera me olhou de cima a baixo e depois olhou em volta no quarto, voltando seu olhar para mim.

 

- Acho que está acontecendo alguma coisa. Acordei com barulho de carros correndo na rua, e quando olhei pela janela vi os seguranças se armando como se estivessem indo para um ataque. - Hera se levantou da cama sem dizer nada e foi para janela.

 

- Merda! Era para ter três carros de patrulha do outro lado da rua, não tem nenhum. - Hera foi até a poltrona pegando uma regata branca, a vestindo. - Fica aqui, já volto. - Com isso ela sai do quarto me deixando sozinha. 

 

Voltar a dormir não era uma opção, então procurei meu celular pelo quarto o encontrando no bolso da minha calça, retirei o aparelho que estava estranhamente preso ao bolso. Ao olhar a tela inicial vejo cinco chamadas perdidas de Lia marcando na tela, duas mensagens de Bruno e duas de Luís. Vi as mensagens anteriormente contudo escolhi não responder, não me sinto disposta para conversar com ninguém sobre os últimos acontecimentos. Retornei as ligações de Lia, que só me atendeu na minha terceira tentativa. 

 

- Alô?

 

- Lia, você está em casa? - Apesar de saber que provavelmente ela estava pela voz sonolenta, quis ter certeza. 

 

- Sim, por quê? Que horas...

 

- Lia, acho que estamos sendo atacados de novo, não tenho certeza, só quis te ligar para te avisar... - Um farfalhar do outro lado da linha atrapalha a ligação. 

 

- Aparentemente aqui está tudo bem mas obrigado por avisar. Você está bem? Não retornou minhas ligações, Bruno disse que também tentou falar com você...

 

- Não estou cem por cento, tem muitas coisas acontecendo, te conto pessoalmente, pretendo ir na sua casa hoje mais tarde, vai estar?

 

- Sim, claro! Vou ficar te esperando.

 

- Tá bom, vou desligar agora, vou tentar saber o que está acontecendo. - Quando a ligação se encerra saio do quarto. Os corredores da mansão estão vazios e escuros. Vozes vem do final do corredor, da escada. Com todos meus sentidos em alerta e minha pele formigando, desço a escada apreensiva, as vozes de Hera e do Supremo flutuaram por todo o ambiente, quando chego ao umbral da sala de estar todos tiram um minuto do seu tempo para me olhar antes de voltar ao que faziam. Os Guardas Reais olhavam pelas grandes janelas de vidro da sala de estar, a Suprema estava apreensiva ouvindo tudo o que o Supremo Alfa dizia pelo telefone, provavelmente conversava com Lucas. Matheus e Igor olhavam pelas janelas como se esperassem que algo aparecesse a qualquer momento, e ambos tinham uma AK105 em mãos. Avisto Hera no canto da sala em frente a uma maleta grande, que pela minha experiência, é uma maleta específica para transporte de armas. Observei que todos os Guardas Reais carregavam uma arma diferente em mãos. Me aproximei olhando a variedade armas dentro da grande maleta de no mínimo um metro e meio.

 

- Miguel? - Hera chama ainda sem perceber minha presença. O segurança do qual fugi se aproximou com rádios comunicadores nas mãos. 

 

- Sim? - Ele parou do outro lado da mesa ficando de frente para Hera, que entregou um fuzil de precisão para ele, uma Barrett M82. Com aquele fuzil ele podia atirar a uma distância de mais de seis mil metros de distância, infeliz será a pessoa que for atingida por uma dessas.

 

- Da janela do meu quarto é possível ver a entrada da rua do lado direito. - Hera voltou sua atenção para a maleta. - Roger? - Outro rapaz se aproximou, apesar de aparentar ser muito jovem seu corpo é composto por músculos, mesmo com a farda da equipe da Guarda cobrindo toda sua pele tenho certeza de que nenhuma gordura localizada habita esse corpo, somente músculos. Tatuagens na antiga língua lycan subiam pelo pedaço de pele exposta em seu pescoço. Seu olhar negro assim como sua pele fez eu me sentir pequena e inútil perto dele. Ele é um bom oponente para treinar luta corporal. Hera entrega outra Barret para ele, que segura com naturalidade.

 

- O último quarto, procura uma janela que consiga ver a entrada esquerda da rua. 

 

- Sim, senhora. - Ele some de vista. Paro ao lado de Hera admirando maravilhada aquela maleta de armas. Quando entrei para a equipe de Segurança e comecei os treinamentos com armas descobri que as armas são meus objetos favoritos, e se pudesse, teria uma coleção delas em casa.

 

"Ainda tenho tempo de realizar esse sonho..." 

 

- Disse para ficar no quarto. - Hera me olha irritada.

 

- Sou sua companheira não sua equipe. - Os irmãos de Hera riem sem tirar o olhos das janelas de vidro. - Além do mais, também sou treinada, não vou ficar sentada vendo tudo acontecer. - Digo no mesmo tom. Hera abre a boca para dizer algo que com certeza me tiraria do sério, mas que eu responderia na mesma altura, porém o Supremo se aproxima desligando o celular. 

 

- Não sabem quantos passaram pelos muros, e ainda não identificaram se são rebeldes, bruxas ou vampiros. Mas o  palpite é que sejam rebeldes ou vampiros, pela velocidade, já que as bruxas não passariam tão rápido pelos muros. - Hera suspira visivelmente irritada e volta sua atenção para a maleta. O Supremo se aproxima pegando uma pistola Glock G19 9mm, e tanto Hera quanto eu o olhamos incrédulas. - Não é para mim, é para sua mãe se precisar. - Com isso ele se afasta e vai até Anna, que torcia as mãos nervosa no sofá.

 

Volto meu olhar para a maleta procurando uma arma que me agrade, e depois de segundos inspecionando as armas ali o brilho prateado da pistola Berreta 92 chama minha atenção. Pego um par delas conferindo o carregador e a trava. Pela visão lateral pude ver que Hera me observava silenciosa. 

 

- Eles não tem uma estimativa de quantas invasores tem? Quantos foram vistos? - Hera volta sua atenção para a maleta. 

 

- Aparentemente não, ainda não puderam contar quantos entraram. - Hera mexe na maleta procurando alguma coisa. O telefone do Supremo toca e quando ele pega o aparelho para atender uma sirene alta soa na rua. A cinere deve ser usada somente em casos onde a invasão é feita por um grupo grande de invasores, o que nunca aconteceu no tempo em que moro aqui. Ou a pessoa que está na sala de câmeras soou a sirene precipitadamente e todos dentro do condomínio entraram em pânico, apesar da ordem para  que nesses casos todos permanecessem dentro de suas residências. Ou realmente o grupo de invasores contem mais de trinta pessoas. Torci para que fosse o primeiro caso. 

 

A sirene soou mais uma vez nas ruas, identificar os invasores será mais fácil agora que toda a alcateia acordou com o barulho. O Supremo desliga o celular. 

 

- Ainda não sabem a quantidade de pessoas, mas conseguiram contar pelo menos umas trinta e cinco, no mínimo. - Ele caminha para a maleta novamente se armando. 

 

Um disparo faz com que todos se abaixem instintivamente. O aparelho comunicador preso a cintura de Hera apita. 

 

- Movimento suspeito na entrada pela direita! - A voz estridente de Miguel soa pelo aparelho. 

 

Outro disparo soa. 

Fim do capítulo

Notas finais:

OI OI GENTEEE!!! 

 

Primeiro de tudo: Se virem erros ME PERDOEM! Esse cap está revisado só por mim, oq minha leitora beta revisou provavelmente fica pronto só amanhã (então amanhã atualizo esse d novo). Podem me falar se virem erros OK? Fico mt agradecida quando vcs me avisam de algum erro ou incoerência na história! 

 

Espero q tenham gostado do cap! Estou saindo p trabalhar agr então não vou conseguir flr mt aq kkkk 

 

BJINHOS! BOA SEMANA! ATÉ QUARTA Q VEM! 

 

SE CUIDEM E USEM MÁSCARA!  <3 

 



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Comentários para 21 - CAPÍTULO 19 - PARTE II:
Lea
Lea

Em: 19/02/2022

Se prestei bastante atenção,percebi que o capítulo está se duplicando! 


Resposta do autor:

Quando um capítulo fica muito grande ou quando quero encerrar uma cena num só cap, mas não tem como, eu duplico/tríplico. As vezes o capítulo não é tão grande, mas a cena precisa acabar de uma determinada forma e se eu continuasse a escrever no msm cap ia estragar aqueles momentos finais que acabam com uma "surpresa", por isso, divido alguns. ><

Responder

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Flavia Rocha
Flavia Rocha

Em: 29/04/2021

Amei o capítulo. 

Boa semana, autora.


Resposta do autor:

Obg ♥? 

Boa semana p vc também ♥?♥?

Responder

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roselene
roselene

Em: 28/04/2021

Seria ótimo um capítulo bônus, rsss


Resposta do autor:

Vou tentar essa semana, mas ñ garanto rsrs 

♥?

Responder

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rosania nunes
rosania nunes

Em: 28/04/2021

Boa noite 

To amando sua história agora que começa ação 


Resposta do autor:

Fico feliz q esteja gostando ♥?♥?♥?

Responder

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Irinha
Irinha

Em: 28/04/2021

Pelo jeito a ação vai começar. Tô adorando a história.bjs


Resposta do autor:

Siiim!! Amo ação ♥?♥?♥?

Responder

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Andys
Andys

Em: 28/04/2021

Olá autora !!

Estou adorando a história!!

Tá muito boa mesmo!!

A  previsão de encrenca chegou mais cedo do que a Lorena pensou, que familia terrivel essa dela!

 


Resposta do autor:

Fico feliz q esteja gostando ♥?♥?♥?♥?

Lorena e encrenca andam juntas agora ????????????

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