Capitulo 35
A Última Rosa -- Capítulo 35
-- Perdão?
Pepe desviou os olhos da vitrine de salgadinhos, para encarar o homem ao seu lado. Sentindo a temperatura subir, levou um segundo ou dois para analisar o corpo dele completamente. Alto, musculoso, olhos negros, e vestia uma camiseta azul royal incrível. Quando ele cruzou os braços sobre o peito, Pepe quase desmaiou com o movimento. Ele usava um jeans gasto e surrado. As bainhas da calça dobradas sobre o cano longo de botas de caubói.
-- Oh, meu deus! -- Pepe se abanou com as mão. Sentiu sua temperatura interna aumentar mais de dez graus.
-- Olá? -- ele levantou a mão e estalou os dedos na frente do rosto do mordomo -- Você está bem?
Acho que vou ter um AVC, ele queria dizer, mas, por incrível que pareça, conseguiu manter a boca fechada. Por um segundo.
-- Desculpe. O que posso fazer por você? -- o desconhecido deu um sorriso lindo, que aumentou, ainda mais, o calor do corpo do rapaz -- Posso ajudar?
-- Você pode me dizer onde fica a recepção do setor de internação? -- perguntou ele, olhando ao redor -- Estou perdido -- admitiu e, em seguida, soltou um suspiro -- Faz muitos anos que não venho aqui. Tudo está mudado -- ele parecia um pouco atordoado.
-- O progresso felizmente chegou a Hills. Faz uns cinco anos que a Santa Casa foi reformada e ampliada. A recepção do setor de internados fica dentro do outro bloco, se quiser pode vir comigo, estou indo para aquele lado.
-- Obrigado -- respondeu ele -- Mas você ainda não me disse o seu nome.
-- Pepe Legal -- respondeu ele e sorriu para a mulher que acabava de entregar-lhe um copo de cappuccino para passar no caixa.
-- Me chamo Fabio Parker.
-- Sério? -- Pepe estava atônito.
-- Sério -- Fabio assentiu com a cabeça enquanto alcançava a parte de fora da lanchonete -- Porque a surpresa?
Mais um Parker? Coisa boa não deve ser. Pensou Pepe. Porém, Jessica tem o sobrenome Parker e é gente boa. Talvez esse aí não tenha o sangue ruim da família.
Fabio estava estalando novamente os dedos diante dos olhos de Pepe. Ele interrompeu o movimento, afastando-o com um gesto.
-- Pare de fazer isso, é irritante. Como você é chato!
-- Você fica o tempo todo no mundo da lua -- disse ele, sorrindo -- Isso é ainda mais irritante.
Pepe devolveu o sorriso.
-- Você tem razão -- disse ele, curvando o indicador em um sinal para que Fábio o seguisse -- Vamos por aqui.
-- Você ainda não respondeu a minha pergunta -- disse Fábio.
Limpando a garganta ruidosamente, Pepe respondeu:
-- É que eu trabalho na mansão dos Parker.
Fábio abriu um enorme sorriso.
-- Então você trabalha para a Marcela? Ela é a minha prima.
-- Hum, que coincidência. Você conhece a Jessica?
Fábio franziu a testa.
-- Não conheci ninguém com esse nome. Ela é nova na cidade?
-- Não, já mora em Hills há oito anos. Ela é casada com a sua prima.
-- Eu não conheci, mas na minha adolescência, quando ainda morava em Hills, ouvi muito sobre uma tal de Jessica. Será a mesma? -- seu queixo tremeu, e ele se calou -- Não, não pode ser. Bom, águas passadas, coisas de família. Nem é bom comentar.
Pepe olhou o relógio de pulso; em seguida olhou para Fábio novamente.
-- Falando em Jessica, ela vai me matar.
Durante alguns momentos a recepcionista ficou calada, olhando-a, sem saber o que responder. Em seguida pegou o telefone e ligou para o doutor Eder.
-- Doutor Eder, Jessica Parker está aqui na recepção querendo falar com o senhor -- a mulher disse uns dois não, uns cinco sim, depois desligou -- Como eu havia dito, o doutor está ocu...
Jessica nem deixou ela terminar a frase, deu as costas e saiu andando apressada.
-- Ei, espera! -- ela berrou de trás do balcão -- Você não pode entrar no hospital desse jeito, eu vou chamar o segurança.
Jessica afastou as mechas caídas nos olhos e continuou andando, ignorando a ameaça da secretária.
Chega de ser a boba, educadinha que todos pisam. Agora as coisas vão ser do meu jeito. Pensou consigo mesma. Ouviu passos atrás dela e se virou.
-- O que faz aqui? Não deixei você cuidando da Michelle?
Pepe deu uma corridinha, tentando acompanhar os passos rápidos dela.
-- A tia Inês está com ela -- ele puxou o fôlego profundamente antes de continuar -- Porque tanta pressa, parece que está indo tirar o pai da forca.
-- O pai não, mas a Michelle sim -- ela disse, andando em direção à ala neurológica -- Eu vou tirar a Michelle daqui.
-- Ei, mas ela ainda não ganhou alta. Isso é irresponsável.
Jessica parou diante da porta fechada.
-- Irresponsável ou não, se ela me garantir que está bem, ninguém nos impedirá de sairmos juntas daqui -- ela respirou fundo e prendeu o cabelo loiro atrás da orelha -- Sabe Pepe, pode parecer uma grande besteira, mas tudo o que eu passei na vida me ensinou uma coisa: A vida é curta demais para se perder tempo, eu e a Michelle perdemos oito anos de felicidade. A gente não vai recuperar o tempo perdido. Mas decidi não perder mais tempo. Por isso vou levá-la embora, agora.
-- Então, tudo bem -- disse Pepe -- E o que posso fazer para ajudar?
-- Vai buscar uma cadeira de rodas e um jaleco branco.
O rapaz esfregou uma mão na outra.
-- Ai, que emoção! Temos uma operação deflagrada. Qual vai ser o nome, chefe?
-- Operação Fuga das Galinhas.
Pepe olhou-a sem entender.
-- Porque esse nome?
-- Ah, sou apaixonada por esse desenho.
-- Deixa a Michelle saber.
-- Ela não precisa saber -- Jessica deu de ombros, supondo que ele estava certo -- Vai logo! -- ela berrou.
Pepe deu um pulo e saiu correndo para buscar o que a chefe pediu.
Jessica abriu a porta do quarto e entrou tão rápido que quase bateu na parede oposta.
-- Jesus amado! -- Inês levou uma das mãos à cabeça -- O que é isso?
Jessica aproximou-se e parou ao lado da cama, examinando Michelle, atentamente.
-- Como você se sente? -- ela perguntou, os olhos verdes da moça brilhavam intensamente.
Antes de responder, Michelle olhou para Inês, depois para Jessica.
-- Estou bem, muito bem, mesmo. Eu quero sair daqui.
Jessica acenou a cabeça positivamente.
-- Era só o que eu precisava saber. Vamos -- ela disse, já abrindo os braços para pegar Michelle no colo.
-- Está louca, minha filha? Você não pode fazer isso.
-- Posso sim. Ela disse que está bem. Então, ninguém pode nos impedir.
A porta foi aberta bruscamente por Pepe, um sorriso cuidadoso em seu rosto.
-- Foi aqui que pediram um caduber? -- ele aproximou a cadeira da cama -- Eu queria ser Uber, mas Uber eu não posso ser, porque Uber pega várias e eu só vou pegar você.
-- Fica quieto, Pepe -- disse Inês, contrariada.
-- Nada é grátis nessa vida, bebê. Sabe que essa corrida vai custar uns 500.
-- Vamos logo -- disse Jessica, impaciente -- Os seguranças já devem estar chegando. Onde está o jaleco?
-- Está aqui, comandante.
-- Veste.
-- Aiiiiiii... -- as mulheres saltaram de susto com o grito -- Sério? Sempre sonhei em andar de branco pelo hospital, empurrando uma cadeira de rodas, conversando amenidades com os pacientes. Elegantérrima como Meredith Grey de Grey's Anatomy.
Inês suspirou fundo.
-- Se vocês querem fugir que seja logo.
Jessica ajeitou Michelle cuidadosamente na cadeira de rodas e ajoelhou-se à sua frente.
-- Tem certeza que está bem?
-- Sim, mas...
Jessica segurou as mãos de Michelle entre as suas mãos e sorriu.
-- Eu sei que está tudo muito confuso, mas peço que confie em mim. Assim que estivermos longe daqui eu conto tudo -- seus olhos brilharam com lágrimas e sua voz saiu suave -- Tenho tantas novidades!
-- Eu confio -- disse ela com total convicção.
-- Certo -- ela se virou para Pepe e Inês -- Enquanto vocês saem pelo Pronto Socorro, eu vou distrair os seguranças.
-- Ai, que emoção! -- disse o mordomo, empurrando a cadeira de rodas até a porta do quarto -- Não se preocupe bebê, Pepe é o seu super herói.
Michelle revirou os olhos, desviou o rosto e afundou-se na cadeira.
-- Vai logo!
Jessica colocou a cabeça para fora da porta e estudou a situação. Estranhamente ninguém apareceu.
-- Será que a bruxa não chamou os seguranças? Menos mal.
Nesse instante, seu celular tocou. Era Inês.
-- O que aconteceu, tia?
-- O segurança está plantado na porta controlando quem entra e quem sai.
-- Droga -- ela deu um soco no ar -- Já estou indo.
Ela se encaminhou, cruzando o chão de mármore, até a recepção, em forma de semicírculo, no canto do saguão. Parou em frente à recepcionista e a fitou em silêncio. A moça franziu as sobrancelhas, o canto da sua boca se levantou formando um sorriso falso.
-- Desistiu de roubar a paciente? -- perguntou a recepcionista.
-- Não seria preciso roubá-la se o médico estivesse aqui. Existe algo chamado alta à pedido, que pode ser solicitada pelo paciente ou por seus responsáveis.
-- Sim, mas não pode existir iminente risco à vida.
-- Ela está bem.
-- Isso somente saberemos através de avaliação e parecer técnico.
Jessica se apoiou no balcão.
-- Quero o termo de responsabilidade para assinar.
-- Só o médico pode fornecer -- foi curta e grossa.
-- Quando ele vai me atender?
-- Talvez amanhã à tarde.
Um nó formou-se em sua garganta, e Jessica engoliu uma dezena de palavrões com visível esforço.
-- Então, tá.
-- Vai embora? Assim, sem reclamar?
-- É, eu volto amanhã -- ela deu as costas e saiu para que a bruxa não pudesse adivinhar seus pensamentos malcriados.
E, ao se dirigir ao Pronto Socorro, as portas se abriram automaticamente com sua aproximação, Jessica prometeu a si mesma que não falharia. Manteria a cabeça erguida e enfrentaria qualquer um que cruzasse o seu caminho. Michelle não era uma prisioneira, muito menos uma refém. Estava ali como paciente e tinha o direito de ir e vir. Se o médico não estava presente, ela mesma daria a alta.
-- Podem me chamar de irresponsável. Eu sou mesmo! -- resmungou.
Não longe dali, viu Pepe se mexendo, gesticulando e falando sem parar. Ela tentou por várias vezes e de todas as maneiras chamar a sua atenção, mas não conseguiu. Então ligou para ele:
-- Será que dá para você se concentrar na operação? Olha para mim, estou aqui na porta -- Pepe fez sinal de positivo.
-- O que eu faço agora, bela comandante?
-- Diz para a tia Inês empurrar a cadeira para fora do hospital.
-- E eu? -- ele perguntou, com um ligeiro ar de preocupação.
-- Somente caminha tranquilamente na minha direção. Só isso -- Jessica desligou o celular e deu um passo à frente, esperando por Pepe.
Ele fez o que foi pedido, e quando estava a dois passos dela, Jessica pulou em seu pescoço.
-- Incompetente, minha mãezinha de noventa anos está há duas horas esperando uma consulta. Se ela não for atendida agora, eu vou te esganar -- Jessica apertava o pescoço dele, sua cabeça era sacudida de um lado para o outro.
Formou-se um grande tumulto ao redor dos dois, as pessoas berravam:
-- Esgana, fura os olhos, estica a orelha...
O segurança puxou Jessica pela roupa e a separou de Pepe.
-- Calma moça -- o homem a empurrou para longe -- Como o senhor está, doutor?
Pepe tossiu sentindo a garganta fechada, depois, recostou-se no balcão da recepção segurando o pescoço.
-- beeeee... -- puxou o ar com dificuldade -- Bem.
-- Graças a Deus! -- disse o segurança, tocando-lhe o ombro com um sorriso gentil -- A violência não leva à nada.
-- Leva a Michelle para casa.
-- O que disse moça?
-- Estou muito envergonhada.
-- Hum, é para se envergonhar mesmo. Coitado do doutor. Ele não tem culpa se o sistema não funciona.
Jessica se aproximou de Pepe e ajeitou a gola do jaleco que ele vestia.
-- Desculpa pela grosseria.
-- Tuuu... -- ele tossiu, novamente -- Tudo bem.
Jessica olhou ao redor, certificando-se de que Inês já havia saído do hospital com Michelle.
-- Então, se está tudo bem, eu já vou indo.
-- E a sua mãe doente? -- perguntou o segurança.
-- Ah, não esquenta. Vou levá-la a uma farmácia -- Jessica saiu sem olhar para trás e passou pela porta praticamente correndo.
Pepe olhou para o segurança e sorriu.
-- Que fofa né. Tão humilde, até me pediu desculpa.
Quando atravessou o pátio, em direção ao estacionamento, Jessica olhou para trás procurando por Pepe, mas não o avistou. Aproximou-se do carro, já tirando a chave do bolso.
-- Onde está o Pepe? -- perguntou Inês.
-- Ficou lá, a senhora sabe como ele é lento, né.
-- E agora? -- Michelle perguntou, genuinamente preocupada -- Não podemos deixá-lo.
Segurando-lhe os braços para ajudá-la a entrar no carro, Jessica olhou em direção à recepção do Pronto Socorro antes de focar no rosto de Michelle -- Não podemos ficar aqui. Você não quer ir embora hoje?
-- Sim, muito -- ela respondeu, passando da cadeira de rodas para o carro, com o auxílio de Jéssica.
Inês se dirigiu para a sobrinha depressa e segurou-lhe o braço.
-- Podem ir, deixem o Pepe comigo.
Jessica concordou com um gesto de cabeça e tocou o ombro da tia com os dedos. Ela contornou a BMW, entrou no carro, deu a partida e saiu acelerando até chegar na avenida.
Quando Michelle abriu a janela do carro, sentiu o cheiro salgado do mar. Mas sentiu frio, por isso, fechou o vidro depressa.
-- Eu não quero voltar para a mansão -- comentou, com um ar de tristeza.
-- Nós não vamos voltar para a mansão.
Michelle virou-se para encará-la, surpresa e curiosa.
-- E para onde vamos?
-- É surpresa, mas posso adiantar que é um lugar lindo. Simples, mas lindo.
O semblante de Michelle se iluminou com um sorriso radiante. Jessica tinha razão quando disse que aquele lugar desconhecido era realmente fascinante. Apesar dos caminhos estreitos, margeados por coqueiros, o oceano azul ao longe formava um cenário maravilhoso.
Jessica segurou o volante com firmeza quando viu, pela placa rodoviária, que faltavam poucos quilômetros para chegar ao destino. Calma! Disse para si mesma. É só uma casa, nada mais! Ela sorriu, não, não é só mais uma casa. Era a casa que pretendia comprar para viver o resto de sua vida com o seu único e eterno amor.
-- A casa não é minha, mas será -- ela passou os olhos pela paisagem e sorriu levemente.
-- De quem é a casa?
-- Foi ideia de Natália. A casa estava fechada, ninguém a usava. Os antigos moradores foram embora para viver em um lugar de clima mais quente. Natália explicou que eles herdaram uma propriedade na Grécia. Para mim foi uma grande benção.
-- Você não conhece os donos?
-- Conheço. A família Bastos é muito conhecida em Hills, mas eu não sabia que eles moravam aqui e nem onde ficava. Os Bastos não estavam em boas condições financeiras, para eles, era mais fácil e mais econômico viver na Grécia.
Michelle ficou séria de repente. Jessica a conhecia muito bem e percebeu imediatamente a mudança em sua fisionomia.
-- O que foi? -- perguntou com carinho.
-- Estar com você me deixa feliz, é tudo o que mais quero -- respondeu ela, numa declaração honesta e cheia de emoção -- Mas não quero me iludir com falsas esperanças. O que está acontecendo, Jess? Porque estamos indo para essa casa? Marcela me demitiu, foi isso? Me fala.
Em silêncio, Jessica parou o carro em um quintal lindo, com uma casa no alto do morro açoitada pelo vento e as ondas quebrando nos rochedos.
-- Chegamos!
Direitos dos pacientes internados em Hospital.
Créditos:
https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Publicacoes&acao=detalhes_capitulos&cod_capitulo=60
Fim do capítulo
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NovaAqui
Em: 15/04/2021
Que bom que foi tudo ficou bem
Pepe é meio doidinho, mas dessa vez ajudou
Nova vida
Nova casa
Novo personagem. Quem será o Parker? Esse Parker vai ser um problema
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Abraços Fraternos NovaAqui. Obrigada pelo comentário.
Até.
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Mille
Em: 15/04/2021
Oi querida Vandinha
Fuga bem sucedida mais acho que Pepe ficou pra trás e vai entregar kkk
E esse Fábio será problemas para a Jessica??
Fugir do hospital meu irmão estava doidinho, em dezembro um cara bateu na o carro na mão dele e fraturou a mão dele. Passou quase 20 dias esperando fazer a cirurgia mais deu tudo certo graças a Deus.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Olá Mille.
Fábio é uma incógnita. Será que é um Parker do bem ou do mal. Não sabemos, mas em breve descobriremos.
Só quem ficou internado sabe como é ruim ficar no hospital. É uma sensação de prisão, mas infelizmente todos estamos sujeitos.
Beijão, Mille.
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Lea
Em: 15/04/2021
Operação "A fuga das galinhas",concluída com sucesso até agora!!
Jéssica não parecia ser tão "desmiolada" assim ! Kkk
Resposta do autor:
Olá Lea
Nunca faça isso. pelo amor de Deus! Fugir do hospital não é certo. Kkk... Não quero dar mal exemplo.
Jessica reveu seus conceitos e resolveu ser vida louca.
Beijos. Até.
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