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Revelação - Série One Wolf por Ellen Costa

Ver comentários: 2

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Palavras: 4138
Acessos: 2602   |  Postado em: 21/04/2021

Notas iniciais:

BOA LEITURA! >< 

CAPÍTULO 19 - PARTE I

CAPÍTULO 19 – PARTE I

Fugir daquela forma foi ridículo, mas não tive energia e paciência para discutir com o Guarda Real na porta do quarto. Até porque discutir com ele seria inútil, afinal ele só segue ordens, ordens que foram dadas por Hera. Ligar para Hera é inviável, ainda não tenho o número dela. Podia ter pedido ao Guarda Real? Podia. Mas não quis. Mostrar para Hera que ela não pode me controlar e me dar ordens, como se fosse minha dona foi o principal motivo do ato. Hera é uma princesa, filha do Supremo Alfa, e manda nas coisas, como minha líder, princesa e filha do Supremo, devo obedecê-la. É a hierarquia da alcateia. Mas como companheira ela não vai me tratar como uma inútil, que vai seguir todas suas ordens e ficar trancada dentro de casa, por medo de ser atacada a qualquer minuto. Essa lógica faz sentido quando a pessoa em questão é como a Suprema, frágil, indefesa e delicada. Não sou nenhuma dessas coisas, sei me defender, tenho um trabalho, tenho uma vida, não vou ficar trancada dentro de uma casa que para início de conversa não é minha, no meio de uma família que não conheço, protegida, como se eu não pudesse me virar sozinha se algo acontecesse. 

"Até parece... Até parece que vou ficar trancada naquela casa..." 

Andando apressadamente na rua, noto as pessoas parando e me olhando curiosas. Me pergunto o que elas sabem de mim. Sabem que minha companheira é a Hera? Sabem do homem que matei a alguns dias atrás? Sabem que matei esse homem com um poder que desconheço? O que elas sabem para ficar me olhando dessa forma? 

"Foda-se! Fodam-se todos vocês..." 

Depois de alguns minutos andando sem parar para respirar, paro em frente a casa da Profeta Miranda. Não sei se ela está, mas não me importo, não quero falar com ela e sim com Elisângela. 

Toco a campainha repetidamente quando reparo que ninguém me atenderia, depois de muita insistência o interfone soa.

- Quem é? - A voz sonolenta e abafada de Elisângela ressoou no interfone.

- Lorena. - Um minuto de silêncio se passa.

- Hera sabe que você está aqui?

- Não.

- Ela vai ficar puta... Você sabe, né?

- Sei perfeitamente. 

- Eu não quero ter nada a ver com isso.

- Você não tem. Vai me deixar entrar? - Pergunto impaciente. Pessoas demais já me viram no caminho para cá, será questão de segundos até alguém dar com a língua nos dentes para Hera.

Um bip é ouvido e o portão destrava. Entro na residência já familiarizada com a casa. Subo as escadas que dão para os quartos e enquanto me perguntava qual deveria abrir primeiro para encontrar Elisângela, ela abre a porta no final do corredor pondo a cabeça para fora do quarto.  Quando entro no quarto ela fecha a porta, reconheci o quarto pomposo e delicado do dia em minha vida mudou drasticamente.

- A que devo a visita da vossa alteza. - Ela diz debochada e eu bufo.

                                                                                           ~*~

Depois de algumas horas conversando com Elisângela e tendo despistado o Guarda Real que apareceu em meu encalço, decido ir embora. Nunca pensei que fosse sentir tanta falta da minha casa, e depois de quarenta minutos caminhando, paro em frente à minha kitnet de três cômodos. Adentro a casa temerosa de encontrar Hera me esperando ali, mas o silêncio que me recebeu mostrou que estava sozinha.

Hera conseguiu algumas roupas para mim, a calça e a camiseta que uso não são minhas, pelo cheiro das roupas deduzi que são novas, ainda assim, não me senti a vontade as usando. No quarto pego um conjunto de roupas frescas e tomo um banho rápido, mais uma vez me surpreendo em constatar o quanto senti falta da minha casa, da minha cama, do meu quarto, do cheiro da minha casa. Deitada, olhando o teto distraída, como fazia com frequência, ouço meu celular vibrar debaixo do travesseiro. Ignoro as primeiras chamadas, mas não levou muito tempo para perceber que quem quer que fosse não desistiria tão cedo. Um número desconhecido aparecia na tela, deduzi que fosse Hera. Como não quero correr o risco de Hera colocar carros de patrulha atrás de mim, atendi.

- Alô?

- Onde você está?! - Hera grita furiosa do outro lado da linha. Suspiro desanimada.

- Na minha casa, e nem pense em mandar um Guarda Real atrás de mim, quero ficar sozinha, na minha casa. 

- Ai não é mais...

- Hera, você acha mesmo que simplesmente vai me obrigar a ficar trancada em uma casa que não é minha? Sei que esses dias andei doente, mas já estou melhor, quero voltar para o meu trabalho, quero voltar para minha vida. Não vou ficar trancada na sua casa só porque você acredita que deve me proteger. Entendo que a alcateia está passando por alguns ataques, mas trabalho aqui há quatro anos, confio minha vida a toda a equipe de Segurança que trabalha protegendo esses muros e a equipe de Contenção. - Ela suspira irritada, e fala alguma coisa com alguém que não consigo entender.

- Estou indo para aí, não sai daí! Precisamos conversar. - Senti um frio na barriga com a declaração de que precisávamos conversar, seria algo bom? Ou ruim? Pelo tom que ela usou não pareceu ser algo bom.

- Ok. 

Após encerrar a ligação me acomodo na cama em posição fetal, estava quase dormindo quando um estrondo na porta do quarto me assusta, me fazendo acordar num salto. Hera estava no vão da porta com a roupa social de sempre, dessa vez ela mantinha os cabelos longos presos em um coque mal feito mas totalmente estilosos. Pelo olhar que ela me dá e pela expressão corporal percebo sua irritação, me sento na cama devagar encostando as costas na cabeceira da cama. Abraço meus joelhos nada preparada para discussão que provavelmente teríamos. 

- Me desculpe por ter fugido daquele jeito, mas eu precisava de um tempo sozinha, e não sozinha na sua casa, sozinha na minha casa, onde me sinto muito mais confortável e onde nenhum Guarda Real estaria me vigiando. - Ela suspira e entra no quarto olhando ao redor, provavelmente está constatando o quão simples é tudo, mas não me incomodei, gosto do simples, e me sinto muito mais a vontade com coisas simples, pessoas simples, tudo simples. 

Hera se senta na beirada da cama, e coça os olhos com as mãos.

- Sei que você não é o tipo que fica trancada em casa como minha mãe, mas eu tenho bons motivos para querer isso.

- Qual seria?

- O primeiro deles é seus pais, que querem te matar. - Meu corpo endurece com a menção dos meus pais. Não sabia que Hera sabia dessa história, estava começando a me perguntar como ela deveria saber quando me lembro de que na reunião que não fui, o Alfa e Luís estariam lá para discutir minha situação com meus pais. Muito provavelmente eles tinham contado. - Segundo, ninguém ainda sabe sobre você ser uma híbrida, mas não queremos correr o risco de quando os boatos começarem a aparecer você estar desprotegida na rua. 

- Não acho que Luís e Lucas vão contar. 

- Sobre essa questão Lorena, não se deve confiar em ninguém. É uma questão de tempo até os boatos começarem a aparecer, por sorte, esqueceram sobre o ataque de alguns dias e estão focados nas fofocas de que eu tenho uma companheira e quase ninguém ainda sabe quem é, mas sabemos que logo, logo vão saber e a notícia vai se espalhar.

- Se eu simplesmente sair do trabalho e "desaparecer" das vistas da alcateia, isso vai ser ainda mais suspeito. O que o Alfa e o Luís vão dizer quando perguntarem de mim no trabalho? Por que eu sai do trabalho e desapareci da alcateia? Tem que ter uma ótima justificativa para isso. Eu parar de trabalhar porque me tornei sua companheira é uma coisa, agora sumir de vista é bem diferente.

- Ainda estamos pensando o que vamos fazer sobre isso, mas você precisa confiar em mim, e fazer o que eu digo.

- Hera, fujo da minha família por quatro anos, eles não vão me encontrar aqui se ninguém sair conversando por ai sobre quem são meus pais. Essa alcateia é muito distante da deles, eles não vão me procurar aqui.

- Se não chegar ao ouvido deles que a filha "morta" deles está aqui. - Hera diz irritada.

- É só esquecer quem são meus pais e nunca mais tocar no assunto, quanto mais vocês ficarem conversando sobre isso, querendo saber "o que fazer sobre isso", mais risco eu corro de que alguém ouça a conversa de vocês e espalhe. É só uma questão de enterrar esse assunto. Vivo aqui fazem quatro anos, nunca conversei sobre isso com ninguém e adivinha? Ninguém nunca descobriu! Vamos esquecer esse assunto e focar em outros, não tem como isso virar boato se ninguém conversar sobre o assunto!

- Mesmo que todos nós façamos isso, não é só isso Lorena, você tem poderes, você é uma híbrida, provavelmente a primeira híbrida que existe! 

- Eu sei! Você acha que eu não sei?

- Pelo visto não, já que você quer arriscar viver sua vida como se nada estivesse acontecendo! - Ficamos uns segundo em silêncio. - Você é minha companheira, e eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para te proteger, esse impulso é mais forte que eu. Para mim, não vai acontecer de você sair para trabalhar a noite, e nem durante o dia, nem em momento nenhum. 

- Ficar trancada também não é a solução dos problemas para mim. - Ela suspira irritada.

- Ok. Miranda falou algo sobre você treinar seus poderes para controlá-los, e se todos os dias você treinar com ela?

- Menos mal. 

- Você vai morar comigo. Sem discussão. A minha  casa é de longe a mais segura para você, lá tem Guardas o tempo todo e a localização é segura, as equipes de Contenção fazem ronda o dia inteiro no quarteirão. Aqui não tem nada disso.

- Ok, mas eu vou sair para ver a Lia algumas vezes.

- Desde que não seja sozinha, por mim tudo bem.

- E quero poder vir na minha casa algumas vezes na semana.

- Estou de folga nos finais de semana, posso vir com você.

- Eu e meu amigo Bruno gostamos de treinar luta algumas vezes no final de semana.

- Se ele aceitar treinar na minha casa, tudo bem por mim. - A olho com os olhos semicerrados. Tenho a impressão de que estou sendo enganada. Hera está concordando com quase tudo, bom demais para ser verdade. - Mais alguma coisa? - Não respondi. - Minha vez, você vai  morar comigo, não vai sair de casa sem me avisar e sem ter um Guarda com você, não vai poder receber visitas sem me avisar antes e sem eu saber, não vai voltar a trabalhar. Vai me contar tudo o que estiver te incomodando. 

- Ok - Digo meio relutante. 

- Podemos voltar agora? Aqui não é seguro para você. - Reviro os olhos. 

- Não acho que alguém queira me atacar aqui Hera.

- Discordo.

- Não é possível que alguém já saiba que  sou uma híbrida e que tenho poderes para vir me sequestrar.

- Ainda não sabemos quem é o informante aqui dentro da alcateia, por tanto, não pode ter certeza sobre isso. - Contenho um resmungo. - Da mesma forma que os boatos sobre você ter poderes já se espalharam, boatos sobre você ser uma híbrida também podem se espalhar. Por sorte Lucas te suspendeu da sala de câmeras assim que o ataque aconteceu, do contrário, pessoas estariam te fazendo perguntas. - Hera suspira e passa a mão nos cabelos os bagunçando ainda mais. - O informante sabe muitas coisas, e não duvido que a essa altura ele já saiba que você é uma híbrida. Já se passaram cinco dias desde que você passou pela mudança, ele ainda não fez nada, e isso me deixa ainda mais preocupada, não sabemos o que ele vai fazer com essa informação. - Dessa vez, eu deixo um suspiro sair. 

- Queria só por mais algumas horas, ou um dia, agir como se nada disso estivesse acontecendo. - Murmuro. O olhar de Hera encontra o meu, e vejo tristeza em seu rosto. Sei o que ela está pensando. Sei que não tenho mais tempo para agir assim. Meu tempo como uma pessoa normal acabou assim que matei aquele rebelde na invasão. - Vou pegar algumas coisas. 

- Tudo bem. - Saio da cama sem a menor vontade de fazer algo naquele momento, não sei o motivo ao certo, mas algo me dizia que depois de ter passado pela mudança como vampira, meu sono voltaria a ativa, pois neste momento me senti sonolenta e cansada, e a única coisa que quero é dormir. Senti meu corpo pesado, e por mais que me esforçasse para me movimentar com vigor, meus membros pareciam ter pesos em cada um deles, dificultando cada passo. 

Debaixo da cama peguei uma mala de viagem que  nunca usei. Coloquei dentro da bolsa o máximo de roupas que consegui, Hera ficou sentada na cama olhando cada movimento meu, o que estava me incomodando, no entanto não tive vontade de reclamar ou mandar que ela fosse arrumar alguma coisa para fazer, como me ajudar por exemplo. Depois de guardar na mala o máximo de roupas e pertences pessoais que consegui, Hera se levanta.

- Eu carrego. - Mais uma vez, me senti cansada demais para discutir, então deixei que ela carregasse a mala.

- Vou tirar essa roupa. - Vi Hera saindo pela porta do quarto, e fechei a porta do banheiro. Vesti a mesma roupa de quando cheguei. Em frente ao espelho, vejo que minha pele não estava mais pálida com aspecto de doente e com olheiras escuras debaixo dos olhos, pelo contrário, minha pele estava uniforme, como se tivesse passado uma camada fina de corretivo e base, nenhuma olheira em baixo dos olhos castanhos escuros que me encararam de volta. Apesar de me sentir sonolenta e cansada, arrisco dizer que minha aparência está ótima, e se continuar desse jeito, não precisarei usar maquiagem para esconder as bolsas debaixo dos olhos e nem a cara de morta viva. O mesmo posso dizer dos cabelos, não estão opacos com as pontas duplas, o frizz? Não vi nenhum mesmo passando a mão repetidamente nos cabelos em busca deles. Meus cachos estão mais definidos, o fios brilham e meu cabelo esta solto e leve, como se tivesse acabado de sair de uma hidratação poderosa, coisa que não faço a muito tempo. É por causa da mudança? É a única explicação lógica. Três batidas na porta me assustam.

- Tudo bem? - A voz de Hera soa abafada pela porta e reviro os olhos.

- Sim, já estou saindo. - Prendo os cabelos num coque devido ao calor, por mais que meus cabelos estejam lindos como nunca os vi na vida, ficar com eles soltos requer o sacrifício de suar no pescoço e nas costas. É final de tarde e mesmo tendo tomado banho a alguns minutos atrás, meu corpo já suava e a roupa que vesti grudou em meu corpo. Depois de lavar o rosto numa tentativa de me refrescar, saí do quarto. Hera estava encostada na porta do quarto, com o olhar perdido no chão. - Agora eu pergunto, tudo bem? - Quando seu olhar pousa em mim, me lembro mais uma vez o quão indecifrável Hera é para mim. Não sei ler suas expressões, a única coisa que consigo identificar nela é quando está irritada demais, ou excitada, no momento, não é nenhuma dessas coisas. Preocupação, talvez? 

- Não posso te perder Lorena. - Paro em choque. Por que ela está me dizendo isso?

- Não vai. - Não esperei que algum dia fosse escutar algo do tipo de alguém, realmente, não esperava que sequer teria uma companheira algum dia. 

Ao sairmos de casa me deparo com a sua BMW, provavelmente a que ela tinha me levado para casa dela quando estive inconsciente. Algumas pessoas na vizinhança olhavam o carro com curiosidade, provavelmente por que não esperava ver um carro daqueles por ali. O caminho de volta foi feito em silêncio, Hera mergulhada em seus pensamentos e eu mergulhada nos meus. Coço a marca de nascença que tenho no ombro direito, uma marca peculiar, parecem quatro anéis entrelaçados, uns dentro dos outros. Ela costuma pinicar quando estou muito nervosa e ansiosa, e nesse momento a dúvida de como será minha vida daqui para frente aumentou minha ansiedade.

Sempre me perguntei como estaria daqui cinco, dez anos, mas quando tentava me imaginar fazendo algo, tendo algo, nada me vinha a mente. Triste, lamentável, mas é o que é. Agora, com toda essa bagunça, híbrida, companheira. Imaginar meu futuro ficou ainda mais difícil.

Desde o dia em que acordei no quarto de Hera - um dia atrás - não me dignei em sair do quarto. Primeiro, porque não queria falar com ninguém, segundo, porque não quis correr o risco de encontrar a Suprema, com certeza não quero falar com minha 'sogra' tão cedo. Terceiro, sei que Luísa e Clara estão fazendo escolta da Suprema durante o dia, esbarrar com elas na casa vai ser questão de tempo, quando elas me virem é certeza que toda a alcateia ficará sabendo que estou morando na casa do Supremo. Por outro lado, isso explicará o motivo de eu não trabalhar mais na sala de câmeras, e talvez, com sorte, as pessoas esqueçam sobre meus poderes. Até porque são só boatos, ninguém pode ter certeza, ninguém me viu usando-os. 

Voltar a trabalhar seria um sonho, uma distração bem vinda, entretanto, sei que não poderei mais trabalhar para não arriscar que alguém me use a fim de atingir a Família Real, sem contar meu mais novo hábito alimentício. Hera está certa, quem garante que o informante já não saiba sobre mim, e esteja somente esperando o momento certo para agir? Por enquanto, terei que ficar longe, por mais que não goste disso. Mas hoje, o segundo dia desde que acordei, simplesmente não consegui resistir ao impulso de sair de dentro daquela mansão. Não consegui resistir a vontade imensa de estar em algum lugar familiar para mim, como a minha casa. O meu lugar. Por mais que tenha passado grande parte da tarde na casa de Elisângela, agradecendo a ela por ter salvado minha vida e conversando sobre como será minha vida daqui para frente como parte vampira, em todo o momento, o desejo de estar em algum lugar que realmente representasse segurança para mim, me pressionou, me sufocando. Sei que daqui para frente, esse tipo de atitude pode custar caro. 

No primeiro dia, quando acordei, Hera teve o trabalho de levar comida para mim no quarto, confesso que assim que acordei, Hera e eu tivemos uma rodada de sex*, depois, a primeira coisa que fiz foi voltar a dormir. Hera não tocou no assunto da mudança, não perguntou sobre meus poderes, simplesmente me deixou a vontade, e assim passamos o dia juntas, trancadas no quarto. Agora, depois da conversa com Elisângela me deixei pensar no sangue. Segundo Elisângela, logo precisarei de sangue novamente, e me pergunto, como irei pedir algo assim para Hera? Mesmo que ela saiba que vou precisar fazer algo do tipo, não consigo me imaginar pedindo. Elisângela disse tantas coisas, coisas demais para absorver no momento. Muitas coisas para aprender e para me adaptar. Coisas que eu gostaria de não ter que me preocupar.

Quando chegamos na mansão Hera estacionou atrás dos outros carros de luxo na calçada. Saímos do carro sem conversar, não um silêncio tenso, um silêncio confortável, que permitiu que eu continuasse mergulhada em meus próprios pensamentos, mas isso mudou radicalmente quando entramos na grande mansão dos pais dela. No início não reparei pois estava com o olhar no chão, distraída demais para notar qualquer coisa ao meu redor, no entanto, assim que passamos pela porta, dois Guardas Reais já me deixaram tensa. A Família Real anda com muitos Guardas, porém, quando o Supremo não está na casa, a mansão é um silêncio maravilhoso. Ver dois Guardas Reais na porta de entrada foi o sinal que precisei para saber que dessa vez, não escaparei de conhecer a família de Hera. A vontade de dar meia volta foi quase irresistível, mas Hera pareceu ter adivinhado o que passou pela minha mente, pois segurou minha mão com força sem nenhum aviso, respirei fundo e me preparei para as apresentações. 

"Por favor, não me perguntem sobre a fuga de hoje..."

Ao entrarmos pela porta de entrada, já senti os olhares dos Guardas Reais sobre mim, e quando chegamos na metade do corredor, ficamos visíveis na sala de estar. Anna, o Supremo e os dois irmãos de Hera, que já havia conhecido em ocasiões não muito agradáveis, pararam o assunto. Os Guardas Reais que estavam enfileirados em cada lado da sala de estar voltaram suas atenções para mim. Ninguém disse nada por uns segundos, soltei a respiração me esforçando ao máximo para não olhar para o chão incomodada com tantas pessoas me avaliando. Antes que eu abrisse a boca para saudar todos com um "boa noite", Hera me puxou para dentro do cômodo, nos posicionamos em frente a um sofá de quatro lugares, e antes que sentássemos Hera se pronuncia.

- Mãe, pai essa é a Lorena, minha companheira. - Olho cada um dos dois nos olhos, acenando com a cabeça, sem dizer nada. Quando repeti a saudação para Anna, vi reconhecimento passar por seus olhos, como se algo tivesse passado a fazer sentido, o que ignorei prontamente. 

- Eu e Lorena já nos conhecemos, ela ficou de Guarda aqui uns dias. - Anna se levanta abruptamente, interrompendo o que Hera ia dizer. Anna caminha até mim e me abraça. Surpresa demais até mesmo para respirar adequadamente, fico parada sem saber o que fazer. Sem jeito a abraço de volta, meu olhar se fixa na saída da sala de estar.

"Como eu queria estar sozinha agora..." 

Sinto meu rosto esquentar, dou tapinhas leves nas costas dela até sentir que ela se separaria de mim, quando o fez manteve as mãos em meus ombros, com um sorriso no rosto me olhou de cima a baixo, voltando novamente para meu rosto. 

- Fico tão feliz de saber que você é a companheira da minha filha. Tenho certeza que você vai conseguir segurar as rédeas de Hera. - Ela sorri carinhosamente, e eu só consigo manter um sorriso supresso congelado no rosto, não precisei olhar em um espelho para saber como deveria estar parecendo.

- Amor, dá um pouco de espaço para menina, ela não deve estar acostumada com essas coisas. - O Supremo, chamado Jeremy, não que alguém tivesse me apresentado ele antes, mas qualquer um sabe quem é o Supremo, seu nome, e seus feitos para a espécie lycan em todos esses milênios. Ele se levanta e puxa a cintura de Anna, a afastando de mim. - É uma prazer te conhecer Lorena, e bem vinda a família. - Ele estende a mão, que aperto em seguida. 

- Não vai nos apresentar irmãzinha? - Um dos irmãos de Hera diz, o que conheci no primeiro dia de escolta, totalmente inconveniente, não simpatizei com ele, no entanto, fiz o possível para não deixar transparecer quando meu olhar caiu sobre ele. Hera o olhou com escárnio.

- Eu e Lorena já nos conhecemos, no outro dia no corredor. - O que se parecia com um empresário, muito bem arrumado e posso dizer, educado, disse, erguendo um copo que continha um líquido escuro em saudação, somente sorri em cumprimento. 

- Lorena, esses são Igor e Matheus, meus irmãos caçulinhas. - Sinto um toque de deboche quando Hera pronuncia as últimas palavras, que respondo com outro sorriso falso. Eles devem ter percebido meu desconforto, mas não comentaram. 

- Ouvimos muitas coisas de você Lorena. - O Supremo diz chamando minha atenção. Prendia dizer "coisas boas, espero." mas os últimos acontecimentos contrariam isso, por isso só sorri sem graça. Hera me puxou para sentar ao lado dela no sofá e minha mente só conseguiu imaginar como seria bom subir aquelas escadas para o quarto, deitar e dormir. - Inclusive sobre a sua... Família. 

O sorriso superficial que mantive no rosto desde entrei na grande sala de estar, some imediatamente com a menção de meus pais.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

OI OI Gente!!! 


Espero que tenha gostado do cap! 


Curtam e comente p eu saber o que estão achando >< Os comentários d vcs me INCENTIVA MUITOOOO <3 ><


Obg p quem me seguiu lá no insta >< 


Minha intenção não é ganhar um monte de seguidores não, e só compartilhar minha rotina de escrita c quem também é escritor e p quem tem curiosidade >< 


BOA SEMANA P TODOS! ATÉ A PRÓXIMA ><


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Comentários para 20 - CAPÍTULO 19 - PARTE I:
Flavia Rocha
Flavia Rocha

Em: 26/04/2021

Adorando que chegou a hora da Lorena conhecer a familia da Hera.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Irinha
Irinha

Em: 21/04/2021

A Lorena é danada, deu um pitú em Hera. A história tá cada dia mais maravilhosa.bjs


Resposta do autor:

Pois é ><

Lorena teve um momento de fúria e fugiu kkkk

Responder

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