Demorou mas finalmente chegou o dia da viagem à Búzios, estava ansiosa. Tentei inutilmente falar com Helena, mas não consegui. Ok...Disse que não seria boba e não correria atrás dela, mas senti saudade daquela marrenta. Quanto à Marina, ela se tornou uma amiga de verdade, conversávamos sempre, trocávamos ideias, aceitei o fato de que não teríamos nada e seríamos amigas.

Bia e eu combinamos de nos encontrar na clínica da Flavinha, íamos no carro dela da Bia, partimos quase duas horas da tarde e foi uma farra, Flavinha dirigia muito bem, mas tinha o pé pesado segundo Bia, então volta e meia elas se alfinetavam, mas tudo em tom de brincadeira. Chegamos quase meia noite, a pousada era uma graça, Bia e Flavinha seguiram para o quarto, mas eu preferi ficar na área da piscina, fui até o bar, peguei uma cerveja e fui sentar numa cadeira, na área do deck.

Estava distraída quando percebi alguém me observando, olhei e vi uma loira com intensos olhos cor de mel e um sorriso sacana, encarei e voltei minha atenção para o celular, não demorou e percebi a movimentação e ela sentou-se na cadeira em frente a mim.

- Boa noite!

Sua voz era firme, levantei os olhos e vi que ela sorria abertamente.

- Boa noite.

- Prazer sou Ágata.

- Maria Eduarda.

Apertamos as mãos e ficamos nos olhando, o nome combinava perfeitamente, era gata demais, usava um short minúsculo, que deixam suas pernas bronzeadas e torneadas à mostra, um top que exibia uma barriga sequinha, deu até vergonha da minha.

- Prefiro Duda, combina mais com você.

Fiquei sem graça, Ágata era direta, e deixou bem claro o que queria. Quanto à mim, suava frio e ela se divertia às minhas custas.

- Não vou te atacar, calma!

- Não é isso, mas é que...que...

Pronto estava nervosa e comecei a gaguejar, coisa mais ridícula Duda, se recomponha!.

- Você é fofa demais, estou de olho desde a hora que chegou com suas amigas, vi que está sozinha e pensei: “Como pode uma delicinha dessa chegar num lugar como esse desacompanhada?”

Pronto, fiquei tão sem graça e tão vermelha, que sem saber o que fazer, me levantei e saí andando. Ágata ficou me olhando de longe e dando risada, fiquei com tanta raiva, que voltei até ela e disse:

- Qual é a sua garota?

- Te achei linda e tá sozinha, eu também sou linda e solteira, que tal nos juntarmos?

Era convencida, mas na real, era gata demais.

- Obrigada, mas prefiro ficar sozinha, boa noite!

Saí andando, deixando Ágata parada e rindo da minha cara. Entrei no quarto e bati a porta com força, que mulher petulante...Mas linda, parecia modelo. Tomei um banho e caí na cama.

Acordei com a porta batendo, era Flavinha animada para curtir o dia na praia, pedi um tempo para me trocar, encontraria as duas no café. Levantei, dei uma olhada no celular e nada, larguei na mesinha de cabeceira e desci para o café, entrei olhando para os lados à procura de minhas amigas e quando fui virar dei uma trombada em alguém, só ouvi o barulho de copo e pratos se espatifando no chão.

- Desculpe! Me abaixei para ajudar.

- Só desculpo, se você aceitar tomar café comigo.

Aquela voz, olhei e era Ágata, impecavelmente vestida em um vestido social branco com detalhes em azul marinho.

- Você é maluca, só pode! Respondi de cara feia.

- E você uma linda, mesmo toda bravinha!

- Duda tá tudo bem?

Bia veio em meio socorro, enquanto Flavinha ria feito uma idiota.

- Tá sim, vamos Bia.

- Ei Duda espera!

Olhei para Ágata, que mantinha aquele sorriso meio debochado estampado na cara.

- O que você quer? Perguntei impaciente.

- Pega leve Duda, seja educada. – Bia apertou de leve meu braço.

- Fala Ágata.

- Machuquei você? Precisa de alguma coisa?

- Está tudo bem, agora preciso ir.

Saí andando deixando Ágata parada e me olhando.

- Nossa Duda, que deu em você? Ela toda gentil e você tratando ela daquele jeito.

- Essa tal de Ágata é uma sem graça.

- Que bicho te mordeu amiga?

Flavinha devorava um bolo de cenoura cheio de chocolate por cima.

Contei sobre o ocorrido na noite anterior e pronto Flavinha desandou a rir, quase engasgou com o bolo, Bia deu água para ela beber.

- Posso saber qual é a graça?

- Nada amiga, mas você fugiu da mulher, logo você que sempre teve fama de pegadora.

- Vai pro inferno Flávia!

Mas minha amiga só ria, passou o café todo me enchendo o saco, até a Bia entrou na onda.

Após o café fomos para a praia e enquanto Flavinha eu nos esbaldávamos na água, Bia preferiu ficar debaixo do guarda sol lendo um livro.

- Ontem achei que Bia estava cansada, mas que nada na hora que entramos no quarto, ela me agarrou de um jeito...

- E você nem gostou né?

- Detestei! Flavinha caiu na risada – Você olha pra aquela carinha ali e nem imagina.

Ficamos um tempão na água e quando voltamos, Bia já tinha pedido água de coco pra todo mundo, fizemos um brinde, tiramos fotos, foi quando vi Ágata passando por nós, estava com uma roupa mais despojada, shorts brancos, camisa polo azul marinho e os cabelos presos num coque, óculos de sol e chinelo, ela acenou  e entrou na pousada, fiquei olhando até ela sumir de vista.

- Gostou do que viu? Brincou Bia.

Não respondi, voltei minha atenção para o mar, o dia estava quente, mas tinha uma brisa gostosa.

- Hoje à noite, tem carnaval de rua, vamos? Perguntou Flavinha.

- Vamos sim, preciso desanuviar, esquecer essa mulherada doida.

- Assim que se fala amiga.

Ficamos mais um tempo na praia, depois fomos almoçar, a comida da pousada era incrível, Bia e Flavinha foram dormir e eu fiquei na piscina, sim adoro água, pedi um coquetel sem álcool e fiquei curtindo o som. Depois de um tempo, sentei debaixo de um guarda sol, foi quando vi Ágata conversando com uma das funcionárias da pousada, parecia brava, gesticulava e colocava a mão na cintura, fiquei olhando até a funcionária sair de cabeça baixa, fiquei chateada, quem ela pensava que era para falar daquele jeito com a moça, ia procurar o gerente do lugar e reclamar da postura dela.

- Oi Duda tudo bem? Precisa de alguma coisa? Ágata perguntou simpática, nem tinha visto ela vindo em minha direção.

- Não obrigada!

Minha resposta seca a deixou sem graça, ela recuou e foi em direção ao bar, fiquei observando ela conversando com o funcionário, toda risonha, vi quando ela tomou uma água. Fiquei observando Ágata, era muito bonita, o sorriso perfeito...Fiquei com vontade de conversar com ela e saber o motivo de ter sido tão grossa com a moça. Acenei e ela veio até mim, ficou de pé me olhando com aquele sorriso.

- Senta por favor.

- Com licença.

Ágata se acomodou em minha frente e ficou esperando que eu dissesse algo.

- Desculpa, mas eu vi você destratando uma funcionária, sei que não tenho nada a ver comigo, mas por que você foi tão grossa? Sei que somos hóspedes, mas devemos tratar todo mundo com educação, seja lá o que ela tenha feito, você não tinha o direito de tratá-la daquela forma, chamasse o gerente e tentasse resolver.

- Eu entendo Duda e acho louvável você pensar assim, mas fiz isso porque creia em mim, ela mereceu...

- Peraí! Como assim mereceu? - Fiquei uma fera, essa mulher ia ver só! Levantei  da cadeira e Ágata me segurou:

- Ei onde você vai?

- Me  solta! Vou falar com a dona desse lugar!

Ágata me soltou e deu uma sonora gargalhada, olhei sem entender nada

- Pode falar comigo, sou Ágata Carvalho, proprietária da pousada.

Fiquei sem graça, sabe quando você não tem o que falar? Olhava para Ágata com vergonha, minha vontade era sumir.

- Vou te explicar o que houve aquela funcionária foi demitida há dois meses por mau comportamento, como o movimento da pousada aumentou muito, fiz um trato com ela, ela trabalharia no carnaval e se tudo corresse bem, iria recontratá-la, mas hoje após o almoço ela estava aos beijos com um hóspede, por isso chamei a atenção dela. Sei que errei em confrontá-la aqui na frente dos hóspedes, mas ela me tirou do sério. Me desculpe por isso.

Não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha.

- Eu que peço desculpa, fui grosseira com você, me desculpe mesmo!

- Tudo bem, vamos começar do zero? Perguntou estendendo a mão – Prazer sou a Ágata.

- Prazer Maria Eduarda, mas pode me chamar de Duda.

Ficamos sorrindo, sem soltar as mãos, a mulher era bonita mesmo.

- Quais os planos para hoje à noite Duda?

- Você não tem jeito né? Vamos ver o desfilo dos blocos, aceita ir com a gente?

- Aceito sim. Agora preciso ir, nos vemos por aí.

Ágata piscou e saiu, fiquei observando seu rebol*do, sacudi a cabeça e pulei na piscina para esfriar o corpo.

A noite após o jantar, tomei um banho e me vesti para sair, optei por uma blusa branca soltinha e um shortinho verde, deixei os cabelos presos e fiz uma maquiagem bem leve, nos pés optei por uma rasteirinha mesmo.

Desci e encontrei minhas amigas me esperando, estavam já impacientes, principalmente Flavinha.

- Que demora meu! Vamos logo, podemos pedir um táxi ou vamos andando mesmo?

- Espera, a Ágata vai com a gente.

- Que Ágata?

Quando ia responder, ela apareceu...Fiquei de boca aberta, Ágata usava um short branco e uma blusinha rosa de alcas, nada demais, quer dizer, estava linda naquela simplicidade.

- Podemos ir? Perguntou simpática.

Bia e Flavinha não entenderam nada, me olharam de forma interrogativa, mas dei de ombros. Fomos no carro da Ágata, a conversa fluiu bem, minhas amigas se entrosaram rápido, volta e meia trocávamos olhares e sorrisos...Definitivamente estava rolando um flerte e eu estava adorando.

Chegamos ao local, uma rua toda enfeitada, ali passariam os blocos, encostei na cerca e Ágata veio ao meu lado, perguntou se queria beber alguma coisa, recusei.

- Primeira vez em Búzios?

- Já vim algumas vezes, acho esse lugar maravilhoso.

- Amo esse lugar, nasci aqui, saí só para estudar mesmo, fiz hotelaria no Rio, quando meus pais aposentaram fiquei cuidando da pousada, era pra ser algo temporário, queria investir em um hotel, mas peguei gosto.

Ágata falava com entusiasmo, era impossível ficar imune aquele sorriso. Olhei para o lado e Bia e Flavinha estavam aos beijos. Nesse momento passava um bloco cantando uma marchinha antiga, subi na cerca para acompanhar mais de perto, me deixei levar.

- Melhor descer Duda, você pode cair.  Advertiu Ágata.

- Que nada, estou segura aqui.

Ágata balançou a cabeça e não falou nada. O bloco era enorme, tinham vários músicos que vinham no chão e no final, vinha uma mini van com os cantores em cima e foi na hora que esse carro passou, que fui empurrada para trás, me preparei para o impacto, mas minha queda foi amortecida, caí nos braços da Ágata.

- Tudo bem, se machucou? Perguntou preocupada.

- Não foi só o susto, bem que você avisou. Disse sem graça.

Foi só então que percebi que continuava nos braços da Ágata, ela me olhava e sorria...Encurtei a distância e a puxei para um beijo. Ficamos um bom tempo nos beijando, era bom, estava precisando.

- Vou buscar uma água, quer alguma coisa? Perguntou Ágata depois de um tempo.

- Uma água também.

Quando ela se afastou, Flavinha e Bia me encheram de perguntas.

- Não era você que hoje cedo estava cheia de raivinha dela? – Perguntou Flavinha.

- Disse que queria distância, lembra? Completou Bia.

Dei risada e respondi:

- As coisas mudam, agora vamos parar que ela está voltando.

Ágata trouxe a água, ficamos trocando beijos, carinhos e algumas caricias mais ousadas, estava gostando muito de ficar com ela.

- Daqui a pouco vai passar o bloco de alguns amigos, eu inclusive fazia parte.

Ágata me abraçava por trás e fazia um leve carinho na minha barriga, não sei ela tinha percebido, mas aquele carinho estava me deixando excitada.

- É...podemos ir embora? Perguntei de repente.

Ágata me virou de frente para ela com a testa franzida e perguntou:

- Aconteceu alguma coisa? Você tá passando bem?

Fiquei sem graça, o que ia responder? Não podia falar que estava excitada e com um baita tesão.

- Não...Tá tudo bem...É...Vamos ver seus amigos.

Virei de costas para Ágata e me apoiei na cerca, que idiota Duda!

- Posso? Perguntou Ágata se aproximando.

Puxei-a para outro beijo, nem vimos os amigos dela, naquele momento só me importava a Ágata e mais nada.

- Vamos embora gente? Era Flavinha quebra clima nos interrompendo, olhei de cara feia, mas minha amiga deu de ombros, pelo visto estava doida pra curtir sozinha com a Bia.

Fomos embora, no caminho fiquei olhando minhas amigas no maior amasso no banco detrás.

- Ei vocês duas, dá pra parar?

Elas nem deram atenção, Flavinha só mostrou o dedo do meio e continuou beijado a Bia, parecia que ia engolir a outra. Ágata deu risada e piscou:

- Deixa elas.

Chegamos na pousada e as duas saíram correndo, fiquei parada sem saber o que fazer, Ágata me levou para área da piscina, perguntou se eu queria alguma coisa, disse que não.

- Ficou tímida? Perguntou ao me ver abraçada ao meu corpo.

- Não.

Ágata sentou e me puxou para seu colo, fiquei encarando aqueles olhos lindos, ela sorria, um sorriso meio sacana e cheio de segundas intenções. Começamos a nos beijar, no começo eram beijos calmos, mas foi esquentando, as carícias ousadas de Ágata estavam me levando à loucura e ela percebendo, provocava mais.

- Delícia...Vem comigo.

Fui levada até o quarto de Ágata e jogada na cama.

- Você é linda Duda!

Os beijos se tornaram urgentes, as bocas não conseguiam se desgrudar e num gesto rápido minhas roupas foram arrancadas.

- Linda demais!

Ágata deitou por cima de mim, beijando meu pescoço e dando leves mordidas na minha orelha. Puxei sua blusa e arranhei suas costas, isso a fez gem*r alto. Senti minha pele pegando fogo, Ágata desceu até minha barriga e arrancou minha calcinha com a boca...Deu outro sorriso safado antes de abocanhar meu sex* que já pulsava forte, segurei seus cabelos, dei um gemido rouco e ela continuou a exploração com sua língua...Estava prestes a goz*r, quando ela parou, olhei com cara de decepção e sem aviso ela me penetrou com dois dedos...Dei um gritinho e ela continuou as estocadas, ora leves, ora mais fortes...O êxtase veio forte, g*zei demoradamente. Não esperei Ágata se recompor, ataquei sua boca com beijos e mordidas, fui descendo até sua barriga... Sorri ao perceber o quanto ela estava molhada, sem perder tempo a penetrei com facilidade... Foi a vez de Ágata goz*r lindamente.

Acordei e sentei na cama tentando me localizar, nesse meio tempo a porta foi aberta e Ágata apareceu sorridente.

- Bom dia Duda, dormiu bem?

- Oi Ágata, tudo o que não fizemos foi dormir. – Disse brincando e deixando ela toda sem graça.

A verdade é que passamos a madrugada entre trans*s e conversas, fiquei sabendo que Ágata era recém divorciada e sua ex esposa estava morando na Austrália, o término foi traumático, pois ambas se amavam, mas, queriam seguir sua vida a seu modo, enquanto Ágata administrava a pousada, Luana, a ex, era bióloga marinha e surfista. Falei rapidamente da minha vida amorosa caótica e Ágata me aconselhou a ficar um tempo sozinha, curtindo a vida.

Passamos os dias juntas, era bom, leve e sem cobranças, no dia da minha partida, Ágata me contou que viajaria em duas semana para Austrália atrás de Luana, fiquei feliz por ela.

- Venham me visitar sempre que quiserem, vai ser um prazer recebê-las!

- Vamos voltar sim, adorei tudo. Ágata desculpe mais uma vez as minhas grosserias...

- Não se preocupe Duda, faz parte do seu charme.

Ágata piscou e nos abraçamos, me despedi daqueles dias mágicos, querendo ficar mais, curtir a praia, a piscina e claro Ágata, que acabou se tornando uma grande amiga...Quem sabe não voltaria um dia com alguma namorada?.

Fim do capítulo