CAPÍTULO 21 PITBULS
CAPITULO 21
SENDO CAÇADA
Luiza deu mais uma passada de vista por todo o terreno e nesse momento tomou um susto quando viu ao longe Alberto e outro homem olhando justamente para o local onde ela deveria sair caso não tivesse esquecido o celular, estava do lado oposto onde os homens se encontravam justamente por ter ido procurar uma sombra para sentar.
- João, vem cá. - Chamou atenção do amigo que mexia no celular.
- Está vendo aqueles dois homens lá, naquele portão? Aquele de blusa preta e outro de amarelo, viu?
- Sim, qual o problema? Que eu saiba você não é chegada ao produto. Ou já mudou de time? - Perguntou brincando.
- Nem que eu nasça mil vezes, eu vou nascer gostando de homem. Vocês são muito sem graça. - Ela riu, mas voltou ao tom de voz sério.
- Aquele homem, o de blusa preta, é o ex marido da minha companheira. Boa coisa ele não está fazendo no meu local de trabalho. Pode tirar umas fotos dele e mandar pro meu celular? Antes que ele me veja.
―Vou fazer melhor, vou mandar uma mensagem para o vigia da outra obra ali em frente, ele tem um irmão da polícia, assim eles dão uma voltinha por essas bandas.―Naõ deu nem tempo dela dizer que não era preciso, seu amigo já estava digitando.
- Também vou pedir o carro aqui da construtora e saímos nele depois mandamos alguém deixar nosso carro, que tal?
A oferta parecia tentadora Luiza nem teve que pensar dessa vez para aceitar.
- Aí, não sou de fugir de homem, mas esse é doído e não me perdoa por ter ficado com a mulher dele. Até ameaçou a mim e a ela de nos matar antes de nos estuprar, você acredita? ― enquanto falava não tirava os olhos de Alberto.
- Tenho ódio de homens que não sabe perder ou que não aceita que a mulher ponha umas galhas e dê um pé na bunda. Quer que eu vá lá dá uns sopapos nele?
- Não, eu já fiz isso e não adiantou nada. Eu e os filhos dele andamos procurando por ele na moita para termos uma conversa e nada..se ele hoje está aqui. Tenho certeza de que veio atrás de mim. Vou sair sem ele ver e procurar ele outra vez sozinha ou com os meninos e dar outro corretivo nele.
- Quebre pelo menos o braço dele. Agora vamos, o carro tá chegando. ― Os dois entraram na picape Strada usada para transportar material frágil como janelas e portas de vidro, como era um carro com a cabine totalmente fechada dificultando a visão de quem estafa do lado de ver ver quem estava do lado de dentro, passaram ao lado de Alberto sem serem notados ao se aproximarem notaram uma bolsa de tamanho médio próximo aos dois com um volume alto indicando ter muitas coisas dentro que não dava para ver direito.
Luíza ligou o celular, só então percebeu que estava completamente descarregado e não tinha carregador, novamente guardou no bolso do macacão esperando chegar ao escritório para avisar Marcelo o que tinha visto.
O caminho para o escritório da construtora era perto, logo chegaram, se despediu do amigo e foi para sua sala que dividia com a filha. ―Antes de entrar, notou o semblante preocupada da fila.
- Mamãe, ainda bem que a senhora chegou. Minha madrinha está em tempo de perder o juízo atrás da senhora. Cadê seu celular? ― as palavras jorravam da boca de Geruza e Luiza quase não teve tempo para responder, tirou do bolso o celular e mostrou a filha.
- Aqui, mas está descarregado. Espera. - Colocou o celular na tomada. Voltou pegando o telefone fixo discado o número da casa de Fabiana.
- Fala minha deusa de Ébano, qual o problema? - Disse enquanto Geruza balançava a cabeça e sorria do jeito doce da mãe falar.
- Graças a Deus, estava com o coração na mão. - A voz do outro lado da linha desabafou.
- Está tudo bem. É que eu me esqueci do celular na obra e agora vi que está descarregado. Aconteceu alguma coisa? ― puxou a cadeira e sentou enquanto Geruza voltou a seus afazeres sem dar muita atenção na conversa da mãe.
- O de sempre. Alberto andou espancado um rapaz por ser gay e agora a polícia está à procura dele. Ninguém sabe onde está, mas o pior é que foram no apartamento dele e encontraram fotos minhas e suas. A polícia acha que ele está atrás de nós duas__ jogou a bomba de uma vez.
- Amor, não vai pirar, mas... ele estava na construção, ele e outro homem. ―Sabia que ela ia ficar preocupada, mas não ia esconder uma coisa dessas, não de Fabiana.
- Aí, meu senhor, minha virgem Santa, a polícia está certa. Promete que não vai sair só? Promete agora, amor! Vai! ― queria estar frente a frente com Luiza na hora que ela estava prometendo. Assim saberia que as palavras eram verdadeiras e não só para deixá-la mais calma.
- Está bem, Fabiana, eu prometo. Eu tirei unas fotos dele la na obra com atitudes suspeitas, vou passar para o Marcelo talvez posso ajudar. ― Pegou o celular e ainda carregando ligou e ficou examinando a qualidade das fotos estavam ótimas bem visíveis, procurou o número do zap do Marcelo selecionou todas e enviou com a mensagem, “seu pai está me caçando, estava la no canteiro, “― do outro lado Fabiana continuava explicando.
- Marcelo ficou de manter o delegado informado e eu já providencie um segurança para você, só vai andar com ele agora até prenderem o Alberto. Eu não vou perder você e nem deixar ele machucar você. - Fabiana chorava do outro lado da linha.
- Ei... Calma... Tudo bem... Vou aceitar esse segurança, está bem? Fique calma e não chore. Não vou a lugar nenhum sem você, escutou? Já fiquei longe por 23 anos, não fico nem mais um dia.
- Só não o deixe ele te pegar, tá? Hoje à noite quero todo mundo junto. Vamos explicar para todos o que está acontecendo. Ambas se despediram rapidamente e Luíza desligou.
- Droga de Alberto! - Desferiu um golpe na mesa. Geruza rapidamente saiu da sua cadeira e a abraçou.
- Aquele desgraçado está me caçando lá fora e isso acaba com a Fabiana, ela estava chorando e isso me quebra. - Falou nos braços da filha.
- Isso vai acabar logo, mamãe. É só ter paciência e tomar cuidado. Nunca pensei que o padrinho fosse esse monstro que se mostrou, a senhora bem que podia ter escolhido outro padrinho para mim, né? - Riu da própria piada.
- Não podia, eu queria ficar perto da mulher dele, dar você para ser sua afilhada foi a melhor jogada. - Confessou rindo abertamente enquanto Geruza pulava em seu pescoço, derrubando- a no sofá. As duas caíram as gargalhadas aliviando o clima.
Enquanto isso.....do outro lado da cidade.
O dia amanheceu infernal para o Dr. Luís Carlos, delegado de plantão do 9º distrito policial. Mal chegou em sua sala, o seu investigador, sub delegado e amigo particular, de toda a vida policial, foi logo entrando junto e despejando tudo de um só fôlego.
— Bom dia doutor. Temos novidades no caso daquele cidadão. aquele que morava no seu condomínio adora espancar gays. ― O homem falava alto enquanto fechava a porta atras de si e se encaminhando para sentar próximo ao delegado,
― O que morava no meu condomínio e espancou a filha? E que agora vive perseguido a mulher? — Perguntou sem acreditar muito na sorte, já fazia três meses que perseguiam o dito cujo sem uma pista. O homem parecia sombra, as vítimas apareciam, davam queixa, mas não conseguiam pegar o homem que não deixava rastro.
Não usava cartão, ninguém sabia onde morava, onde comia, o que comia, como vivia, nada. Era uma completa sombra. O fato de ter uma pista lhe dava uma esperança.
— Fala logo homem, quer que minha gastrite vire úlcera? O que tem para mim? — Sentou-se e desabotoava os três primeiros botões da camisa social enquanto enrolava as mangas até o meio do braço.
— Recebi um telefonema anônimo de uma pessoa que disse que ele está escondido no Euzébio. Bem próximo ao comercio das mulheres que fazem tapiocas— Confidenciou muito baixo, para que a informação não saísse daquela sala.
— Aquiraz? O canalha está no Aquiraz? Ali foge da minha jurisdição. Lá é delegacia metropolitana, quando o delegado de lá souber que tem um cidadão com a ficha criminal do tamanho do nosso futuro hóspede, ele mesmo vai fazer de tudo para capturá-lo. ―Procurava na gaveta um antiácido para tomar já sentindo os primeiros sinais da gastrite, colocou meio copo de agua em cima da mesa e despejou o pó branco que em contato com o liquido começou a ferver, ele balançou o copo fazendo o as bolhas subirem e bebeu tudo de uma vez, colocando o copo e cima da bandeja ao lado.
— É verdade doutor, mas o senhor pode mandar um menino ficar na campana dele 24h e na hora que ele der um passo em falso e entrar em Fortaleza, a gente bota um par de pulseira de prata nele.
— Estava pensando isso. Passe uma mensagem para o policial Sales, ele é excelente nesse tipo de trabalho, já trabalhamos juntos muitas vezes, ele é meu homem de confiança. Como é solteiro, pode dormir fora se for o caso. Como esse agora.
— Sim senhor, estou indo agora. Hoje tem umas transferências de presos às 11 horas, a documentação está toda na sua mesa. Me dê licença. — Saiu em busca do detetive Sales.
Já passava do meio-dia quando duas batidas na porta fez o delegado erguer a cabeça.
— Com licença, senhor, mandou me chamar? ― um homem aparentando ter uns trinta anos, magrinho e com um bigodinho fininho, um par de olhos redondos e pretos, olhos que estavam sempre buscando algo que outros não viam ou não dava a devida importância, esse mesmo homem carregava além das duas armas mais um punhal muito bem escondido na bota para o caso de emergência onde não podia haver provas.
— Sim, entre aí, só um instante. - Terminou de assinar os papéis guardou na gaveta, passou a chave e guardou no bolso da calça. Enquanto isso, Sales entrou e ficou de pé aguardando as ordens de seu superior.
Fim do capítulo
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