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O Destino de Vonü por Alex Mills

Ver comentários: 4

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Palavras: 3435
Acessos: 1690   |  Postado em: 10/04/2021

Prólogo

 

Eu já tinha me habituado com guerreiros que jogavam suas ameaças e maldições, jurando me matar em nome de algum Deus ou de algum Rei, mas seus esqueletos agora estavam no fundo do Rio dos Ossos. Aqueles que lutaram de maneira magnifica estavam em meu castelo, no alto daquela montanha, intocado por uma alta muralha de pedra, servindo de troféu em um dos quartos preparados para tal. Contudo, também tinha me acostumado com aqueles que me adoravam e me traziam oferendas em busca de paz e proteção, e me tinham como uma Deusa. Mas não estava acostumada com o silêncio, e por isso não retribuía aos ataques que aquela jovem guerreira se dispunha com tanto ímpeto. Era evidente que tinha treinado e era melhor que a maioria com quem lutei, mas lhe faltava experiência, o que ela tentava recompensar com energia e agilidade.

—Você poderia ao menos me contar o que te trouxe aqui. —  Sugiro, aparando o ataque de sua arma com um simples escudo. Mas ela não me respondeu, baixando a arma, percebendo que era inútil. — Fama? Gloria? Vingança? Se me disser que um dos ossos no rio é de um parente seu, eu posso te ajudar a encontrar.

—Eu não me importo. — Ela finalmente falou, voz suave, erguendo uma mão e deixando uma energia purpura fluir entre seus dedos. — Essas motivações são para amadores. Eu não serei mais ossos para o seu rio.

—Então você veio para me matar.

—Sua morte é consequência para eu conseguir o que quero.

—Que é?

Mas ela não precisava responder. Havia a lenda de quem me derrotasse, herdaria meus poderes. Claro que meus poderes não podiam ser levados dessa maneira, mas eu morreria se eles fossem roubados de alguma forma. Então a menos que ela tivesse algum poder misterioso, eu seria obrigada a acabar com essa ideia da cabeça dela.

Deixei que minhas asas me fizessem subir, abrindo algum espaço entre nós, observando enquanto a energia púrpura fluía com maior intensidade de sua mão, direcionada para mim. Ela desapareceu no segundo seguinte, e reapareceu a minha frente, mas ao invés de tentar me acertar diretamente, um estrondo me alertou do ataque por trás, então bati mais forte as asas e subi mais, desviando da luz purpura que ela havia lançado. Ela repetiu o ataque mais duas vezes, e na terceira vez o ataque veio direcionado de todos os lados, deixando-me quase sem saída. Quase.

A energia crepitou dentro de mim, e eu desapareci daquele ponto e reapareci atrás dela, utilizando minha lâmina vermelha, a Raio Lacerante, feita somente de um fragmento de energia solar, para atravessar sua coluna, mas sua figura era somente mera projeção, e minha lâmina rasgou somente fumaça púrpura.

—Decidiu retribuir aos ataques? — Sua voz me atraiu a atenção de volta para o chão, agora distante, e ela parecia não ter saído do lugar desde o início, ainda com a mão erguida em minha direção. — Dessa forma sua morte será justa.

—O que te faz pensar que pode me derrotar? Só começamos há alguns minutos, e já percebo sua concentração se perdendo. — Indico sua mão trêmula, mas ao contrário do efeito que esperava, ela riu, baixando a mão.

—A culpa é sua. Voando assim, com toda sua pele a mostra. É um desperdício ter que matar você.

Há alguns minutos ela tinha sido silenciosa o suficiente para me atacar enquanto não esperava, na beira do Rio dos Ossos, e agora estava flertando comigo. A energia crepitou outra vez, então apareci a sua frente, em seu espaço pessoal, sorrindo ao encontrar a surpresa nas irises azuis.

—Se esse é o problema, podemos resolver isso de outra forma.

—Claro. Você pode se ajoelhar e me deixar cortar seu pescoço de uma vez. — Ela se recompôs de sua distração, voltando a erguer a mão para me atacar, mas dessa vez havia uma lâmina escura, eu percebi o encantamento escrito nela, e me afastei, ainda que tenha sentido o corte abrir em minha bochecha.

Toquei o sangue que escorreu em minha pele enquanto conjurava outro escudo quando ela voltou a usar a arma para atirar em mim, tentando me afastar. Que imprudência a minha, baixar a guarda em frente a uma mortal que deseja minha morte. Mas com uma lâmina encantada, ela poderia ter tentado cravar em meu coração, ao invés de usá-la para me afastar. O que ela realmente estava tentando fazer?

Estudei melhor a situação e o terreno, deslizando os olhos pelo seu corpo magro e alto demais. Ela usava roupas simples, tecidos finos e escuros que demonstravam não ser de uma classe alta. Pelo contrário. Julguei que estivesse viajando há muito tempo devido ao estado comprometido de seus trajes e ao cansaço em seu rosto. O que a trouxe aqui? Não havia a mesma sede que os demais guerreiros possuíam. Havia alguma irreverência e descuido que não eram exatamente novos para mim, mas me faziam lembrar de uma luta em particular, e a memória me fez questionar se ambas lutas estavam interligadas.

Um jovem guerreiro, sem armadura, com o mesmo estilo de luta que essa mulher, sem a sede por matar, ainda que ambos parecessem nutrir a ambição de obter meus poderes. Seguindo esse raciocínio, se de alguma forma essa mulher tivesse alguma relação com aquele homem de alguns anos atrás, talvez estivesse tentando uma estratégia semelhante à dele, tentando me enganar com essa postura irreverente.

Talvez estranhando minha pausa no meio da luta outra vez, a jovem avançou para atacar, lançando a espada em minha direção, o que considerei um ato desesperado de conseguir atenção, até que a espada desapareceu a minha frente. Só tive tempo de inclinar o corpo para o lado e ver a lâmina passando diante dos meus olhos, abrindo outro corte, este no meu braço, e mais profundo. Xinguei a inteligência daquela garota, mas mantive a calma, buscando analisar com mais atenção suas intenções, ainda que ela não quisesse me dar tempo para tal, usando o ataque anterior para fazer outra sequência de tentar me acertar com a energia purpura que saia de sua mão. Uma forma intensa de luta, querendo me manter sempre em movimento. Talvez quisesse me cansar ou se aproveitar de minhas esquivas, estudar minhas habilidades assim como eu estudava as suas. Ela era rápida e ágil, sempre interligando seus ataques em busca de causar algum dano em mim, mas não conseguia nada mesmo que meu braço ainda sangrasse, manchando minha pele de vermelho.

Talvez por ter lembrado daquele jovem, que pude prever seus ataques, afinal, seus estilos de luta quase que coincidiam por completo. Quando saltei sobre seu corpo para impedir sua lâmina de atravessar meu peito definitivamente, eu vi a invocação de dragão avançar feroz e gigante da energia purpura da mão da jovem e vir em minha direção, raivoso e vingativo. Eu perderia numa perseguição no céu contra aquelas asas enormes, como havia sido da primeira vez que lutei com aquele homem, que usou a mesma invocação para lutar comigo. Se havia alguma dúvida de que tinham uma ligação, ela tinha acabado agora.

Então lutei. Penetrei na boca do dragão quando ele quis me engolir no meio do ataque inicial, erguendo minha Raio Lacerante e cortando toda a superfície da boca monstruosa do animal, penetrando fundo em sua garganta e estômago enquanto ouvia o choro lamentoso dele.

Quando sai de dentro, a garota tinha caído de joelhos, apertando a cabeça entre as mãos, chorando como se tivesse sido ela a ter a garganta dilacerada. Eu podia matá-la agora, como matei aquele homem, e eu intencionei fazer isso quando ergui a lâmina vermelha sobre sua cabeça.

—Foi como seu pai morreu. — Digo, observando enquanto ela sentia dor, sem me olhar. — Ele enfraqueceu quando o dragão que invocou morreu. A cabeça do animal está ao lado da dele em meu salão de troféus. Você quer ter o mesmo destino? — Ela não respondeu, ainda choramingando, então chutei seu ombro e ela caiu meio de lado, encolhida em posição fetal. — Sua aldeia tem ligação com esses animais formidáveis, foi o que ele me disse. Nada mais justo do que deixá-los juntos. Tê-los mortos é perder grande parte do seu poder além de ser extremamente doloroso, então... É onde termina suas ambições. A menos que... — Fiz uma pausa, vendo-a abrir os olhos e me encarar, finalmente entendendo que eu sabia quem ela era, e talvez percebendo que tinha chance de viver. — Eu retorne seu animal intacto.

—Em troca de que? Eu não vou desistir. — Ela ladrou como um cão acuado, então chutei seu estômago e a vi cuspir sangue no gramado.

—Você já perdeu. Eu posso te deixar viver com o sofrimento de sentir que seu animal de ligação está morto e que você nunca mais vai lutar da mesma forma. Ou eu conserto o animal e você desiste de tentar roubar o que me pertence.

—Não vai te pertencer por muito tempo. Eu vou pegar de você. Afinal... você está onde eu queria.

Estreito os olhos para isso, então percebo meu erro ao ver a sutil fumaça púrpura revelar os símbolos no chão abaixo dos meus pés, a sequência mostrando a prisão que ela tinha me colocado. Então era por isso que ela usava ataques de longa distância o tempo inteiro, querendo me afastar para que estivesse no ponto que ela queria. Mesmo que tivesse de sacrificar o próprio guardião para conseguir isso, afinal, se obtivesse meus poderes, ele teria mais do que o animal poderia lhe oferecer.

Ela se manteve no chão, ainda abalada pela morte do dragão, colocando-se sentada a minha frente, curvada em dores, segura de que eu não poderia atacá-la agora. Então também me sentei, observando de perto a sequência dos símbolos ao meu redor, decifrando o encantamento que ela havia feito.

—Você sabe que isso apenas vai me manter aqui por duas horas até sua energia acabar, certo? — Pergunto em tom sutil, vendo seus olhos estreitarem. —  Se não tivesse sacrificado o dragão, me manteria aqui por um dia, e ainda assim não seria suficiente, porque não vou contar como você me derrota.

—Então as visões são verdadeiras. — Ela constatou, mantendo a expressão séria, mas não respondi. — Minha espada é encantada. Você não pode se curar sem seus poderes, e se não fizer isso na próxima hora você vai morrer.

—Se eu morrer você fica sem o que veio procurar aqui de qualquer forma. E minha morte não te dará poder. Talvez fama e dinheiro. Mas isso não é nada.

—Não, não é nada. — Concordou, os olhos deslizando pelos meus ferimentos. — Por que ofereceu minha vida ao invés de tirá-la?

—Foi o último pedido do seu pai. Ele sabia que você viria. Pediu para poupar você. — Balanço os ombros, sem dar importância para o ceticismo dela. — Eu cumpro com minha palavra. E seu pai me ofereceu uma boa luta.

—Não vou perder meu tempo com isso. — Ela respirou fundo, fechando os olhos por alguns momentos. Quando os abriu, a energia purpura voltou a sair de sua mão direita, circulando onde a armadilha me mantinha presa. — Qual o seu nome?

—Você sabe meu nome. Todos sabem.

—Diga seu nome. — Insistiu com teimosia, e eu suspirei.

—Vonü Del Thronttier, da Ilha dos Tieres, última descendente da família Del Thront. Satisfeita?

—Ilha Tieres? Mas as pessoas que vivem lá são descendentes das tribos do mar. E você não tem esse perfil.

—Atualmente? Sim. Há dois séculos, Tieres era uma cidade de descendentes de demônios. Os amaldiçoados, como você deve ter ouvido falar. — Ela moveu a cabeça para concordar, então gesticulou para que eu continuasse. — Meu povo foi quase todo exterminado pelo tsunami que as tribos do oceano causaram. Havia conflito entre os dois povos, na época eu sabia que era por causa da caça do meu povo por peixes cada vez mais longe da cidade, até começarem as acusações sobre o povo do mar ter causado o afogamento do nosso líder. Foi como a guerra começou, e como terminou.

—Não há nenhum livro que fale sobre essa guerra. — Havia um tom cético em suas palavras, mas outra vez não me incomodei. Ela era jovem. Por que saberia sobre esses conflitos se meu povo havia sido extinto?

Ainda assim me aproveitei de seu interesse e foco na minha história para usar a ponta de Raio Lacerante contra os símbolos do encantamento abaixo de mim, em minhas costas, para que assim pudesse enfraquecer o feitiço e escapar do confinamento.

—É o povo do mar que ganhou a luta, certo? Então eles quem ganham o direito de contar ou não a história. — Digo, achando bastante simples.

—Os amaldiçoados não possuíam sua aparência ou seus poderes.

Claro que não, pensei. Dois chifres que passavam de quinze centímetros e outros quatros menores no topo de minha cabeça, as escamas que cobriam minhas pernas, as costas e parte dos braços. As longas asas de morcego que eram pontudas e resistentes. E claro, meus poderes, sempre eles.

—E nem possuíam meus poderes. — Pontuei, e ela assentiu. — Eu me submeti a esse poder.

—Submeteu? — Ela franziu o cenho, então sorriu de maneira suave. — Você fala como se tivesse recebido o poder que tem.

—E recebi, depois que me submeti ao meu mestre.

—Como isso é possível?

—Através de um ritual. — Limitei-me a responder, desviando o olhar para o rio além dela, tentando evitar me aprofundar na memória.

—Então você pode passar seus poderes adiante. — Constatou, eu fecho meus olhos, sentindo meu rosto se torcer numa careta ao me imaginar repetindo o processo.

—Não. Eu não posso. — Encaro-a de maneira firme. — E garanto que você não aguentaria o processo.

—O que há demais nisso? Eu te aprisionei aqui. O que pode haver de ruim?

—Você realmente acha que ganhou, não acha? — Balanço a cabeça com desprezo, encarando seus olhos azuis, seu rosto sombreado com o sol lançando seus últimos raios em suas costas. — Você é ingênua se acha que receber a essência dos meus poderes não iria requerer um preço alto. — Isso pareceu incomodá-la bastante, a energia purpura se adensou ao meu redor, então usei isso para avançar, jogando meu corpo sobre o seu, segurando Raio Lacerante no seu pescoço depois de finalmente romper com as inscrições no chão. Ela foi pega de surpresa, mas foi inteligente o suficiente para não se mover, ainda que eu ouvisse o gemido preso em sua garganta enquanto mantinha minha lâmina presa perto de seu pescoço, o calor que emanava dela queimando a superfície de sua pele. — Centenas tentaram me derrubar, você não é especial.

—Você será derrubada, amaldiçoada, seja por mim ou por outra pessoa.

—Talvez. Mas você vai aprender sua lição.

Cravei os dentes na carne exposta do seu ombro, ouvindo seu grito de dor, antes contido, agora flutuando pelo ar em pura agonia. Suas unhas cravaram em minhas costas, tentando me afastar, mas minhas escamas me protegeram. O sangue escorreu para a minha boca, penetrei mais fundo meus dentes, sentindo seu corpo se debater mais violentamente abaixo do meu. Quando senti que o feitiço havia sido finalizado, eu me afastei e segurei os punhos dela contra o chão, projetando meu corpo sobre o seu e imobilizando suas pernas. Ainda havia dor em seu rosto, provavelmente o feitiço fazendo efeito, então soube que tinha que ser rápida.

—Desista, você não vai ganhar mais nada aqui.

—O que você fez comigo? — A agonia estava ardente em sua voz, seu corpo ainda tentava se soltar, mas com menos ímpeto.

—Você está amaldiçoada. Se tentar chegar perto de mim, isso vai doer até se tornar insuportável respirar.

—Sua-

—Agora saia de meu território e viva longe de mim.

Eu me levantei e caminhei alguns passos para longe, deixando que ela se recuperasse. A maldição ainda lhe daria dor e desconforto, mas ela iria viver, e o melhor era que não poderia me atacar sem fazer mal a si mesma. Talvez assim eu pudesse cumprir minha palavra ao seu pai, e a manteria viva. Ela se sentou, mas permaneceu no chão, olhando em minha direção sem a mesma energia, sem a mesma irreverência de antes, parecendo entender sua derrota.

—Isso não vai ficar assim. — Falou em tom vingativo.

—Mais guerreiros virão e mais ossos irão para o fundo do lago. Você não foi a última. Mas foi uma das poucas que deixei sair viva de um combate, então aproveite o ar que está respirando e reze pelo seu pai em agradecimento. — Digo com calma, cruzando os braços abaixo do peito.

—Você é um monstro.

—Alguém tem que fazer o papel de herói e o papel de vilão, certo? E eu esqueci minha capa em casa, então...

—Não seja ridícula. Com tanto poder e você está aqui, matando pessoas sem remorsos por simples lazer.

—Você acha que sinto prazer em matar? — Balanço a cabeça, conformada com a ignorância alheia. — Se tivesse prazer nisso teria queimado a cidade de todos que quisesse. Mas eu não me importo com o que pense. No fim do dia, você continua não sabendo nada sobre mim.

Viro a cabeça ao ouvir um sutil bater de asas, que poderia ser confundido com uma ave de médio porte, mas ao perceber o ritmo difuso que se seguia, reconheci antes mesmo de ver a criatura. Abro os braços, esperando pelo impacto, sem conter o sorriso quando sinto o corpo quente de Alinü me abraçar com força. Ajeitei seu corpo na minha lateral, passando a mão em seus cabelos cor de cobre para tirá-los da testa úmida. Ela sorriu de forma alegre, então percebeu o ferimento em minha bochecha e sua atenção se voltou a mulher no chão, que nos assistia com um olhar curioso. Eu podia ler em seus olhos o que ela estava pensando.

—Eu estava ocupada, Alinü. E eu já te disse para não sair de casa sozinha. — Repito a mesma repreensão que ela devia ter decorado há muito tempo.

—Você acabou aqui? — Então o ar juvenil foi substituído pela maturidade diante da estranha enquanto se soltava do meu colo, tal maturidade que eu ainda não tinha me habituado, e não sabia se algum dia me acostumaria com tamanho conhecimento em uma criatura que vi nascer.

—Sim. A senhorita... — Estreito os olhos, percebendo que ela não tinha me dito o nome. — Como você se chama?

—Seul Wittebi. — Falou à contra gosto, colocando-se de pé lentamente.

—A senhorita Seul aprendeu o que eu tinha para ensinar, e já estava indo embora. — Finalizo minha fala, pousando a mão atrás dos dois chifres que cresciam em sua cabeça.

—Você é jovem. — Seul fala para Alinü, ignorando-me.

—Tenho onze anos.

—Tem o mesmo aspecto de sua mãe.

—Compreendo que você pense que temos parentesco, mas você está errada. Vonü é minha mentora. Quando ela perecer, assumirei o lugar dela.

—E você lutará para proteger o território?

—Eu lutarei pelo que escolher. — Ela pareceu sorrir, olhando para mim em busca de aprovação, então eu balanço a cabeça, concordando.

—Talvez nossos termos tenham mudado. — Digo, aproximando um passo de Seul e a vendo recuar o mesmo passo. — Você viu o que não devia.

—Não... — Ela estava afetada pelo efeito da maldição, afastando-se outro passo. — Eu não faria nada. Eu não diria nada.

—Será? É um motivo para um exército subir até meu castelo ou um assassino aparecer no meio da noite. — Volto a me aproximar mais, percebendo seu rosto empalidecer, sua mão se estendendo a frente, tentando me impedir de me aproximar.

—Ela vai voltar. — Alinü diz atrás de mim, mas não a olho, ainda que Seul a encare com perplexidade. — Mas não para atacar.

—Claro que sim. Mas não quer dizer que eu não tentarei adiar isso até minha morte. — Digo com resignação, cruzando os braços, percebendo Seul cuspir sangue no chão.

—Do que estão falando? — Seul questionou, tossindo até se curvar com o esforço. — Eu não... Eu não farei nada contra a criança.

—Sabemos disso. Não se preocupe, Seul Wittebi. O destino está a seu favor, você irá viver.

Ela poderia fazer mais perguntas, e talvez eu as respondesse, mas a maldição a estava enfraquecendo rapidamente, e eu sabia que tinha que me afastar. Então recuei os passos e gesticulei para Alinü me seguir enquanto batia as asas para irmos embora. E foi assim que deixei Seul Wittebi para trás, na beira do Rio dos Ossos.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olha eu aqui de novo.

Olá a todos, sou Alex, como podem ver, autora de "Sweet Surrender" e "Nossa vida juntas", e agora estou lançando "O destino de Vonü". Eu adoro fantasias e sinto falta de encontrar esse tipo de história para o público lgbt. 

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo e que tenham tido uma ideia de cada personagem até agora. Preparem os lencinhos :D

Até o próximo!

 

Obs: Olá pessoal!

 

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Comentários para 1 - Prólogo:
Lea
Lea

Em: 11/08/2021

Adoçando a leitura comendo pudim de leite,e vamos para o próximo capítulo!!!!!!!¡


Resposta do autor:

ahahahah pudim de leite é uma delícia, e o próximo capítulo também ;)

Responder

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Karu Dias
Karu Dias

Em: 11/07/2021

Opa, blz então ????


Resposta do autor:

ahahahah ela tá sabendo já, vai que é sua ;)

Responder

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Gaa
Gaa

Em: 04/07/2021

como amante do fantasia estou muito feliz por vc compartilhar!


Resposta do autor:

Magina Gaa :) também amo fantasia, grande parte das minhas obras são fantasias, logo tem mais :D eu quem fico feliz por encontrar outras amantes de fantasia :D

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 09/06/2021

Com certeza no final tudo vai dar certo, só foi supresa mesmo elas não ficarem juntas mas confesso que também fique surpresa quando elas ficaram.


Resposta do autor:

ahahah sim, eu também. As vezes eu esqueço o que escrevo kkkk mas não era a minha intenção que elas ficassem juntas desde o começo também, foi como um algo a acrescentar a trajetória delas :D

Responder

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