CAPÍTULO 29 O DIÁRIO DE VIRGÍNIA
Marina acordou com os gritos dos irmãos chamando pela mãe, levantou com cuidado para não acordar Bia que dormia tranquila ao seu lado. Como ela não teria aula dormiram no raiar do dia, era justo que ela dormisse um pouquinho mais.
― Que isso Vivi? A mamãe tá dormindo. O que houve? Para de gritar. ― Tentava afastar os irmãos que mais uma vez brigavam por algo.
― Ele pegou meu caderno e não quer devolver! ―Virginia pulava na ponta dos pés tentando reaver seu tão precioso caderno que estava na mão do irmão, que por ser muito alto, tornava impossível o acesso. Virginia tinha se tornado uma mocinha linda, muito diferente de todos. Antes todos diziam que ela se parecia com a avó paterna, agora que estava ficando adulta notava a diferença e ela era diferente de todo mundo, mas era idêntica a sua outra avó a mãe da sua mãe que tinham encontrado umas fotos antigas da família e descobriu uma foto da sua avó materna, Virginia era idêntica nem sua mãe se parecia tanto quanto.
Ainda assim, estava linda; sua pele era clara, tinha 1,58, o que era normal para sua idade, corpo bem feito e nada exagerado como a irmã, cílios grossos e arqueados como uma asa de borboleta, cabelos lisos e pretos cortados recentemente nos ombros num corte moderno. Se vestia esportivamente, no momento usava uma blusa unissex rosa com listras brancas e um shortinho preto, nos pés só uma sapatilha simples.
Vivi tinha os olhos pretos e espertos, estavam sempre buscando algo, quase nunca estavam parados. Ela era de uma alegria genuína e muito unida com Marcílio, o irmão que no momento ameaçava ler o tal caderno.
- Ela está toda apaixonadinha, está tudo escrito aqui. Vou descobrir quem é o talzinho, eu acho que é o Rubens. - O garoto, uma cópia em miniatura da versão masculina da mãe, tentava correr para ler.
-Mamaãee... - Pare de gritar Vivi. E você, Marcílio, devolva o caderno dela, não é seu, respeite a privacidade da sua irmã. Ninguém tem direito de invadir a privacidade dos outros, não foi isso que nossa mãe ensinou, ou você quer seguir o exemplo do seu pai que não respeita nada nem ninguém? ―Marina sabia ter sido cruel, mas não podia permitir que o irmão continuasse com esse tipo de atitude. Este ficou com cara de arrependido, devolveu o caderno. Vivi pegou e abraçou como quem abraça um recém-nascido.
― Vão lá para cozinha tomar o café de vocês, a mamãe desce já. Eu vou tomar banho e acordar a Bia, já desço também. ― Ela encara a mais nova. - Vivi peça a tia Laura para organizar o café lá fora, como hoje ninguém trabalha ou estuda, vai ter aglomeração na casa.
Subiu a escada pensando na irmã apaixonada. Quem seria o namoradinho da Vivi? Nunca havia visto ela com ninguém e agora estava cheia de segredinhos. Queria poder conversar abertamente com a irmã, mas não queria ser invasiva, esperava que ela se sentisse confiante para se abrir. Chegou em frente o seu quarto e abriu a porta cautelosamente para não acordar Bia que dormia tranquilamente que inconsciente estava todo jogada no lado onde costumava dormir um braço por cima do seu travesseiro como se buscasse seu corpo.
Tirou toda a roupa e se met*u embaixo da coberta, se aconchegou no corpo quentinho da namorada, passou o braço e pernas por sobre o corpo branquinho, que inconsciente a abraçou puxando para mais perto e assim voltou a dormir rapidamente. Bia estava toda em cima do seu corpo deixando-a com dificuldade para respirar.
- Amor... Afasta um pouco para lá. - Tentava empurrar em vão, depois de muito tentar conseguiu tira-la, Bia acordou e olhou a hora no celular.
- Eu ouvi um barulho mais cedo, o que foi? - espreguiçou toda ainda sonolenta.
- Marcílio pegou o caderno da Vivi, parece que ela está fazendo um diário e ele quer ler.
- Um caderno de capa preta? - Perguntou. Bia vestia a cueca box e estava deitada a olhando.
- Esse mesmo, ela falou com você desse caderno? - Observava a namorada se vestir e sair da cama indo para o banheiro.
- Vêm tomar banho comigo? - Chamou estendendo a mão.
- Se ia tomar banho, para que se vestiu? Podia ter se levantado nua, já poupava tempo.
- Sei lá, foi no piloto automático. - Respondeu olhando para o próprio corpo, em seguida para o corpo da morena que sacolejava sensualmente em sua direção. As duas tinham mudado fisicamente muito rápido;
Biatriz estava com um 1.60 e havia ganhado massa muscular, as coxas estavam roliças e torneadas, o bumbum durinho e barriga tanquinho. Praticava box tailandês na academia da faculdade e estava fazendo bem, estava um colosso se comparada a aquela garota franzina de anos atrás. Só lhe restava a molecagem. Estava agora no 4º semestre de pediatria e já estava fazendo residência no hospital escola Valter Cantídio, hospital referência para problemas diversos, inclusive câncer, artrite e artrose degenerativa em crianças.
Era nessa ala infantil que Bia vinha lutando para ser efetivada. Parou de pensar quando sentiu o corpo da morena colado ao seu.
―O que você pensa tanto? - Beijava a namorada enquanto se colava no corpo da outra. Não tinha vergonha de andar nua, ao contrário, adorava a forma como a branquinha admirava seu corpo e sempre dava um jeitinho de sensualizar, só para agradar. Os dois anos tinham sido generosos com suas curvas, foi agraciada com um corpo de mulher feita. Sussurrou em seu ouvido:
― Vem minha vida, tira essa roupa. - Pegou na lateral da cuequinha e puxou para baixo. Colocou sua mão por dentro acariciando a intimidade da namorada que gemia baixinho, as
bocas se encontraram e, mais rápido do que o vento, Biatriz colocou Marina no colo a levando de volta para cama. Se ajeitou entre as pernas da morena distribuindo beijos na parte interna das coxas, Marina esticou o braço e segurou a cabeça da namorada no local e cavalgou na sua boca, se sentindo uma vaqueira domando um cavalo selvagem. Rebolou com mais intensidade e, quando estava conseguindo domar, Biatriz subiu e encaixou os sex*s numa conexão só delas, iniciando a dança sensual, olho no olho. Marina segurou na cintura de Biatriz a puxando para baixo fazendo o encaixe perfeito, os sex*s um dentro do outro se fundiram num só, as duas goz*m ao mesmo tempo. Minutos depois, Biatriz fazia carinhos na costa de Marina, beijando seu rosto.
- Estava pensando... Já faz dois anos que estamos juntas e para mim é como se fosse ontem. - Confidenciou Bia. - Acho bom ser assim. Ai de você se alguma engraçadinha pendurar no seu pescoço para mim aquela tal de Deb - fez gesto de quem ia vomitar - querendo te pegar de qualquer forma. Além que segundo elas têm uma professora sua também querendo o que é meu.
_ pronto e isso que importa saber que eu sou sua, um dia elas cansam. Além do que você conhece todas as minhas amigas, acho difícil. Lá todo mundo sabe que tenho namorada, só às vezes a Ana Clara enche o saco, mas aí eu não dou moral e pronto.
- Essa não tem mais jeito, já desisti. Nem raiva consigo mais ter, ela vive passando de mão em mão e só quer a namorada dos outros. - Marina falou
- Ainda outro dia estava me chamando para assistir um show do Dona Leda na concha acústica, ela não está nem aí se tenho namorada ou não. Essa menina é sem noção.
- Quando foi isso, vida? - Ela virou arrumando a toalha no corpo.
- Semana passada, quando fomos para o cinema no shopping. Eu te falei do show, disse até que a gente só não ia por que terminava tarde.
- Lembrei agora, uma hora dessas eu enfiou a mão nas fuças dela. Lá na facul rolou mesmo um comentário que você tinha dormido com ela, como isso é impossível eu não dei importância. - lembrou da conversa das garotas no restaurante escola.
- Amor, vamos tomar um banho e descer. Já vai dar duas horas e eu estou morta de fome. -Bia acabou reclamando
- Tudo isso? Pensei que fosse mais cedo. Eu quero ficar aqui nos seus braços, quero descer não. - Marina falou manhosa.
- Pois você fica deitada que eu vou pegar qualquer coisa para gente comer. Você escolhe um filme bom e ficamos na cama. - Juntou umas roupas sujas e jogou no cesto ali no canto
- Vida, você acabou sem me dizer. O que sabe do caderno da Vivi? - Se ajeitava na cama. Organizando os travesseiros e deitando em seguida.
- Eu a vi desenhando um rosto e quando me viu fechou o caderno. Eu não quis ser intrometida.
- O Marcílio diz que ela está apaixonada e está escrevendo no diário. - Queria que ela confia
se em mim
- Converse com ela, fique à disposição, assim se ela precisar ela conversa. Ela já tem 15 anos, você com essa idade já dormia junta comigo. Vamos respeitar ela.
- Eu sei, mas eu queria que ela confiasse em mim e não passasse por isso sozinha.
- Talvez nem seja nada, vai que ela é uma artista e gosta de desenhar. Vou lá buscar comida, mas antes, vamos tomar um banho... Vamos lá preguiçosa. - Puxava a mão da Marina para tira-la da cama. Depois de muito esforço, a levou para o chuveiro ligando a torneira e molhando as duas. Estavam terminando de se vestir quando bateram na porta do quarto.
Fim do capítulo
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