― Marina, o Marcelo tá chamando para o churrasco de comemoração que ele está fazendo para você e o Marcos.

―Estamos descendo Vivi. Já chegou alguém? - perguntou enquanto procurava a roupa

― As cunhadas e uma amiga minha e dos gêmeos.  Abre aqui, eu quero te pedir uma coisa. ―Falava baixinho. Marina olhou interrogativamente para Biatriz que subiu os ombros e desceu rapidamente numa forma de dizer: "Sei tanto quanto você, abra". Continuou vestindo a camisa enquanto Marina abria a porta, Virginia entrou falando no celular toda sorridente.

― Eu queria convidar alguém para passar o dia comigo aqui na sua festa hoje posso? -Marina percebeu que ela estava com alguém do outro lado da linha aguardando a resposta da irmã.

― Eu não sabia nem que tinha festa para mim, pode sim, mas quem é ele? Seu picante... Seu crush? ―Deu uma indireta para tentar descobrir os segredinhos da irmã.
― Posso ou não posso? ―Já estava se enfezando, Virginia era assim, perdia as estribeiras com muita facilidade.

― Pode sim, vou adorar conhecer meu cunhadinho. ― Abraçou a irmã beijando seu rosto que empurrou de leve, limpando o local onde Marina tinha beijado Sorrindo, ela falou:

―Marina, eu não sou mais criança para você fazer isso.

― Mas continua sendo minha irmã caçulinha.  ―Nessa hora Bia intercedeu em favor da cunhada:

―É isso aí, a Vivi tem razão. Olha o tamanho do mulherão que você trata como uma criança, amor. E o pior é que vocês fazem isso na frente de outras pessoas.

― Falou e disse, toca aqui cunhada. ― Ergueu a palma da mão aberta e as duas bateram uma na outra ao mesmo tempo começando a rir.

―Está bom, me desculpe, foi vacilo meu. Vai lá chamar seu namoradinho, já vamos descer.

―Tudo ok, vou deixar seu nome na relação das pessoas convidadas que fica na portaria, quando chegar se identifica. ―E se afastou conversando.

Virginia deu as costas e saiu do quarto da irmã comprovando o que ela tinha dito.

Em três anos se tornará uma bela mulher, cabelos negros e lisos com mechas vermelhas na altura do ombro cortado quadrado, de um lado chegando abaixo dos ombros, no outro curto na altura da orelha; era um corte moderno que dava ao rosto uma beleza diferenciada. Havia um pequeno espaço entre os dentes, seus lábios eram finos e rosados. Seus peitos mal apareciam na blusinha baby-look com a estampa da "Billy Eilish" que deixava seu umbigo a mostra, camisa esta que foi presente de sua irmã que sabia dos gostos da caçula que gostava até demais da cantora. Mesmo sendo nova, sua bunda já era arrebitada e suas pernas grossas, o que era ainda mais evidente quando usava um shortinho jeans curto. Virginia que conversava com alguém pelo telefone, algo engraçado foi dito e ela começou a rir.

―Ora, vejam só, parece que vamos conhecer o mistério da Vivi. ― Marina falou enquanto vestia o biquíni.

―Ela parece bem feliz, não acha? ― Bia observou.

―Acho sim, só espero que o namoradinho dela não seja um babaca e que ela tenha sorte. ―Virou de costas para Bia abotoar o biquíni.

― Amarra aqui. Quando terminou, Bia puxou todo seu corpo e saiu distribuindo beijos em seu pescoço.

― Bom, amor, vamos descer. Se não a gente não vai para canto nenhum. ―Saiu puxando a namorada que reclamava querendo ficar no quarto. Desceram a escada, de longe já dava para ver a animação lá fora.

Marcelo e Matias chegaram com as namoradas, já estavam com tudo que era necessário para um bom churrasco.

  MARCELO

Enquanto Matias fazia o fogo, espalharam as carnes na mesa, Rosely e a uma garota de beleza comum, com quem Marcelo andava saindo, se revezavam no tempero e na preparação dos bifes na grelha, a garota fechava e empilhava em cima da mesa, Fabiana na outra ponta organizava os pães de alho e Luiza com Geruza as caipirinhas.

Marcelo assumiu o fogo e os irmãos foram abastecer o freezer. Quando estava só, tirou a carteira com os documentos pessoais e do carro do pai que havia pego na noite anterior tudo que estava relacionado a Alberto ele jogou no fogo, aproveitou e jogou também o chaveiro e o controle, deu uma mexida e ficou olhando; em poucos segundos tudo ia virar cinzas.

― Cara, esse troço tá fedendo a pneu queimado. O que tem aí? ― Matias perguntava ia falando tampando o nariz ao mesmo tempo.

― Eu é que vou saber? Foi você que acendeu o fogo, usou o quê para acender? ― Mudou o rumo da conversa disfarçando no tom de voz uma irritação que não existia.

― O de sempre, estopa e querosene, a não ser que o Marcos tenha esquecido algum chinelo aí dentro. Ele é danado para fazer isso. ― Os dois irmãos riram.

― É mesmo, lembra da vez que a mamãe achou o sapato dele dentro do forno? ―Marcelo olhava a cara do irmão com a lembrança de tempos atrás.

― Ele disse que tinha posto ali para secar, já que tinha passado o dia chovendo, e acabou esquecendo. Os dois irmãos ainda estavam sorrindo quando Luíza e Fabiana chegaram perto.

― Que fedor é esse? Tem rato morto nesse fogo? ―  Luiza interrogou tampando o nariz e puxando a morena para ficarem contra o vento.

―Marcelo acha que é algum sapato ou chinela do Marcos. ― Matias disse.
― Já olhei tudo, não tem nada de importante ou interessante aí no fogo. Simplesmente está queimando o que tinha de queimar, isso logo passa.  Quer ver só? -  Colocou as mãos em concha e gritou chamando atenção das garotas na piscina ― Carla e Rosely estão sentindo algum mal cheiro? ― Marcelo chamou. As garotas levantaram a cabeça, cheiraram o ar, balançaram a cabeça negativamente e voltaram a temperar a carne.
―Não falei. Agora se mexam e me tragam os pedaços já cortados e temperados para pôr no fogo. Mamãe, mande buscar os homenageados, isso é para eles.
― Vivi, vem aqui filha. Vai lá em cima tirar sua irmã do quarto passe no quarto do Marcos e derrube ele da cama. ― Vivi estava do outro lado do deck conversando com duas colegas e o irmão de uma delas.

Os três já eram amigos desde o pré-escolar e, como moravam no mesmo local, a amizade se fortaleceu. Assim que ouviu as ordens da mãe subiu para acordar os homenageados e fazer um pedido a irmã queria convidar uma pessoa, mas não queria passar por cima de Marina afinal a festa era para ele e Marcos. Todos na piscina estavam conversando, outros tomando banho de sol si esperava que ela entendesse seu lado e não fizesse muitas perguntas ou a criticasse.

MARINA

Marina observava Virginia mais afastada conversando com sua turma e o irmão encostado a ela. De quando em vez ela olhava o celular.

Marcos estava quase dormindo, estava conversando com uma pessoa no celular uma vez que ele por mais namorador que fosse nunca levava uma garota para os churrascos em casa ou festinha. 

O vigia da portaria avisou que um convidado estava chegando e, como o nome estava na relação, deixou entrar.

Todos na piscina olharam para a entrada, lá estava uma ruiva de arrasar quarteirão. Os cabelos cacheados, tal qual o da Marina, mas totalmente ruivos da cor de fogo, olhos verdes, um batom vermelho e um vestido preto colado no corpo realçando suas curvas generosas. As mãos com unhas esmaltadas de vermelho, um saltinho fino completando a elegância aristocrática, usava um perfume gostoso cujo odor rodopiou em torno da piscina, um perfume exótico misturado com baunilha.

Todos, sem exceção, ficaram paralisados olhando a figura em pé que sorria para uma pessoa específica na piscina. Marcos pulou como se tivesse levado um choque, os irmãos tossiram para disfarçar o interesse.

Continua......

Fim do capítulo