BOA LEITURA!
CAPÍTULO 17
Fui tomando consciência do meu corpo aos poucos, meus músculos doloridos e pesados foram as primeiras coisas a chamarem minha atenção. Meu estômago roncou de fome, antes de abrir os olhos, molhei meus lábios com saliva, preparada para dor que se seguiria quando me mexesse. Apertando os olhos bem fechados, preparada para as fisgadas insuportáveis no estômago, me mexi mas nada doeu. Quando abri os olhos virei a cabeça para um lado, para o outro, e nada de dor de cabeça. Pigarreei, esperando a garganta latejar e arranhar de dor, nada. Com uma das mãos, massageei as têmporas preparadas para a dor que me atingiria na cabeça, como tem sido nos últimos dias, no entanto, a única dor veio dos músculos do meu braço e ombro, doloridos como se eu tivesse feito horas na academia em sessões com alteres de dez quilos. Com mais coragem, decidi arriscar, e me sentei na cama devagar, esperando uma dor me atingir a qualquer momento, de qualquer lugar, mas o único desconforto foram nos músculos, braços, pernas, ombros. Soltei o ar que não percebi que prendia, aliviada. Acabou. Finalmente acabou.
Mesmo diante da situação de ser uma híbrida, sorri aliviada pela dor ter cessado. Mesmo após anos sendo espancada por meus pais, nunca vivenciei tanta dor como essa da mudança. Durante a primeira invasão que presenciei na sala de câmeras - a primeira da minha vida -, levei alguns socos, chutes, fui lançada contra a parede algumas vezes, e digo com toda a certeza, dormir por aqueles dias foi horrível. Porém, nem mesmo as dores daquele dia se comparam as dores dessa mudança. Realmente achei que fosse morrer em alguns momentos. Para minha sorte, essa é a segunda mudança que passo, e última.
"Espera... Quanto tempo?"
Só então tomei noção das coisas. Não estou em minha casa, não estou na casa de Lia, e não estou onde me lembro de ter estado pela última vez, em meus breves períodos de consciência.
"Isso não me parece bom..."
Devagar, escorrego do centro da grande cama de casal King Size na qual me encontro. Quando meus pés tocaram o chão, um dos meus joelhos falhou, e quase fui ao chão, contudo, me recuperei no último minuto, segurando a beirada da cama com toda força que meus braços doloridos me permitiram. A cama é alta, mais alta do que acho necessário. O quarto, todo mobiliado e decorado num estilo moderno gótico, em cores preta e cinza claro, me lembraram um escritório corporativo, com a óbvia diferença de ter o mobiliário de um quarto ao invés de mobiliário de um escritório.
"Elegante e de muito bom gosto."
As lembranças dos últimos acontecimentos voltaram como uma enxurrada, tudo o que aconteceu nas minhas últimas horas de consciência, impediu que eu acordasse animada e esperançosa. Pensar que "tudo vai ficar bem" pareceu uma mentira, e parei de pensar positivamente no momento em que engoli a primeira golada de sangue. Um arrepio correu pelo meu corpo.
"Então Elisângela acertou. Sou uma híbrida..."
Me dirijo a uma porta lateral dentro do quarto, confiante de que fosse o banheiro, e respiro aliviada quando vejo estar certa. O vestido do jantar está colado em meu corpo, como uma segunda pele, mas tiro rapidamente para concluir minha higiene, antes que Elisângela - ou qualquer pessoa - apareça para me ver. Quando entro debaixo do chuveiro, minha pele arde, o que prontamente ignoro. O primeiro suspiro de alívio saiu dos meus lábios quando espalhei o sabonete líquido pelo meu corpo, mesmo com os músculos doloridos, e com a pele ardendo, a sensação de um banho é incrivelmente maravilhosa. Sem nenhum shampoo a vista, uso o sabonete líquido para lavar os cabelos, que estavam oleosos e fedidos, mesmo sabendo que quando for desembaraçar na próximo banho, me arrependerei amargamente por ter usado um sabonete líquido no cabelo. Por hora, ignorei, tentando aproveitar a sensação da água morna em todo o meu corpo. Somente por um momento, quero esquecer todos os problemas que vou enfrentar daqui para frente. Quero alguns minutos de paz, de normalidade, assim como quando cheguei a essa alcateia. Quero uns minutos de paz.
Contudo, os minutos de paz não duraram muito. Enquanto lavava os cabelos debaixo do chuveiro maravilhoso, que não se comparava ao meu, notei pela pequena janela de vidro do banheiro, a luz do sol. Dia. É dia, não noite. Só então, me fiz a pergunta que deveria ter feito, assim que acordei.
"Quanto tempo dormi?"
Um medo frio correu pelo meu corpo e meu estômago gelou em ansiedade. Será esse o famoso termo de "borboletas no estômago"? Infelizmente, no meu caso, não é por causa de uma pessoa, mas sim, por uma reunião que tenho, ou tinha, as dez horas da manhã, que provavelmente perdi. Pela altura do sol, que vi pela janela, deduzi que já se passaram horas depois das dez da manhã, muitas horas.
Apavorada demais para continuar no chuveiro, aproveitando a massagem que aquela ducha maravilhosa fazia em minhas costas, desliguei o mesmo e sai enrolada numa toalha, que encontrei antes de entrar no banho, numa das gavetas do pequeno móvel dentro do banheiro.
"Estou tão ferrada... O que vou dizer para o Alfa? Luís? Eles não vão acreditar que tenha ficado doente por causa dos poderes como Lia acredita."
"Mesmo que fosse verdade, não acreditariam em mim porque sou uma péssima mentirosa."
Saindo do banheiro, me dirijo ao que deve ser um closet, mas não me surpreendo por encontrar as prateleiras e gavetas vazias.
" Elisângela deve ter me trazido para o quarto de hóspedes..."
Duas grandes malas estão posicionadas lado a lado no fundo do closet, e me dirijo a elas, acreditando estarem vazias, no entanto, quando levanto uma delas, o peso me diz o contrário. Com o cenho franzido, e incomodada por estar mexendo em algo que não me pertence, abro um pequeno vão na parte superior da mala, coloco uma mão dentro da bolsa, determinada a puxar qualquer peça de roupa para que possa me vestir antes de sair do quarto. Fecho a mão com força assim que alcanço a primeira peça de roupa, a puxando para fora da mala pelo pequeno buraco. É uma camiseta preta simples, e bem grande.
" Pelo menos não vai mostrar meus seios."
A camiseta é grande o suficiente para ser um vestido para mim. Inalo o cheiro esperando sentir alguma colônia ou perfume, mas o que sinto é amaciante e sabão em pó. Me desenrolo da toalha vestindo somente a camiseta, sem muitas alternativas. Voltando para o banheiro, a procura de uma pasta de dente para passar na boca - Mesmo que fosse somente com o dedo indicador -, para amenizar o odor podre que sai da minha boca, encontro na primeira gaveta a pasta, e uma escova de dentes ainda numa embalagem fechada, quase choro de emoção com o achado. Abro avidamente a embalagem, como se minha vida dependesse da escova de dentes. Durante a escovação sinto meus dentes caninos doloridos, e olho meu reflexo no espelho com medo de encontrar qualquer coisa diferente. Mas não encontro nada, é o mesmo rosto, o mesmo corpo, o mesmo cabelo. Nada visivelmente diferente. Ao me lembrar do sangue, e das poucas vezes em que bebi o sangue de Elisângela, sei que algo dentro de mim mudou para sempre, algo que nunca mais vai voltar. Não sou mais uma simples lycan, sequer sou uma lycan pura de verdade.
As lembranças do gosto do sangue de Elisângela me atingem como tapas na cara. Pelo reflexo no espelho, vi meus olhos cheios de lágrimas. Deixei que as lágrimas caíssem enquanto terminava de enxaguar a boca. Quanto mais me lembro do gosto do sangue, mais triste me sinto. O gosto é bom, devia ser ruim, mas não é. Teria facilitado se fosse ruim, mas não foi. Seco as lágrimas no rosto, e arrumo o cabelo desajeitadamente, o prendendo em um coque da melhor forma que consigo, já que não encontrei nada para prendê-lo adequadamente. Finalmente saio do quarto pensando em como abordar Elisângela.
"Oi! Obrigada por me dar seu sangue! Preciso ir embora agora, mas muito obrigada!"
A camiseta realmente se tornou um vestido. As mangas largas quase chegavam em meus cotovelos, e a barra acabava pouco acima dos meus joelhos. Parada em frente a porta que leva a saída do quarto, respiro fundo, junto às mãos na frente do corpo, conto até três e saio.
Paro petrificada no corredor, sentindo meu sangue ser drenado para os pés.
"Santa Gaia..."
Numa tentativa inútil de acordar do terrível pesadelo, fecho os olhos, apertando com as mãos, e os abrindo novamente.
"Não, não, não..."
"Por favor, não!"
- Você acordou... - Me viro assustada para a voz masculina atrás de mim. Ele ri e diz alguma coisa que não escuto inicialmente. - ... Ela vai gostar de te ver nessa roupa... - Ouvi meu coração acelerado nos ouvidos, com as mãos juntas na frente do corpo pude até mesmo sentir minha pulsação com a outra mão. - ... Não precisa ficar assustada... - Ele continua dizendo coisas que eu não consegui prestar atenção, me perguntando como fui parar aqui. Não é a casa de Lia, nem de Elisângela, é a casa do Supremo, onde minha companheira mora. Como se constatar esse último detalhe fosse um gatilho de liberação, senti meu corpo afundar num leve formigamento, a voz, antes nítida - mesmo que eu não prestasse atenção -, do homem a minha frente, tornou-se abafada. Depois de um calafrio intenso correr pelo meu corpo, sinto um ar abafado me rodear.
"Conheço esses sinais. Desmaiando em três, dois..."
- Ow! Ow! Calma! Não desmaia agora...
"Vai a merd*!"
Mesmo com o corpo em fase de 'desligar', minha mente ainda trabalhou em respostas que eu não teria coragem de dizer na realidade. O homem alto, elegante, num terno azul marinho justo, com óculos de armação retangular, que combinou perfeitamente com ele, não impedindo em nada que continuasse atraente para muitas mulheres, me segurou pelos ombros. Não sei quem ele é, mas me lembrou muito uma pessoa que conheço.
- Sou Matheus, seu cunhado, acho que já deve saber disso. - Ele sorri sem mostrar os dentes, e nego com a cabeça. Que ele provavelmente era meu cunhado eu sabia, mas que ele se chama Matheus, não fazia a mínima ideia. - Tudo bem, agora você sabe. Escuta, acho melhor você voltar a se deitar, ficou uns dias inconsciente, acho que não é uma boa ideia você...
- Como vim parar aqui? - Odiei a forma como minha voz soou, baixa e rouca. Provavelmente, nesse momento pareço uma garota fraca e indefesa, o que realmente estou, de certa forma. Mais que odiar parecer fraca, odiei o fato de um desconhecido, me dizer o que devo fazer. Isso, eu não suporto.
- Quando não apareceu na reunião, todos te procuramos. É tudo o que vou dizer. Agora sugiro que volte para o quarto, Hera vai odiar ver você andando pela casa assim, principalmente porque aqui é cheio de homens. - Semicerro os olhos, irritada. Mesmo não me conhecendo, ele ainda ousa querer me dar ordens? Posso andar como bem quiser, meu corpo não é da conta dele, nem de Hera. Mesmo querendo descer aquelas escadas, só para provar meu ponto, me contenho, por dois motivos. Primeiro, não costumo fazer escândalos, afinal, o que mais prezo em minha vida é a discrição e a invisibilidade, por tanto, vou aguardar o momento certo para provar que Hera e nem ninguém, pode e vai, me dizer como devo ou não andar. Segundo, não quero ser vista como louca pela Família Real, porque preciso que acreditem em mim quando Lucas contar a eles sobre minha família, e fazer um escândalo desses, por mais que eu queira, não vai me ajudar em nada.
"Preciso saber o que eles sabem sobre mim."
"Elisângela teria contado? Mesmo tendo me dito que me daria um tempo para me acostumar e contar?"
Sem dizer uma palavra, dou as costas para ele, entrando no quarto, e antes de fechar a porta por completo ouço as últimas palavras de Matheus.
- Também foi um prazer cunhada... - Reviro os olhos.
Dentro do quarto, ando de um lado para o outro. Logo, logo Hera entrará por aquela porta, e aí outro problema começa. A proposta - ou ameaça - que ela fez quando nos encontramos, está prestes a acontecer? Ou ela vai ser flexível? Se Hera for tão dominadora como suspeito que é, não saberei como fazê-la desistir dos seus planos radicais. Nunca fui uma pessoa versada em discussões para ganhar alguma, meus argumentos, por melhores que sejam, não são indicados da maneira certa nas discussões, isso sempre me faz perder qualquer discussão. Lia vive me dizendo para melhorar esse ponto porque um dia vou precisar, e realmente, preciso agora. Não há dúvidas de que Lia é filha de seu pai, grande empresário e aristocrata, onde com certeza herdou seus atributos de persuasão, e que ganha qualquer discussão, mesmo ela estando errada. É impressionante, Lia consegue convencer até mesmo uma barra de ferro a se dobrar sozinha se tentar.
A porta se abre num estrondo me fazendo saltar de susto, ao mesmo tempo que me viro para a origem do som. Hera está no vão da porta. Sua expressão é como uma folha em branco para mim, não sei dizer se ela está com raiva ou feliz, meu palpite é que não é o último.
Hera fecha a porta atrás de si, a trancando em seguida, assim como na noite em que ela me marcou. Meu coração se acelera com a lembrança.
"Não é hora de lembrar disso Lorena..."
- Como se sente? - Sua voz calma faz um arrepio correr por todo meu corpo. Hera veste uma calça social preta, com um sinto de fivela prateado, como na primeira vez que a vi. Uma camisa social branca contrastou com seu cabelo liso escuro, pigarrei, ao constatar que ela é tão alta quanto me lembrava. Talvez com um salto agulha eu consiga ficar na mesma altura. Seu olhar penetrante me avalia dos pés a cabeça, e escondo da melhor forma que posso meu nervosismo. - Então?
"O que ela sabe? Como vou perguntar para não levantar suspeitas?"
- Bem. - Mesmo distantes uma da outra, dou um passo para trás. Hera nota, e da um para frente, se aproximando. Ela desabotoa a camisa social mostrando uma regata branca, colada ao corpo por baixo. Engulo a saliva nervosa. Involuntariamente, deixo meus olhos correrem por seu abdômen, se demorando nos bicos dos pequenos seios que ela tem. Uau. Nada por baixo. OK. Quando meus olhos voltam para seu rosto, encontro seu olhar convencido. Hera arqueia uma sobrancelha. - Como cheguei aqui?
- Em meu BMW, no meu colo, inconsciente, com meu irmão dirigindo. - Minha boca se abre em choque.
Admito que não esperava que ela fosse ser tão direta.
- Como... Por que vocês me... - Gaguejo sem saber como perguntar.
- Porque você não apareceu na reunião. Onde eu descobri por outras pessoas que minha companheira tem poderes, e que quase morreu no último turno de trabalho. - Hera dá mais um passo em minha direção, e prendo a respiração. - Junto com a novidade de ela ser uma híbrida, que estava na casa de outra mulher, na cama de outra mulher, se alimentando de uma mulher que não era eu.
Ok. Ciúme. Claramente ciúmes. Muito ciúmes acumulado.
Com os olhos fechados solto o ar calmamente, sem saber o que dizer.
- Eu não tinha como saber que aquilo ia acontecer daquele jeito e naquela hora. Não tive muitas opções.
- Tinha a opção de ter me contado. - Seu olhar irritado me encara.
- Quando?! - Minha voz sai mais alta do que queria, e tento me controlar quando sinto um calor familiar subir pelo meu pescoço.
- No dia em que ficamos juntas? - Ela diz como se fosse óbvio.
- Que eu me lembre, não tivemos tempo sequer de trocar de números para eu saber como entrar em contato com você.
- Que eu me lembre, você estava desesperada para encontrar sua amiga, e não quis que eu te acompanhasse até sua casa para que então, eu te passasse meu número ou você me passasse o seu. - Nesse último comentário meus argumentos tinham se acabado. De repente me senti cansada. Cansada demais para lidar com alguém tentando controlar minha vida.
- Olha, eu não vou entrar nisso. Você não é minha dona, não faz uma semana que nos conhecemos, tinha esperanças de que minha companheira seria uma pessoa compreensível para tentar conversar, e entender que estou passando por um inferno na minha vida. Mas acho que ela não é nada além de uma controladora, que acha que por sermos companheiras devo a todo momento me preocupar em satisfazer todas as vontades dela. - Por mais que tivesse começado a dizer tudo com muita raiva na voz, essa raiva foi perdendo força, e dando lugar para tristeza. - Me desculpe vossa alteza se não correspondi suas expectativas.
Caminho em direção ao banheiro para tentar me recompor - ou ficar sozinha e chorar a vontade sem ninguém olhando -, mas sou impedida pela mão firme de Hera em meu braço, que me faz olhá-la. Viro o rosto sem querer que ela me visse naquele estado tão frágil, contudo Hera me surpreende com um abraço apertado.
- Me perdoa. Me perdoa. Eu... - Ela se interrompe. Para mim ficou claro que Hera não sabe como pedir desculpas, provavelmente nunca tenha feito isso na vida, por não precisar. Me lembro de algumas vezes em que cometi pequenos erros durantes os jantares de aristocratas com meus pais, e em todas as vezes, mesmo o erro sendo meu, eram as pessoas ao redor que me pediam desculpas. - Não quis ser insensível com o que você está passando.
- Mas foi. - Talvez ela se sentisse culpada ao ponto de me deixar ir para casa ficar um pouco sozinha. Talvez.
- Eu sei, me desculpa. - Permanecemos paradas nos abraçando por um tempo. As lágrimas que queriam cair, secam depois de piscar diversas vezes seguidas para contê-las, já chorei demais ultimamente. Para minha sorte, Hera não conseguiu ver.
O cheiro de Hera entra pelo meu nariz, me tornando consciente da proximidade dos nossos corpos. Meus braços estão em seu peito, assim como minha cabeça. As mãos de Hera sobem e descem lentamente pelas minhas costas, em um momento tive a impressão de senti-la puxando a camiseta que visto para cima, para depois soltar, como se tivesse se lembrado que não podia. Meu corpo recebeu isso como sinal para se excitar, em segundos aquelas fisgadas no ventre características de uma excitação surgiram, me fazendo trincar os dentes para conter meu corpo.
"Hora de se afastar..."
Quando dou indícios de me afastar, Hera segura com mais firmeza minhas costas. Desconcertada, brinco com a gola da regata que ela veste, e mantenho meus olhos concentrados em minhas mãos. Hera segura meu queixo com uma das mãos, me fazendo olhá-la nos olhos.
- Eu vou tentar ser mais compreensiva. - Sua voz sai baixa. Concordo com a cabeça.
- Seria ótimo.
- Mas também gostaria que você me contasse as coisas a partir de agora, podemos combinar assim? - Concordo novamente com a cabeça. O canto dos lábios de Hera se levantam mostrando um sorriso e coro. Desde quando me tornei uma manteiga derretida? Hera é linda demais para existir, linda demais para ser minha companheira. Hera tem uma aura misteriosa que a rodeia, a deixando interessante demais para minha sanidade. Seu olhar intenso, juntamente com seu corpo, intimidam ao mesmo tempo em que me atraem. Hera é uma verdadeira perdição.
"Nem acredito que passei dos beijos com uma mulher assim..."
"Em que momento me tornei tão estupidamente apaixonada?"
"Foca Lorena! Você não conhece ela, você não conhece ela... Foca!"
Os dedos de Hera em meu queixo se movem para minha bochecha carinhosamente, parando em meus lábios. Nesse momento, seus olhos se fixam em minha boca, fato que minha mente registra rapidamente. Um impulso de molhar os lábios - que é prontamente atendido - surge. Hera, ao ver tal ato, sorri mais uma vez.
- Sabe... Pode ficar com essa camiseta para você, não importo se quiser usá-la todos os dias. - Ela diz com uma voz rouca e baixa, como se fosse um segredo somente nosso. Mais uma fisgada em meu ventre, e aperto as pernas discretamente. - Só no nosso quarto, é claro. - Ela completa rápido, e eu rio dessa vez.
Hera aproxima nossos rostos, e fecho os olhos em expectativa, apertando as pernas novamente. Sinto os lábios firmes e exigentes dela tomar os meus. Sua mão, que estava em meu rosto, se fixa em meu pescoço, me puxando mais contra si. Sua outra mão em minhas costas, de repente estão dentro da camiseta/vestido, explorando minhas costas nuas. Quando sua mão alcança minha cintura, constatando que não vestia nada além da enorme camiseta, Hera gem*.
- Nada por baixo? - Nego com a cabeça, incapaz de encontrar minha voz naquele momento. - Hum... - Ela reflete, como se decidisse se minha resposta é certa ou errada.
Nosso beijo se aprofunda, os lábios de Hera são exigentes, firmes e arrisco dizer: Desesperados. Hera me suspende somente com um dos braços, e passo minhas pernas ao redor de sua cintura. Ela caminha comigo em direção a cama, e sinto o colchão em minhas costas quando caímos sobre ele. Hera se afasta para podermos respirar, mas ela não perde tempo, suas mãos ágeis sobem minha camiseta a tirando por minha cabeça. Ela para olhando meu corpo lentamente, como se quisesse gravar na mente cada detalhe, e quando volta para minha boca sinto suas mãos apertando meus seios, minha cintura, todo meu corpo. No primeiro contato das suas mãos, meus seios se endurecem, e minhas costas se arqueiam, pelo prazer ao sentir seus dedos rodeando o bico dos meus seios, e seu polegar faz uma leve pressão no final de cada rodada. Hera beija e ch*pa meu pescoço com desejo, o cheiro de nossas excitações se misturaram e preencheram o quarto.
Minha boca se abre, tomando fôlego, quando os lábios de Hera voltam para minha boca. Corro minhas mãos pelo seus braços, para depois ir para o motivo das minhas fantasias noturnas, sua barriga chapada. Colocando as mãos por debaixo de sua regata, sinto os gomos sobre minhas mãos, e puxo a regata para cima, para tirá-la. Hera entende o recado e faz isso rapidamente, se livrando também da calça. Hera corre os lábios e língua pela minha clavícula, e sinto sua boca descer para os meus seios, juro ter visto algumas estrelas no teto do quarto nesse momento.
- Você é tão perfeita... - Hera diz. Foi inevitável não me sentir constrangida, porém o sentimento passa rapidamente quando Hera ch*pa um dos meus seios, fazendo outra fisgada despontar em meu ventre. - Só estou começando querida... - Nossos olhares se encontram brevemente e perco o fôlego. Um desejo primitivo enche seu olhar, me impressionando, e seus olhos parecem estar mais brilhantes que o normal. Depois de Hera quase me dar um orgasmo só trabalhando em meus seios, ela desce com ch*padas pelo meu abdômen, até chegar em meu ventre liso e recentemente depilado. Ao chegar ao vão do meu sex*, Hera pressiona o rosto contra ele, inalado com força. Mais uma fisgada.
- Amo seu cheiro... - Ela inala novamente, com os olhos fechados, sendo impossível para mim não me excitar ainda mais. Sem nenhum aviso, vejo a língua rosada de Hera sair da boca e sinto a quentura em meu sex*, quando ela passa lentamente - e profundamente devo acrescentar - sobre meu sex*. Mordo meu lábio inferior segurando o gemido escandaloso que quis dar. Hera repete diversas vezes o mesmo movimento, em algum momento começo a movimentar minha cintura contra sua língua, num ato desesperado por mais atrito com sua boca. Mas Hera para de repente, e a olho preocupada. - Me diz o que você quer que eu faça. - Hera diz rouca, com desejo estampado em seu rosto.
"Pelo amor... Você sabe o que eu quero..."
- Quero ouvir você dizer... - Hera sabe que não demoraria muito para eu ter um orgasmo, por isso deduzo que ela está me enrolando. - Só quero ouvir... - Olhando para baixo, encaro aqueles olhos dourados incríveis.
"Desgraçada..."
- Quero que me foda, com força. - Digo olhando diretamente naqueles olhos magníficos e hipnotizantes. Um rosnado baixo sai do fundo de sua garganta, nesse momento sei que não precisarei pedir novamente.
Novamente sem aviso, Hera me penetra com três dedos ao mesmo tempo que sinto sua boca quente em cima do meu clit*ris. Os movimentos lentos de sua língua acompanham seus dedos, indo fundo e lento, o contrário do que quero. Quando minha cintura volta a se mexer por conta própria, Hera se engaja, seus dedos ficam mais rápidos e suas investidas mais fortes, sua língua pressiona com mais força meu nervo, me levando a beira da loucura. Os gemidos que até então continha, se tornam impossíveis de controlar, e deixei que saíssem, sem me preocupar se alguém os ouvia.
Poucos segundos depois grito sentindo meu corpo amolecer, cansado pelo orgasmo. Permaneci com os olhos fechados mesmo quando senti o corpo dela em cima do meu, a boca de Hera explora novamente meu pescoço, meus seios, voltando para minha boca em seguida, sem nenhuma pressa, até me deixar com falta de ar. Quando ela posiciona sua cintura sobre a minha, meu sex* já latej*v* novamente devido suas provocações. Quando a senti se movimentar sobre mim num ritmo lento, abro os olhos. Quero ver cada detalhe de seu rosto. Quando o orgasmo se aproximou, não pude me impedir de fechar os olhos novamente. Com os olhos fechados, exploro seu corpo com minhas mãos. O orgasmo nos atingiu ao mesmo tempo, e Hera continuou em cima de mim por minutos.
- Superou tudo o que eu imaginei esses anos. - Hera diz com a voz ainda rouca, e a respiração entrecortada.
- O quê? - Mesmo tendo escutado perfeitamente bem o que ela havia dito, minha boca articulou a pergunta antes que conseguisse evitar. Hera levantou o rosto do meu pescoço, se equilibrou em cima do cotovelo esquerdo, e me avaliou, enquanto acariciava meus lábios lentamente.
- Nunca achei que fosse tão bom ter uma companheira. Mesmo querendo uma, nunca acreditei no que dizem sobre a ligação ser única e especial. - Seu olhar está fixo e concentrado em minha boca. - Agora sei que é verdade.
Meu coração se enche de alegria. Hera sabe a alegria que me dá, ao ouvir aquilo dela? Ouvir da minha companheira? Foi como ouvir que o que temos é realmente importante para ela, eu sou importante para ela, e isso encheu meu coração de esperanças de poder ser feliz de verdade.
Hera mexe sua cintura e muda de posição, seu movimento repentino me fez ter consciência de algo que não acreditei. Ainda estou excitada. E quero mais um round. Abro ainda mais as pernas num fingimento de estar me ajeitando em baixo dela, e não consigo evitar o sorriso malicioso que desponta dos meus lábios.
- Seu desejo é uma ordem querida... - Hera se inclina tocando nossos lábios novamente e voltamos para a sequência de movimentos, que tínhamos terminado temporariamente.
Fim do capítulo
Oi! Oi Gente!
Gente desculpa o horário, ia postar mais cedo mas tive q resolver um monte de coisas, e quando cheguei em casa agr corri p vir publicar p vcs...
Bom, espero q tenham gostado do cap, curtam e comentem p eu saber oq estão achando ><
Críticas são bem vindas ><
Acredito q nesse cap vcs conheceram outro lado da Lorena, um lado mais tímido, mais... como eu posso dizer? Mais adolescente? Não sei a palavra rsrs Mass espero q tenham gostado ><
Boa semana p todos! Se cuidem! Bjos!
Como eu não sei se vou conseguir postar um bônus, então até quarta!
><
Comentar este capítulo:
dayvieira
Em: 15/04/2021
Só vejo um problema com essa história, um capítulo só por semana é mto pouco Kkkk
Amando cada vez mais =)
Resposta do autor:
Sim! Estou tentando me organizar melhor para publicar pelo menos 2 caps por semana, mas está dificil rsrs Por enquanto não vou prometer nada, mas daqui umas duas semanas quem sabe? ><
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